} Crítica Retrô: O Pirata Negro (1926) / The Black Pirate (1926)

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Sunday, November 8, 2015

O Pirata Negro (1926) / The Black Pirate (1926)

Johnny Depp, como o Capitão Jack Sparrow. Errol Flynn. Tyrone Power. Basil Rathbone. Capitão Gancho. E, antes de todos eles, Douglas Fairbanks. O espadachim original das telas modelou todos os seus sucessores: corajoso, atlético, bonito e muito dedicado à sua donzela favorita. Desde que se tornou uma superestrela, Fairbanks sonhava em levar para o alto-mar uma história de vingança, aventura e romance. E ele não poderia tê-lo feito de melhor maneira.
Durante os primeiros três minutos, você tem a apresentação básica do elenco e equipe, e algumas telas com escritos sobre a época em que piratas infestavam os mares – é, afinal, um filme mudo. Mas as primeiras imagens trazem consigo uma imensa surpresa: é um filme COLORIDO. E com cores mais belas e realistas que muitos filmes criados em computador que vemos por aí. É como se estivéssemos entrando em uma pintura - dos grandes mestres, é claro.
Os piratas sanguinários estão saqueando um navio, e pretendem não deixar testemunhas do crime. Depois que todos os passageiros são acorrentados, a pólvora do navio é espalhada e o fogo é aceso. Fugindo com pressa nos pequenos barcos de resgate, os piratas e as riquezas já estão longe quando o navio explode. Mas dois homens sobrevivem: Douglas Fairbanks, de túnica verde e braços musculosos, e o pai, já velho e fraco, que morre nos braços de Doug pouco depois de chegar à praia.
Doug promete vingar a morte do pai, e para sua sorte os piratas atracam na ilha para enterrar um tesouro. A estratégia para vencê-los é juntar-se a eles, e Doug mostra suas habilidades com a espada lutando contra o homem mais forte do bando. A próxima prova é sequestrar um navio mercante sozinho. Como ele consegue, sem a ajuda de nenhum outro homem? Porque ele é Douglas Fairbanks. E também porque ele é muito esperto.
No navio capturado estava a princesa Isobel (Billie Dove) e, para salvar a bela moça e também a pobre tripulação, Doug sugere que peçam um resgate pela princesa, o que é aceito por todos, em especial pelo chefe do bando, Mac Tavish (Donald Crisp, com um braço só). Quem não fica nem um pouco satisfeito com a história do resgate é o sempre invejoso Pirata Tenente (Sam De Grasse), que já havia ganhado a posse da princesa em um sorteio.
Douglas Fairbanks é, obviamente, a estrela do filme, e as melhores cenas envolvem suas múltiplas acrobacias e muita, muita habilidade corporal. Há também ótimos momentos com Donald Crisp, que se mostra um pirata divertido e de bom coração. Crisp era até então associado a papéis de vilões, como em “Lírio Partido / Broken Blossoms” (1919) e “O Filho do Zorro / Don Q Son of Zorro” (1925). Crisp também tinha uma carreira prolífica como diretor e, como já havia dirigido Fairbanks em “Don Q”, Crisp começou “O Pirata Negro” atrás das câmeras. Após um desentendimento com Fairbanks, Crisp foi substituído pelo diretor Albert Parker e ficou na película apenas como ator.
De Grasse, Crisp e Fairbanks
Desde o sucesso de “Zorro” (1920), Fairbanks já pensava em fazer um filme sobre piratas – mas tinha de ser em cores, e nem um pouco artificial. Ele esperou a tecnologia dos filmes totalmente coloridos ser testada em “The Toll of the Sea” (1922), “The Glorious Adventure” e “The Wanderer of the Wasteland” (ambos de 1924). Também escolheu os tons certos, de modo que a cor fosse um elemento complementar, e jamais se tornasse mais atrativa que o enredo. A história, aliás, foi escrita por Fairbanks (creditado sob o pseudônimo “Elton Thomas”).
Billie Dove tem como única função ser uma bela donzela em perigo. Ela cumpre bem este papel, mas não tem sequer a honra de beijar nosso herói no final: na cena do beijo apaixonado, que inclusive deixa cansado Donald Crisp, Fairbanks não está beijando Billie Dove, mas sim sua esposa Mary Pickford, vestida como a princesa Isobel!
Mary Pickford
Apesar de alguns problemas técnicos (eram necessárias duas películas coloridas, uma colada sobre a outra, para atingir os tons desejados, o que confundiu alguns projecionistas), “O Pirata Negro” foi um imenso sucesso de bilheteria. O retorno financeiro é digno de ser comemorado, mas o filme conseguiu algo muito mais importante: simples, belo e emocionante, mantém o espectador completamente envolvido com a trama. Nada mal para um filme com quase noventa anos, não?
O Pirata Negro” pode ser visto no YouTube (versão estendida de 94 minutos).
This is my contribution to the Swashaton - A blogathon of Swashbuckling Adventure, hosted by mighty Fritzi at Movies, Silently.

11 comments:

Pedrita said...

ah, acho q esse eu vi mas faz muito tempo. eu falei de gilda no meu blog. beijos, pedrita

carygrantwonteatyou.com said...

This sounds like so much fun. That's so funny that Pickford stands in for the actress!

Anonymous said...

Seeing as this is on YouTube there's really NO excuse why I haven't seen it. In truth, I've seen very few of Fairbanks' films, which is a massive oversight as he was influential and important. Maybe I should dedicate an entire weekend to 'catching up'!

Caftan Woman said...

When Douglas Fairbanks smiles, you would follow him to the ends of the earth.

Fritzi Kramer said...

Thanks so much for joining in! Yes, this is truly the ultimate pirate film!

Silver Screenings said...

Thanks for the tip re: YouTube. I'll be checking it out, and I'll be watching for May Pickford in the final scene!

This sounds like a terrific adventure film, and Douglas Fairbanks is always fab in these kinds of films.

Rich said...

For 1926, that color's pretty decent.

Suzane Weck said...

Ola querida amiga,que bom lembrar de Douglas Jr,acho mesmo que ele foi o melhor neste tipo de filmes de aventuras......Parece que já tivestes a resposta da tua pergunta se já cantei em alemão....mas em todo caso vou repetir....Apesar de não ser meu "forte'já postei"" Lili Marlene " do filme do mesmo nome e "Edelweiss " do filme Noviça Rebelde.Meu maior abraço.SU

Joe Thompson said...

Hi Lê - I think this was the first silent Technicolor movie that I saw. I like it too, because it moves faster than many of Doug's later silents. Some of them drag along slowly. Good essay.

Anonymous said...

Thanks! I have not seen this but it sounds like so much fun! Great job once again, my dear!
Summer

Terence Towles Canote said...

I've never seen The Black Pirate. I'll have to watch it! I'm glad it is on YouTube.

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