} Crítica Retrô: A Viúva Alegre / The Merry Widow (1934)

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Saturday, January 9, 2016

A Viúva Alegre / The Merry Widow (1934)

O que primeiro vem à sua mente quando você pensa na França? Torre Eiffel? A Marselhesa? Boinas? Napoleão? Escargot? Para mim, há duas coisas que representam a França: Versalhes e Maurice Chevalier. E ambos podem ser vistos em “A Viúva Alegre”.
O conde Danilo (Chevalier) é o guarda mais cobiçado do reino da Marshovia. Ele poderia ter qualquer mulher que quisesse, mas se apaixonou justamente por uma inalcançável: a rica viúva Sonia (Jeanette MacDonald). Sonia também se mostra interessada por Danilo, mas sua reputação de galanteador a decepciona. Para esquecer Danilo, Sonia decide dar fim ao seu período de luto e viajar para Paris.
Quem não fica nem um pouco feliz com a viagem de Sonia é o rei Achmet (George Barbier). Como a viúva é a pessoa mais rica da Marshovia, sua mudança significa dar adeus à maior parte do dinheiro do reino – e um casamento com um estrangeiro significaria o fim da Marshovia. Por isso, o rei decide mandar Danilo, que tinha encontros furtivos com a rainha Dolores (Una Merkel) para Paris para seduzir a viúva – e até então Danilo não sabe que a tal viúva é sua amada Sonia.
Danilo tem muitas amigas em Paris. Ele se mostra o rei do baile, o mais popular entre as garotas, o favorito de Fifi, Mimi, FruFru e companhia. Sonia aparece no mesmo baile que Danilo e o reconhece, mas ele não sabe quem ela é porque nunca a viu sem o véu preto do luto. Sonia se passa por mais uma das garotas da noite francesa e é ela quem passa a seduzir Danilo – até ele se mostrar novamente um galanteador.
O reino fictício da Marshovia é predominantemente rural, lembrando em alguns momentos o vilarejo de “Frankenstein” (1931). A mansão de Sonia, habitada por dezenas de empregadas, é tão luminosa quanto um clube art deco onde dançam Fred Astaire e Ginger Rogers. Mas é quando chegamos em Paris que nossos olhos se fartam.
Estamos na belle époque (a história se passa em 1885), e o luxo de Paris transborda nos cenários e figurinos. A vida noturna é agitada, mas nada se compara ao grande baile do embaixador. O cenário imita Versalhes, principalmente na cena do baile com os espelhos. São centenas de dançarinos em um redemoinho tão hipnotizante quanto as coreografias de caleidoscópio de Busby Berkeley. É este o clímax do filme, e mil palavras não são suficientes para descrever a beleza desta festa.
Jeanette MacDonald e Maurice Chevalier fizeram quatro filmes juntos, e “A Viúva Alegre” foi o último da dupla. Os dois não se davam muito bem nos bastidores, e Chevalier não estava nem um pouco contente com sua mudança de estúdio, da Paramount para a MGM, e com o diretor Ernst Lubitsch. Mas não são os protagonistas os personagens mais interessantes da história: com muito humor, a rainha Dolores (Una Merkel) e o embaixador Popoff (Edward Everett Horton) roubam a cena.
A opereta “A Viúva Alegre” surgiu em 1905. Foi adaptada para o cinema pela primeira vez em 1925 e novamente em 1934 e 1953. Em 1925, dirigido por Erich von Stroheim, estrelado por John Gilbert e Mae Murray, havia um diferencial: contar o passado da viúva alegre. Quem era ela antes de viver no luxo? E como ela já conhecia Danilo? Não há essa história no filme de 1934, e em termos de roteiro ele é mais pobre, simplista e às vezes sexista, embora seja divertido e ousado com frases de duplo sentido. É charmoso, mas não é o melhor da carreira de Lubitsch.
Versão de 1925
A Viúva Alegre” é uma festa para os olhos. Tanto luxo teve um preço, e causou prejuízo para a MGM. Jeanette abandonou Chevalier, e no ano seguinte iniciou uma parceria brilhante com Nelson Eddy. A opereta pode não agradar a todos (sinceramente, não me agradou muito), mas o filme é uma festa para os olhos. Nunca a mítica Paris, templo dos boêmios e dos amantes, foi retratada de maneira tão bela no cinema.

This is my contribution to the France on Film blogathon, hosted by Summer at Serendipitous Anachronisms. Au revoir!

7 comments:

Anonymous said...

Hi Le- Thank you for your wonderful contribution to the France On Film Blogathon!

We really must have Chevalier and Versailles, mustn't we?

Thank you for such an enjoyable read, this movie is a perfect little bonbon, a little visual delicacy!

-Summer

Anonymous said...

Great post Le! I know they might not have got along behind the scenes but I never got that feeling from their performances (I know they're professionals but there's something natural in the chemistry). Look forward to watching this again, it's a good Sunday afternoon movie!

Pedrita said...

ah, esse eu lembro. beijos, pedrita

FlickChick said...

Lovely review, Le. I am very partial to the Chevalier/MacDonald pairing, but I agree this is not their best film. The 1925 version is a feast for the eyes, plus it had the staggeringly awesome Mae Murray - what fun!

Tracey Rains said...

I had completely forgotten this picture until reading this! In fact as I read, I wasn't entirely sure this was the film I was thinking of until you mentioned Edward Everett Horton. You are so right! He stole the show--as he always does! I know this isn't one of Chevalier's most popular pictures, but I quite like him in this.

Thank you for the review! You helped me remember this fun film!

Moio said...

Que post incrível, amei completamente seu blog...esse ar vintage maravilhoso!
Parabéns ....nunca vi viúva alegre, apenas conhecia o nome ,por isso a crítica foi muito útil.
Beijos


ladymoio

Unknown said...

Hi Le, this is a wonderful contribution. Although I don't understand Portuguese, and much of the vigor of the writing slipped through google translation (this is the first time I read a translated page!), I could feel the superiority of the observations, and the comparisons with various versions of the play/cinema were great.

I will definitely try to watch the film, the way you described it, it would be a crime not to! Cheers!

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