} Crítica Retrô: June 2023

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Wednesday, June 28, 2023

Como Gosteis (1936) / As You Like It (1936)

 

Desde os primórdios do cinema, Shakespeare parece ser uma fonte inesgotável de histórias para serem filmadas. E não houve melhor ator para interpretar Shakespeare que Laurence Olivier. Ver a primeira vez em que ele interpretou Shakespeare num filme é como embarcar em uma máquina do tempo e poder ter um vislumbre de todo o talento e potencial – e beleza! - que ele tinha aos 29 anos. Este primeiro filme Shakespeareano é “Como Gosteis” (1936).


Since the dawn of cinema, Shakespeare seems to be a never-ending source for stories to be filmed. And there was no better actor to play Shakespeare than Laurence Olivier. Seeing the first time he played Shakespeare in a film is like embarking on a time machine and taking a glimpse of all the talent and potential - and handsomeness! - he had at age 29. This first Shakespearean flick is “As You Like It” (1936).


Nosso herói Orlando (Olivier) é um órfão que foi posto sob a tutela do irmão mais velho e precisa lutar por sua liberdade. Lutar literalmente: ele desafia Charles, o homem forte do povoado, numa luta e vence. É nesta luta que ele conhece as primas Celia (Sophie Stewart) e Rosalind (Elisabeth Bergner), e se apaixona por esta última.


Our hero Orlando (Olivier) is an orphan who was put under the wings of his older brother and needs to wrestle for his freedom. Literally wrestle: he challenges Charles, the local strongman, in a wrestling match and wins. It’s in that match that he meets the cousins Celia (Sophie Stewart) and Rosalind (Elisabeth Bergner), and falls in love with the latter.


As coisas não saem como planejado e, fugindo da ira do irmão, Orlando vai viver na floresta junto a um grupo de homens que foram banidos do reino, entre eles o pai de Rosalind. Mais apaixonado a cada dia, Orlando escreve poemas e os pendura em árvores, além de escrever o nome “Rosalind” no tronco das árvores. Um dia, sem seu vestido elegante, Rosalind se apresenta para Orlando como um homem, o único que pode fazê-lo se esquecer de seu amor impossível, e os dois iniciam um flerte esquisito e constante.


Things don’t go as expected and, running away from his brother’s rage, Orlando goes live in the forest with a group of men who have been banished from the kingdom, among them Rosalind’s father. More in love each day, Orlando writes poems and hangs them on trees, and carves the name “Rosalind” in the trees. One day, without her fancy dress, Rosalind presents herself to Orlando as a man, the only one who can make him forget this impossible love, and the two start a weird and constant flirt.


O nome de Laurence Olivier não é o primeiro nos créditos, esta honra pertence a Elisabeth Bergner. Nascida no Império Austro-Húngaro, num território que hoje faz parte da Ucrância, Bergner tinha como língua materna o alemão e de fato interpretou Rosalind nos palcos alemães. Fugindo da Alemanha quando Hitler chegou ao poder, ela jurou que só voltaria a interpretar Shakespeare na Inglaterra quando tivesse dominado a nova língua. Alguns críticos disseram que seu sotaque alemão ainda é forte no filme, mas eu discordo. Bergner fez seu primeiro filme em 1924 e já era uma atriz indicada ao Oscar quando fez “Como Gosteis”. Neste filme, ela é dirigida por seu marido Paul Czinner. Curiosidade: foi um episódio da vida de Bergner que inspirou a história de “A Malvada” (1950).


Laurence Olivier isn’t first billed in the film, this honor belongs to Elisabeth Bergner. Born in Austria-Hungary, in a territory that now is part of Ukraine, Bergner’s mother tongue was German and she did portray Rosalind on the German stage. Fleeing Germany when Hitler rose to power, she vowed to play Shakespeare again in England only when she had mastered the new language. Some critics say that her German accent was still strong in the film, but I disagree. Bergner had made her film debut in 1924 and by the time she made “As You Like It” she was already an Oscar-nominated performance and was, in this film, directed by her husband Paul Czinner. Curious tidbit: It was an episode of her life that inspired the short story that was the basis for the film “All About Eve” (1950).


David Lean trabalhou como editor neste filme. Nascido em 1908 – o que faz dele um ano mais novo que Olivier – David Lean já trabalhava como editor desde 1930, quando começou em cinejornais. No final dos anos 30 ele já era um conhecido e reconhecido editor. Ele co-dirigiu seu primeiro filme em 1942, e o resto é História.


David Lean worked as editor in this film. Born in 1908 - making him one year younger than Olivier - David Lean had been working as an editor since 1930, starting with newsreels. By the late 1930s Lean was already a well-known and praised editor. He co-directed his first film in 1942, and the rest is history.


O IMDb diz que um terço da peça original foi removido na adaptação para as telas, mas o epílogo permaneceu. O texto original foi mantido, cheio de formalidades. Acredita-se que a peça foi escrita em 1599 e é descrita como uma comédia pastoral. Foi adaptada para o cinema por J.M. Barrie, que escreveu “Peter Pan”. Considerando que cross-dressing – ou melhor, uma mulher se apresentando como um homem – é um ponto principal da trama, podemos afirmar que este filme não seria feito em Hollywood sob o Código Hays, e ainda bem que este é um filme britânico. Às vezes só os britânicos – como Olivier – conseguem fazer justiça a Shakespeare, e mesmo uma de suas peças menores pode se tornar um filme agradável se feito pelas mãos certas.


IMDb says that one-third of the play was removed when adapted to the screen, but they chose to retain the theatrical epilogue. The text was kept as it was, full of “thy’s” and “thee’s”. The play is believed to have been written in 1599 and is described as a pastoral comedy. It was adapted to the screen by J.M. Barrie, who wrote “Peter Pan”. Considering that cross-dressing - or rather, a woman presenting as a man - is a main part of the plot, this film wouldn’t be made in the US under the Hays Code, and we’re glad this is a British film. Sometimes only the British - like Olivier - can do their homeboy Shakespeare justice, and even one of his lesser plays can become an enjoyable movie if made by the right hands.

Saturday, June 17, 2023

Boêmio Encantador (1938) / Holiday (1938)

 “Boêmio Encantador” é o terceiro de quatro filmes que Katharine Hepburn e Cary Grant fizeram juntos. Os outros três são “Vivendo em Dúvida” (1935), “Levada da Breca” (1938) e “Núpcias de Escândalo” (1940). “Boêmio Encantador” é o pior do quarteto, e isso pode ser porque ele é teatral demais – mas ainda é um filme bacana.

 

“Holiday” is the third of four movies Katharine Hepburn and Cary Grant made together. The other three are “Sylvia Scarlett” (1935), “Bringing Up Baby” (1938) and “The Philadelphia Story” (1940). “Holiday” is the worst of the bunch, and this may be because it’s too theatrical – but still a nice movie.

A trama é bem simples. Johnny Case (Grant) conhece Julia Seton (Doris Nolan) há apenas dez dias, mas acredita que está pronto para se casar com ela. O que ele não esperava descobrir é que Julia vem de uma família extremamente rica – sua casa é tão grande que tem um elevador – e que o pai dela tem tudo preparado para o casal: ele planejou a futura casa deles e quer que seu futuro genro aceite um emprego no banco dele... mas o pobre Johnny só quer sair de férias para clarear as ideias.

 

The plot is pretty simple. Johnny Case (Grant) has known Julia Seton (Doris Nolan) for ten days, but believes he’s ready to marry her. What he didn’t expect to discover is that Julia comes from an extremely rich family – her house is so big that it has an elevator – and her father has everything prepared for the soon-to-be newlyweds: he’s planned their future house and wants his future son-in-law to take a job at his bank… but poor Johnny only wants a holiday to clear his mind.

A família da noiva é fora de série: temos o irmão mais novo de Julia, o alcoólatra Ned (Lew Ayres) e a vivaz irmã mais nova Linda (Hepburn). Linda queria dar uma festa de noivado simples e íntima para Julia e Johnny, mas o pai dela decide dar uma imensa festa de véspera de Ano Novo para anunciar o noivado para toda a alta sociedade. Esta festa é o assunto da maior parte do filme.

 

The future in-laws Johnny meets are out of this world: there is Julia’s alcoholic younger brother Ned (Lew Ayres) and vivacious younger sister Linda (Hepburn). Linda wanted to throw a simple and intimate engagement party to Julia and Johnny, but her father decides to throw a huge New Year’s Eve party to announce their engagement to all of high society. This party takes the biggest bulk of the film.

Linda decide não se juntar à festa e fica na sala de jogos da casa, onde podemos encontrar vários brinquedos da infância dos irmãos – um tempo mais simples e mais feliz para eles. No meio da festa se juntam a ela os amigos de Johnny, Nick e Susan Potter, interpretados por Edward Everett Horton e Jean Dixon. Logo Johnny e Ned também se juntam a eles na sala de jogos, onde a verdadeira diversão está – e talvez também o amor verdadeiro.

 

Linda decides to not join the party and stays in the house’s playroom, where we can find several toys from the siblings’ childhood – a simpler, happier time for them. In the middle of the party she’s joined by Johnny’s close friends Nick and Susan Potter, played by Edward Everett Horton and Jean Dixon. Soon Johnny and Ned also join them in the playroom, where the true fun is – and maybe also true love.

“Boêmio Encantador” foi uma peça de teatro que estreou em 1928 e teve 229 performances. Donald Ogden Stewart, que escreveu o roteiro do filme, havia interpretado Nick Potter no teatro, e Katharine Hepburn foi substituta na peça. A peça de Philip Barry – que também escreveu “Núpcias de Escândalo” – já havia sido adaptada para as telas em 1930, e Edward Everett Horton também interpretou Nick Potter neste filme.

 

“Holiday” was a theater play that opened in 1928 and ran for 229 performances. Donald Ogden Stewart, who wrote the screenplay for the movie, had played Nick Potter in the theater, and Katharine Hepburn was an understudy in the play as well. The play by Philip Barry – who also wrote “The Philadelphia Story” – had already been adapted to the screen in 1930, and Edward Everett Horton was in this film as Nick Potter.

Katharine Hepburn não foi a primeira escolha para o papel de Linda. O papel era supostamente de Irene Dunne, e Ginger Rogers e Joan Bennett também foram nomes cotados antes de Hepburn ser emprestada da RKO para a Columbia - o que foi ótimo, uma vez que ela está perfeita no papel. O diretor George Cukor queria que Rita Hayworth interpretasse Julia, mas a novata foi considerada sem experiência suficiente para o papel, que ficou com Doris Nolan.

 

Katharine Hepburn wasn’t the first choice to play Linda. The role was supposed to go to Irene Dunne, and Ginger Rogers and Joan Bennett were also considered before Hepburn was loaned from RKO to Columbia - a great deal, as she is perfect in the role. Director George Cukor wanted Rita Hayworth to play Julia, but the newcomer wasn’t considered to be too inexperienced for the role, that went to Doris Nolan.

“Boêmio Encantador” é certamente um filme sofisticado, mas também verborrágico. Há muita falação – especialmente quando estão solucionando a situação toda – e só um pouco de ação. O momento com mais ação é a acrobacia de Grant e Hepburn, um momento que você pode já ter visto em forma de GIF. Menos famoso que os outros três filmes feitos pela dupla dinâmica Grant e Hepburn, “Boêmio Encantador” pode ser charmoso, mas também é um pouco chato e previsível. Uma pena, mas nem todos os filmes podem ser obras-primas.

 

“Holiday” is certainly a sophisticated film, but also a “talky” one. There is too much talking – especially when they are solving the whole situation – and just a little action. The moment with the most action is Grant’s and Hepburn’s tumbling trick, a moment you might have already seen as a GIF. Less famous than the other three films made by the dynamic duo Grant and Hepburn, “Holiday” may be charming, but it’s also a bit boring and predictable. Too bad, but we can’t have only masterpieces.


 

 This is my contribution to The Intruder blogathon, hosted by Silver Scenes. 

Saturday, June 10, 2023

Glorificação da Beleza (1929) / Glorifying the American Girl (1929)

 

Se existisse uma máquina do tempo que funcionasse, que experiência do passado você gostaria de ter? Você escolheria ir a uma festa luxuosa em Versalhes? Ou talvez participar de um banquete romano regado a muito vinho? Você estaria na plateia da primeira apresentação de uma nova peça de Shakespeare ou preferiria assistir a uma tragédia grega? Eu escolheria a experiência de assistir a uma revista dos Ziegfeld Follies na Broadway do começo do século XX. Para minha alegria, nós temos algo semelhante a uma máquina do tempo para realizar meu desejo: o cinema. “Glorificação da Beleza”, uma famosa revista dos Ziegfeld Follies, foi adaptada para o cinema com os primeiros filmes falados e sobreviveu para ser um vislumbre do que Ziegfeld costumava fazer no teatro.

 

If there was a functional time machine, which experience from the past would you like to have? Would you choose attending a lavish party at Versailles? Or maybe experience a Roman banquet with lots of wine? Would you attend the first presentation of a new Shakespeare play or prefer to see a Greek tragedy live? For me, the chosen experience would be watching one of the Ziegfeld Follies revues on early 20th century Broadway. Lucky for me that we do have something similar to a time machine to fulfill my desire: the movies. “Glorifying the American Girl”, a famous Ziegfeld revue, was made into a film in the early talkie era and survived to serve as a glimpse to what Ziegfeld used to do in the theater.


Gloria Hughes (Mary Eaton) trabalha na parte de música de uma loja de departamentos, cantando as canções junto a um pianista para vender partituras. Ela é explorada pela mãe e quer viajar e ver coisas diferentes antes de se casar com seu namorado Buddy (Edward Crandall). Gloria é a garota 100% americana: uma sonhadora e batalhadora.

 

Gloria Hughes (Mary Eaton) works in the music shop inside a department store, singing the songs with a piano player to sell the music sheets. She’s exploited by her mother and wants to go places and see things before finally settling down with her boyfriend Buddy (Edward Crandall). Gloria is the all-American girl: a hardworking dreamer.


Um dia, num piquenique organizado pela loja de departamentos, Gloria é descoberta, enquanto está dançando, por um artista de teatro, Miller (Dan Healy), e na mesma hora ela se junta a uma revista itinerante como parceira de dança de Miller. Acontece que Miller tinha segundas intenções com Gloria, e por isso ela o coloca no lugar dele, o que desagrada à mãe de Gloria (Sarah Edwards), uma verdadeira “overbearing stage mother”. O filme então acompanha Gloria até que ela se junta aos Ziegfeld Follies. O clímax é uma versão filmada em Technicolor da revista dos Ziegfeld Follies, completa com a presença de artistas como Eddie Cantor e Rudy Vallee.

 

One day, at a picnic organized by the department store, Gloria is discovered by a theater artist, Miller (Dan Healy), while she’s dancing and at the spot she joins a touring revue as Miller’s dancing partner. Turns out Miller has second intentions with Gloria, so she puts him on his place, which displeases her mother (Sarah Edwards), a real overbearing stage mother. The film then accompanies Gloria until she joins the Ziegfeld Follies. The climax is a filmed version of a Ziegfeld Follies revue in Technicolor, with special appearances of names such as Eddie Cantor and Rudy Vallee.


A maioria dos números musicais é filmada parada, como se a câmera fosse um de nós na plateia. Isto muda no grande número final, no qual a câmera é colocada em outras posições e passeia por todo o cenário. Mesmo com esses posicionamentos de câmera tradicionais, o diretor Millard Webb e o diretor de fotografia George Folsey compreenderam as possibilidades fílmicas que não eram possíveis no teatro e fizeram algumas belas cenas: uma no lago, uma com uma multidão no piquenique e uma com a câmera emulando a visão de um motorista de ambulância numa rua movimentada.

 

Most of the musical numbers are shot stationary, as if the camera was one of us in the audience. This changes in the big final number, in which the camera is put in other positions and strolls down the whole scenery. Even with these traditional camera placements, director Millard Webb and cinematographer George Folsey understood the filmic possibilities that couldn’t be met in theater and made beautifully shot scenes: one in the lake, one with a crowd at the picnic, and one where the camera matched the vision an ambulance driver had in a busy street.

Não há músicas muito memoráveis em “Glorificação da Beleza”. Um dos quatro nomes creditados pela “música e letra” é Irving Berlin, naquele que é apenas seu segundo crédito num filme – sendo o primeiro por música e letra de “No Hotel da Fuzarca”, do mesmo ano. Berlin alcançou a fama quando compôs “Alexander’s Ragtime Band” em 1911, e os filmes, agora falados e cantados, eram um passo natural para ele.

 

There are no catchy songs in “Glorifying the American Girl”. One of the four credited for “music and lyrics” is Irving Berlin, in only his second credit in a movie – the first being for music and lyrics in “The Cocoanuts”, from the same year. Berlin had rose to fame when he composed “Alexander’s Ragtime Band” in 1911, so the movies, now talking and singing, were a natural step for him.

Mary Eaton é mais conhecida hoje como irmã de Doris Eaton Travis, a Ziegfeld Girl que viveu até os 106 anos. A carreira de Mary começou com a irmã numa produção de “O Pássaro Azul” em 1911, quando Mary tinha 10 anos de idade. Mary juntou-se aos Ziegfeld Follies em 192, participando das revistas por três anos consecutivos. Tal estrela era a escolha natural para ser a protagonista da versão para os cinemas de “Glorificação da Beleza”. Naquele mesmo ano de 1929, Mary se casou com Millard Webb, diretor e roteirista do filme. Alcóolatra, Mary deixou de aparecer em filmes depois de “Glorificação da Beleza” e abandonou os palcos em 1932. Ela morreu aos 47 anos, vítima de ataque cardíaco.

 

Mary Eaton is best known today as the sister of Doris Eaton Travis, the Ziegfeld Girl who lived to be 106. Mary’s career began with her sister in a production of “The Blue Bird” in 1911, when Mary was only 10. Mary became part of the Ziegfeld Follies in 1920, appearing in their revues for three consecutive years. It was a no-brainer that such a star would be chosen to be the lead in the film version of “Glorifying the American Girl”. That same year of 1929, Mary got married to Millard Webb, the director and writer of the film. An alcoholic, Mary ended her film career after “Glorifying the American Girl” and her stage career in 1932. She died at 47 from a heart attack.

A Wikipedia diz que “Glorificação da Beleza” foi um fracasso quando estreou, e ainda hoje não arranca elogios de críticos que o veem em retrospectiva. Eu me atrevo a discordar. Como um dos primeiros filmes falados e um filme feito antes do Código Hays, é uma curiosidade bacana, um musical com uma trama sólida e um raro vislumbre do que era a apoteose de uma revista dos Ziegfeld Follies. A máquina do tempo existe, e foi inventada pelos irmãos Lumière: a maior máquina do tempo do mundo é o cinema.

 

Wikipedia says that “Glorifying the American Girl” was a flop when released, and still hasn’t met success with retrospective critics. I dare to disagree. As an early talkie and a pre-Code film, it’s a nice curiosity, a musical with a solid plot and a rare glimpse of what was the apotheosis of a Ziegfeld Follies revue. The time machine exists, and it was invented by the Lumière brothers: the world’s biggest time machine is cinema.

 

This is my contribution to the Sixth Annual Broadway Bound blogathon, hosted by Rebecca at Taking Up Room.