Em time que está ganhando não se deve mexer. E em filme, essa máxima é válida? Nem sempre. As provas são várias: sequências ruins de bons filmes, temas explorados à exaustão e astros estereotipados ou repetindo papéis. Joan Crawford sofreu esse último mal, em dois filmes bons, mas incrivelmente semelhantes, ambos produzidos por Jack Warner e Jerry Wald.
Em 1945, sua atuação como a mãe zelosa e batalhadora Mildred Pierce, no filme “Alma em Suplício / Mildred Pierce”, lhe rendeu um Oscar. Dois anos depois viria mais uma indicação por “Fogueira da Paixão / Possessed”. Este repete consideravelmente a fórmula do primeiro, contando, inclusive, com uma filha ingrata e ciumenta de alta periculosidade (que nem era dela). A semelhança é tanta que a edição de 2009 de “1001 filmes que você deveria ver antes de morrer” apresenta uma imagem de Joan, de vestido florido e empunhando uma arma, como pertencente a “Alma em Suplício”, quando, na verdade, faz parte de “Fogueira da Paixão”!
Em meio à Grande Depressão, Mildred Pierce, uma mulher divorciada, mãe de duas filhas, tenta encontrar o caminho para o sucesso financeiro ao mesmo tempo em que deve lidar com a problemática filha mais velha, Veda (Ann Blyth) que dá mais trabalho mas também com quem Mildred gasta mais energia, a fim de agradá-la. No entanto, Veda apenas deseja conseguir uma forma fácil de enriquecer.
Na cidade de Chicago, Louise vagueia sem rumo. Ela é recolhida para uma instituição psiquiátrica e conta sua trajetória enquanto está sob o efeito de medicamentos. Ela tinha sido contratada para ser enfermeira na casa de David (Van Heflin), por quem desenvolve um sentimento destrutivo. Ela então se casa com Dean (Raymond Massey). Apesar dos esforços para conquistar seu afeto, Louise consegue apenas despertar o ódio da enteada, Carol (Geraldine Brooks), que se envolve com David.
Em nenhum dos dois casos Joan foi a primeira escolha: em 1945, o papel de Mildred iria inicialmente para Ann Sheridan, e Joan teve de fazer um teste na Warner Brothers para conseguir o papel. O diretor Michael Curtiz tinha algumas ressalvas em relação a ela, pois acreditava que a atriz de gênio difícil já tinha passado de seu melhor momento. No mesmo filme, a primeira opção para interpretar Veda era Shirley Temple, eternamente fofa; e Ann Rutherford também mostrou interesse pelo papel. Foi Joan que indicou Ann Blyth e ajudou a jovem atriz em seu teste. Em 1947, ironicamente, o estúdio desejava que Bette Davis interpretasse Louise, mas ela saiu de licença-maternidade e deixou o caminho livre para Joan brilhar mais uma vez.
Em ambos os filmes, as personagens de Joan se vêem traídas por duas pessoas por quem tinham carinho: seu amado cafajeste e uma garota mimada que ela tenta agradar. Os dois filmes noir, inseridos neste gênero muito mais pela atmosfera bicromática que pelos elementos do enredo, garantiram a Joan indicações para o Oscar e um retorno às telas em grande estilo. Ela não compareceu à cerimônia de premiação, mas logo que ficou sabendo que havia ganhado a estatueta, chamou a imprensa em sua casa e fez um discurso de agradecimento. Estes dois papéis podem ter sido parecidos e previsíveis, mas Miss Crawford nunca perde a capacidade de nos surpreender.
Joan Crawford era uma baita atriz! Adoro ela! Adorei seu post de hoje! Estou louca para assistir Almas em Suplício. Você soube que teve uma nova versão né? Só que com a Kate Winslet e a Evan Rachel Wood. Beijos!
ReplyDeleteEla era excelente:)Os teus posts são sempre muito bons:) Continua
ReplyDeleteOi Lê.
ReplyDeleteJoan era uma ótima atriz, não há dúvidas disso.
O filme Almas em Suplício esta em cartaz no Blog Tela Prateada e cenas de Fogueira esta no Blog O Falcão Maltês, é Joan Crawford para todos os lados.
Enfim, parabéns pelo ótimo post, como sempre,
Abração
Joan Crawford é uma das minhas atrizes preferidas. Almas em Suplício é um ótimo filme, no entanto,o meu preferido dela continua sendo O Que terá acontecido a Baby Jane? Ela está ótima.
ReplyDeleteOiêêê... Lê!
ReplyDeleteSeu blog é um encanto!
Obrigada pela visitinha!!!
Bjs!!!
Parabéns, Lê! Ótima comparação.
ReplyDeleteUm abraço
Dani
A Barbara Stanwyck fez de tudo para estrelar ALMAS EM SUPLICIO, mas não funcionou. Eu gosto muito mais de FOGUEIRA DA PAIXÃO.
ReplyDeleteO Falcão Maltês
Ótima lembranças... Joan consegue exalar detalhes diferenciados em cada uma das interpretações!
ReplyDelete;D
Um grande filme noir e com uma estrela no máximo de sua potência. Alma em Suplício, me parece, é um filme sobre uma mulher comum atropelada pelos exageros da sociedade. Abs cinemavelho.com
ReplyDeleteActriz lendária, mas prefiro a irmã!
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