E chegamos ao último
post do ano. Foi um ano um pouco mais calmo no blog que ano passado: 64
postagens, contra 75 de 2011. De fato, foram um ou dois artigos por semana, ao
contrário de um ano que teve até três assuntos comentados em menos de sete
dias. Engana-se quem pensa que isso significou menos trabalho para mim: em 2012
me engajei no lançamento de mais um livro e somei à minha coluna quinzenal no
Leia Literatura uma coluna semanal no Antes que Ordinárias e outra mensal no
Filmes e Games, além de uma participação interrompida no Red Apple Pin-Ups, que
eu espero que volte com força total em 2013. E aproveito para agradecer a todos
que apreciam meu blog e votaram por ele no Top Blog. Foi uma grata surpresa
ficar entre o Top 100, o que mostra que eu estou no caminho certo!
As cinebiografias,
que muito me agradam, estiveram presentes em títulos como “O segredo de Beethoven / Copying Beethoven” (2006), um tanto
fantasiosa; “As aventuras de Omar
Khayyam / The life, loves and adventures of Omar Khayyam” (1957) e “Tico-tico no fubá” (1952), sobre o
compositor Zequinha de Abreu.
Mas como Reveillon
não é Dia de Ação de Graças, não vou ficar enumerando as coisas boas de 2012,
mas sim relembrar, com a ajuda da fiel agenda em que anoto os filmes vistos,
algumas produções maravilhosas. Alerto que deixo de lado excelentes escolhas
como “Tarde Demais / The Heiress” (1948)
e “A montanha dos sete abutres / Ace in
the Hole” (1951) porque são filmes “óbvios”. Cito aqui algumas pérolas que,
se eu não tivesse curiosidade e tempo livre, poderia ter deixado de assistir,
uma vez que não são filmes essenciais ou muito comentados.
Onde eu anotei os filmes de 2012 |
Começo confessando
que entre minhas resoluções de Ano Novo estava assistir a mais faroestes e
filmes mudos. Não consegui matar dois coelhos com um tiro só e assistir a
faroestes mudos, embora saiba que eles existam. Mesmo assim, creio que me saí
bem: vi 17 filmes silenciosos, incluindo a restauração de “The White Shadow” (1924). Entre os filmes mudos, tenho de destacar
“O último comando” (1928), uma
maravilhosa produção com Emil Jannings, Evelyn Brent e William Powell sobre um
velho comandante das tropas do czar que, após a Revolução Russa, vai trabalhar
em Hollywood como extra e reencontra um homem que ele havia torturado e agora é
diretor de cinema. Simplesmente um espetáculo comovente, que foi escolhido um
dos 100 melhores filmes da história pela revista Time.
Os faroestes foram em
maior número: 26. Preciso destacar “Nas
Trilhas da Aventura / The Hallelujah Trail (1965), “El Dorado” (1966) e “O Rio
da Aventura / The Big Sky” (1952). Como se não bastasse, vi quatro filmes
com Sherlock Holmes no papel principal e três com 007.
Outro hábito que
adquiri em 2012 foi assistir a filmes nacionais, contando com uma ajudinha da
TV Justiça, que todas as sextas exibe a Sessão Cinemateca na faixa das 21
horas. Foi através dessa sessão que fiquei íntima de Oscarito e apreciei o
talento de Grande Otelo. No entanto, o filme que mais me chamou a atenção foi “Na Senda do Crime” (1954), que em
muito lembra o policial “Força do Mal”, feito seis anos antes e estrelado por
John Garfield. Mais um filme nacional interessante, esse uma dica para os
amantes de história, é “Rebelião em Vila
Rica” (1957), que retrata um movimento estudantil muito semelhante à
Inconfidência Mineira.
Alguns filmes de
chorar de rir foram “Anáguas à Bordo /
Operation Petticoat” (1959), “A corrida do século / The Great Race” (1965), “O Magnífico” (1973) e “O irmão mais
esperto de Sherlock Holmes / The adventure of Sherlock Holmes’s Smarter
Brother” (1975). Bergman me surpreendeu com sua curiosa comédia “Para não falar de todas essas mulheres”
(1964) e Truffaut, com os adoráveis “O
quarto verde” (1978) e “Domicílio
Conjugal” (1973). Como nem tudo é diversão, vi também filmes de terror,
como “A Múmia” (1932) e “O homem invisível” (1933), curiosos
mas não muito assustadores.
Reconhece Claude Rains em "O Homem Invisível"? |
2012 foi o ano em que
eu passei a dar maior atenção a Barbara Stanwyck, Tyrone Power, Harold Lloyd,
Jack Lemmon, Montgomery Clift, Claude Rains, James Mason e Lon Chaney. O ano em que conheci pessoas muito
bacanas no Twitter, Tumblr e Facebook que, não importa há quanto tempo são fãs
de cinema clássico, sempre têm um bom filme desconhecido a indicar. Ufa! 2012
foi um ano cheio de trabalho, bons filmes e bons momentos. 2013 já começará com
novidades aqui no blog. Conto com vocês, leitores, para fazermos mais um ano
inesquecível para a comunidade do cinema clássico. Aguardem!