} Crítica Retrô: Adorável Vagabundo / Meet John Doe (1941)

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Thursday, May 1, 2014

Adorável Vagabundo / Meet John Doe (1941)

Os créditos rolam com uma trilha sonora composta de músicas muito populares, conhecidas pelo público da época e também por quem tem costume de ver filmes antigos. O filme começa com a troca da placa do jornal “The Bulletin”. São apagadas as palavras “imprensa livre”: o jornal passa a se chamar “The New Bulletin” e vários funcionários são demitidos. O editor quer grandes furos, reportagens realmente explosivas. Uma das demitidas é Ann Mitchell (Barbara Stanwyck), que antes de sair entrega a seu chefe o explosivo que ele queria: a notícia sobre a carta de John Doe, um trabalhador indignado com o rumo que o mundo está tomando.

The credits roll accompanied by very popular songs – you'll recognize them if you are used to watching old movies. The film starts as the newspaper “The Bulletin” has its plaque replaced. The words “free press” are erased: the newspaper is now called “The New Bulletin” and several employees are fired. The editor wants big scoops, news that will shake the world. One of the fired employees is Ann Mitchell (Barbara Stanwyck), who, before leaving, delivers to her boss the big scoop he wanted: the news about John Doe's letter – John Doe is a working man who is mad about the current events.


Mas John Doe não existe. Quando a figura começa a fazer grande sucesso, Ann é recontratada e, junto com os chefões do jornal, cria uma farsa, contratando um falso John Doe que protesta contra o estado atual da civilização e que promete cometer suicídio na prefeitura no dia de Natal. O contratado é Long John Willoughby (Gary Cooper), um aspirante a jogador de baseball que precisa desesperadamente de dinheiro. Ele tem como companhia o amigo “Colonel” (Walter Brennan), que não gosta da ideia de John Doe e que concorda que a carreira no baseball de Long John pode ser prejudicada se a farsa jornalística for longe demais.

However, John Doe doesn't exist. When he becomes a big success, Ann is hired again and, with the newspaper bosses, she creates a fake story, hiring a fake John Doe to protest against the current state of civilization and to say that he'll commit suicide at the city hall on Christmas Day. The guy hired for the farce is Long John Willoughby (Gary Cooper) a wannabe baseball player who desperatly needs money. He has as a companion his friend Colonel (Walter Brennan), who doesn't like the John Doe idea and who thinks that Long John's baseball career may be harmed if the newspaper farce goes too far.



Ann usa os diários do pai para criar o discurso de John Doe, que prega o princípio de ser um bom vizinho e ajudar o próximo. Obviamente, uma hora ou outra os políticos se aproveitam da popularidade de John Doe para usá-lo em suas campanhas. 

Ann uses her father's diaries to create John Doe's speech, one that defends the principle of being a good neighbor and helping thy next. Obviously, sooner or later the politicians decide to use John Doe's popularity and make him a campaign asset.


Só esta breve descrição já mostra como o roteiro é sensacional. Aliás, eu acredito que se “Adorável Vagabundo” tivesse estreado em outro ano, ficaria com o Oscar de Melhor Roteiro (é inegável que o prêmio em 1941 foi merecidamente entregue a “Cidadão Kane”). O responsável pelas pérolas de sabedoria que saem das bocas dos personagens é Robert Riskin, colaborador constante de Capra e seu sócio em novas empreitadas após o fim do contrato com a Columbia. Mas Riskin não recebe todos os méritos: o final do filme foi sugerido por um espectador presente em uma exibição de teste, já que Capra havia visualizado vários finais e não conseguia se decidir. Mesmo tendo concordado com o espectador, Capra não ficou feliz, e anos depois ainda diria que o filme poderia ter outro final melhor (qual?).

With this brief synopsis you can imagine how great the script is, can't you? By the way, I believe that, if “Meet John Doe” had been released in another year, it would have got the Best Screenplay Oscar (because we can't deny thaty, in 1941, “Citizen Kane” deserved the award). The one responsible for the many witty quotes is Robert Riskin, Capra's constant collaborator and partner in new adventures after his contract with Columbia ended. But Riskin doesn't receive all the praise: the ending was suggested by a viewer who was at a test screening, because Capra had imagined several endings and couldn't make up his mind. He agreed with the viewer, but wasn't completely happy – years later, Capra would still say that the film could have had a better ending... but how?



Mas cadê a comédia romântica? Bem, fica óbvio que Ann e John vão se apaixonar, mas na maior parte do tempo Ann se deixa seduzir pelos casacos de pele e braceletes de diamante que ganha. A cena mais romanticamente atrapalhada é quando John conta sobre um sonho que teve, no qual impedia Ann de se casar (não vou contar o que ele diz, e talvez até ficaria um pouco confuso se eu tentasse, mas acreditem: é ver para crer no sonho!). A simplicidade fofa de John, o bobo apaixonado, fica óbvia neste momento.

Hey, where is the romantic comedy in all of this? Well, it's obvious that Ann and John will fall in love, but Ann is more easily seduced by the bracelets and fur coats that she gets. The most romantic and clumsy scene happens when John is telling about a dream he head, in which he prevents Ann from getting married – I won't spoil this for you, just go there and see. John's cute simplicity, one of a fool in love, is obvious in this moment.

Walter Brennan, como sempre, rouba a cena. Seu personagem, o cético “Colonel”, é o mais divertido e sempre está tentando convencer John a desistir do trato antes que seja tarde. Gary Cooper tem mais destaque que Barbara Stanwyck, embora seja mágico vê-la nas cenas tristes, com os olhos marejados. Cooper aceitou fazer o filme sem ler o roteiro porque, além de ter tido uma boa experiência com Capra em “O galante Mr. Deeds / Mr Deeds goes to town” (1936), ele queria muito trabalhar com Stanwyck. No outro filme que eles fizeram juntos, o adorável “Bola de Fogo / Ball of Fire” (1942), é Barbara que tem mais destaque com sua espevitada Sugarpuss O’Shea.

Walter Brennan is a scene-stealer, as always. He character, the skeptic Colonel, is the funniest of them all and is always trying to convince John to back up on the deal before it's too late. Gary Cooper has more importance to the story than Barbara Stanwyck, but it's magic to see her in the saddest scenes, with her eyes full of water. Cooper accepted to make the film without reading the script because, besides having a good previous experience with Capra on the set of “Mr Deeds goes to town” (1936), he really wanted to waork with Stanwyck. On the other film they did together, “Ball of Fire” (1942), Barbara is the top player as the fesity Sugarpuss O'Shea.  


Aqui o tema do homem comum de Capra é elevado à centésima potência, pois é este homem que John Doe personifica. Antes de seu discurso no rádio, essa imagem de homem comum é reforçada pela mídia quando tiram fotos dele com uma moça eleita “a garota comum” e também com dois anões (“they’re the little people!”).

Here, the “common man” theme Capra explored is multiplied by a hundred, because this is the man that John Doe personifies. Before his radio speech, this common man image is reinforced by the media when they take picutres of him with a lady elected “the common girl” and also with two midgets (“they're the little people!”).


A maioria dos grandes magnatas de Hollywood chegou ao país sem recurso algum, e batalhou para alcançar o sucesso. Foi assim com Frank Capra. Foi assim com Stanwyck e Cooper, que não eram imigrantes, mas tiveram de lutar por seu lugar ao sol. É assim com todos nós, anônimos que querem seu espaço, que querem deixar sua marca no mundo. Somos todos John Doe.

Most moguls in Hollywood arrived in the country without resources, and fought to achieve success. The same happened to Frank Capra. The same happened to Stanwyck and Cooper, who weren't immigrants, but had to fight for a place in the sun. The same happens to all of us, anonymous people who want to leave a mark in the world. We're all John Doe.

This is my contribution to the Romantic Comedy Blogathon, hosted by Lara at Backlots and Vince at Carole & Co.

12 comments:

  1. esses eu não vi. beijos, pedrita

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  2. Well I finally did it...this thing let say something. I watched the film on DVD and I loved it. Mostly Walter Brennan. I thought he was great. And after reading the translation this post too.

    As for the Peter Lorre post I've only seen two films of his - The Raven, and Voyage To The Bottom Of The Sea. He was great in The Raven where he played off of Vincent Price, and Boris Karloff. He ad-libbed most of his lines

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  3. Maravilha amei
    Beijos
    http://pinagirlscris.blogspot.com

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  4. I'm so glad you chose this film. I ADORE "Meet John Doe". Gary Cooper and Barbara Stanwyck are perfect in their roles. Great choice for the blogathon!

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  5. A love story that makes you think. The script and the performances in this movie are achingly fine. One of Capra's finest movies.

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  6. Great review of a great movie!

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  7. Entrei em uma fase que quero ver filmes antigos, nunca vi muito antifos, entaum a recem começando, vi primeiro o POderoso Chefão e agora quero ver Bonequinha de Luxo, vou anotar a sua dica, parece legal! ^^

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  8. It's certainly unfortunate that this missed out on the screenplay Oscar as this is an oft-overlooked classic (I'm not suggesting it should've beat Citizen Kane, they just should've checked the release schedule ;) Stanwyck has been a popular choice for this blogathon, and not without merit.

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  9. One of my fave Capra movies, with that great pair of actors and excellent support, you did them all justice with a nice post

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  10. Amei amei a história, parece excelente!
    Gosto muito do Cary Grant. Vou colocar na listinha!
    Beijos!

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  11. For some reason, I had trouble figuring out this comment feature earlier.:( This is one of my favorite films. Stanwyck is amazing in it, and the darker tone really suits the subject matter. Thanks so much for a great post. Leah

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  12. Gostaria de saber porque não tem o discurso que é maravilhoso mudou a maneira de pensar de uma nação

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