Os cinéfilos americanos e europeus têm muitas vantagens: além de poderem
ver alguns clássicos na tela grande, eles podem visitar os locais onde foram
gravadas cenas antológicas: a praia havaiana onde Deborah Kerr e Burt Lancaster
se amaram loucamente em “A um Passo da Eternidade / From Here to Eternity”
(1953), o Empire State, ponto de encontro de Cary Grant e Deborah Kerr em
“Tarde Demais para Esquecer / An Affair to Remember” (1957) ou a Fontana di
Trevi, lugar do banho noturno de Anita Ekberg em “A Doce Vida” (1960).
Mas e quem mora no interior do Brasil? Bem, aqui em Poços de Caldas (sul
de Minas Gerais) há também algumas conexões interessantes com o mundo do
cinema. Não, a cidade nunca foi cenário de filme, mas sim de duas novelas:
“Livre para Voar”, exibida no horário das seis em 1984, e Alto Astral,
atualmente no horário das sete e trinta. O mais perto que as câmeras de cinema
chegaram foi Vargem Grande do Sul, pequena cidade próxima em que foi gravado o
filme brasileiro mais importante dos anos 50, “O Cangaceiro” (1953).
Voltando 70 ou 80 anos no tempo, descobrimos que Poços de Caldas era uma
cidade muito famosa por seus cassinos. Nos cassinos podíamos encontrar sempre o
então presidente Getúlio Vargas (que governou de 1930 a 1945 e de novo entre
1950 e 1954). Nesta mesma época, nossa Rádio Cultura recebia Carmen Miranda,
Aurora Miranda, Ary Barroso, Francisco Alves, Marília Batista, Sílvio Caldas
etc.
Getúlio Vargas no balanço |
Carmen Miranda e o Bando da Lua |
Alguns anos antes (entre as décadas de 1910 e 1930), a cidade foi
visitada também por grandes nomes do cenário político e artístico brasileiro,
como Ruy Barbosa, Santos Dumont, Mário de Andrade e João do Rio (que escreveu
um romance epistolar sobre a cidade). Com a proibição dos cassinos em 1946, a
cidade teve de buscar outras fontes de renda e outros chamarizes para os
turistas.
Alguém, algum dia, percebeu que o Palace Hotel (cuja fachada representa o
Hospital Bittencourt na novela Alto Astral) se parece internamente com o
Overlook Hotel. Sim, aquele hotel assombrado de “O Iluminado” (1980). O Palace
Hotel foi inaugurado em 1925, reformado e reinaugurado em 1931. A principal
semelhança entre o Palace e o Overlook Hotel são os corredores largos com
carpete.
Veja algumas fotos dos corredores do salão. Infelizmente, não encontrei
fotos dos corredores dos quartos. Entretanto, eu precisaria de uma câmera, um
garotinho num triciclo, gêmeas assustadoras e um bocado de coragem para fazer
as fotos que dessem uma real noção do Overlook Hotel brasileiro.
This is my contribution to the My Hometown Blogathon, hosted by Caz at Let's Go to the Movies :)
é muito bom ver ao vivo cenários de filmes. beijos, pedrita
ReplyDeleteQue legal saber mais sobre a sua cidade. Nunca fui a Minas, mas tenho uma vontade imensa de conhecer.
ReplyDeleteMinha cidade era rica na Era do Charque, aqui no Sul. Tem teatros lindos e um centro histórico maravilindo....pena que os governantes não dão bola...
Beijos <3
Le, querida, adorei! Gostaria de me hospedar neste hotel... Voce sabia que Marília vive aí, em Pocos de Caldas????
ReplyDeleteQue legal, Lê! Não sabia desses fatos sobre Poços de Caldas! É super legal quando a gente pode ver de perto as locações né? Aqui em Juiz de Fora foi gravado o filme Zuzu Angel e utilizaram vários pontos conhecidos, mas é incrível como no filme passaram totalmente despercebidos hahaha Acho que eu mesma não sei identificar quais são!
ReplyDelete:*
Minas em Voga, AMEI o post, não sabia que você é mineira Iza, somos conterrâneas então ♥
ReplyDeleteAriadne
De volta ao retrô | Twitter | Facebook | Instagram