Eu uso qualquer
desculpa para ver mais filmes. Se for possível ver muitos filmes, aprender um
bocado e ainda conseguir um certificado (com honras!!!) de uma universidade
internacional, pode ter certeza de que eu aproveitarei a chance. E de fato fiz
isso, através do curso Scandinavian Film & TV, oferecido pela Universidade
de Copenhagen no portal Coursera. E eu não poderia ter ficado mais feliz com o
resultado.
Logo no começo pude
aprender mais sobre meu período favorito: o cinema mudo dos países escandinavos
(Suécia, Noruega, Finlândia e Dinamarca). Os primeiros filmes foram
apresentados nestes países em 1896 e o cinema mudo dinamarquês e sueco tinham
grande destaque na década de 1910... até a UFA, produtora e distribuidora
alemã, monopolizar o mercado europeu.
Os grandes mestres
escandinavos mereciam um tópico só deles, e por isso estudamos Carl Theodor
Dreyer (cujo nome aprendi a pronunciar com um sotaque autêntico) e Ingmar
Bergman separadamente. Na vez de Dreyer, pude me encantar com seu primeiro
longa-metragem, o fantástico “O Presidente” de 1919. Bergman e eu somos velhos
conhecidos! Tanto Dreyer quanto Bergman filmavam as chamadas “chamber plays”: histórias que se
passavam em cenários restritos (muitas vezes até desérticos) e com poucos
personagens. É o drama psicológico à moda sueca.
Você tem medo de
filmes antigos? Quer saber mais sobre Lars Von Trier e sua “Ninfomaníaca”? Não
se preocupe: boa parte do curso é dedicada à nova onda de bons filmes
dinamarqueses, incluindo ganhadores do Oscar, mulheres diretoras e o homem que
hoje é Hannibal Lecter na TV. Há também tópicos como a “New Wave escandinava” e
o polêmico e curioso Dogma 95 (manual de regras para ser levado a sério ou
apenas uma jogada de marketing para atrair atenção para o cinema escandinavo?).
Algo muito
interessante e curioso neste curso é que cada tópico tem um professor diferente
(quando eu fiz o curso, em 2014, eram 10 temas em 10 semanas. Em 2015 o curso
foi oferecido novamente com os mesmos 10 temas, mas condensados em cinco
semanas). É como assistir semanalmente a pequenas lições com palestrantes
distintos. Essa foi a primeira e única vez que isso aconteceu em um curso
online que eu fiz até agora.
O curso acabou e eu
consegui um certificado (com honras!!!) e ainda aumentei minha lista de filmes
que quero ver (Asta Nielsen dos anos 1910, você é a próxima). Para conseguir o
certificado, foi necessário fazer alguns teste fáceis de múltipla escolha e
dois textos, um sobre o filme “A Palavra / Ordet”, de Dreyer, e outro sobre as
causas do recente sucesso de séries de TV escandinavas em outros países.
Claro que nem todo
mundo queria receber um certificado. É também possível se matricular e ver as
lições apenas de um tema que mais lhe interesse. E é esse caráter democrático que mais me
fascina nos cursos online de cinema.
Por falar nisso, em 1º
de junho começa o curso “Into the Darkness: Investigating Film Noir”. O canal
TCM apoia o curso e, além de mim, dezenas de amigos meus da internet vão fazer
o curso. E aí, nos encontramos na sala de aula?
eu tb procuro sempre estudar. beijos, pedrita
ReplyDeleteQue legal! esses cursos online sempre são uma boa, principalmente para quem quer se manter atualizado. Parabéns pela dedicação!
ReplyDeleteMuito obrigada pela dica, confesso que não havia passado pela minha mente estudar o cinema escandinavo antes. O Dryer me encantou perdidamente com "A Paixão de Joana D'Arc" (a interpretação da Renée Falconetti foi possivelmente a maior já vista em película). Bergman e eu também somos velhos conhecidos! Procurarei saber mais.
ReplyDeleteBeijos,
Rafaella.
Bacana a dica principalmente para quem esta escrevendo sobre cinema.
ReplyDeleteBeijos
cherrycriis.blogspot.com
Ai, Lê, adoro essas suas dicas! Uma amiga minha fez esse curso também, acredita? Vou conversar com ela sobre! Esses cursos online são uma preciosidade mesmo porque sempre rolam uns temas assim diferentes que as vezes são de difícil acesso. Vou olhar esse do film noir. Se eu animar a fazer, te aviso!
ReplyDeleteBeijo!