Você já imaginou como um grande filme da história
do cinema seria se pertencesse a outro gênero? Por exemplo: e se “A Malvada /
All About Eve” (1950) fosse uma comédia? Bem, neste caso nem precisa imaginar:
“No Entardecer da Vida / Forever Female” (1953) tem muitos pontos em comum com
a obra-prima dos bastidores do teatro!
A última peça de Beatrice Page (Ginger Rogers)
foi duramente criticada, mas a atriz foi descrita como “radiante” nos jornais.
Quem não concorda com isso é o dramaturgo Stanley Krown (William Holden), que,
quando perguntado pela própria Beatrice, diz que faltou humildade na atuação da
moça. Outra coisa que Stanley e seu agente observam é que Bea era velha demais
para interpretar uma moça de 29 anos.
A nova peça de Stanley acaba esquecida numa mesa
de restaurante, e o ex-marido e sempre produtor de Bea, Harry Phillips (Paul
Douglas) leva o texto para casa para lê-lo. Na manhã seguinte, ele decide
produzir a peça de Stanley, mas com uma condição: que o autor mude a idade de
uma das protagonistas, uma pianista de 19 anos, para 29 anos, para que assim
Bea possa interpretá-la.
Mas quem também quer o papel da jovem pianista é
Sally Carver (Pat Crowley), uma atriz iniciante que muda seu nome artístico
toda vez que seus negócios não dão certo. Sally fará de tudo para conseguir o
papel, e durante seus esforços decide disputar com Bea também o amor de
Stanley.
William Holden deveria ter aprendido que ser
dramaturgo não é fácil com “Crepúsculo dos Deuses / Sunset Boulevard” (1950). Holden
fez muito mais dramas que comédias durante sua carreira, e mesmo aqui ele é o
que tem menos falas e situações cômicas. Juntos, Ginger Rogers e Paul Douglas
são excelentes na comédia, e é uma pena que a carreira de Paul Douglas no
cinema tenha durado apenas dez anos.
Pat Crowley faz sua estreia no cinema, e por sua
atuação ganhou o Globo de Ouro de “Novata mais Promissora”, categoria extinta
em 1983. Pat, entretanto, não fez tanto sucesso na tela grande e se dedicou
mais às séries de televisão. Pat tinha 20 anos quando fez “No Entardecer da Vida
/ Forever Female” e é um excelente contraponto a Ginger Rogers, então com 42
anos. Ginger ainda está linda e radiante, mas sabemos como Hollywood e a Broadway
funcionam: depois dos 40, os papéis mínguam para as mulheres.
O que impede “No Entardecer da Vida / Forever
Female” de estar no mesmo patamar de “A Malvada / All About Eve” é a escolha de
misturar romance na história, e fazer dele o novo foco. Vez ou outra, nesta
curiosa história de amor, até torcemos por Sally e todas as suas maluquices
verdadeiramente apaixonantes.
“Forever Female” é uma grata surpresa na
filmografia de seus astros. Divertido na medida certa, sem esquecer o debate
sobre como é difícil envelhecer no show business,
é um filme do qual você pode nunca ter ouvido falar – mas que merece ser
visto.
This is my contribution to The Golden Boy Blogathon,
hosted by my friend Virginie at The Wonderful World of Cinema.
I've always loved seeing William Holden in comedies! I haven't seen this one (as a matter of fact I almost did the other day when I borrowed it at the library but finally didn't have time). I really enjoyed your lovely article. Thanks so much for your participation to the blogathon! :)
ReplyDeleteThere's a Carmen Miranda movie (she's a sencondary part in this movie) that goes on the same line ...
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