“A Mulher de Branco” me lembra de vários filmes da
década de 1940. Pode ser um tema em comum, um personagem, uma situação, um
cenário. Como eu fui capaz de fazer tantas conexões, foi com curiosidade e
surpresa que descobri que a história que deu origem ao filme foi uma das
primeiras do gênero investigativo.
“The Woman in White” reminds me of many films made in
the 1940s. It may be a common theme, a character, a situation, a set. Since I
was able to make so many connections, it was curious to know that the original
story was a pioneer in the investigation genre.
Assim como em “O Retrato de Jennie” (1948), “A
Mulher de Branco” apresenta uma mulher misteriosa que é vista por um pintor.
Ela é primeiro uma peça de um mistério, e depois uma fonte de inspiração. A
mulher misteriosa aparece perto da floresta e encontra o professor de pintura
Walter Hartright (Gig Young), que acaba de chegar à cidade. Ela desaparece
quando surge uma carruagem na estrada, e diz algumas coisas estranhas sobre
como ela finge viver na casa em que o senhor Hartright está indo trabalhar.
Like in “Portrait of Jennie” (1948), “The Woman in
White” has a mysterious woman that appears for a painter. She is first the
piece of a mystery, and second a source of inspiration. The mysterious woman
appears in the woods and meets the drawing tutor Walter Hartright (Gig Young),
who has just arrived in town. She vanishes when a carriage comes near, and says
some odd things about pretending to live in the house Mr Hartright is going to
work in.
Assim como em “Silêncio nas Trevas” (1946), o dono
da propriedade é inválido. Aqui ele é o senhor Frederick Fairlie (John Abbott),
um homem com ataques nervosos que se sente zonzo quando alguém fala alto perto
dele. Fairlie serve mais como alívio cômico. Junto com ele está sempre seu
criado, Louis, interpretado por Curtis Bois, um ator alemão cuja carreira no
cinema durou 82 anos.
Like in “The Spiral Staircase” (1946), the owner of
the house is ill and invalid. Here it is Mr Frederick Fairlie (John Abbott), a
man with weak nerves who feels dizzy if someone talks too loud. Mr Fairlie
comes across as comic relief. With him there is always his companion, Louis,
played by Curtis Bois, a German actor famous for having a career spanning 82
years.
Assim como em “O Fantasma Apaixonado” (1947), há um
clima sobrenatural desde as primeiras cenas. O senhor Hartright é contratado
para ser professor de pintura da sobrinha do senhor Fairlie, Laura (Eleanot
Parker), uma moça incrivelmente parecida com a mulher de branco que surgiu
naquela noite.
Like in “The Ghost and Mrs Muir” (1947), there is a
supernatural feeling since the beginning. Mr Hartright was hired to give
drawing lessons to Mr Fairlie's niece, Laura (Eleanor Parker), who has a
striking resemblance with the woman in white he saw that night.
Mas o que acontece na propriedade Limmeridge
naquela metade do século XIX? O senhor Fairlie está muito doente, e hospeda
agora em sua casa o conde Fosco (Sydney Greenstreet),cujo comportamento é duvidoso.
Quem cuida da casa é a prima de Laura, Marian (Alix Smith), uma moça séria que
gosta do senhor Hartright, mas não acredita quando ele conta a história da
mulher de branco. E a própria Laura também gosta do senhor Hartright, mas está
noiva de Sir Percival (John Emery).
But what happens in the Limmeridge house in that
middle of the 19th century?
Mr Fairlie is too ill, and is currently receiving the visit of Count Fosco
(Sydney Greenstreet), who has a suspicious behavior. The person who takes care
of the house is Laura's cousin, Marian (Alexis Smith), a practical girl who
likes Mr Hartright, but can't believe his story about the woman in white. And
Laura herself also likes Mr Hartright, but she is engaged to Sir Percival (John
Emery).
O que se segue é chantagem, gaslighting, intriga e
algo que pode ser tanto envenenamento – como em “Interlúdio” (1946) – ou
hipnose. Acrescentamos à propriedade Limmeridge a presença aparentemente
inofensiva de Agnes Moorehead e o que temos é um bom mistério de época – com Sydney
Greenstreet em um de seus melhores momentos.
What follows is blackmail, gaslighting, intrigue, and something
that may be poisoning – like in “Notorious” (1946) – or hypnotizing. We add to
the Limmeridge house the apparently inoffensive presence of Agnes Moorehead and
what we have is a nice period mystery – with Sydney Greenstreet in one of his
best moments.
Wilkie Collins escreveu o livro em 1860. “A Mulher
de Branco” era, assim como “Werther”, um romance epistolar, no qual a história
é contada através de cartas. O livro tem mais de 600 páginas e foi um dos
pioneiros do gênero investigativo. Mesmo Hrtright não sendo detetive, ele usa o
pensamento lógico e a espionagem para juntar as peças do quebra-cabeças – com uma
ajudinha de Marian. O livro foi adaptado para o cinema diversas vezes.
Wilkie Collins wrote the book in 1860. “The Woman in
White” was, like “Werther”, an epistolary book, in which the story is told
through letters. The book had more than 600 pages and was one of the pioneers
of the detective fiction. Although Hartright is no detective, he employs
logical thinking and snooping in order to put the pieces of the puzzle together
– with a little help from Marian. The book was adapted to the screen several
times.
Se considerarmos apenas o uso das sombras e uma
cena em particular com um candelabro, podemos chamar este filme de um noir de época.
A trilha composta por Max Steiner é fantástica, como sempre. E eu não posso
elogiar o cenário o suficiente. A atmosfera do filme é sobrenatural sem ser
nebulosa, e isto é um ponto positivo. Se há pontos negativos, eles vieram da
história original, que perde força e fica estranha em certo momento, quando se
escolhe uma saída fácil.
If we consider only the use of shadows and one
particular scene with a chandelier, we could call this film a period noir. The
score by Max Steiner is fantastic, as always. And I can't say enough good
things about the set decoration. The atmosphere of the movie is supernatural
without being foggy, and that’s quite an accomplishment. If there are let
downs, they are in the original story, that loses power and becomes odd at a certain
point, choosing an easy way out.
“A Mulher de Branco” é um dos 12 filmes que pretendo ver em 2017. Não lembro quem recomendou a película para mim, mas acredito que
tenha sido a Nitrate Diva no Twitter. De qualquer forma, eu gostei da
recomendação e agora também recomendo “A Mulher de Branco” para qualquer pessoa
que goste de cinematografia de primeira e não se importe com algumas falhas no
roteiro.
“The Woman in White” is one of the 12 new-to-me movies
I intend to watch in 2017. I don’t remember who first recommended it to me, but
I think it was Nitrate Diva on Twitter. Anyway, whoever you were, I appreciated
the recommendation and I’ll also recommend “The Woman in White” to anyone who
likes great cinematography and doesn’t care about a few plot holes.
This is my contribution to the Colours Blogathon,
hosted by Thoughts All Sorts.
Oooh...this one sounds great. Thank you for sending it my way. Going to see if I can track it down somewhere.
ReplyDeleteAnd thanks soooo much for joining my Blogathon. Much appreciated.
Have a lovely weekend,
Catherine
Eleanor Parker and Alexis Smith were two very fine leading ladies and I found it a treat to have them together in this movie. When it comes to Collins, I prefer The Moonstone. Nonetheless, he did tell a dandy story.
ReplyDeleteI found this film to be quite interesting, even though the plot isn't exactly the tightest. The performances are all solid, though, especially Eleanor Parker's. Great choice!
ReplyDeleteNão conhecia o filme, mas agora fiquei curiosa sobre.
ReplyDeleteJá vou adicionar na minha longa lista de "must see".
Como é bom poder voltar a blogosfera e ler seu blog, Lê.
Grande beijo <3