} Crítica Retrô: Um Amor de Professora (1958) / Teacher’s Pet (1958)

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Friday, April 5, 2019

Um Amor de Professora (1958) / Teacher’s Pet (1958)


Em muitos países – por exemplo, no Brasil – não é necessário ter um diploma em jornalismo para ser jornalista. Claro, há muitos colunistas convidados escrevendo em jornais, revistas e sites, e muitos mais que são chamados de jornalistas mas que aprenderam a profissão ao exercê-la todos os dias, durante muitos anos. Um homem que aprendeu jornalismo nas ruas e nas salas de redação dos jornais é o protagonista de “Um Amor de Professora” (1958), interpretado por ninguém menos que Clark Gable – fazendo par com Doris Day, o que pode soar estranho de início, mas funciona como mágica.

In many countries – like in Brazil – it's not necessary to have a degree in journalism to be a journalist. Sure, there are many guest columnists writing for newspapers, magazines and websites, and there are many more who are called journalists but who learned the profession by doing it every day, for many years. One man who learned journalism in the streets and newspapers rooms is the lead of “Teacher's Pet” (1958), played by no other than Clark Gable – in a pairing with Doris Day, which may sound odd at first, but it works like magic.


James ‘Jim’ Gannon (Clark Gable) não precisou ir para a faculdade para se tornar editor de um jornal e autoridade em seu meio. Ele diz a uma preocupada mãe de um dos aprendizes do jornal tudo o que pensa sobre estudar jornalismo na faculdade: é uma perda de tempo, porque só se aprende jornalismo fazendo jornalismo. Esta também é a razão pela qual Jim se recusa a dar uma palestra em um curso de jornalismo – uma recusa que é multiplicada por 100 quando ele descobre que o curso tem uma mulher como professora. E uma mulher que vê o jornalismo como vocação, não como negócio.

James 'Jim' Gannon (Clark Gable) didn't need to go to college to become an editor at a newspaper and an authority in his field. He tells a worried mother of one of the newspaper apprentices what he thinks about going to school to study journalism: a waste of time, because you can only learn journalism by doing it. This is also the reason why Jim refuses to give a lecture at a journalism course – a refusal that is multiplied by 100 when he learns that the course is taught by a woman. And a woman that sees journalism as a profession, while Jim sees journalism as a trade.


Mesmo protestando, Jim é obrigado pelo chefe a ir ao curso de jornalismo dar a palestra. Entretanto, uma carta raivosa de recusa escrita por ele chega antes nas mãos dela e, quando ele está na sala de aula, esperando para falar com a surpreendentemente bela professora Erica Stone (Doris Day), ela lê a carta e ridiculariza o seu conteúdo. Jim então tem uma ideia: ele irá se matricular no curso, e ensinar para a professora que jornalismo não pode ser ensinado em uma sala de aula.

No matter his protests, Jim is obligated by his boss to go to the journalism course to give the lecture. However, an angry letter he wrote arrives before him and, when he is in the classroom, patiently waiting to talk to the surprisingly pretty teacher Erica Stone (Doris Day), she reads his letter and ridicules the content. Jim then has an idea: he will enroll in the course, and teach the professor that journalism can't be taught in a classroom.


Assim Jim se matricula sob o pseudônimo Gallagher e logo se torna um aluno brilhante. Sua escrita é tão boa que Erica  decide ser sua tutora, e ele fica com ciúmes quando ela não pode orientá-lo todas as noites devido aos seus encontros com o renomado psicólogo Dr Hugo Pine (Gig Young). Mesmo quando a verdade sobre a identidade de Jim / Gallagher vem à tona, nada sai como esperado.

So Jim enrolls under the name of Gallagher and soon becomes a stellar student. His writing is so good that Erica decides to tutor him personally, and he gets jealous when she isn't able to tutor him every night because of her meetings with the reputed psychologist Dr Hugo Pine (Gig Young). Even when the truth is told about Jim's / Gallagher's identity, nothing comes as expected.


Clark Gable nunca esteve tão expressivo quanto em “Um Amor de Professora”. Como Hugo, Gig Young não é apenas um rival para Jim, mas também um sabe-tudo – que também dança mambo – que mexe com a confiança de Jim. Mamie van Doren tem um pequeno papel como Peggy, uma cantora que é amiga de Jim, e infelizmente é retratada como uma loira burra para arrancar risadas.

Clark Gable is at his most expressive in “Teacher's Pet”. As Hugo, Gig Young is not only a rival in love to Jim, but also a know-it-all – who also dances mambo – and undermines Jim's confidence. Mamie van Doren has a small role as Peggy, a singer who is a friend of Jim's, and unfortunately is portrayed as a dumb blonde for laughs.


Doris Day e Clark Gable têm uma boa química? Bem, não tenho certeza se ‘química’ é a palavra correta aqui. Doris e seu parceiro e amigo Rock Hudson certamente tinham química, e em alguns filmes eles inclusive usaram a situação de confusão de identidades que é explorada também em “Um Amor de Professora”, mas o que ela mostra com Gable é diferente: o personagem dele está sexualmente atraído por ela, enquanto ela é relutante quanto às investidas dele.

Do Doris Day and Clark Gable have a good chemistry? Well, I don't know if 'chemistry' is the right word here. Doris and her constant partner and friend Rock Hudson certainly had chemistry, and in some movies they even played the situation of mistaken identities explored in “Teacher's Pet”, but what she shows here with Gable is different: his character is lusting over her, while she is reluctant to his acts.


“Um Amor de Professora” foi escrito pela dupla de marido e esposa Michael Kanin e Fay Kanin – o irmão mais novo de Michael é o roteirista Garson Kanin, que por sua vez foi casado com a atriz Ruth Gordon. Graças aos Kanin, “Um Amor de Professora” é muito engraçado, em especial quando Gig Young aparece em cena.

“Teacher's Pet” was written by the husband and wife duo Michael Kanin and Fay Kanin – Michael's younger brother is the more famous screenwriter Garson Kanin, who by his turn was married to actress Ruth Gordon. Thanks to the Kanins, “Teacher’s Pet” is very funny, in special whenever Gig Young was on screen.


Mesmo não gostando de remakes, eu adoraria ver uma versão de “Um Amor de Professora” com os gêneros dos protagonistas trocados. Obviamente, com as redes sociais que temos hoje, seria quase impossível que um professor não conhecesse o rosto de um jornalista que foi convidado a dar palestra para sua turma, mas eu acredito que algum truque poderia ser usado para fazer a história funcionar – com uma jornalista disfarçada, querendo ensinar uma lição a um professor, mudando completamente o visual para se passar por aluna, por exemplo. Mudar os gêneros dos protagonistas certamente criaria novas e interessantes dinâmicas.

As much as I don't like remakes, I'd love to see a gender-bent version of “Teacher's Pet”. Of course, today with social media, it'd be nearly impossible for a teacher to not know the face of a journalist who was invited to give a lecture to their class, but I imagine that some trick could be used to make the plot work – with the undercover female journalist, wanting to teach a lesson to a male teacher, changing her whole look before enrolling in his class, for instance. Bending the genders of the leads certainly would create new and interesting dynamics and situations.


Além de ser um filme delicioso, apesar de pouco conhecido, “Um Amor de Professora” traz um bom debate sobre conhecimento, educação, experiência e sabedoria, e nos ensina que o mais importante é saber equilibrar tudo isso.

Besides being a delightful, yet little know film, “Teacher's Pet” brings a nice debate about knowledge, education, experience and wisdom, and teaches us that the most important thing is balancing all that.

This is my contribution to the Third Doris Day blogathon, hosted by Michaela at Love Letters to Old Hollywood.


4 comments:

  1. Ooh yes, this would be perfect for a remake!

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  2. I haven't seen Teacher's Pet in years and have forgotten what fun it is, and how thoughtful at the same time. I love your idea of switching things up for a re-do. All it needs is the proper writer.

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  3. Ooh – I like the idea of switching roles in an updated version. That could be a lot of fun.

    I've never seen this film, but I hear a lot of people saying Clark Gable was too old for this role. Do you think he was too old?

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  4. This is such a good film. I think the script is so smart, especially in the way it juggles this debate of experience versus education. Day and Gable do make for an odd couple, but I think they're great together.

    Thanks for contributing this wonderful review to my blogathon!

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