Em muitos
países – por exemplo, no Brasil – não é necessário ter um diploma em jornalismo
para ser jornalista. Claro, há muitos colunistas convidados escrevendo em
jornais, revistas e sites, e muitos mais que são chamados de jornalistas mas
que aprenderam a profissão ao exercê-la todos os dias, durante muitos anos. Um
homem que aprendeu jornalismo nas ruas e nas salas de redação dos jornais é o
protagonista de “Um Amor de Professora” (1958), interpretado por ninguém menos
que Clark Gable – fazendo par com Doris Day, o que pode soar estranho de início,
mas funciona como mágica.
In many countries
– like in Brazil – it's not necessary to have a degree in journalism to be a
journalist. Sure, there are many guest columnists writing for newspapers,
magazines and websites, and there are many more who are called journalists but
who learned the profession by doing it every day, for many years. One man who
learned journalism in the streets and newspapers rooms is the lead of
“Teacher's Pet” (1958), played by no other than Clark Gable – in a pairing with
Doris Day, which may sound odd at first, but it works like magic.
James ‘Jim’
Gannon (Clark Gable) não precisou ir para a faculdade para se tornar editor de
um jornal e autoridade em seu meio. Ele diz a uma preocupada mãe de um dos
aprendizes do jornal tudo o que pensa sobre estudar jornalismo na faculdade: é
uma perda de tempo, porque só se aprende jornalismo fazendo jornalismo. Esta
também é a razão pela qual Jim se recusa a dar uma palestra em um curso de
jornalismo – uma recusa que é multiplicada por 100 quando ele descobre que o
curso tem uma mulher como professora. E uma mulher que vê o jornalismo como
vocação, não como negócio.
James 'Jim'
Gannon (Clark Gable) didn't need to go to college to become an editor at a
newspaper and an authority in his field. He tells a worried mother of one of
the newspaper apprentices what he thinks about going to school to study journalism:
a waste of time, because you can only learn journalism by doing it. This is
also the reason why Jim refuses to give a lecture at a journalism course – a
refusal that is multiplied by 100 when he learns that the course is taught by a
woman. And a woman that sees journalism as a profession, while Jim sees
journalism as a trade.
Mesmo
protestando, Jim é obrigado pelo chefe a ir ao curso de jornalismo dar a
palestra. Entretanto, uma carta raivosa de recusa escrita por ele chega antes
nas mãos dela e, quando ele está na sala de aula, esperando para falar com a
surpreendentemente bela professora Erica Stone (Doris Day), ela lê a carta e
ridiculariza o seu conteúdo. Jim então tem uma ideia: ele irá se matricular no
curso, e ensinar para a professora que jornalismo não pode ser ensinado em uma
sala de aula.
No matter his
protests, Jim is obligated by his boss to go to the journalism course to give
the lecture. However, an angry letter he wrote arrives before him and, when he
is in the classroom, patiently waiting to talk to the surprisingly pretty
teacher Erica Stone (Doris Day), she reads his letter and ridicules the
content. Jim then has an idea: he will enroll in the course, and teach the
professor that journalism can't be taught in a classroom.
Assim Jim
se matricula sob o pseudônimo Gallagher e logo se torna um aluno brilhante. Sua
escrita é tão boa que Erica decide ser
sua tutora, e ele fica com ciúmes quando ela não pode orientá-lo todas as
noites devido aos seus encontros com o renomado psicólogo Dr Hugo Pine (Gig Young).
Mesmo quando a verdade sobre a identidade de Jim / Gallagher vem à tona, nada
sai como esperado.
So Jim
enrolls under the name of Gallagher and soon becomes a stellar student. His writing
is so good that Erica decides to tutor him personally, and he gets jealous when
she isn't able to tutor him every night because of her meetings with the reputed
psychologist Dr Hugo Pine (Gig Young). Even when the truth is told about Jim's
/ Gallagher's identity, nothing comes as expected.
Clark Gable
nunca esteve tão expressivo quanto em “Um Amor de Professora”. Como Hugo, Gig
Young não é apenas um rival para Jim, mas também um sabe-tudo – que também
dança mambo – que mexe com a confiança de Jim. Mamie van Doren tem um pequeno
papel como Peggy, uma cantora que é amiga de Jim, e infelizmente é retratada
como uma loira burra para arrancar risadas.
Clark Gable
is at his most expressive in “Teacher's Pet”. As Hugo, Gig Young is not only a
rival in love to Jim, but also a know-it-all – who also dances mambo – and
undermines Jim's confidence. Mamie van Doren has a small role as Peggy, a
singer who is a friend of Jim's, and unfortunately is portrayed as a dumb
blonde for laughs.
Doris Day
e Clark Gable têm uma boa química? Bem, não tenho certeza se ‘química’ é a
palavra correta aqui. Doris e seu parceiro e amigo Rock Hudson certamente
tinham química, e em alguns filmes eles inclusive usaram a situação de confusão
de identidades que é explorada também em “Um Amor de Professora”, mas o que ela
mostra com Gable é diferente: o personagem dele está sexualmente atraído por
ela, enquanto ela é relutante quanto às investidas dele.
Do Doris Day
and Clark Gable have a good chemistry? Well, I don't know if 'chemistry' is the
right word here. Doris and her constant partner and friend Rock Hudson
certainly had chemistry, and in some movies they even played the situation of
mistaken identities explored in “Teacher's Pet”, but what she shows here with
Gable is different: his character is lusting over her, while she is reluctant
to his acts.
“Um Amor
de Professora” foi escrito pela dupla de marido e esposa Michael Kanin e Fay
Kanin – o irmão mais novo de Michael é o roteirista Garson Kanin, que por sua
vez foi casado com a atriz Ruth Gordon. Graças aos Kanin, “Um Amor de
Professora” é muito engraçado, em especial quando Gig Young aparece em cena.
“Teacher's
Pet” was written by the husband and wife duo Michael Kanin and Fay Kanin –
Michael's younger brother is the more famous screenwriter Garson Kanin, who by his
turn was married to actress Ruth Gordon. Thanks to the Kanins, “Teacher’s Pet”
is very funny, in special whenever Gig Young was on screen.
Mesmo não
gostando de remakes, eu adoraria ver uma versão de “Um Amor de Professora” com
os gêneros dos protagonistas trocados. Obviamente, com as redes sociais que
temos hoje, seria quase impossível que um professor não conhecesse o rosto de
um jornalista que foi convidado a dar palestra para sua turma, mas eu acredito
que algum truque poderia ser usado para fazer a história funcionar – com uma
jornalista disfarçada, querendo ensinar uma lição a um professor, mudando
completamente o visual para se passar por aluna, por exemplo. Mudar os gêneros
dos protagonistas certamente criaria novas e interessantes dinâmicas.
As much as I
don't like remakes, I'd love to see a gender-bent version of “Teacher's Pet”.
Of course, today with social media, it'd be nearly impossible for a teacher to
not know the face of a journalist who was invited to give a lecture to their
class, but I imagine that some trick could be used to make the plot work – with
the undercover female journalist, wanting to teach a lesson to a male teacher,
changing her whole look before enrolling in his class, for instance. Bending
the genders of the leads certainly would create new and interesting dynamics
and situations.
Além de
ser um filme delicioso, apesar de pouco conhecido, “Um Amor de Professora” traz
um bom debate sobre conhecimento, educação, experiência e sabedoria, e nos ensina
que o mais importante é saber equilibrar tudo isso.
Besides being
a delightful, yet little know film, “Teacher's Pet” brings a nice debate about
knowledge, education, experience and wisdom, and teaches us that the most
important thing is balancing all that.
This is my contribution
to the Third Doris Day blogathon, hosted by Michaela at Love Letters to Old
Hollywood.
Ooh yes, this would be perfect for a remake!
ReplyDeleteI haven't seen Teacher's Pet in years and have forgotten what fun it is, and how thoughtful at the same time. I love your idea of switching things up for a re-do. All it needs is the proper writer.
ReplyDeleteOoh – I like the idea of switching roles in an updated version. That could be a lot of fun.
ReplyDeleteI've never seen this film, but I hear a lot of people saying Clark Gable was too old for this role. Do you think he was too old?
This is such a good film. I think the script is so smart, especially in the way it juggles this debate of experience versus education. Day and Gable do make for an odd couple, but I think they're great together.
ReplyDeleteThanks for contributing this wonderful review to my blogathon!