Primeira versão sonorizada e em cores do filme
estrelado em 1924 por Douglas Fairbanks, O Ladrão de Bagdá é uma história de
amizade, malandragem, cobiça, magia e, como não podia deixar de ser, amor.
This is the first sound
and color version of the film starred in 1924 by Douglas Fairbanks. “The Thief
of Bagdad” is a tale of friendship, mischief, greed, magic and, of course,
love.
O estreante John Justin é Ahmad, príncipe que,
amaldiçoado pelo rival Jaffar (Conrad Veidt), fica cego e passa a viver como
mendigo. Sabu é Abu, o ladrão do título que, ao contrário da versão original,
nada quer com a princesa, aqui interpretada por June Duprez, substituindo
Vivien Leigh.
Newcomer John Justin
plays Ahmad, a prince that was cursed by his rival Jaffar (Conrad Veidt),
becomes blind and has to live as a beggar. Sabu plays Abu, the thief referred
to in the title. Contrary to the original version, the thief has nothing to do
with the princess, played by June Duprez, but a role intended for Vivien Leigh.
Cinco diretores assinam o filme, com destaque
para Michael Powell que, através da produtora The Archers e da parceria com
Emerich Pressburger, faria grandes filmes como “Os Sapatinhos Vermelhos” (1948)
e “Narciso Negro” (1946). A trilha sonora é de Miklós Rósza, contratado após a
ideia de usar valsas vienenses ter sido descartada. O filme teve cenas rodadas
na Inglaterra e nos Estados Unidos, por isso os cinco diretores. Essa diferença
é facilmente notada: nas partes gravadas em solo norte-americano, por conta da
censura, as personagens estão mais vestidas e com decotes menores.
Five directors sign the
movie. We highlight Michael Powell who, with the production company The Archers
and his partner Emeric Pressburger, would still make great movies such as “The
Red Shoes” (1948) and “Black Narcissus” (1946). The soundtrack was composed by
Miklós Rósza, who was hired after nobody agree with the use of waltzes from
Vienna in the soundtrack. The film was shot both in England and in the United
States, with the five directors divided on the two continents. This difference
is visible: in the scenes shot in the US, due to censorship, the characters
show less cleavage and have more clothes on.
No ano seguinte, o filme levou três prêmios
Oscar: melhores fotografia,
efeitos especiais e direção de arte. De fato, apesar dos olhos críticos e
cínicos do público (notadamente da juventude) atual desdenharem dos efeitos da
época, são eles que criam a magia até hoje crível, fazendo da película uma
espécie de Alladin do tempo dos nossos avós.
The following year, the
movie took home three Oscars: best Cinematography, Special Effects and Art
Direction. Indeed, although critical and cynical eyes from the modern viewer
usually disdain the dated special effects, it is because of these effects that
the film exhales a magic that remains fresh more than 70 years after the
original release. “The Thief of Bagdad” becomes, with its special effects, an
Alladin from the times of our grandparents.
Tudo o que vem à nossa mente ao mencionarmos a
Arábia e As Mil e Uma Noites pode ser encontrado em O Ladrão de Bagdá. Tapetes
voadores, feiticeiros, sultões, dançarinas de véu, cavalos alados, gênios da
lâmpada que concedem três pedidos. E mais algumas mágicas
cinematográficas fora do mundo árabe, como uma aranha gigante ou a
transformação do menino em cachorro. Um truque usado até hoje foi usado pela
primeira vez neste filme: a gravação em fundo azul para depois colocar o
cenário colorido durante a edição. Técnicas e Technicolor para criar o melhor clima de ação e aventura possível.
Everything that comes to
our minds when we think about the Arab world and the 1001 Nights can be found in “The Thief of Bagdad”.
Flying carpets, magicians, sultans, veil dancers, horses with wings, lamp
genies that grant three wishes. And also some film magics outside the Arab
world, like a giant spider or a boy being transformed in a dog. A trick used
until today was created for the film: the chroma key, the scene shot in front
of a blue background in order to add the scenario during the editing process.
Techniques and Technicolor to create the best mood of action and adventure.
Sabu, carismático
ator indiano sempre em papéis exóticos como o luxurioso príncipe de Narciso
Negro e o menino lobo Mogli (1942, 25 anos antes de Walt Disney colocá-lo para
dançar entre os animais da floresta em desenho animado), é o destaque como o
divertido, espirituoso e leal ladrão. Conrad Veidt, o alemão com cara de mau
que esteve nos clássicos O Gabinete do Dr.
Caligari (1919) e Casablanca (1942), convence como vilão. John e June estão bem
como o casal principal, mas infelizmente suas carreiras não progrediram. Não
podemos dizer o mesmo das técnicas de efeitos especiais que, embora tenham
feito progresso, perderam a real magia que só os sonhos ou os filmes como O
Ladrão de Bagdá mantém.
Sabu was a charismatic Indian actor who always played
exotic roles such as the luxurious prince from “Black Narcissus” and Mowgli
(from the 1942 “The Jungle Book”, made 25 years before Walt Disney put Mowgli
to dance amidst the jungle animals in the cartoon). Here Sabu is the scene
stealer as the fun, witty and loyal thief. Conrad Veidt, the German with an
evil face that was in classics like “The Cabinet of Doctor Caligari” (1919) and
“Casablanca” (1942), is great and convincing as the villain. John and June
perform well as the main couple, but unfortunately they didn't have much
success in their later careers. But we can't say the special effects weren't
successful! Although there was great progress in the field through the years,
there was a loss of the real magic that only dreams or movies like “The Thief
of Bagdad” can have.
Um lindo filme, Lê, e o Conrad Veidt está fabuloso como sempre.
ReplyDeleteO Falcão Maltês
Muito legal valorizar o imaginário fantástico.
ReplyDeleteCadinho RoCo
Letícia,
ReplyDeleteObrigado pela visita ao meu finado blogue. Dei uma lida no seu e tive uma boa impressão. Mas o que me impressionou mais é o fato de, na sua pouca idade, você privilegiar os filmes antigos. Ficarei vindo por aqui. Um abraço.
Oi, Lê... Dando uma passadinha... Gosto muito de cinema mas tenho estado BAS-TAN-TE desatualizado... Vi as raridades que vc tem por aqui apesar de sua pouca idade, tens um gosto requintado por filmes antigos, bacana... UM bjão, Edison Eduardo d:-)
ReplyDeleteOi, Lê
ReplyDeleteGostei muito do seu blog. Uma paixão levada a sério, com competência.
Obrigada pela visita.
Esta crítica está espectacular!
ReplyDeleteMesmo muito boa!
Oi, Lê! a recíproca foi a mesma: adorei seu blog também. Parabéns. Continue assim...
ReplyDeleteMarcos Malu Massolini - Almanaque do Malu
Gostaria muito de ver a versão muda com o Douglas Fairbanks. Ontem vi UM ROSTO DE MULHER e mais uma vez fiquei impressionado com Conrad Veidt. Ele era ótimo, pena que morreu tão cedo.
ReplyDeleteO Falcão Maltês
Lê,
ReplyDeleteparabéns pelo Blog.
Gostei muito das postagens, do conteúdo, das fotos.
Muito bacana você relembrar O Ladrão de Bagdad!
Excelente filme. O de 1924 também encanta e caminha de outra forma. E como você bem disse, nele também os efeitos especiais aguçam nossa imaginação ao invés de a anular.
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