Direto das selvas
para o mundo todo através de quadrinhos, filmes e séries, o personagem Tarzan
alcançou fama mundial. Pouco importava se no cinema da década de 1930 os
efeitos especiais fossem bizarros e os animais muito esquisitos; não houve
menino que não sonhou em passear de cipó e voltar para casa, encontrando a bela
Jane à sua espera.
Tarzan foi criado em
1912 por Edgar Rice Burroughs, que escreveu ao todo 24 livros sobre o
personagem. Já em 1919 surgiu o primeiro filme sobre ele e a época do cinema
mudo trouxe também seriados que contavam a história do rei das selvas. Muitos
foram os Tarzans marcantes do cinema, mas talvez o mais famoso e icônico deles
tenha sido um homem que já seria memorável mesmo se nunca tivesse feito um
filme: Johnny Weissmuller.
Nascido no território
da atual Romênia, Johnny migrou com a família para os Estados Unidos ainda
bebê. Foi medalhista olímpico em 1924 e 1928, conquistando cinco medalhas de
ouro na natação, tendo estabelecido 67 recordes mundiais. Em 1929 ele fez sua
estreia no cinema participando do musical “Glorifying the American Girl” e, a partir
de 1932, personificou o rei das selvas, atuando como Tarzan em 12 filmes.
Não pensem que Tarzan
sempre foi o mesmo: Johnny inovou na interpretação do personagem, introduzindo as
frases monossilábicas. Quem também não existia nos livros era Chita, um dos maiores
símbolos da história. E Johnny também adicionou outro marco: o famoso grito de
Tarzan.
Em 1934, quando foi
feito “Tarzan e sua companheira / Tarzan and his mate” ainda havia um resquício
de liberdade que logo foi cortada pelo Código Hays. Por isso este filme ainda
apresenta a “selvageria amorosa” de Tarzan e Jane, que pela última vez usa suas
roupinhas curtas. Em uma cena, eles nadam nus numa lagoa e Tarzan acaba
enfrentando uma fera aquática ao final da atividade. Não foi a atriz Maureen
O’Sullivan que fez a cena, mas sim uma dublê, uma nadadora que também competiu
nas Olimpíadas de 1924 e 1928.
“O Filho de Tarzan /
Tarzan finds a Son!” surgiu em 1939 e, como mandava a censura, não era fruto do
amor do casal que não havia se casado formalmente. Pode parecer inimaginável
para o espectador que eles não tenham tido filhos, dada a provável pobreza dos
anticoncepcionais da selva J. Bem, o menino que
eles adotam é o único sobevivente de um acidente de avião no qual morreram seus
ricos pais. Para o filme, o próprio Weissmuller ensinou o ator Johnny
Sheffield, que interpreta Boy, a nadar.
Nos dois filmes há
uma crítica à ganância, único motivo que leva os homens brancos à floresta. Em
1934 o antigo noivo de Jane vai com uma expedição em busca de marfim, e seu
objetivo é assaltar o sagrado cemitério dos elefantes. Em 1939 são os parentes
de Boy que pretendem ficar com a herança que deveria ser do garoto.
Outro ponto em comum
é a ação que surge quando Tarzan enfrenta as feras selvagens. No filme de 1934,
por exemplo, há um rinoceronte verdadeiro que luta com o herói, numa cena
executada pelo próprio Weissmuller, sem dublês.
Weissmuller fez seu
último filme como Tarzan em 1948, sendo que Maureen O’Sullivan já havia saído
da franquia em 1942. Sheffield interpretaria Boy em oito filmes da série e
continuaria depois a carreira como Bomba, um menino das selvas. Johnny Weissmuller
fez a partir de 1948 uma série de 16 filmes e 26 episódios de TV como Jungle
Jim, um homem de terno que vivia na Ásia em meio aos safáris.
Para terminar, uma
pequena anedota mostra como a representação de Tarzan por Johnny é icônica: em
1958, durante um torneio de golfe, o carrinho de Weissmuller foi sequestrado
por rebeldes. Ele deu seu famoso grito e, sob as saudações “Tarzan, bem-vindo a
Cuba!”, ele e seus amigos foram escoltados pelos rebeldes até o campo de golfe,
são e salvos.
This post is part of the
Summer Under the Stars blogathon, hosted by Sittin’ on a Backyard Fence and ScribeHard on Film.
Muito interessante!
ReplyDeleteAssisti muito na sessão da tarde.
Não sabia que Tarzan era tão antigo e era um livro, quer dizer livros. Mas sabia que o ator era atleta. Me lembro de assistir a versão da Disney kkkkk. Beijos <3
ReplyDeleteRealmente o Johnny ficou marcado na interpretação do Tarzan. Até meu pai que não conhece muito de cinema clássico, reconhece o nome quando o vê. Sempre gostei muito de aventuras na floresta, mas até agora só tive a oportunidade de ler o livro do Mogli. Espero poder conferir Tarzan em breve.
ReplyDeleteHi Le!
ReplyDeleteReally enjoyed this. I enjoy watching the Tarzan films but can't do an all-day Tarzan marathon. Just too much. But these movies and character were always mentioned in my house while I was growing up, for some reason. Very odd. I think the films were very popular in Cuba where my family is from. When my grandmother got to this country, my uncle even called her Cheeta because she ate bananas so often.
Anyway, great post. I love the translation feature. I could understand much of this in Portugese but did translate to be sure I didnt miss anything. I'd love to be able to translate posts on my blog into Spanish!
Aurora
Ola querida Le,Que maravilha recordar Tarzan,e aqueles bons tempos em que ele abria seu caminho nas selva saltando de cipó em cipó e andava de mãos dada com a inesquecível Chita.Adorei tua postagem. Meu grande abraço.
ReplyDeleteI caught most of the Tarzan documentary TCM aired this afternoon as part of Weissmuller day. Following up by reading this tonight will help a lot of the facts stick in my mind! A very nice, concise summary of Weissmuller's career and the entire Tarzan franchise. Great job!
ReplyDeleteComo vai Lê? Tudo certo?
ReplyDeleteMais uma vez um ótimo Post, excelente texto. Sou falho no que diz respeito ao Tarzan, NUNCA assisti um filme sequer da série acredita?
Já deixei de comprar a preços acessíveis e coleções até interessantes por pura falta de interesse mesmo... como cinéfilo preciso me rever e providenciar logo alguns...
Grande abraço.
Adorável postagem (como sempre): quando menino, eu imitava o grito do Weissmuller, geralmente depois de uma exibição no SBT: o melhor Tazan 'ever'!
ReplyDeleteOs Morcegos voltaram, minha cara! Mas, por enquanto, tentando desencanar com a coisa dos comentários, estes estão ausentes... Convido-a, então, a trocar uma ideia no Facebook e conhecer nossa 'fan page', lincada por lá! Abração!
Adoro Tarzan e todos os filmes dele. òtimo post!
ReplyDeletehttp://monteolimpoblog.blogspot.com.br/
Oi Lê!
ReplyDeleteAdorei a resenha1
Especialmente ao mencionar a escassez de anticoncepcionais na selva ahshshashashas
Ah sim..cosplays da Disney andam ganhando muito espaço ultimamente até porque são cosplays que exigem uma apresentação boa, que garante pontos em concursos. Eu vejo mais nos desenhos de divulgação o vestido rosa da Aurora e a maioria das cosplayers optaram por ele.
bjs
Le--
ReplyDeleteThank you for a wonderful piece on the Tarzan films.
I have only seen the first two and enjoy them very much.
Thanks again!!
Realmente Tarzan é um personagem muito querido pelo público. Já vi vários filmes com ele de diversas épocas e intérpretes. Gosto até do Christopher Lambert em Greystoke - A lenda de Tarzan.
ReplyDeleteNão gosto muito das histórias de Tarzan, mas vi quase todos eles na infância.
ReplyDeleteO Falcão Maltês
Nossa, não sabia que era tão antigo!
ReplyDeleteAdorei o post.
Bjos
Amanda Fernandes
www.redapplepinups.com
É né? Rainha ditando estilo.
ReplyDeleteBeijão e boa semana <3