} Crítica Retrô: Dupla Dinâmica: Akira Kurosawa e Toshiro Mifune

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Wednesday, August 8, 2012

Dupla Dinâmica: Akira Kurosawa e Toshiro Mifune

Algumas colaborações entre ator / atriz e diretor são memoráveis. No cinema clássico japonês o mais conhecido ator talvez seja Toshiro Mifune, chinês de nascimento e fotógrafo na Segunda Guerra Mundial, que teve uma parceria rica e fascinante com o diretor Akira Kurosawa.
Kurosawa visitava o Toho Studio, o maior estúdio de cinema do Japão na época, quando viu um moço interpretando uma cena com grande vigor. Na verdade, Akira havia sido aconselhado a ir ver um jovem talento da companhia, e este era Toshiro. O ator não conseguiu o papel para o qual fazia o teste, mas conseguiu a profunda admiração de Kurosawa. Começava aí uma parceria que renderia 16 filmes, alguns dos melhores do cinema japonês. E não pensem que Kurosawa ajudou Toshiro apenas na carreira: foi ele também que ajudou a convencer a família de Sachiko Yoshimine a aceitar o casamento dela com o ator.
Ele e Kurosawa ajudaram a colocar o Japão no mapa cinematográfico mundial, da mesma maneira que Kenji Mizoguchi fez. Mifune, aliás, trabalhou com Mizoguchi em 1952. Voltando a Kurosawa, os dois fizeram juntos o filme “Rashomon”, que rendeu um prêmio honorário equivalente ao Melhor Filme de Língua Estrangeira, categoria que só seria criada quatro anos depois. Mesmo assim, o filme não chegou aos cinemas americanos. Coube a outra produção da dupla a honra de ser o primeiro filme japonês a ser exibido nos Estados Unidos: “Os Sete Samurais”, que ainda assim estreou com dois anos de atraso.  
Se hoje nós temos uma visão bem clara do que é e como age um samurai, devemos muito às interpretações de Toshiro Mifune. O guerreiro hábil, sábio e com atitudes nobres se contrapunha ao homem com poucas aptidões sociais, como acontece em “Yojimbo” (1960). Mais tarde o jeito durão desses personagens seria copiado por Clint Eastwood, que inclusive alcançou fama mundial em “Por um punhado de dólares / A Fistful of Dollars” (1964), remake western de “Yojimbo”.
Sua carreira não foi feita só de samurais. Em 1955 ele interpretou um homem com o dobro de sua idade num filme que tinha tudo a ver com a época: “I Live in Fear” conta a história de um homem que, apavorado pelos efeitos da radiação, decide se mudar para o Brasil (!!), onde o ar é fresco, mas sua família considera a ideia dele uma grande loucura. Também teve destaque em outros dramas e noirs, como “Stray Dog” (1949), em que interpreta um policial em busca de sua arma roubada, e “Drunken Angel” (1948), em que vive um mafioso.
Foi o filme “Red Beard” (1966) que estremeceu as relações entre ator e diretor. A produção demorou dois anos para ficar pronta e, durante esse tempo, Toshiro não pôde trabalhar porque o filme exigia que ele não fizesse a barba, e passou por uma pequena dificuldade financeira, solucionada ao receber os lucros da produção. A partir daí, Kurosawa alternou sucessos e fracassos, enquanto Mifune fez filmes no exterior e participou da minissérie “Shogun”, aumentando ainda mais sua fama.
A colaboração dos dois, além de produzir obras-primas, foi também essencial para um dos maiores sucessos do cinema. Em 1958 eles fizeram “The Hidden Fortress”, uma epopeia de busca que envolvia uma princesa, um protetor e alguns coadjuvantes, a mesma premissa de “Star Wars”. Nunca o cinema japonês foi tão pop. 

This post is part of the Summer Under the Stars blogathon, hosted by Sittin’ on a Backyard Fence and ScribeHard on Film.

13 comments:

  1. Eles foram figuras centrais do curso de cinema sobre o cinema japones que eu participei esses tempos.

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  2. Quando se fala sobre cinema japonês, é impossível não citar esses dois ícones. Sem dúvida alguma, uma das melhores e mais famosas duplas da história do cinema. Parabéns por este excelente post, e por nos trazer um pouquinho mais de informação sobre o cinema japonês.

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  3. Por enquanto assisti apenas os últimos filmes da carreira de Kurosawa.

    Gostei de "Rapsódia em Agosto" e "Sonhos", mas ainda preciso conferir os clássicos com Toshiro Mifune e também "Ran".

    Até mais.

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  4. Não conhecia essa dupla não. Mas conhecia o filme Os Sete Samurais; ainda não assisti. Não conheço quase nada do cinema japonês, mas gostei muito do seu post. Ás vezes é bom sair do clima hollywoodiano, não? Valeu por compartilhar, me abriu a mente. Beijos<3

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  5. Super interessante, confesso que não sei nada sobre o cinema japonês! :D


    Beijão!

    izabellaniquito.blogspot.com

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  6. Querida amiga

    Penso que viver
    é semear com palavras,
    imagens e sonhos
    palavras que acordem
    o belo,
    o justo
    e o melhor do mundo
    em outras vidas.

    Que este seja o nosso
    compromisso com a vida

    Aluísio Cavalcante Jr.

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  7. Oi flor, Obrigada pela visita no meu blog, fiquei super feliz e gostei da postagem, eu não conhecia essa dupla, mais adorei em conhecer agora, estou seguindo.

    Bjuus ;*
    http://mundo-da-isabella.blogspot.com.br/

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  8. Very nice write up...thank you Google Chrome for translation!

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  9. Rashomon foi o primeiro que assisti da dupla. Muito bom!

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  10. já li muito sobre essa dupla pela internet, mas inacreditavelmente ainda não vi nenhum filme deles, nem mesmo o famoso "Os sete samurais", este que, procuro para assistir mas nunca acho :(

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  11. Você trouxe á tona um dos melhores filmes do cinema Japonês. Kurosawa um grande cineasta que conseguiu produzir os primeiros filmes em branco e preto com detalhes nunca vistos. Ran, Os sete Samurais. Todos imperdíveis. Depois veio "Sonhos" (um ícone).
    Também foi uma grande produção sob a direção de Kurosawa "Dersu Uzala" filmado na Sibéria.
    Toshiro Mifune, grande ator. Lembrei-me de sua atuação com Lee Marvin em "O inferno no pacífico".
    Parabéns pela rica postagem

    Bjs.

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  12. adoreio blog. Espero a sua visita :)
    http://larissacanziani.blogspot.com.br

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  13. Great piece, Le! And I really love that picture of Mifune smoking. We rarely see a "modern" Mifune.

    Thanks for another great contribution to the blogathon!

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