} Crítica Retrô: Gatos não sabem dançar / Cats don’t dance (1997)

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Saturday, July 6, 2013

Gatos não sabem dançar / Cats don’t dance (1997)

Hollywood, final dos anos 1930. Milhares de sonhadores iam para a cidade que mais entretenimento produzia no mundo. Entre eles, homens, mulheres, jovens, crianças com seus pais ávidos pelo sucesso e... gatos. Por mais que seja difícil lembrar um filme clássico com um gato, eles certamente habitavam Hollywood e poderiam até mesmo circular pelos estúdios como mascotes de estrelas. Entretanto, como tudo é possível no mundo da animação, que conhecia seus primeiros longa-metragens na época, não custa nada imaginar que um gato sonhe em ser astro de Hollywood.
Assim como muitas pessoas, o gato Danny saiu de uma cidade do interior para conseguir um emprego em Hollywood. Seguindo um curioso plano, ele prevê consguir um papel de protagonista em uma semana. Para isso, ele precisa passar por agentes de animais artistas e seu primeiro e maior obstáculo tem a forma de uma aparentemente doce atriz infantil, Darla Dimple. Seguindo o estereótipo da estrela infantil mimada, Darla é baseada na atriz mirim mais famosa da história, Shirley Temple, mesmo sendo certo que Shirley não er uma garota mimada e insuportável. O mordomo de Darla, o gigantesco Max, também foi inspirado por uma figura do cinema: o mordomo Max von Mayerling (Erich von Stroheim) de “Crepúsculo dos Deuses / Sunset Boulevard” (1951).
Além de encontrar alguns grandes atores da época logo em sua chegada, Danny tem em seus companheiros animais paródias de astros do cinema. T. W. é uma tartaruga macho medrosa cujo sonho era fazer filmes como os de Errol Flynn, e o peixe fêmea Frances me lembrou de Marlene Dietrich. E mesmo a gata Sawyer, nem um pouco interessada no estrelato, tem o mesmo nome da aspirante a estrela protagonista interpretada por Ruby Keeller em “Rua 42 / 42nd Street” (1932). Posso até estar exagerando e criando conexões que nunca foram imaginadas pela equipe de animação, mas fico muito feliz com estes tipos de referências.
Clark Gable foi convidado para a festa

E o esquilo estava usando os sapatinhos de rubi de Dorothy
O mundo não é perfeito, e “Gatos não sabem dançar" também não. Por mais que seja uma obra de ficção e seja até inevitável mencionar alguns filmes mais conhecidos, há alguns anacronismos. Embora a história se passe em 1938, Danny chega em Hollywood e já faz pose ao lado de um poster de “E o vento levou / Gone with the wind”. Sawyer e Danny entram no estúdio Mammoth (cujo chefe é L. B. Mammoth) e encontram King Kong carregando um avião e um prédio. King Kong foi filmado em 1933 pela RKO.
King Kong e seu material de trabalho

L. B. Mammoth
L. B. Mayer
Este filme foi o responsável por meu primeiro contato com o cinema clássico, á uns cinco anos, quando eu não entendia nenhuma das referências feitas. Revi-o tempos depois, por ter gravado na memória o fato de o filme ser dedicado a seu coreógrafo, Gene Kelly. Além de Gene, outros dois talentos do cinema antigo trabalharam no filme dublando personagens: Hal Hobrook dubla o bode Cranston e Betty Lou Gerson, o peixe fêmea Frances. Este também foi o último trabalho de Betty Lou, que estava há mais de 30 anos sem trabalhar. Para completar, Natalie Cole, filha de Nat Kig Cole, dubla as canções de Sawyer.
Com boas cançõe, típicas de filme de animação, esta foi a única produção do departamento de animação da Turner Feature Animation, que mais tarde foi incorporada à Warner. Apesar de toda a alegria, este filme mostra com maestria que fazer sucesso em Hollywood não é fácil... nem para os gatos.

Para mais imagens do filme, acessem meu Tumblr ou este painel do Pinterest. 

"Gatos não sabem dançar / Cats don't dance" pode ser visto no YouTube (português ou inglês)

This is my contribution to the What price Hollywood blogathon, hosted by Kristen at Journeys in Classic Film and Pat at 100 years of Movies.

10 comments:

Pedrita said...

ah, eu tenho um dvd de um filme clássico com gatos. sortilégio do amor com kim novak e james stewart. o gato ajuda nas bruxarias, mas não é do mal. como todo gato é do bem. beijos, pedrita

Ruby said...

Eram grandes produções, muitas companhias cinematográficas era de sonhos. Esse não vi ainda, mas quem sabe...Vou procurar o post sobre a Myrna Loy, semana passada vi um filme com ela.

Michelle Borges said...

Lê,

Nunca tinha ouvido falar nesse filme, mas adorei a ideia e fiquei morrendo de vontade de assistir!

É fácil de encontrar?

Beijos

Rubi said...

Assisti este filme há muitos anos. Inclusive, tinha até esquecido, mas só de ver os gatinhos me recordei de algumas cenas.

Parabéns por me fazer lembrar da minha infância. Que post nostálgico.

Unknown said...

Não conhecia o filme, mas depois de ver as conexões que você fez, ficou louca para assistir.

Iza said...

Lê, adoro essa mescla de animação e clássica Hollywood. Adorei a dica :) Já encontrei no Youtube e irei assisti-lo já - ta chovendo aqui, um clima ótimo para assistir filmes hehehe.
Beijos <3

Carol Caniato said...

Gente, não conhecia esse! Parece muito bom! Vou procurar!
beijinhos!
Carol

gabriel said...

Não se preocupem, é só um comentário masculino passando por aqui.

Anonymous said...

Adoro esse filme. Pena que não tenha sido lançado em DVD no Brasil, que eu saiba.

Rodeio 100% Adrenalina said...

Eu tenho esse filme dublado e baixado

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