Cone
do silêncio. Sapatofone. “O velho truque!” “Você acreditaria
se...” Coisas e frases que me fazem simplesmente sorrir. Eles me
lembram um dos meus seriados favoritos, aquele que alegrou muitas
noites tristes da adolescência e me apresentou o maravilhoso mundo
dos clássicos.
Eu
tinha 13 anos quando vi meu primeiro episódio de “Agente 86 / Get
Smart”. Era o primeiro para mim, mas “And the Baby Makes Four:
Part 2” é na verdade parte da última temporada da série. Nunca
me esquecerei da grande briga no hospital e as reações que me
fizeram querer assistir mais da série.
É
muito difícil escolher meu episódio favorito entre os 138 que foram
gravados em cinco temporadas. Mas vou analisar o episódio piloto,
“Mr Big”, que deu origem à série e, curiosamente, foi o único
gravado em preto e branco.
O
episódio piloto já apresenta todos os ingredientes para o sucesso
da série: a química entre Maxwell Smart, o agente 86 (Don Adams) e
a agente 99 (Barbara Feldon), as bugigangas de espião como o
sapatofone e o cone do silêncio, os esconderijos mirabolantes do
agente 44, um cachorro adorável, a maneira como Max irrita o chefe
do CONTROLE (Edward Platt), a presença de um vilão da KAOS, uma
ameaça internacional e um ritmo rápido (e por vezes até bobinho).
Os
anos 60 tinham dois grandes ídolos espiões, diametralmente opostos:
James Bond e inspetor Clouseau. E, por incrível que pareça, Maxwell
Smart foi o resultado da junção de Sean Connery com Peter Sellers.
Sim, trata-se de uma paródia, e não se podia esperar nada diferente
do homem por trás da série: um dos criadores é Mel Brooks, ainda
longe do seu auge (mas já genial). O outro criador da série é
Buck Henry, co-roteirista
de “A primeira noite de um homem / The Graduate” (1967) e diretor
da versão de “O Céu pode Esperar / Heaven Can Wait”
protagonizada por Warren Beatty em 1978. Brooks
disse que a ideia era fazer uma sitcom não sobre uma família, o que
era comum na época, mas (por que não?) sobre um idiota. Nascia
assim Maxwell Smart.
E
a série teve muito, muito êxito (não apenas porque tem gente como
eu que vê seus episódios até hoje). Don Adams ganhou o Emmy de
Melhor Ator de Comédia
três
anos seguidos (1967-1969), e “Agente 86 / Get Smart” foi eleita
por dois anos (1968 e 1969) a Melhor Série de Comédia.
Apesar
de ficar feliz com o fim da série após a quinta temporada em 1970,
Adams ficou para sempre marcado como Maxwell Smart, e seu maior
projeto posterior foi a dublagem do também atrapalhado espião
“Inspetor Bugiganga / Inspector Gadget”. Por falar em voz de
personagens, Adams afirmou que baseou-se em William Powell para criar
a voz de Maxwell Smart.
“Agente
86 / Get Smart” foi apenas o começo de uma maravilhosa experiência
de mergulho em filmes e séries do passado. Mas como a primeira vez a
gente nunca esquece, a série tem um lugar quentinho e cativo no meu
coração: sempre serei grata pelas muitas alegrias que Maxwell Smart
me trouxe.
This
is my contribution to the Favourite TV Show Episode blogathon, hosted
by my friend Terence at A Shroud of Thoughts. Lights, camera, action!