} Crítica Retrô: A força do coração / This is my affair (1937)

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Sunday, July 21, 2013

A força do coração / This is my affair (1937)

Não há nada tão bonito e fofo quanto ver duas pessoas se apaixonando, não é? Nos cinemas, essa situação capaz de colocar um sorriso no rosto de qualquer espectador pode ser conferida com Bogie e Bacall em “Uma aventura na Martinica / To have and have not” (1944), com Spence e Kate em “A mulher do dia / Woman of the Year” (1942), com Liz Taylor e Richard Burton em “Cleópatra" (1963)…
Em “A força do coração / This is my affair”, vemos o começo de um relacionamento que duraria mais de uma década: o de Barbara Stanwyck e Robert Taylor. Ela, divorciada, com um filho adotivo, quatro anos mais velha e bem mais talentosa que ele. Ela faria naquele mesmo ano um filme que lhe rendeu a primeira de suas quatro indicações ao Oscar, “Stella Dallas”, ele havia feito no ano anterior o par romântico de Greta Garbo em “A dama das camélias / Camille”. 
Começo do século XX. O tenente Richard Perry (Taylor) é chamado pessoalmente pelo então presidente dos Estados Unidos, William McKinley (Frank Conroy), para investigar uma série de roubos a banco que estão acontecendo no interior. Dispensado da Marinha e assumindo a falsa identidade de Joe Patrick, ele vai para St. Louis. Sua primeira parada é em um bar onde canta a bela Lil Duryea (Stanwyck). Nem tudo é perfeito o bar, pois alguns dos frequentadores são o irmão de Lil, Batiste (Brian Donlevy), e o desagradável Jock (Victor McLaglen), que adora fazer brincadeiras e truques com cartas. Em pouco tempo Richard não está envolvido apenas com Lil, mas também com toda a organização criminosa. 
O filme vale à pena pelas belas roupas de começo de século usadas por Lil e pelos interessantes fatos verídicos que vemos se desenrolando na tela. Os aficionados por história ficarão com um sorriso no rosto quando aparecer o presidente Theodore Roosevelt. Barbara nunca foi cantora, mas mesmo assim não precisou de dublagem para seus números musicais. Ela estava tão nervosa durante as gravações destes que não permitiu que Robert ficasse no set de filmagens enquanto ela gravava. Victor McLaglen, ganhador do Oscar de Melhor Ator dois anos antes por “O Delator / The Informer” (1935), está muito bem em suas relativamente poucas cenas, repugnante como pede o personagem.
O filme pertence mais a Robert do que a Barbara. Ele é o homem de ação, o espião infiltrado, ela é o interesse amoroso. Mas atenção: a personagem de Barbara se torna muito importante para o desfecho. Nem é preciso falar que o final é feliz, pois o título brasileiro já dá essa ideia. “A força do coração”, aliás, também é o título no Brasil de “Lassie come home”, de 1943, com uma jovem Elizabeth Taylor, Roddy MacDowall e, claro, Lassie. Outros títulos para este filme de 1937 são “Living Dangerously”, “Private Enemy”, “The McKinley Case” e “The Turn of the Century”. Entretanto, o original é o melhor, já que é também uma fala de Robert no filme.
O marketing para o lançamento do filme foi feito todo em cima da relação de Stanwyck e Taylor. No livreto de 22 páginas que foi feito pelo estúdio, um erro curioso demonstra o jeito de pensar dos responsáveis pela propaganda: aparece no meio do livreto uma nota do editor pedindo que não fosse usada a expressão “casal da vida real” (“real-life sweethearts), o que, obviamente, não foi cumprido.
Esse foi o segundo filme do casal, que havia feito em 1936 “A Mulher do meu Irmão / His brother’s wife”, durante o qual se apaixonaram. Já vivendo juntos, eles se casaram em 1939 por insistência de Louis B. Mayer, uma vez que Stanwyck estava insegura sobre um segundo casamento. Seu primeiro marido, Frank Fay, não conseguiu repetir em Hollywood o sucesso que tinha na Broadway e por isso muitas vezes brigou com a esposa, inclusive durante o divórcio e a decisão pela custódia do filho. Em 1937 surgiram os rumores de que a história de “Nasce uma Estrela / A star is born” foi inspirada em Stanwyck e Fay. O único filme que vi com Frank Fay foi “O segredo das viúvas / The love nest” (1951) e é impressionante como ele está velho, se o compararmos com Barbara na mesma época.
É fácil ver quem estava mais apaixonado
As muitas fotos do casal, nos mais diversos locais, mostram muita felicidade. Eles faziam quase tudo juntos, inclusive deixar marcas no cimento do Grauman’s Chinese Theater. Obviamente existem muitos rumores sobre affairs fora do casamento, em especial por parte de Robert, mas não entrarei em detalhes porque quem acompanha o blog sabe que eu abomino este tipo de coisa. Basta dizer que a relação de Stanwyck com Taylor foi feliz enquanto durou, e eles deixaram três filmes para provar esta química: além dos dois já citados, contracenaram também em “Quando descem as sombras / The Night Walker”, filmado em 1964, mais de uma década após o fim do casamento.
Após o divórcio, em 1951, Robert se casou com Ursula Thiess em 1954 e teve dois filhos. Barbara nunca mais se casou, mas, segundo Robert Wagner, ela teve um affair com ele durante as filmagens de “Titanic” (1953). Stanwyck ficou devastada com a morte de Bob em 1969, vítima de câncer de pulmão, e outro choque veio em 1983, quando a casa da estrela pegou fogo e todas as cartas de amor trocadas por eles foram queimadas.
As condições gerais de um casamento que começou após a publicação de um artigo que nomeava os casais de Hollywood “que viviam em pecado longe do matrimônio” não estão aqui para ser discutidas. Stanwyck e Taylor nos deixaram belas fotos e a prova maior de seu amor: atuações como as de “A força do coração”, com muita química e charme.

“This is my Affair” está disponível no YouTube.

Thsi is my contribution to the Barbara Stanwyck blogathon, hosted by Aubyn at The Girl with the White Parasol.  



P.S.: Não deixem para a última hora! Curtam e compartilhem a imagem na lateral do blog para me ajudar em um concurso literário! Conto com vocês!

18 comments:

Pedrita said...

não vi esses filmes. beijos, pedrita

Silver Screenings said...

You know, I've never seen Barbara Stanwyck and Robert Taylor together in a film, and this sounds like a good one to see. Barbara's wardrobe looks fantastic! Thanks for a wonderful post on this remarkable woman.

Iza said...

Gostei do post. Não assisti nenhum dos filmes citados, exceto o inicio de A Dama das Camélias. Que belo casal hein?! Feliz dia do amigo atrasado, Lê <3

Unknown said...

Blog todo retro e interessante. Gostei mto. Se interessa por uma parceria, caso goste da Disney. De uma olhada http://tagsdisney.blogspot.com.br/

As Tertulías said...

Le querida, que maravilha d epostagem!!!!! Sim, voce me presenteou com um belíssimo relato do qual eu tinha uma outra impressao... voce me recontou uma estória conhecida mas que era por mim mal-interpretada. AMEI!!!! Obrigadao!!!!

The Metzinger Sisters said...

I never heard of this film! The only film I saw Stanwyck/Taylor in together was their last picture, "The Night Walker" ( not their best by the way ). But this film sounds really good...especially with its turn-of-the-century theme. Did Robert Wagner really claim to have an affair with Stanwyck?? Wow, that's interesting. Thank you for an excellent article..AND for introducing this film to me!

Unknown said...

I love this is a crime film starring Robert Taylor and Barbara Stanwyck. A U.S. Navy officer goes undercover to break-up a gang of bank robbers and falls in love with the stepsister of one of the bank robbers. It does not get any better than that.

Marcelo Castro Moraes said...

Greta Garbo sempre será para mim a melhor atriz de todos os tempos.

Caftan Woman said...

An attractive and interesting screen and real-life couple. Thanks for sharing your thoughts on the film.

Tsu said...

Oi Lê!
Bom eu também sou baixinha hahaha. Mas era um pouco mais "cheinha" na época...entretanto se você veste M eu creio que o corpete serve. Se quiser posso ver oquanto ele tem de busto.
bjs

Rubi said...

Ainda não assisti este filme, mas não dúvidas que uma produção reunindo Barbara Stanwyck e Robert Taylor seja excelente. Adoro ambos!

Beijos!

Iza said...

Bom final de semana, Lê <3

Marcia said...

Não sou muito fã do Robert Taylor, mas devo admitir que o casal tinha uma boa química dentro e fora das telas. Acredito que esse seja meu filme favorito dos dois, gosto das cenas em que Stanwyck canta e dança. Valeu pelo post!

FlickChick said...

Oh, don't they just look so beautiful together? Wonderful post, Le. It's so hard to believe that they would not stay married forever. But, I thought that about Sonny & Cher, too! And by the way, Ia m still not over Lucy & Desi!

Ginny said...

A great post about two of my absolute favorites, both separately and as a couple! I watched them together in My Brother's Wife but had never heard of this movie before. Given that I'm also a history buff, I'd love to see this one. Thanks for reviewing it!

Film Noir Blonde said...

Hi,
I am having trouble with the translation function on your site. Is it temporarily down? I look forward to reading your post.
Best,
Film Noir Blonde

Jefferson C. Vendrame said...

Não conhecia esse filme e também não sabia do relacionamento de Stanwyck e Taylor. Eu confesso que não gosto muito dessa atriz e por esse motivo nunca me atentei a ler muito sobre ela.

Grande Abraço!

Aubyn said...

I have to admit that I was never all that interested in This is My Affair. It has some cute moments but I felt like Stanwyck got saddled with a fairly routine love interest part. Which is rather unusual for her. But I will admit that Taylor and Stanwyck look very well together and that the film has a brisk pace and is a pleasant way to kill two hours. Thanks for the review and for another great contribution to the blogathon!

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