} Crítica Retrô: William A. Wellman: um realizador obscurecido

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Wednesday, February 8, 2012

William A. Wellman: um realizador obscurecido

A década de 1930 fiou muito mais marcada pelo nome de grandes produtores que de grandes diretores. Os estúdios controlavam toda a produção e eram aqueles que davam carta branca a um filme que escreveram seus nomes na História, a exemplo de David Selznick e Irving Thalberg. Esta foi, no entanto, uma década de trabalho duro para muitos diretores, alguns mais conhecidos (como Hitchcock, Frank Capra e Leo McCarey) e outros menos, como o responsável por vários sucessos William A. Wellman.
Assinado: Bill Wellman

William nasceu em 29 de fevereiro de 1896, em Massachusetts. Aos 19, participou da Primeira Guerra Mundial como piloto, sendo atingido em combate e ficando com dificuldades de locomoção pelo resto da vida. Ele também conservaria até sua morte a paixão por aviação. Casou-se quatro vezes, adotando a filha da segunda esposa e tendo sete filhos com a última esposa, com quem ficou durante 41 anos.
Na juventude, atuando em Boston, William conheceu Douglas Fairbanks, que sugeriu que ele se tornasse um ator, devido à sua boa aparência. Seria apenas depois da guerra que William seguiria este conselho, fazendo apenas dois filmes em 1919. Ele voltaria a atuar em pequenas pontas em seus próprios filmes. O que William queria mesmo era dirigir.  Depois de passar por muitos estágios nos bastidores do cinema, ele finalmente teve seu nome creditado como diretor em dois filmes que estrearam no mesmo dia em 1923, “Second Hand Love” e “The Man Who Won”. Mas ainda haveria uma estrada pavimentada por más produções até seu grande momento. Willmam diria mais tarde: “Francamente, se você examinar toda minha carreira, não é muito boa. Eu posso dizer que para cada bom filme, eu fiz seis ou sete ruins”.
No ano de 1927, William uniu suas duas paixões ao dirigir “Asas / Wings”, filme sobre dois pilotos combatentes na Primeira Guerra. A produção teve a honra de ser o primeiro ganhador do Oscar de Melhor Filme. Por seu perfeccionismo, o diretor estourou o orçamento e demoru um ano para finalizar o filme. Outros sucessos de Wellman são “Inimigo Público / The Public Enemy” (1931), “Nada é Sagrado / Nothing Sacred” (1937), “Nasce uma Estrela / A Star is Born” (1937), pelo qual ele ganhou o Oscar de Melhor Roteiro, “Consciências Mortas / The Ox-Bow Incident” (1943) e “O Preço da Glória / Battleground” (1949).
Seus primeiros anos em Hollywood deixaram nele um forte desdém para com a profissão do ator. Muitas vezes, Wellman provocava o elenco para tirar deles suas melhores interpretações. Dizia que não gostava do narcisismo dos intérpretes masculinos e da preparação demorada no figurino e na maquiagem por parte das atrizes. Mesmo assim, permaneceu casado até o fim de sua vida com uma atriz, Dorothy Coonan, estrela de seu filme “Wild Boys of the Road” (1933).
Wellman faleceu em 1975, vítima de leucemia. Embora tivesse um Oscar no currículo, seu nome hoje está quase esquecido, mas não seus filmes. Seja pelo belo “Asas”, pelo realisticamente violento “Inimigo Público”, pelo emocionante “Nasce uma estrela” ou pelo instigante “Consciências Mortas / The Ox-Bow Incident”, William tem seu legado reconhecido. Esses filmes são prova de que por trás de toda grande produção há um grande realizador.

10 comments:

ANTONIO NAHUD said...

Assim vamos brigar... rs... Estou escrevendo sobre Wellmann.... Darei um tempo. Muito bom o texto, Lê. O Wellman está sempre me surpreendendo. Seus filmes são excelentes.

O Falcão Maltês

Rodrigo Mendes said...

Belíssimo post moça!

Adoro Cagney em "Inimigo Público". Wellman foi um artesão notável e concordo com você que seu nome ficou obscurecido.

Bjs.

O Narrador Subjectivo said...

Um realizador fabuloso. The Ox-Bow Incident é o melhor western de sempre.

http://onarradorsubjectivo.blogspot.com/

Mione said...

Bah, adoro teu blog :3
Os textos são sempre muito bons, to seguindo!

beijos!

1001filmesantesde2012.blogspot.com

Maria selma said...

Letícia querida,convido você para ir ao chá da tarde,
Tem mimo para você.Beijos
http://selmaris.blogspot.com/

Lidiany said...

Letícia, estive aqui na sua postagem de E o vento Levou e adorei..hj retorno parabenizando vc pela ótima entrevista no Chá de literatura da amiga Selma. Excelentes teus textos.Bjus

Rubi said...

Este é um dos meus diretores preferidos. Gosto de quase todos os seus filmes (digo quase pois ainda não assisti alguns) No entanto, Wings é de longe o meu preferido. Não só pelo elenco, mas também pela história que sempre me emociona.

Parabéns por citar este gênio Lê!

Bruxinha Chic said...

Ola, Leticia! Parabens pelo blog. Super amei. Te vi no Cha da Tarde e vim visitar teu cantinho! Maravilhoso. estou seguindo. Estarei sempre por aqui.
Bjsss

Sucesso sempre

Bruxinha Chic
http://bruxinha-chic.blogspot.com

Dilberto L. Rosa said...

Ah, "Consciências Mortas"... Grande filme! Bela e merecida homenagem a diretores que rasgaram o véu pesado dos produtores nesta época!

Filmes de tribunal?! Minha tríade favorita é "Testemunha de Acusação", "A Mocidade de Lincoln" e "12 Homens e Uma Sentença"!

Muito bom o seu blogue, minha cara: descobri-o graças a um selo por você ofertado em outros blogues (parece-me que àqueles "com menos de 100 seguidores" - no que pensei: "Ei: eu tenho menos de 100 seguidores, quero um!", re´, ré). Meu abraço e apareça!

Jefferson C. Vendrame said...

Lê, Parabéns por seu texto, acho que Wellman realmente foi e é um dos maiores diretores de Hollywood, gosto muito de Inimigo Público Nº 1, ainda não tive o prazer de ver Asas mas quero em breve compra-lo. Dia desses adquiri um filme que eu não conhecia e só o fiz qdo vi que Wellman era o diretor,trata-se de um romance aguado da fox feito no auge da guerra chamado "Águias de Fogo", se vc não viu, não se preocupe em ver, tenho certeza que é o pior filme que ele dirigiu... mas obviamente as obras primas são em maiores proporções do que os fracassos...

Abraços

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