} Crítica Retrô: Sonata de Amor / Song of Love (1947)

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Monday, May 12, 2014

Sonata de Amor / Song of Love (1947)

Aqui no blog eu já falei muitas vezes sobre meu ator favorito (James Cagney), meu diretor favorito (OrsonWelles) e meu filme favorito (Nasce uma Estrela, de 1937). Mas nunca havia dedicado um post sequer à minha atriz favorita. Nunca, mas isso muda agora. E por que eu não havia me atrevido a escrever sobre Katharine Hepburn? Simples: porque, mesmo para uma pessoa que tem afinidade com as palavras, eu não sabia como expressar corretamente e com a real intensidade o que eu sinto quando vejo Kate na tela. A vitalidade, o talento inigualável, a independência, a irreverência, o exemplo maior de mulher que um dia eu sonho ser. Vou tentar, mas não sei se conseguirei demonstrar toda minha admiração por Kate nesse filme em que ela, oportunamente, interpreta uma grande mulher: Clara Schumann.
O ano é 1839. A pianista Clara Wieck está se apresentando para o rei e, ousadamente, desobedece ao pai e toca a nova composição do homem por quem está apaixonada, Robert Schumann (Paul Henreid). O pai dela não fica nem um pouco satisfeito, e a raiva aumenta quando Clara diz que quer se casar com Robert. Mr. Wieck protesta, dizendo que ela precisa de um marido rico e não um pianista que está tentando fazer sucesso. Mas, se o sucesso era necessário, ele veio na figura do homem que defendeu a união de Clara e Robert: o já famoso pianista e compositor Franz Liszt (Henry Daniell).
Dez anos mais tarde, o jovem Johanness Brahms (Robert Walker) chega à casa de Schumann, professor de piano, onde encontra uma empregada mal-humorada, oito crianças e uma galinha. Ele é recebido pelo casal Schumann, e ambos ficam encantados com a composição de Brahms que, além de ser convidado a morar e estudar com eles, ainda ajuda a cozinhar durante a festa de Ano Novo.
Uma crise conjugal começa a se delinear quando Clara faz um concerto para pagar as contas, de modo que Robert possa compor suas melodias. Como ela mesma diz, “o que eu faço está aqui hoje e amanhã sumiu. Sua música é para o futuro!”. Enquanto isso, Robert passa a sentir fortes dores de cabeça e Brahms precisa esconder seus sentimentos por Clara.
Clara Schumann (1819-1896) também foi compositora, embora a obra de eu marido seja mais famosa que a dela. O caso dos Schumann foi um exemplo clássico em que a mulher fez o homem: foi apresentando as canções de Robert em seus concertos que Clara tornou-o conhecido e admirado.
No início do filme, Clara deveria ter 20 anos, o que não parece verdade, pois Katharine Hepburn tinha 40 na época da filmagem. É interessante como o pai de Clara reclama por Robert ser dez anos mais velho e sem perspectiva, pois Paul Henreid, além de ser um ator respeitado, era um ano mais novo que Hepburn. Apesar de não ter filhos, Kate brilha nas cenas emocionantes com as crianças, embora o mais à vontade com os pequenos seja mesmo Robert Walker, já que Brahms se transforma em um “tio querido”. E, por falar em homens importantes, Paul Henreid conta em sua autobiografia que todas as manhãs Spencer Tracy visitava o set de filmagem e perguntava a Henreid se Kate estava se comportando bem.
Quando eu me sentei para ver este filme, fazia já alguns meses que eu não via uma película com Hepburn. E como eu senti falta dela! Daquela voz inconfundível, dos olhos que se enchem de lágrimas nos momentos tristes, do rosto firme e enérgico, das bochechas inigualáveis, da vulnerabilidade em cena, do porte ao andar, do talento! Como eu sentia saudade da mulher que disse “If you obey all the rules, you’ll miss all the fun”!
Como a maioria dos filmes de época, este também tem figurinos lindos e uma trilha sonora clássica ainda mais linda. Com “Sonata de Amor”, eu aprendi a admirar Clara Schumann, não apenas porque ela foi uma mulher extraordinária, mas porque Katharine Hepburn foi ela. Ou será que Clara é que foi Katharine Hepburn?


This is my contribution to the Great Katharine Hepburn blogathon, hosted by Margaret Perry, the most knowledgeable Kate Hepburn expert on the internet.

9 comments:

Unknown said...

I always miss KH if I spend too much time away from her - I totally understand! Thank you so much for your contribution to the blogathon!

The Metzinger Sisters said...

Oh gosh, it's been many years since we've seen Song of Love but your post here makes us want to view it again. Katharine Hepburn certainly was a powerful presence on film ( and in real life ). Love the pictures you posted with this!

Tsu said...


Olá Lê!
Tudo bom por ai?
Como sempre, fazendo excelentes resenhas de filmes clássicos de alta qualidade que merecem ser conhecidos!
Então eu já ouvi falar de escritores que começaram com fanfics...á tempos tento engajar um projeto original mas está dificil. Tenho o problema de complexar demais as histórias rs. Eu escrevia fanfics na minha época de adolescência depois parei..voltei parcialmente, parei de novo...a fanfic do Cruello surgiu com uma força tal que resolvi arriscar hehe.
Que bom que está gostando da história, espero que acompanhe pois várias coisas vão acontecer na trama!
bjs

carygrantwonteatyou.com said...

Thank you for a great review. I want to see this one! What lovely pictures, and what an interesting woman. Of course, Katharine Hepburn would want to play her. Leah

Pedrita said...

tb gosto desse ator. linda as fotos q colocou. beijos, pedrita

Carol Caniato said...

Anotadíssimo seu filme favorito aqui e agora mais esse!
Adoro seu blog porque é uma infinidade de dicas boas de filme!
Beijos, Lê!

Anonymous said...

Nice one Le!
I haven't seen it but you make it sound so interesting that I definitely check it out.

FlickChick said...

So now I know your favorite actress! Too bad she did not make a film with Cagney that was directed by Welles. Lovely post, my dear.

Rafael Prata said...

Muito linda a Katherine Hepburn! Grande atriz! Bela postagem Lê!

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