} Crítica Retrô: Uma cidade… cinematográfica

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Sunday, November 23, 2014

Uma cidade… cinematográfica

Os cinéfilos americanos e europeus têm muitas vantagens: além de poderem ver alguns clássicos na tela grande, eles podem visitar os locais onde foram gravadas cenas antológicas: a praia havaiana onde Deborah Kerr e Burt Lancaster se amaram loucamente em “A um Passo da Eternidade / From Here to Eternity” (1953), o Empire State, ponto de encontro de Cary Grant e Deborah Kerr em “Tarde Demais para Esquecer / An Affair to Remember” (1957) ou a Fontana di Trevi, lugar do banho noturno de Anita Ekberg em “A Doce Vida” (1960).
Mas e quem mora no interior do Brasil? Bem, aqui em Poços de Caldas (sul de Minas Gerais) há também algumas conexões interessantes com o mundo do cinema. Não, a cidade nunca foi cenário de filme, mas sim de duas novelas: “Livre para Voar”, exibida no horário das seis em 1984, e Alto Astral, atualmente no horário das sete e trinta. O mais perto que as câmeras de cinema chegaram foi Vargem Grande do Sul, pequena cidade próxima em que foi gravado o filme brasileiro mais importante dos anos 50, “O Cangaceiro” (1953).
Voltando 70 ou 80 anos no tempo, descobrimos que Poços de Caldas era uma cidade muito famosa por seus cassinos. Nos cassinos podíamos encontrar sempre o então presidente Getúlio Vargas (que governou de 1930 a 1945 e de novo entre 1950 e 1954). Nesta mesma época, nossa Rádio Cultura recebia Carmen Miranda, Aurora Miranda, Ary Barroso, Francisco Alves, Marília Batista, Sílvio Caldas etc.
Getúlio Vargas no balanço
Carmen Miranda e o Bando da Lua

Alguns anos antes (entre as décadas de 1910 e 1930), a cidade foi visitada também por grandes nomes do cenário político e artístico brasileiro, como Ruy Barbosa, Santos Dumont, Mário de Andrade e João do Rio (que escreveu um romance epistolar sobre a cidade). Com a proibição dos cassinos em 1946, a cidade teve de buscar outras fontes de renda e outros chamarizes para os turistas.
Alguém, algum dia, percebeu que o Palace Hotel (cuja fachada representa o Hospital Bittencourt na novela Alto Astral) se parece internamente com o Overlook Hotel. Sim, aquele hotel assombrado de “O Iluminado” (1980). O Palace Hotel foi inaugurado em 1925, reformado e reinaugurado em 1931. A principal semelhança entre o Palace e o Overlook Hotel são os corredores largos com carpete.
Veja algumas fotos dos corredores do salão. Infelizmente, não encontrei fotos dos corredores dos quartos. Entretanto, eu precisaria de uma câmera, um garotinho num triciclo, gêmeas assustadoras e um bocado de coragem para fazer as fotos que dessem uma real noção do Overlook Hotel brasileiro.


This is my contribution to the My Hometown Blogathon, hosted by Caz at Let's Go to the Movies :) 

5 comments:

Pedrita said...

é muito bom ver ao vivo cenários de filmes. beijos, pedrita

Iza said...

Que legal saber mais sobre a sua cidade. Nunca fui a Minas, mas tenho uma vontade imensa de conhecer.
Minha cidade era rica na Era do Charque, aqui no Sul. Tem teatros lindos e um centro histórico maravilindo....pena que os governantes não dão bola...
Beijos <3

As Tertulías said...

Le, querida, adorei! Gostaria de me hospedar neste hotel... Voce sabia que Marília vive aí, em Pocos de Caldas????

Carol Caniato said...

Que legal, Lê! Não sabia desses fatos sobre Poços de Caldas! É super legal quando a gente pode ver de perto as locações né? Aqui em Juiz de Fora foi gravado o filme Zuzu Angel e utilizaram vários pontos conhecidos, mas é incrível como no filme passaram totalmente despercebidos hahaha Acho que eu mesma não sei identificar quais são!
:*

De volta ao retrô said...

Minas em Voga, AMEI o post, não sabia que você é mineira Iza, somos conterrâneas então ♥

Ariadne
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