A noite da entrega do Oscar cria novas estrelas, alavanca a carreira
de outras e sempre acaba cheia de momentos memoráveis. Quando o vencedor é
anunciado, ele geralmente corre emocionado até o palco, segura as lágrimas e
agradece a todos, desde à mãe até o maquiador do filme. Alguns discursos,
entretanto, fogem à regra e se tornam memoráveis, por serem importantes,
emocionantes, ou simplesmente engraçados. Estes são alguns deles:
Hattie McDaniel, Melhor Atriz Coadjuvante por “E o Vento Levou”, 1940:
A primeira negra a ganhar o Oscar sequer pôde ir
à estreia de seu filme em Atlanta devido às leis segregacionistas. Seu discurso
no Oscar, em contrapartida, foi uma bonita premonição:
Humphrey Bogart, Melhor Ator por “Uma Aventura na África”, 1953: Bogie é simples ao agradecer o diretor John Huston e Katharine Hepburn,
mas o destaque é o que acontece ao redor: quando seu nome é anunciado, o
público vibra e a apresentadora Greer Garson fica muito feliz, tocando no ombro
do astro ao lhe dar o Oscar.
Rex Harrison, Melhor Ator por “Minha Bela Dama”, 1965: Sua colega de cena, Audrey Hepburn, ficou em êxtase ao anunciar Rex
como vencedor. Ele fez o discurso abraçado a ela, e no final agradeceu às duas “belas
damas” (two fair ladies), referindo-se a Audrey e a Julie Andrews, que
contracenou com Rex na Broadway e que ganharia o prêmio de Melhor Atriz naquela
mesma noite por Mary Poppins.
Ruth Gordon, Melhor Atriz Coadjuvante por “O Bebê de Rosemary”, 1969: Como ela mesma fez questão de citar, ela começou a trabalhar em 1915
como extra. Depois de trabalhar no teatro e escrever roteiros inspirados com o
marido, ela se tornou uma velhinha Cult e fez filmes inesquecíveis.
Ingrid Bergman, Melhor Atriz Coadjuvante por “Assassinato no Expresso
do Oriente”, 1975: Surpresa por ter vencido mais uma vez, a bela e
modesta Ingrid elogiou outra indicada ao prêmio que também estava ótima:
Valentina Cortese.
Louise Fletcher, Melhor Atriz por “Um estranho no Ninho”, 1976: Quase todo mundo sabe que Louise fez parte do discurso em língua de
sinais para que seus pais deficientes entendessem a emoção do momento. Mas
antes ela foi muito sincera e surpreendentemente divertida.
Barbara Stanwyck, Oscar Honorário, 1982: Depois de seguir o protocolo e agradecer a todos que trabalhavam atrás
das câmeras, Missy fala com emoção de William Holden, morto no ano anterior,
que sempre quis que ela ganhasse o Oscar (seu “Golden Boy”, que é o filme que
eles estrelaram em 1939).
Shirley MacLaine, Melhor Atriz por “Laços de Ternura”, 1984: Shirley não economizou nas palavras. Falante e muito divertida, ela
elogiou seus companheiros de cena e fez todos rirem muito.
Kate Winslet, Melhor Atriz por “O Leitor”, 2009: Depois de dizer que treinava o discurso desde criança em um pote de
xampu, Kate pediu que seu pai assobiasse, agradeceu aos produtores mortos do
filme e terminou com uma piada amigável com a sempre indicada Meryl Streep.
Christopher Plummer, Melhor Ator Coadjuvante por “Toda Forma de Amor”,2012: Plummer é o mais velho ganhador do Oscar. Ele
decidiu fazer piada sobre isso perguntando à estatueta: “você só é dois anos
mais velha que eu. Onde você esteve toda minha vida?”.
Jean Dujardin, Melhor Ator por “O Artista”, 2012: Na chance que aparece uma vez só na vida, Jean se tornou o primeiro
francês a ganhar um Oscar de Melhor Ator. Ele agradeceu à sua inspiração e
fundador da Academia, Douglas Fairbanks, e depois extravasou a emoção gritando:
merci!
Daniel Day-Lewis, Melhor Ator por “Lincoln”, 2013: O Oscar é o momento em que podemos ver um pouco como os astros são na
vida real. Julgando pelo discurso, deve ser ótimo ter Day-Lewis como companhia.
Engraçado e adorável, ele arrancou risos da plateia e da apresentadora, Meryl
Streep.
P.S. 1: Apenas os que foram receber o Oscar pessoalmente estão nesta
lista. Por mais que tenha sido lindo Cary Grant aceitar por Ingrid Bergman em
1957, ele não pôde entrar na lista. E isso também exclui o episódio bizarro de
Marlon Brando e sua falsa índia em 1973.
P.S. 2: Apenas atores ganhadores do Oscar entraram na lista. Outros
tantos discursos foram lindos e emocionantes, mas o melhor de todos é ESTE.
This is my contribution to the 31 Days of Oscar Blogathon, hosted by Wonder
girls Kellee, Aurora and Paula at Outspoken & Freckled, Once Upon a Screen
and Paula’s Cinema Club.
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10 comments:
eu amo o filme o leitor. beijos, pedrita
Adoro este tipo de premiação
da um aperto no coração,para saber quem esta concorrendo ou quem vai ganhar...
beijos
http://pinagirlscris.blogspot.com.br
Foi meio polêmico a Ingrid vencer esse Oscar de 1974, muitos achvam que entre as indicadas ela era a que menos deveria vencer, mas ela teve consciência disso e claro, não escolheu, foi escolhida e levou a estatueta. Só sei que ela foi uma atriz esplendorosa, tanto na arte de interpretar como pela beleza natural que possuía e era a rainha dos closes.
Olá!
É aquela época do ano outra vez. E volto a te convidar para participar do Bolão do Oscar do "DVD, Sofá e Pipoca". (http://goo.gl/pZrkOf)
Te esperamos lá, e boa sorte!
This post was filled so many lovely Oscar night memories! Thank you for sharing.
I'm pretty cynical about awards, and the Oscars in particular, but when I see a sincere acceptance speech I am moved because it obviously means so much to the recipient.
Que texto lindo, menina. Estava com saudade deste espaço. Vejo que há muita publicação. Vou passear por ele. Um abraço...
Com certeza o Oscar alavanca carreiras em Hollywood, mas há alguns casos de carreiras que estagnaram depois da premiação, como a de Halle Berry...
Abraços.
So many great Oscar memories—especially under the great pressure of knowing that your words will live in history, forever!
These are so perfect! I especially love Ingrid Bergman's touching tribute to her colleague. She's so lovely.
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