} Crítica Retrô: Alemanha, Ano 1928 / Germany, Year 1928

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Friday, April 26, 2024

Alemanha, Ano 1928 / Germany, Year 1928

 

Em qualquer dado ano, MUITOS filmes estreiam ao redor do mundo. Em alguns países, com indústrias do cinema mais desenvolvidas, a riqueza dos títulos é algo a se maravilhar. Vamos olhar para a Alemanha na Era Muda do cinema. Em meu post sobre o ano de 1928 no cinema, disse que foi um ano muito louco para a Alemanha. E foi mesmo. Eu acabei escolhendo dois filmes alemães de 1928 nas minhas resoluções de Ano Novo para 2024 e decidi escrever sobre eles num só artigo. Vamos nessa.


In any given year, A LOT of movies are released all over the world. In some countries, with more developed film industries, the richness of titles released is a thing to wonder at. Let’s look at German in the silent era. In my post about 1928 in film, I said it was a very crazy year in Germany. And it was indeed. I ended up choosing two German films from 1928 to watch as part of my 2024 New Year’s resolutions and decided to review them together. Let’s go.

Alraune / Alraune, A Daughter of Destiny


Eu ouvi falar pela primeira vez deste filme num curso que fiz sobre filmes de ficção científica. O tópico era criar e manipular seres vivos – começando, obviamente, com “Frankenstein” – e como esses experimentos ambiciosos foram retratados no cinema. “Alraune” começa com o mito da mandrágora: uma raiz que, sob as circunstâncias adequadas, pode se tornar um ser humano – mas um ser humano sem sentimentos.


I first heard about this film in a class I was taking on sci-fi movies. The topic was creating and manipulating life – starting, of course, with “Frankenstein” – and how these ambitious experiments were portrayed in film. “Alraune” begins with the myth of the mandrake: a root that, under the right circumstances, can become a human being – but one without feelings.

O professor Brinken (Paul Wegener) pesquisa características hereditárias e quer comprovar o mito da raiz de mandrágora. Com a raiz ele cria um ser humano chamado Alraune (Brigitte Helm, de “Metropolis”). Com cerca de 20 anos de idade, Alraune está sendo educada numa escola religiosa, mas ela foge do lugar e, num trem, conhece uma trupe de circo e foge com eles. O professor Brinken a encontra no circo e a leva para viver com ele numa vila elegante, onde ela conhecerá a verdade sobre sua origem e buscará vingança.


Professor Brinken (Paul Wegener) researches hereditary characteristics and wants to debunk or prove the myth surrounding the mandrake root. With the root he creates a human being named Alraune (Brigitte Helm, from “Metropolis”). At about 20 years old, Alraune is being educated in a monastery school, but she escapes the place and, in a train, meets a circus troupe and runs away with them. Professor Brinken finds her at the circus and brings her to live with him in a fancy villa, where she will learn the truth about her origin and seek revenge.

Este não é um filme do prestigiado estúdio alemão UFA, mas sim dos Estúdios Ama. Eu pude encontrar pouquíssima informação sobre o estúdio, pois a maioria dos resultados de pesquisa se referia a uma companhia de software de mesmo nome fundada em 2004. “Alraune” foi refilmado como filme sonoro em 1930, com Brigitte Helm mais uma vez interpretando o papel-título.


This is a film not by the prestigious UFA studios, but rather by the Ama Studios. I could find very little about it, as most search results are about a software company of the same name founded in 2004. “Alraune” was remade as a sound film in 1930, with Brigitte Helm reprising the title role.

“Alraune” é baseado num romance escrito por Hanns Heinz Ewers, um mestre do gênero terror que escreveu diversos romances e contos – sendo o mais famoso “O Estudante de Praga” – e era também ator de vaudeville. A história foi adaptada para as telas pelo diretor Henrik Galeen, que escreveu o roteiro de “Nosferatu” (1922). Galeen fez seis filmes como ator na era muda e dirigiu 12 filmes entre 1914 e 1933.


“Alraune” is based on a novel written by Hanns Heinz Ewers, a master of the horror genre that wrote several novels and short stories – being his most famous “The Student from Prague” – and was also a vaudeville performer. The story was adapted to the screen by director Henrik Galeen, who wrote the screenplay for “Nosferatu” (1922). Galeen appeared in six films as an actor in the silent era and directed 12 movies between 1914 and 1933.

Embora não seja uma obra-prima, este filme foi divertido de se ver e Brigitte Helm, com apenas 19 anos à época das gravações, está ótima como vítima de experimento científico que se transforma numa sedutora. Fiquei feliz que meus estudos me motivaram a ver este filme.


Although not a masterpiece, this film was fun to watch and Brigitte Helm, only 19 when was shot, is great as the victim of a scientific experience who becomes a seductress. I’m glad my studies took me to see this movie.



Os Espiões / Spies / Spione

 

Eu escolhi “Os Espiões” de Fritz Lang como um destaque do ano de 1928 na Alemanha. E que espetáculo é este filme! Nele, documentos secretos são roubados de diversos locais, começando uma guerra de cérebros entre espiões. O vilão Haghi (Rudolg Klein-Rogge), banqueiro, tem como sua espiã a sedutora russa Sonja Barranikova (Gerda Maurus), enquanto o Serviço Secreto oficial tem um homem conhecido apenas como número 326 (Willy Fritsch). O problema é que estes dois espiões de lados opostos se apaixonam.


I chose Fritz Lang’s “Spies” as a highlight from 1928 in Germany. And what a spectacle it is! In the film, secret documents are stolen from several places, starting a battle of wits between spies. The villain Haghi (Rudolf Klein-Rogge), a bank owner, has as his spy the Russian seductress Sonja Barranikova (Gerda Maurus), while the official Secret Service has a man known only as number 326 (Willy Fritsch). The problem is that these two spies from opposite sides fall in love.

O quartel-general de Haghi está cheio de aparatos tecnológicos, algo que pode ser encontrado em muitos covis de vilões. A tecnologia pode ser usada para boas ou más ações, mas é tão comumente ligada a vilões por causa de seu potencial de criar caos. Haghi usa uma cadeira de rodas, uma característica comum a outros vilões antes e depois deste filme – lembremo-nos de apenas um: Lionel Barrymore em “A Felicidade não se Compra” (1946).


Haghi’s headquarters are full of technological devices, something that can be found in many villains’ places. Technology can be used for good and bad deeds, but is linked so often to villains because of its potential to create chaos. Haghi uses a wheelchair, also a trait shared by many villains before and after this film – let’s remember only one: Lionel Barrymore in “It’s a Wonderful Life” (1946).

“Os Espiões” foi publicado como romance por Thea von Harbou, então esposa de Fritz Lang, um ano após a estreia do filme. Foi o primeiro filme que Lang fez com sua própria produtora. De acordo com Robert Osborne, Lang estava tendo um caso com Gerda Maurus durante as filmagens.


“Spies” was published as a novel by Thea von Harbou, then Fritz Lang’s wife, one year after the film was released. This was the first movie Fritz Lang made under his own production company. According to Robert Osborne, Lang was having an affair with Gerda Maurus during the shooting of the movie.

Foi uma boa surpresa ver que uma de minhas atrizes coadjuvantes favoritas, Hertha Von Walther, estava neste filme como Lady Leslane, que é chantageada por Haghi bem no começo da película. Hertha chamou minha atenção pela primeira vez como coadjuvante muito importante em “Rua das Lágrimas” (1925) e desde então já a encontrei em muitos outros filmes alemães da década de 1920.


It was a great surprise to see that one of my favorite supporting actresses, Hertha Von Walther, was in this movie as Lady Leslane, who is blackmailed by Haghi in the very beginning of the film. Hertha first called my attention as a very important supporting player in “Joyless Street” (1925) and since then I spotted her in many other German movies from the 1920s.

Descrito no Letterboxd como “007 dos filmes mudos” e “Intriga Internacional de Fritz Lang”, este filme por vezes demasiado longo é certamente uma maravilha. Há pouco desenvolvimento dos personagens, entretanto, mas é assim que ele funciona. No final das contas, a jornada é mais importante do que quem a empreendeu.


Described on Letterboxd as “007 from the silent era” and “Fritz Lang’s North by Northwest”, this sometimes too long movie is certainly a marvel. There is little character development, though, and it works this way. In the end of the day, the ride is more important than the ones who did it.

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