Já falei sobre muita coisa aqui no blog: sobre meu filme favorito, “Nasce
uma Estrela / A Star is Born” (1937), meu ator favorito (James Cagney), minha
atriz favorita (Katharine Hepburn), meu diretor favorito (Orson Welles) e muito
mais. Falei sobre listas, cinebiografias, curiosidades e ótimos filmes mudos.
Mas ainda não falei sobre uma coisa muito importante: como eu comecei a gostar
tanto de cinema?
Primeira revelação assustadora: na maior parte da minha infância e
juventude, não gostava exatamente de filmes. Sim, gostava das fitas de vídeo
VHS da Disney (ah, os anos 90!), via desenhos de curta-metragem até decorar as
falas e era fã número um de Pateta (Goofy), Pato Donald, Timão e Pumba. Tenho
poucas lembranças de minha infância, mas todas relacionadas àqueles filmes: via
“A Pequena Sereia” (o caranguejo Sebastião era meu personagem favorito) de mãos
dadas com minha mãe até eu adormecer. Já tinha personalidade diferente e torcia
pelos vilões: o final de “A Bela Adormecida” sempre me entristeceu, porque eu
queria que a madrasta-dragão tivesse um final feliz.
Digo com vergonha que entrei em uma sala de cinema pela primeira vez em
2002, para ver “A Era do Gelo / Ice Age”. Algo curioso aconteceu então: tive
vontade de escrever sobre o filme. Então a primeira crítica cinematográfica
saiu em um jornalzinho pessoal que fiz para a escola. Quem diria que, mais de
10 anos depois, essa voltaria a ser minha atividade principal?
Minha primeira crítica de cinema. Graças a Deus não dá para ler o que eu escrevi! |
Nos primeiros anos da minha adolescência, prestei mais atenção às séries.
Tudo começou quando minha mãe me apresentou às sitcoms “The Nanny” e “Will
& Grace”. Depois delas vieram outras, todas reprisadas pelo canal Sony, e
que normalmente eu só podia ver ou na sexta-feira à tarde ou nas férias. Aos
poucos fui descobrindo séries antigas, como “Família Adams”, “A Feiticeira /
Bewitched”, “Jeannie é um Gênio / I Dream of Jennie” e as favoritas “Agente 86
/ Get Smart” e “Mork & Mindy”.
E com as séries antigas veio o TCM Brasil. Quando assinamos um novo
pacote de TV a cabo, meus avós viam TCM direto. O primeiro filme que vi no
canal foi “As Sete Faces do Dr. Lao” (1964), e o segundo foi “Marujo Intrépido
/ Captains Courageous” (1937), ambos vistos apenas porque eu estava entediada.
Eu preferia me concentrar nas séries do canal (novamente Maxwell Smart me
influenciava) e, pasmem, detestava musicais e filmes mudos na época.
Sim, eu era boba. Demorei 16 anos para descobrir o maravilhoso mundo do
cinema clássico. Gostaria de tê-lo descoberto antes, de ter aproveitado mais
quando a programação do TCM Brasil era boa, de ter tido mais apoio cinéfilo e
cinematográfico nos meus momentos difíceis. Mas encontrei o maravilhoso mundo
do cinema. E agradeço todos os dias por isso.
This
is my contribution to the My First Movie Blogathon, histed by Jenna and Allie
at Flick Chicks.