} Crítica Retrô: April 2021

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Saturday, April 3, 2021

Um Pijama para Dois (1957) / The Pajama Game (1957)

 

Uma fábrica de pijamas parece ser o lugar mais chato do mundo, né? Mas mesmo este lugar pode se tornar interessante... com o poder do cinema! E com o poder da Broadway, claro. Em 1954, “Um Pijama para Dois” foi um grande sucesso na Broadway, com uma estranha porém eficaz mistura de romance, trabalhadores lutando por salários justos e um pouco de humor. Quando foi adaptado para a tela, o talento e o carisma de Doris Day foram adicionados para criar mais um grande sucesso.

A pajama factory sounds like the most boring place in the world, doesn't it? But even this place can become interesting... with the power of movies! And the power of Broadway, of course. In 1954, “The Pajama Game” was a huge hit on Broadway, with an odd but efficient mix of romance, workers fighting for fair wages and a bit humor. When it was adapted to the screen, the star power of Doris Day was added to make another sure hit.


Sid Sorokin (John Raitt) acaba de ser contratado como superintendente na Fábrica de Pijamas Sleeptite (algo como “durma bem”). Assim que começa no novo trabalho, ele entra em atrito com uma das funcionárias, Katherine 'Babe' Williams (Doris Day). É uma daquelas histórias clássicas: eles começam não gostando um do outro, mas é certeza que eles ficarão juntos no final – mesmo que ela declare não estar nem um pouco apaixonada.

Sid Sorokin (John Raitt) has just been hired as a superintendant at the Sleeptite Pajama Factory. As he begins his new job, he clashes with one of the employees, Katherine 'Babe' Williams (Doris Day). It's one of those classic stories: they start disliking each other, but they'll certainly be together in the end – even though she declares she's not at all in love. 

Felizmente, não demora o filme todo para que eles confessem o que sentem um pelo outro isso acontece no piquenique annual dos Fabricantes Unidos de Camisas & Pijamas da América. Mas surge um conflito: Sid foi contratado para impedir que os funcionários da fábrica consigam um aumento de sete centavos e meio por hora no salário, e Babe faz parte do sindicato que luta por esse aumento. Sete centavos e meio não compra muita coisa, mas pode ser suficiente para separar Sid e Babe.

Fortunately, it doesn't take them the whole movie to confess they are in love: they do it in the Amalgamated Shirt & Pajama Workers of America's annual picnic. But conflict arises: Sid was hired to prevent the workers in the factory from getting a 7 ½ cents raise in their hourly wage, while Babe is a member of the union fighting for this same raise. 7 ½ cents do not buy a hell of a lot, but may be enough to keep Sid and Babe apart.

O cabelo de Doris Day está bem moderno neste filme, e seu figurino é simplesmente lindo. Embora ela pareça feliz durante a maior parte do filme, nos bastidores ela tinha dificuldades por ser uma de apenas quatro artistas que não estrelaram a peça na Broadway. Encontrar seu lugar onde já havia tanto entrosamento foi difícil, embora não haja evidências de que ela tenha sido tratada de maneira diferente pelo resto do elenco.

Doris Day's hair looks very modern in this movie, and her outfits are simply gorgeous. Although she looks happy during most of the film, behind the scenes she was struggling because she was only one of four performers who weren't in the original Broadway cast. Finding her place in that well-oiled machine was hard, although there is no accounts that she was ever treated differently by the rest of the cast.

John Raitt – que se parece um pouco com Warren Beatty em algumas cenas – interpretou o protagonista de “Um Pijama para Dois” na Broadway. Depois de impressionar Rodgers & Hammerstein num teste para ser substituto no musical “Oklahoma!” em 1944, a dupla escreveu o musical “Carrossel” especificamente para Raitt interpretar o papel principal. John Raitt trabalhou muito na Broadway e fez algumas participações na TV. “Um Pijama para Dois” foi seu maior papel no cinema, e infelizmente ele e Doris Day não tinham muita química.

John Raitt – who looks a little like Warren Beatty in some scenes – played the lead of “The Pajama Game” on Broadway. After impressing Rodgers & Hammerstein in an audition for a position as an understudy in the musical “Oklahoma!” in 1944, the duo wrote the musical “Carousel” specifically for Raitt to play the lead. John Raitt worked mostly on Broadway and made a few TV appearances.“The Pajama Game” was his biggest film role, and unfortunately he and Doris Day don't have a great chemistry.

Carol Haney está hilária como a secretária Gladys Hotchckiss, papel que ela interpretou na Broadway e que lhe garantiu um prêmio Tony. No cinema, Carol tinha apenas aparecido como dançarina, e “Um Pijama para Dois” foi o único filme em que ela teve falas. Sua Gladys é decidida e adorável, embora não seja exatamente engraçado ver um atirador de facas ciumento correndo atrás dela, ameaçando-a.

Carol Haney is hilarious as the secretary Gladys Hotchckiss, a role she played on Broadway and gave her a Tony Award. In film, Carol had only appeared as a dancer, and “The Pajama Game” was the only movie in which she had lines. Her Gladys is no-nonsense and adorable, although it's not exactly funny to see a jealous knife-thrower running after her and threatening her.

O coreógrafo do musical da Broadway e da versão cinematográfica de “Um Pijama para Dois” foi Bob Fosse. A coreografia mais interessante e incomum no filme, na minha opinião, é do número “Steam Heat”. Algumas músicas da peça foram cortadas, incluindo “Think of the Time I Save”, que tem uma letra bem divertida.

The choreographer for both the Broadway musical and the movie version of “The Pajama Game” was Bob Fosse. The most interesting and unusual choreography in the film, in my opinion, is in the number “Steam Heat”. A few songs from the musical were dropped, including “Think of the Time I Save”, that has hilarious lyrics.

Há muitas músicas boas em “Um Pijama para Dois”, incluindo “I'm not at All in Love” e “Hey There”, as duas mais famosas da trilha sonora. A canção “Small Talk” é bem ousada por evocar o ato sexual, e é bem curioso ver esta canção ser cantada para Doris Day, que ainda faria suas mais famosas – e puritanas – comédias românticas com o ator e amigo Rock Hudson no final da década de 1950 e início da década de 1960.

There are many great tunes in “The Pajama Game”, including “I'm not at All in Love” and “Hey There”, the two most famous of the soundtrack. The song “Small Talk” is very risky in the sense it points out to sex and making out, and it's very curious to see this being sung to Doris Day, who would still make her most famous – and prude – romantic comedies with actor and good friend Rock Hudson in the late 1950s / early 1960s.

Os compositores do musical certamente estavam antenados com as tendências, pois nos anos 50 os sindicatos atingiram recordes de membros... então por que não fazer um musical sobre as pessoas nestes sindicatos? Embora hoje haja menos trabalhadores sindicalizados e algumas novas indústrias tentem impedir que seus trabalhadores se sindicalizem, não vemos muito na história norte-americana a mesma tendência de outros países como o Brasil: considerar sindicatos como lugares de comunistas e anarquistas e por isso atacá-los.

The authors of the musical certainly were up-to-date with tendencies, as in the 1950s labor unions reached their membership highest... so why not make a musical about union workers? Although now there are less people in unions and some new industries fight to prevent their workers from unionizing, we don't really see in US history the same tendency we see in other countries like Brazil: to label labor unions as places for communist and anarchist activities and because of this these places are attacked.

"Um Pijama para Dois” não é meu musical favorito de Doris Day, nem meu filme favorito dela. Tem um par de ótimas músicas, bons personagens e momentos divertidos, mas ainda é uma mistura estranha. Mesmo assim, pode ser visto como uma cápsula do tempo, de um tempo em que sete centavos e meio faziam a diferença no salário, quando Hollywood olahva para a Broadway à procura de ideias para competir com a recém-nascida televisão e quando Doris Day era uam rainha das telas.

The Pajama Game” isn't my favorite Doris Day musical or Doris Day movie. It has a couple of amazing tunes, nice characters and funny moments, but it's still an odd mix. Nevertheless, it can be seen as a time capsule, from a time when 7 ½ cents were a good raise in wages, when Hollywood looked to Broadway for ideas to compete with the newborn television and when Doris Day was a screen queen.

This is my contribution to the Fifth Annual Doris Day blogathon, hosted by Michaela at Love Letters to Old Hollywood.

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