} Crítica Retrô: Os reis do iê-iê-iê (1964) / A Hard Day's Night (1964)

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Tuesday, July 7, 2015

Os reis do iê-iê-iê (1964) / A Hard Day's Night (1964)

"Os reis do iê-iê-iê” começa como um dia qualquer na vida do quarteto mais famoso dos anos 60: com os Beatles fugindo de uma multidão de fãs histéricas. Se você é como eu, e a história de um filme é o que mais importa, então pode pôr seu cérebro no modo descanso e aproveitar: o importante aqui é curtir a atração, sem tentar compreender uma história que não faz sentido – ou talvez faça sentido porque só poderia acontecer nos bastidores do mundo da televisão.

A Hard Day’s Night” starts as a normal day in the life of the most famous quartet of the 1960s: with the Beatles running away from a crowd of hysterical fans. If you are like me, and the story is what matters the most in a movie, then you can put your brin in rest mode and enjoy: the important here is to enjoy the attraction, without trying to understand a story that makes no sense – or maybe it makes sense because it could only happen in the TV world.

Os Beatles (John, Paul, Ringo e George) vão gravar um programa de televisão. Para chegar aos estúdios eles viajam de trem com seus empresários e levam a tiracolo o avô de Paul McCartney (Wilfrid Brambell), um idoso fora dos padrões... e também muito limpo. A principal função deste avô é criar o caos por onde passa, seduzindo moças, falsificando assinaturas, participando de uma ópera por engano e finalmente fazendo Ringo se rebelar, no melhor estilo Ferris Bueller.

The Beatles (John, Paul, Ringo and George) are going to appear in a TV show. To arrive at the studios they travel by train with their managers and take with them Paul McCartney’s grandfather (Wilfrid Brambell), an older gentleman who thinks outisde the box… and is also very clean. The grandfather’s main mission is to create chaos whenever he goes, seducing young women, forging signatures, taking part in an opera by chance and finally making Ringo go rebellious, Ferris Bueller style.

Eles são celebridades muito, muito irreverentes, que fogem das fãs, da imprensa e estão sempre desafiando a autoridade (empresários, diretores de televisão). Esta rebeldia conquistava o público, e sem dúvida fez com que muitos espectadores imaginassem como seria legal ser amigo dos Beatles (mais de 50 anos depois da estreia do filme eu ainda sonho com esta oportunidade). Neste sentido, o filme pode ser visto como a visão dos próprios Beatles sobre a fama: não é possível levar tudo e todos a sério quando se é uma celebridade. E talvez não seja preciso levar tudo e todos a sério em momento algum da vida, mesmo para as pessoas comuns.

They are very, very irreverent celebrities who run away from fans, the press and are always defying some kind of authority (managers, TV directors). This rebel way conquered the public, and without a doubt made many people think that it’d be awesome to be friends with the Beatles (more than 50 years after the release of the film still dream about this possibility). In this sense, the film can be seen like the Beatles’ vision about fame: it’s impossible to take everything and everybody seriously when you are a celebrity. And maybe you don’t need to take everything and everybody seriously in any moment in life, even if you’re a normal person.

O filme consegue ser psicodélico sem precisar de truques de câmera ou de cores ousadas (e se o filme fosse colorido, se aproximaria muito de uma obra de Wes Anderson). Os Beatles se comportam como versões muito jovens dos irmãos Marx, e é impossível perceber todas as piadas, frases espirituosas e situações cômicas vendo o filme pela primeira vez. Apenas múltiplas visitas ao grande sucesso dos Beatles no cinema são capazes de transmitir a qualidade cômica e transgressora da obra. Cada frase distorcida ou resposta malcriada é dita com toda a seriedade por rostos estoicos que dariam orgulho a Buster Keaton. As cenas de perseguição perto do final, aliás, lembram muito os curtas-metragens de Keaton, em especial “Cops” (1922).

The film manages to be psychedelic without needing camera tricks or bold colors (and if the movie was in color, it’d be very close to a Wes Anderson movie). The Beatles behave like very young versions of the Marx brothers, and it’s impossible to grasp all the jokes, witty lines and comic situations watching the film for the first time. Only multiple viewings of this great success are able to transmit this work’s comic and transgressive quality. Each twisted line or unpolite answer is said seriously by stoic faces that would make Buster Keaton proud. By the way, the chase scenes in the end reminded me of Keaton’s shorts, in special “Cops” (1922).

Apesar de tanta comédia, o filme é sobretudo um musical feito para mostrar o talento da maior banda do momento. Não apenas durante o show, mas em várias cenas ao ar livre os sucessos dos Beatles podem ser ouvidos, entre eles: “A Hard Day's Night” (obviamente, e que foi composta durante as filmagens), “She Loves You”, “Can't Buy Me Love”, “I Should Have Known Better”, “And I Love Her”, “I Wanna Be Your Man” e “All My Loving”.

Even though there is so much comedy, the film is above all a musical made to show the talent of the biggest band back then. Not only during the show, but also in several scenes in the open, the hits of the Beatles can be heard, among them: “A Hard Day’s Night” (obviously, as it was composed during the shooting) “She Loves You”, “Can't Buy Me Love”, “I Should Have Known Better”, “And I Love Her”, “I Wanna Be Your Man” and “All My Loving”.

 

Nos anos 60 os jovens estavam se rebelando contra os valores ultrapassados do pós-guerra e ensaiando a mudança no mundo. Se fosse necessário escolher um ícone cultural que representasse este mudança, sem dúvida seriam os Beatles. E nunca eles foram mais rebeldes que neste filme. Apesar de quase todas as músicas falarem de amor, é a rebeldia dos músicos que contrasta e conquista. Até o final de 1964, o filme arrecadou doze milhões de dólares nas bilheterias americanas (seu custo foi de apenas meio milhão). A Beatlemania estava só começando!

In the 1960s the young people were rebelling against the old post-war values and rehearshing change in the world. If we had to choose a cultural icon that represented this change, without a doubt the Beatles would be chosen. And they were never more rebellious than in this movie. Even though almost all songs talked about love, it’s the musicians’ rebelliousness that contrasts and conquers. When 1964 ended, the film had made 12 million dollars only in the US (it cost only half a million). Beatlemania was just starting!

This is my contribution to the Beatles Film Blogathon, hosted by Steve at Movie Movie Blog Blog. Twist and Shout!


9 comments:

Steve Bailey said...

Very nice critique! Loved your comparisons to Ferris Bueller and Keaton's COPS. I also liked the thought that, 50 years later, Beatles fans would still love to know what it would be like to be in that mob. Beautiful review!

ClassicBecky said...

Hi Le! I haven't been around much because of months of illness -- in other words, a really lousy year or so. I've missed your blog, and I really enjoyed this Beatles article. I am old enough to have been a pre-teen when the Beatles came on the scene. They never did a concert in my town, but I remember the Ed Sullivan show and all the screaming and crying. I was one of them in my own living room. My parents were very concerned about my mental health ... LOL! Thanks for the memories!

Pedrita said...

esse filme é muito legal. beijos, pedrita

Terence Towles Canote said...

I think you already know The Beatles are my favourite band of all time and A Hard Day's Night is one of my favourite movies. It is just so much fun, and the music is great. Great post!

Suzane Weck said...

Ola ,adorei a postagem sobre o filme dos Beattles.Aliás ,sempre gostei deles e de suas canções.Meu grande abraço.SU

Claudio said...

Esse filme é uma delícia, muito divertido, em especial todas as cenas em que o Ringo aparece, ele roubo o filme. Por causa deste filme Ringo sempre foi meu Beatle preferido.

Iza said...

É muito amor por esses 4 meninos de Liverpool!
Adoro esse filme, é divertido e a trilha sonora mais perfeita impossível né?
Apesar de amar essa fase "mimosa e queridinha" dos Beatles, eu gosto mesmo é da fase psicodélica do Sgt.Pepper.
Já assistiu Help? É maravilhoso também.
Beijos <3 <3

Jefferson C. Vendrame said...

Oi Lê!Tudo Bem?
Que saudades desse filme. Lembro-me de tê-lo visto na TV Globo nos anos 90, num sábado a tarde!
Parabéns pelo ótimo Post! Sempre informativo!
Abração!

ANTONIO NAHUD said...

Fiquei curioso, Lê! Belo post. Bjs

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