} Crítica Retrô: O Pirata / The Pirate (1948)

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Sunday, December 18, 2016

O Pirata / The Pirate (1948)

Quando você tem dois artistas cujas obras incluem “O Mágico de Oz” (1939) e “Cantando na Chuva” (1952), é fácil esquecer os outros filmes deles. “O Pirata” em geral passa despercebido quando discutimos as filmografias de Judy Garland e Gene Kelly, mas não deveria: é um musical delicioso, bem feito e apaixonante. E um que merece o selo de “cult”.

When you have two performers whose careers included “The Wizard of Oz” (1939) and “Singin’ in the Rain” (1952), it’s easy to overlook their other films. Often, “The Pirate” is overlooked in the context of both Judy Garland’s and Gene Kelly’s filmographies, but it shouldn’t be: it’s a delightful, well-done, passionate musical. And one that also should receive a ‘cult’ label.
Manuela (Judy Garland) é uma sonhadora. Ela sonha com romance, quer sair da vila onde mora e viver grandes aventuras com seu grande amor. Ele é uma órfã, e a tia que a criou, Inez (Gladys Cooper) arrumou-lhe um casamento com o novo prefeito da vila, Don Pedro Vargas (Walter Slezak). Manuela não está nem um pouco animada. Mas ela quer viver uma última aventura antes de se casar, e por isso viaja para Porto Sebastian para conhecer o mar do Caribe e buscar seu vestido de noiva.  

Manuela (Judy Garland) is a dreamer. She dreams about romance, and wants to leave the village she lives in and live big adventures with the love of her life. She is an orphan, and the aunt who raised her, Inez (Gladys Cooper), has arranged a marriage with the village’s new mayor, Don Pedro Vargas (Walter Slezak). Manuela couldn’t be less thrilled. But she wants to go on a last adventure before getting married, and travels to Port Sebastian to see the Caribbean Sea and get her wedding gown.
Em Porto Sebastian ela conhece Serafin, um mulherengo ator de Madrid. Ele dá em cima de todas as “ninas”, mas parece que com Manuela foi amor à primeira vista – e não correspondido. Por isso ele se anima quando a vê na plateia de seu show, e a hipnotiza como parte de um truque. Ela confessa que não ama o noivo, e estaria mais feliz vivendo aventuras com Macoco, o famoso pirata negro.

In Port Sebastian she meets Serafin, actor and womanizer from Madrid. He hits on every single ‘ninã’, but it looks like that with Manuela it was love at first sight – but unrequited. That’s why he gets excited when he sees her in the audience at his show, and hypnotizes her as part of a trick. She confesses she isn’t in love with her fiancée, and would be better living adventures with Macoco, the famed black pirate.
Agora Serafin sabe one Manuela vive, e vai atrás dela – em trajes de pirata, ainda por cima. Ele faz isso porque ele cantou enquanto estava hipnotizada, e a performance dela foi sensacional. Agora, ele quer levá-la em uma vida de aventuras como artista itinerante.

Now Serafin knows where Manuela lives, and goes after her – in pirate’s clothes, no less. He does this not only because he is in love, but also because she sang while hypnotized, and her performance was wonderful. Now, he wants to take her on a life of adventures as a travelling performer.
“O Pirata” foi o segundo de três filmes que Judy e Gene fizeram juntos. O primeiro foi “Idílio em Dó-Ré-Mi” (1942), um musical emocionante que também foi a estreia de Gene no cinema. Nesta segunda parceria, eles mostram ótima química e grande timing cômico. Na parceria final, “Casa, Comida e Carinho” (1950), vemos Judy acima do peso e lidando com seus demônios, mas sendo ajudada pelo sempre generoso Gene. Eles também deveriam ter contracenado em “Desfile de Páscoa” (1948), mas Gene machucou o tornozelo pouco antes de começarem as gravações e foi substituído por Fred Astaire.

“The Pirate” is the second of three films Judy and Gene made together. The first one was “For Me and my Gal” (1942), a heartbreaking musical which was also Gene’s film debut. In this second pairing, they show how good their chemistry and comedic timing are. In the final collaboration, “Summer Stock” (1950), we see Judy overweight and battling her demons, but being helped by an always generous Gene. They were also set to star together in “Easter Parade” (1948), but Gene injured his ankle before filming began and was replaced by Fred Astaire.
Gene Kelly nunca foi tão atlético – nem suas coxas foram tão sexy. Ele está em sua melhor forma escalando prédios no primeiro número musical, e combina os passos perfeitamente com os intrépidos Nicholas Brothers mais tarde no filme. Os irmãos foram contratados por insistência de Judy e Gene, mas a participação deles no filme – e o fato de que eles dançaram ao lado de um homem branco – tornou-os párias na comunidade musical. O número deles foi cortado do filme em diversos estados segregacionistas e os irmãos foram viver e se apresentar na Europa.

Gene Kelly never looked so athletic – nor his thighs so sexy. He is at his best climbing buildings in his first musical number, and matches his steps perfectly with the ones of the Nicholas Brothers later in the film. The brothers were hired by Judy and Gene’s insistence, but their participation in the film – and the fact that they danced with a white man – kind of ostracized them in the musical community. Their number was cut in several segregation states and the brothers went to live and perform in Europe.
A paleta de cores parece uma mistura de “Agora Seremos Felizes” (1944), também dirigida por Vincente Minnelli, e “O Cisne Negro” (1942). É lindo, como a maioria dos filmes de Minnelli. Eu apenas gostaria que houvessem MAIS números musicais – no meio do filme, ou quando Judy e Gene estão na casa do prefeito.

The color palette looks like a mix of “Meet Me in St. Louis” (1944), also directed by Vincente Minnelli, and “The Black Swan” (1942). It is beautiful, as most of Minnelli’s films are. I just wish that there were MORE musical numbers – in the middle of the film, or when Judy and Gene are at the mayor’s house.
É de se espantar que a presença luminosa de Judy não transpareça em nada os problemas que ela enfrentava longe das telas. Mesmo assim, o filme foi um fracasso de bilheteria, e o único filme de Judy na MGM a dar prejuízo. Mas, como aconteceu com tantos fracassos, o filme foi redescoberto e passou a ser cultuado – gerando a estranha ideia do casal fictício “Jugenea”. Eu nunca fui tão longe quanto estes dedicados fãs, mas digo que “O Pirata” está entre os melhores musicais do século XX.

It’s impressive that Judy’s luminous presence in this movie doesn’t mirror at all the problems she was facing off-screen. Nevertheless, this film was a box-office flop, and the only Judy picture at MGM to lose money. But, as happened to so many flops, it was rediscovered and a cult following appeared – generating the odd “Jugenea” fictional couple idea. I never got so far as these dedicated fans, but I say that “The Pirate” is among the best musicals of the 20th century.

This is my contribution to the Vincente Minnelli blogathon, hosted by Michaela at Love Letters to Old Hollywood.

6 comments:

Michaela said...

LOVE this. I adore this movie, but sometimes it feels like I'm the only one. I agree with absolutely everything you said. And those gifs! Heavenly! I'm so, so happy that you contributed this piece! Thanks for supporting my first blogathon! :)

Caftan Woman said...

I like the premise and I appreciate the execution, but I've never been able to commit fully to The Pirate. Perhaps next time, with your article in mind, it will win me over.

Simoa said...

Excellent write up! I haven't watched this in a long time, but it's one of my favorites.

Unknown said...

Wow - it's amazing to think that was her only film to lose money. I always knew she was a big star, but that's impressive that every other movie she made was financially successful.

Really enjoyed your review of this film! I've only seen it once (not sure why it was only once), but clearly need to see it again. I love Gene Kelly and Judy Garland together!

Lisa said...

What a wonderful post! The Pirate is a bit insane on all counts, but a lot of fun and a gorgeous production! So much talent all around!!

... said...

Judy Garland acima do peso em "Casa, Comida e Banho"? Não, não! Ela estava com ótima aparência! Talvez os problemas dela fosse o padrão exigido das telinhas naquela época.

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