} Crítica Retrô: Minha Vida com Liberace (2013) / Behind the Candelabra (2013)

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Friday, January 31, 2014

Minha Vida com Liberace (2013) / Behind the Candelabra (2013)

Espere um momento: o blog não é sobre cinema clássico? O que um telefilme de 2013 está fazendo aqui? “Minha Vida com Liberace” pode ser uma produção moderna, mas tem todo um toque retrô, e inclusive cita muitos filmes e celebridades do cinema clássico, ao tratar de um período importante na vida do primeiro e único pianista showman: o extravagante Liberace.

Wait a minute: isn’t this a classic film blog? What is a made-for-TV movie from 2013 doing here? “Behind the Candelabra” may be a modern production, but it has a retro touch, and even mentions many classic movies and classic film celebrities, as it is set in na importante period of time in the life of the first and only pianist/showman: the extravagant Liberace.

É 1977, e Liberace (Michael Douglas), já um consolidado criador de espetáculos para os olhos e ouvidos, está com 58 anos. Ele é apresentado ao jovem Scott Thorson (Matt Damon), garoto relativamente carente que sonha em ser veterinário. Começa então um relacionamento que vai mudar para sempre a vida de ambos. Scott, que tinha apenas 18 anos quando conheceu Liberace e que foi criado em orfanatos, é apresentado a um mundo de luxo, riqueza, joias e vaidade.    

It’s 1977, and Liberace (Michael Douglas), already a celebrated creator of spectacles for the eyes and the ears, is 58 years old. He is introduced to the young Scott Thorson (Matt Damon), a relatively needy boy who dreams to become a veterinarian. What starts is a relationship that will forever change both lives. Scott, who was only 18 when he met Liberace and was raised in orphanages, is introduced to a world of luxury, richness, jewelry and vanity.   

Liberace começou a tocar piano aos quatro anos, em 1923, mas começou a fazer sucesso só na década de 1940. Do filme “À Noite Sonhamos” (1945) ele tirou a ideia de colocar um candelabro em cima do piano, o que se tornou sua marca registrada. Subvertendo o jeito sisudo dos pianistas, deixando o instrumento mais dinâmico e animado, Liberace conquistou os palcos, os clubes e as telas da televisão. Suas roupas eram exageradas, seu carisma, inigualável, e seu talento, imbatível. Conversava com a plateia enquanto tocava e seus shows eram garantia de ingressos esgotados.

Liberace started playing the piano when he was four, in 1923, but he only rose to fame in the 1940s. From the movie “A Song to Remember” (1945) he took the ide ato place a candelabra over the piano and that became his trademark. Subverting the serious face many pianists have, turning the instrument into something more lively and dinamic, Liberace conquered the stages, the clubs and the TV screens. His clothes were exaggerated, his charisma, without comparison, and his talent, undefeated. He talked to the audience while playing and his shows were always sold out.

Michael Douglas está fantástico como Liberace. Ele realmente mereceu ganhar todos os prêmios da temporada. Exagerada, mas humana, sua interpretação chega a dar um recado para os muitos preconceituosos de Hollywood. Explicando: o filme deveria ser distribuído comercialmente nos cinemas em 2008, mas todos os produtores com quem o diretor Steven Soderbergh conversou se recusaram a financiar e distribuir o filme, dizendo que era “demasiado gay”. E chega a cena em que Liberace conta como sobreviveu a uma grave doença nos rins. A frase é impactante:

“Sei que minha vida não teria sido poupada se ser gay é o pecado que a igreja diz ser.”

Michael Douglas is fantastic as Liberace. He really deserved to win all the awards from this season. Exaggerated, but human, his portrayal even sends a message to the many prejudiced people in Hollywood. Let me explain: the film was supposed to premiere in cinemas in 2008, but all the producers with whom director Steven Soderbergh talked refused to finance and distribut the movie, saying it was “too gay”. And then there is the scene when Liberace tells how he survived a serious kidney ailment. The sentence is here to make impact:

I knew my life would not have been spared if being gay was the sin the Church said it was”.

Mesmo com 42 anos, Matt Damon está bem como o jovem Scott (a idade dele não é revelada no filme). Outro que se destaca é Rob Lowe, com a aparência mais bizarra possível para viver um cirurgião picareta, ao mesmo tempo cômico e trágico. Muita maquiagem foi necessária para caracterizar os dois atores. O filme foi distribuído nos cinemas europeus, o que rendeu a Matt uma indicação ao Bafta de Melhor Ator Coadjuvante. Por falar em coadjuvante, outra que tem boas cenas é Debbie Reynolds, irreconhecível como a mãe de Liberace. Debbie chegou a conhecer o pianista e sua família, inclusive participando de especiais dele para a TV. E as coincidências não param por aí: o único ator de Hollywood presente no funeral de Liberace era ninguém mais ninguém menos que Kirk Douglas.

Even though he is 42 years old, Matt Damon is very good as the young Scott (his age isn’t mentioned in the movie). Another highlight is Rob Lowe, looking as bizarre as possible to become a bad plastic surgeon, at the same time comic and tragic. A lot of make-up was necessary to create their looks. The film premiered in European cinemas, that’s why Damon was nominated to a Bafta in the Best Supporting Actor catergory. Since we’re talking about supporting actors, another one with good scenes is Debbie Reynolds, unrecognizable as Liberace’s mother. Debbie got to know the pianist and his family, even appearing in some of his TV specials. And the coincidences don’t stop there: the only Hollywood actor to attend Liberace’s funeral was none other than Kirk Douglas.
 

O filme é tão bom que até o cachorro ganhou um prêmio, mesmo estando presente em uma só cena: Baby Boy, o poodle cego de Liberace, ganhou o Palm Dog Award no Festival de Cannes. O telefilme também foi o grande vencedor do Emmy, com prêmios em categorias técnicas e também de atuação. De fato, o cuidado com os detalhes é incrível, e os cenários são de deixar qualquer um boquiaberto. Se todo o luxo durante o filme não fosse suficiente, há também os lindos pianos em miniatura que aparecem nos créditos finais. Eu queria comprar todos eles!

The movi eis so good that even the dog won an award, even though he was in only one scene: Baby Boy, Liberace’s blind poodle, won the Palm Dog Award at the Cannes Film Festival. The made-for-TV movie was also the big winner at the Emmys, with awards in both technical and acting categories. For real, the attention to details is amazing, and the sets will make anyone speechless. If all the luxury of the film wasn’t enough, there are also the gorgeous miniature pianos in the closing credits. I wish I could buy all of them!

Baseado no livro de Scott Thorson, “Behind the Candelabra” pode ser o último trabalho de Steven Soderbergh, responsável pela trilogia dos “11 homens e um segredo”, “Erin Brockovich” e “Sexo, Mentiras e Videotape”, além de produtor de sucessos como “Precisamos falar sobre o Kevin”. Em uma entrevista enigmática, ele disse que vai se retirar por um tempo e voltará se tiver se reinventado como diretor. Esperamos que, assim como fazia Liberace, ele volte de maneira triunfal.

Based on Scott Thorson’s book, “Behind the Candelabra” may be Steven Soderbergh’s last work. He was responsible for the new “Ocean’s 11” trilogy, “Erin Brockovich” and “Sex, Lies and Videotape”, and produced successes such as “We Need to Talk About Kevin”. In na enigmatic interview, he said he’ll retire for a while and come back if he’s able to reinvent himself as a director. We hope that, like Liberace, he manages to have a triumphant comeback.  


This is my contribution to the Steven Soderbergh Blogathon, hosted by Ratnakar at Seetimar – Diary of a Movie Lover.

10 comments:

Mario Salazar said...

Steven Soderbergh siempre dice que se va a retirar y vuelve a sacar un filme bajo la manga, ya no le creemos, y es mejor así, que siga aunque haga una de cal y otra de arena. A mi me gusta a veces solamente aunque es un director interesante a fin de cuentas. Esta película y el gran Michael Douglas me interesa, es raro porque cuando decimos telefilme siempre pensamos en mala calidad, o en melodrama, pero este es muy bueno, según mucha crítica. Un beso.

Pedrita said...

eu tenho visto q está na programação dos hbos. ainda não me animei pra assistir, mas devo ver. beijos, pedrita

Rafael Prata said...

Bela postagem.. Quero muito ver esse filme.. Tenho lido vários elogios a M.Douglas e Damon por esse filme.. ^^

Cherry Cris said...

amei
beijos
http://pinagirlscris.blogspot.com.br

Hugo said...

A caracterização dos atores parece ser um show a parte.

Até mais

Hugo said...
This comment has been removed by the author.
Ruby said...

Apesar de ver demais na grade da HBO eu não assisti, mas ainda vi umas cenas, não vi tudo, apesar de gostar de filmes biográficos.

Ruby said...

Apesar de ver demais na grade da HBO eu não assisti, mas ainda vi umas cenas, não vi tudo, apesar de gostar de filmes biográficos.

Anonymous said...

Maravilhoso, Letícia!
Eu pouco ouvi falar de Liberace, ele parece ser uma pessoa/um personagem muito interessante. O filme não tinha chegado aos meus ouvidos até agora, mas agora que chegou acho que vale a pena eu baixar e conhecer um pouco mais dessa pessoa extravagante que foi esse pianista.

Beijos,

Mari
caixadamari.com

Iza said...

Soderbergh é Soderbergh, né Lê? O Michael Douglas está irreconhecível - eu pelo menos, achei. Sabe, tava procurando um filme para assistir hoje. Ótima, dica, viu? Irei assistir.
Beijos <3

P.S: Dos indicados ao Academy Awards, só assisti 12 Anos de Escravidão e Clube de Compras Dallas. E você?

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