} Crítica Retrô: Busby Berkeley em cores / Busby Berkeley in color

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Sunday, January 28, 2018

Busby Berkeley em cores / Busby Berkeley in color

Os diretores podem adicionar sua marca registrada nos filmes que fazem. O mesmo acontece com atores, alguns roteiristas, cenógrafos e figurinistas. Mas pouquíssimos coreógrafos conseguiram adicionar uma marca registrada aos filmes em que trabalharam. Eu consigo pensar em apenas um que conseguiu fazer isso, e criar um estilo fácil de reconhecer: Busby Berkeley.

Directors can add their touch to the films they work in. The same happens to actors, some screenwriters, set designers and costume designers. But very few choreographers were able to add an indelible touch to the films they worked in. I can think about only one who was able to do that, and create a recognizable style: Busby Berkeley.
Sempre que pensamos em Busby Berkeley, pensamos em preto e branco. Seus filmes mais conhecidos foram feitos no começo dos anos 30, durante a era pre-Code, nos estúdios Warner Bros. Entretanto, ele também levou suas danças caleidoscópicas para filmes em cores, antes e depois do auge de sua carreira. E o efeito foi impressionante como de costume – e talvez até um pouco mais surpreendente.

Whenever we think about Busby Berkeley, we think in black and white. His most famous movies were made in the early 1930s, during the pre-Code era, at the Warner Bros Studios. However, he also worked, with his kaleidoscopic routines, in color films before and after his heyday. And the effect was as impressive as always – if not more.
O primeiro filme em que Busby Berkeley trabalhou foi “Whoopee!”, de 1930, produzido pelo próprio Florez Ziegfeld e Samuel Goldwyn. As estrelas são Eddie Cantor, Paul Gregory e Eleanor Hunt. A maioria do elenco e equipe veio da montagem da peça na Broadway – os direitos da peça foram vendidos por Ziegfeld para Goldwyn logo após a quebra da bolsa de valores de 1929.

Busby Berkeley’s first film was 1930’s “Whoopee!”, a film produced by Florenz Ziegfeld – the man himself – and Samuel Goldwyn. It stars Eddie Cantor, Paul Gregory and Eleanor Hunt. Most of the cast and crew came from the Broadway production of the play, whose rights were sold from Ziegfeld to Goldwyn after the 1929 stock market crash.
Em “Whoopee!” lemos os créditos ‘danças e coro coreografados por Busby Berkeley’. Temos de esperar apenas três minutos para uma sequência de canto e dança, e aí já nos encontramos em território familiar: é o mesmo Busby Berkeley que conhecemos e amamos, com as formas geométricas criadas pelos dançarinos e capturadas por uma câmera suspensa. A única diferença é que a sequência é em cores – em two-strip Technicolor.

In “Whoopee!” we read the credits ‘dances and ensembles staged by Busby Berkeley’. We have to wait only three minutes to have a song and dance sequence, and we find ourselves in familiar territory: it’s the same Busby Berkeley style we know and love, with geometric shapes created by the dancers and captured by the camera from above. The only difference is that it’s in color – two-strip Technicolor.
Este primeiro número de dança é o que mais se aproxima do trabalho posterior de Berkeley – os outros números são muito tímidos e contidos. Perto do fim temos também uma pequena formação em caleidoscópio com índias. E estes são os destaques de um filme muito divertido que tem alguns momentos vergonhosos para manchar sua reputação – uma palavra: blackface.

This first dance sequence is the closest we have from Berkeley’s later work – other ensemble numbers in the film look too timid in comparison. Near the end we also have a small kaleidoscopic formation with Indian girls. These are the highlights of a funny and enjoyable film that has a few shameful moments to stain its reputation – one word: blackface.
Eu adoro o Technicolor primitivo (chamado também de two-strip Technicolor). Como as cores principais neste processo são vermelho e verde, o resultado final é um filme predominantemente bege e cheio de detalhes rosados – destaque para as bochechas e as roupas das dançarinas. O efeito não é psicodélico, mas sim delicado – e não podemos nos esquecer de que a cópia de “Whoopee!” que temos hoje já se desgastou e tem uma aparência diferente da que tinha em 1930, quando o filme foi um sucesso de bilheteria.

I love two-strip Technicolor – probably more than I should. Because red and green were the main colors recorded in the process, the final result was a beige-ish film full of rosy details – like the chorus girls’ cheeks and clothes. The effect is not psychedelic, but delicate – and we shall not forget that the copy of “Whoopee!” we have today has faded in comparison to what it looked like in 1930, when “Whoopee!” was a box-office hit.
Busby Berkeley trabalharia novamente em um filme a cores apenas nos anos 40. Ele havia sido ‘emprestado’ para a 20th Century Fox para criar alguns números de dança hipnóticos para “Entre a Loura e a Morena” (1943). Além de criar estes efeitos incríveis com luzes coloridas, Busby teve seu momento mais ousado e psicodélico com o número ‘The Lady in the Tutti Frutti Hat’. Frutas gigantes foram parte da coreografia e a extravagante Carmen Miranda se mostrou a peça perfeita para ficar no centro do caleidoscópio de Busby Berkeley.

Busby Berkeley would only work in color films again in the 1940s. He was working as a loan to 20th Century Fox when he developed some hypnotic dance numbers for “The Gang’s All Here” (1943). Besides creating some amazing effects with colorful lights, Busby had his most daring and psychedelic moment in the number ‘The Lady in the Tutti Frutti Hat’. Giant fruits were part of the choreography and extravagant Carmen Miranda showed she was a perfect piece to be in the center of Berkeley’s kaleidoscope.
De volta à MGM, Busby Berkeley trabalhou em “Romance em Alto Mar” (1948) e “A Bela Ditadora” (1949). Ambos os filmes têm números de dança com uma profusão de cores, mas nada que se compare ao trabalho pregresso de Berkeley. Há sequências charmosas e com boa coreografia, mas está faltando o toque de Berkeley.

Back at MGM, Busby Berkeley worked at “Romance on the high Seas” (1948) and “Take Me Out to the Ballgame” (1949). Both are films with colorful dance sequences, but nowhere as bold as Berkeley used to do. There are charming, well-choreographed sequences, but not the Berkeley touch.
Berkeley teve mais uma chance de mostrar seu talento para criar coreografias geométricas – e fez isso dentro d’água: o filme foi “A Rainha do Mar” (1952). Este é um aqua-musical e também a cinebiografia da nadadora e estrela de cinema Annette Kellermann. A estrela do filme é Esther Williams, e os números criados por Berkeley são de tirar o fôlego. Somos capazes de reconhecer o estilo dele quando centenas de homens e mulheres que mergulham, nadam e criam formas geométricas em piscinas enormes. Berkeley e Esther Williams trabalharam juntos novamente no ano seguinte em “Fácil de Amar”.

Berkeley had one more chance to showcase his talent for creating geometric choreographies – and he did it at the water: the film was “Million Dollar Mermaid” (1952). It is an acqua-musical and also the biopic of swimmer and film star Annette Kellermann. The star of the movie is Esther Williams, and the numbers staged by Berkeley are just breathtaking. You can recognize his style as hundreds of girls and men dive, swim and create geometric shapes in huge pools. Berkeley and Esther Williams worked together again the following year in “Easy to Love”. 
O último filme de Busby Berkeley foi “A Mais Querida do Mundo” (1962). Ele faleceu 14 anos depois, aos 80 anos. Embora seus trabalhos mais conhecidos possam ser vistos apenas em preto e branco, ele felizmente trabalhou também em filmes em cores, e teve a chance de fazer seu talento brilhar em Technicolor. Estes filmes em cores são o que temos de mais próximo do trabalho de Busby Berkeley nos palcos da Broadway, e devemos agradecer pela oportunidade de ter Berkeley imortalizado em película também em cores.

Busby Berkeley’s last film was “Billy Rose’s Jumbo” (1962). He died 14 years later, in 1976, when he was 80. Although his most famous work can only be seen in black and white, he luckily also worked in color films, and was able to make his talent shine in Technicolor. These colorful films are the closest we’ll have from Busby Berkeley’s work on the Broadway stage, and we must be thankful for the opportunity to have Berkeley immortalized on celluloid also in color. 

This is my contribution to the Busby Berkeley blogathon, hosted by Hometowns to Hollywood.

6 comments:

Rich said...

Didn't know Berkeley worked in color. It makes his dance numbers look even more over-the-top than usual.

These gifs are amazing, BTW.

Michaela said...

Great post! It's interesting how we think of black and white and Berkeley together, even though he did some amazing work in color, as you pointed out. So glad to see you didn't forget his work with Esther, too! :)

Michaela said...

Oops, "his work with Esther," not "your"!

Quiggy said...

When I think of Berkeley I usually think of large scale dance sequences like this. Which is probably why I opted to choose a more refined and limited sequence for my entry, LOL...

Silver Screenings said...

That sequence in two-strip Technicolour is SO beautiful. It's not as elaborate as some of his later work but, like you said, the style is all Busby Berkeley.

I'm glad you wrote about Berkeley in colour – his work all the more dazzling.

Unknown said...

I didn't know about Berkeley's connection to Whoopee--thanks for that! I saw The Gang's All Here and my jaw just kept dropping more and more at the fun tropical visual effects. Thank you so much for participating in the Busby Berkeley Blogathon!

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