} Crítica Retrô: Ouro do Céu / Pot o’Gold (1941)

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Sunday, April 6, 2014

Ouro do Céu / Pot o’Gold (1941)

This is my contribution for the James Stewart Blogathon, hosted by Rick at The Classic Film & TV Cafe. 

James Stewart é sem dúvida um dos atores mais adoráveis da história do cinema. No período antes da Segunda Guerra, então, ele estava em seu período mais adorável. Quando voltou da guerra, mudou um pouco seus papéis e suas experiências traumáticas no front deixaram-se transparecer em personagens mais sombrios. Mas vamos falar de coisas boas. Stewart é mais conhecido por ser protagonista de “A felicidade não se compra / It’s a wonderful life” (1946), mas cinco anos antes ele fez um musical que, apesar de ter considerado ruim, bem que serviu como ensaio para encarnar o herói favorito de todos: George Bailey.

Jimmy Haskell (Stewart) é o simpático proprietário de uma loja de instrumentos musicais que herdou do pai. Seu tio Charles (Charles Winninger, excelente) não vê futuro no negócio, e convence Jimmy a ir trabalhar com ele no programa de rádio “Haskell Happiness Hour”. Além do programa, Charles tem também uma indústria de alimentos. E é chegando a esta indústria que Jimmy encontra uma animada banda ensaiando na rua. Logo ele fica amigo dos músicos, em especial da cantora Molly McCorkle (Paulette Goddard). Além de tocar sua gaita com os músicos, Jimmy também joga um tomate no tio, que vai reclamar do barulho da banda. E é aí que a confusão começa: sem revelar ser sobrinho do odioso Charles Haskell, Jimmy quer ajudar seus novos amigos a fazer sucesso no rádio.

Todos os elementos de “It’s a wonderful life” já estão aqui: James Stewart como um personagem muito bonzinho, uma moça sensacional que é muito importante para ele, um velhinho mal-humorado que quer acabar com a alegria de todo mundo. Só faltam as crianças. Mas, para compensar, há música! Harold Heidt traz sua banda, que tocava no programa de rádio Pot o’Gold, que inspirou o filme. Mas o que o ouro tem a ver com tudo isso? A atração do rádio foi a primeira a distribuir dinheiro para os telespectadores, da mesma maneira que Molly promete que o “Haskell Happiness Hour” fará.


James Stewart falou abertamente eu esse era seu pior filme. Tudo pareceu colaborar para que Jimmy não gostasse da película: o relacionamento não muito amigável com Paulette Goddard (embora o departamento de publicidade quisesse divulgar um falso clima de romance entre eles), o desconforto na hora de cantar (sim, Jimmy canta duas músicas adoráveis!) e o fato de nada ali estar em suas mãos. Stewart havia sido emprestado da MGM somente porque o produtor de “Pot o’Gold” era James Roosevelt, filho do presidente Franklin Delano Roosevelt, e Louis B. Mayer queria agradar o político.

Em meio a esses dissabores, no entanto, James Stewart teve uma noite excelente: a entrega do Oscar. Ele ganhou seu único prêmio como Melhor Ator por “Núpcias de Escândalo / The Philadelphia Story” (1940) cinco semanas antes da estreia de “Pot o’Gold”. É bem verdade que hoje vemos esse Oscar como uma compensação por Jimmy ter perdido no ano anterior. Mas Stewart, de início, não queria ir à cerimônia, que marcava a primeira vez em que os vencedores seriam descobertos ali, na hora da entrega. Jimmy tinha certeza de que o ganhador seria Charles Chaplin por “O Grande Ditador”. E Chaplin era casado com quem? Paulette Goddard. Mundo pequeno esse de Hollywood.

Eu gostei muito da sequência “A knife, a fork and a spoon”, que representa bem a inocência e a própria lógica meio estranha dos musicais da época: “burst into song no matter where you are!”. Paulette canta vestida de homem em “Broadway Caballero”, e é uma pena pensar que isso seria um número de rádio, em que a plateia não poderia ver as belas roupas e a coreografia da banda. Mas atenção: aqui Paulette é dublada por Vera Van.

Despretensioso, charmoso e com um pouco de intrigas nos bastidores para apimentar as coisas, “Pot o’Gold” mostra que até os filmes ruins de James Stewart são bons. : )

“Pot o’Gold” está disponível no YouTube e no Internet Archive.

11 comments:

Iza said...

Quase assisti esse filme um dia desses, mas aí assisti Frida.
Os filmes do Frank Capra são mais que clássicos. E o James Stewart além de ótimo ator era um galã e tanto. Gosto dele em Festim Diabólico.
Beijos e ótima semana para você <3

Hugo said...

Gostei da dica, eu não conhecia este filme.

Bjos e uma ótima semana.

Pedrita said...

no meu blog eu falei de dois filmes com o james stewart. um o q vc falou e o sortilégio do amor que é uma graça. beijos, pedrita http://mataharie007.blogspot.com.br/search?q=James+Stewart+

Carol Caniato said...

Gente, fico impressionada com a quantidade de informação que você coloca aqui no blog! Da onde você tira isso tudo, haha?
Gosto muito do James Stewart. Super galã *.*
Beijos!

Anonymous said...

I know Stewart hated this, but I don't think it's that bad. It's certainly overshadowed by the other films he made around the same time, but it does have some redeeming features. I guess it would have been hard to enjoy making it - apparently Goddard was quite mean about Jimmy (imagine!) even going so far as to say (about his acting): "Anyone can swallow."
Little wonder he hated the experience!
Thanks for sharing Le!

Rick29 said...

I have never seen this James Stewart movie, which is surprising since the copyright expired long ago and it has been in public domain. It sounds like a lot of fun, especially the music. I can imagine that Stewart and Paulette Goddard make a most winning couple.

Caftan Woman said...

I rather like "Pot o' Gold". It has an appealing sort of goofiness.

DorianTB said...

Le, I happen to like Paulette Goddard, so I was surprised to hear that James Stewart and Paulette Goddard didn't get along with each other. Oh well, some people just don't mix, kind of like oil and water! Nevertheless, your post for POT O'GOLD was certainly worth a look, and I always enjoy your blog posts. Great job, my friend! :-)

Ginny said...

I agree with Jimmy that this was not one of his best movies, but feel as you do that with the charm (and adorableness) of Jimmy Stewart plus some good old fashioned music, there are still redeeming qualities to this movie.

Anonymous said...

Nice review Le! I haven't seen this one, I might check it out when I'm in the mood for some singing and light-heartedness ;-)

Tom said...

I agree, Le. Even his so-called "bad" films are good!!

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