} Crítica Retrô: “Cantando na Chuva” é o melhor remédio / “Singin’ in the Rain” is the best medicine

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Tuesday, May 15, 2018

“Cantando na Chuva” é o melhor remédio / “Singin’ in the Rain” is the best medicine

Quando você está para baixo, e não vê saída para sua situação, o que você faz? Você busca conforto. O conforto pode ser encontrado nas coisas simples da vida, como uma comida gostosa ou, nosso assunto de hoje, um filme animador. Há filmes que lhe deixam alegre quando você está triste, lhe dá forças quando você está para baixo, lhe faz sorrir em meio ao sofrimento. O filme que faz tudo isso comigo é “Cantando na Chuva” (1952). É sempre ótimo vê-lo!

When you’re blue and you don’t know where to go to, what do you do? You seek comfort. That’s the origin of terms like ‘comfort food’ or, our subject today, ‘comfort movie’. It’s that movie that brings you joy when you’re sad, puts you up when you’re down, makes you smile in the middle of sorrow. My comfort movie is “Singin’ in the Rain” (1952). And what a glorious feeling it is to watch it in times of need!
Deixe-me dizer por que “Cantando na Chuva” é o melhor remédio:

Let me tell you why “Singin’ in the Rain” is the best medicine:
É um musical maravilhoso: Eu sei que não é todo mundo que ama musicais – eu já fui uma dessas pessoas tristes que odiavam musicais, dá para acreditar? Mas então eu percebi que os musicais são o gênero cinematográfico mais mágico que existe. Nós suspendemos nossas crenças quando assistimos a musicais. Não nos importamos se os personagens começam a cantar e dançar, do nada, no meio da rua. Os musicais são como sonhos – e quem não deseja que a vida seja, vez ou outra, como um sonho?

It is a wonderful musical: I know that not everybody loves musicals – I was once one of those poor, sad musical-haters, can you believe? But then I saw that the musicals are the most magical genre. We suspend belief when we watch musicals. We don't care if the characters start singing and dancing, out of nowhere, in the middle of the street. Musicals are like dreams – and don't you wish that life was also like a dream sometimes? 
Ensina que você pode fazer algo inesquecível com ‘coisas velhas’: Esta é uma lição para nós, que escrevemos sobre cinema clássico. Nós estamos escrevendo críticas de filmes que estrearam há 60 anos – ou antes disso. Mas nós não precisamos fazer sempre a mesma coisa. Podemos criar algo muito bacana com o material antigo que temos. Apenas duas músicas de “Cantando na Chuva” eram novas, e haviam sido criadas para o filme: ‘Moses Supposes’ e ‘Broadway Rhythm Ballet’. Todas as demais eram canções antigas, incluindo a que dá título ao filme. A mesma coisa com os objetos usados em cena: o carro de Kathy Selden (Debbie Reynolds) havia pertencido a Andy Hardy, e a mobília da casa de Don já havia aparecido em “A Carne e o Diabo” (1926). E mesmo assim, Betty Comden e Adolph Green criaram um filme único, icônico, inesquecível com todo esse material ‘reciclado’!

It teaches you that you can do something remarkable with ‘old material’: This is a lesson for us, classic film bloggers. We’re reviewing movies released 60 years ago – or earlier. We’re writing about dead idols. But we don’t have to do the same thing always. We can create something very cool with the old material we have. Only two songs from “Singin’ in the Rain” were new, created by the movie: ‘Moses Supposes’ and ‘Broadway Rhythm Ballet’. All the others were old songs, including the title song. The same happened to the props: Kathy Selden's (Debbie Reynolds) car was Andy Hardy's and Don's furniture had already appeared in “Flesh and the Devil” (1926). And yet Betty Comden and Adolph Green created a unique, iconic, remarkable movie with all this 'recycled' content!
Ensina como reagir às mudanças: Esta é provavelmente a principal razão por eu ter escolhido “Cantando na Chuva” como o filme que me faz sentir melhor. Todo mundo é, de algum modo, resistente às mudanças – e elas me incomodam MUITO. Entretanto, mudanças são as únicas certezas na vida. O filme mostra a mudança do cinema mudo para o falado, e como isso impactou toda uma indústria e muitas pessoas. E Hollywood não acabou com a chegada dos filmes falados – ela resistiu. Don Lockwood e Cosmo Brown sobreviveram à mudança. E nós certamente podemos sobreviver às mudanças nas nossas vidas, com coragem, resiliência, flexibilidade e um pouco de sorte – e sem uma voz terrível.

It teaches you how to react to changes: This is probably my number 1 reason to choose “Singin’ in the Rain” as my comfort movie. Everybody is, at some degree, afraid of changes – and I’m VERY afraid of them. But changes are the only certain thing in life. The film shows the change from silent movies to talkies, and how it impacted the whole industry and many lives. And Hollywood didn’t end when talkies came – it persevered. Don Lockwood and Cosmo Brown survived the change. And we certainly can survive changes in our lives, with courage, resilience, flexibility and a little luck – and by not having a funny voice.
Ensina a fazer tudo de novo, se necessário: É hora de uma pequena história dos bastidores. Donald O’Connor, que interpreta Cosmo Brown, fumava muito, e viu que o número “Make ‘Em Laugh” era um grande desafio, pois necessitava de muita comédia física. Ele ensaiou e, depois de gravar o número com perfeição, percebeu que estava com dificuldades para respirar. Donald ficou uma semana acamado, e durante este período o negativo original de “Make ‘Em Laugh” foi danificado. Donald O’Connor então voltou ao estúdio e gravou o número novamente. Viu? Às vezes, a segunda vez sai ainda melhor que a primeira!

It teaches you to do things again, if necessary: Time for a little backstage story. Donald O'Connor, who plays Cosmo Brown, was a heavy smoker, and saw a huge physical challenge in the number “Make 'Em Laugh”, that demanded a lot of physical comedy. He rehearsed and, after shooting the number perfectly, collapsed with problems to breath. O'Connor stayed in bed rest for a week, and during that time the original footage of “Make 'Em Laugh” was damaged. Donald O'Connor then came back and shot the number all over again. See? Sometimes the second time is the charm!
Ensina a esperar e não se desesperar: Quando Don, Kathy e Cosmo saíram do cinema, o futuro não parecia brilhante, mas na manhã seguinte o sol surgiu e tudo mudou. Eles poderiam ter desistido quando parecia não haver nada mais a fazer, mas em poucas horas eles pensaram, refletiram, encontraram uma solução e tudo voltou a estar bem. O tempo cura, e nos dá boas ideias e insights.

It teaches you to wait and not freak out: When Don, Kathy and Cosmo left the movie show, the future wasn't bright, but came the dawn the show goes on and everything changed. They could have given up when there seemed to be no way out, but in a few hours they brainstormed a solution and were well again. Time heals, gives us good ideas and insights.
Ensina a não levar tudo a sério: Quando Don Lockwood e Cosmo Brown têm uma aula com um professor de oratória, eles fazem uma farra, tirando com a cara do professor. É uma sequência muito divertida, e uma chance para ambos, Gene Kelly e Donald O’Connor, mostrarem suas habilidades no sapateado. Mesmo se você não consegue repetir a coreografia de ‘Moses Supposes’, o número ensina que você não deve levar tudo a sério, e que precisa rir de suas obrigações, tarefas e até de si mesmo de vez em quando. Obviamente, você não precisa começar a dançar no meio de uma aula chata – pensar em outra coisa já é suficiente.

It teaches you to not take everything so seriously: When Don Lockwood and Cosmo Brown attend a class with a speech coach, they wreck havoc, mocking the ridiculous coach. It’s a very funny sequence, and a chance for both Gene Kelly and Donald O’Connor to showcase their tap-dancing skills. Even if you can’t repeat the choreography from ‘Moses Supposes’, the number teaches you to not take everything so seriously, and laugh at your obligations, chores and even yourself every now and then. Of course, you don’t have to start dancing in the middle of a boring class – daydreaming is more than enough to take everything less seriously.
Aproxima as famílias: Minha mãe não é uma grande fã de cinema clássico. Mesmo assim, quando eu a convidei para ver “Cantando na Chuva” comigo no primeiro final de semana de 2016, ela aceitou – talvez por causa da pipoca de caramelo que eu ia fazer. De qualquer modo, ela viu o filme comigo, não cochilou e GOSTOU verdadeiramente de “Cantando na Chuva”. Um pequeno passo para mim, mas um imenso passo para minha mãe enquanto cinéfila em formação!

It brings families together: My mother isn’t the biggest classic film fan. However, when I invited her to watch “Singin’ in the Rain” with me on the first weekend of 2016, she accepted – because of the caramel popcorn I promised, maybe? Anyway, she watched the movie with me, didn’t fall asleep and actually LIKED it. A small step for me, but a huge step for my mom as a budding cinephile!


Happy National Classic Movie Day!

This is my contribution to The Classic Comfort Movie Blogathon, hosted by Rick from Classic Film and TV Café.


7 comments:

Caftan Woman said...

Well! I hadn't realized how many life lessons were lurking in each viewing of Singin' in the Rain. Aren't they the sly ones? And aren't you the clever one? It is really very comforting.

Yvette said...

So much wonderfulness packed into one movie. It's dazzling. My only quibble is that I always thought Debbie Reynolds much too young for Gene Kelly. But as I say, it's only a quibble. Everything else is perfection AND we get life lessons too - what could be better? :)

Christian Esquevin said...

A great selection Le - and you wrote a fabulous tribute for this classic movie. You brought out reasons to love it that I didn't even realize after having seen it probably 20 times. Thank you for your wonderful post on National Classic Movie Day.

FlickChick said...

What a great choice. This film truly does all you say. It seems every degree to perfection in the movie musical was achieved in Singin in the Rain. However, I must stand up for the much-maligned Lina Lamont. She and Norma Desmond are plotting their returns!

Jocelyn said...

Haha, count me as one of those 'poor, sad' creatures who really isn't (yet) a fan of musicals. (Shhhh, don't tell anyone!) But really, this film is so fantastic that you forget you're watching a musical! Great post with life lessons we can all stand to be reminded-it's so awesome that a classic movie can be our teacher.

Silver Screenings said...

Le, you must be a Life Coach when you're not writing about film. You've outlined some wonderful life lessons here, and the one that resonated with me the most concerns using old material. Thank you for bringing inspiration to our day.

P.S. My fave scene in "Singin' in the Rain" is the scene with the title song. The way Gene Kelly dances in the rain with the umbrella is the very definition of exuberance.

Rick29 said...

I love all your reasons for why SINGIN' IN THE RAIN is a comfort movie for you! It's a colorful, energetic, joyous musical. But what I like best is it's a lovely movie about making movies. Who could ask for more?

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