} Crítica Retrô: A família de Tarzan

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Thursday, August 2, 2012

A família de Tarzan

Direto das selvas para o mundo todo através de quadrinhos, filmes e séries, o personagem Tarzan alcançou fama mundial. Pouco importava se no cinema da década de 1930 os efeitos especiais fossem bizarros e os animais muito esquisitos; não houve menino que não sonhou em passear de cipó e voltar para casa, encontrando a bela Jane à sua espera.
Tarzan foi criado em 1912 por Edgar Rice Burroughs, que escreveu ao todo 24 livros sobre o personagem. Já em 1919 surgiu o primeiro filme sobre ele e a época do cinema mudo trouxe também seriados que contavam a história do rei das selvas. Muitos foram os Tarzans marcantes do cinema, mas talvez o mais famoso e icônico deles tenha sido um homem que já seria memorável mesmo se nunca tivesse feito um filme: Johnny Weissmuller.
Nascido no território da atual Romênia, Johnny migrou com a família para os Estados Unidos ainda bebê. Foi medalhista olímpico em 1924 e 1928, conquistando cinco medalhas de ouro na natação, tendo estabelecido 67 recordes mundiais. Em 1929 ele fez sua estreia no cinema participando do musical “Glorifying the American Girl” e, a partir de 1932, personificou o rei das selvas, atuando como Tarzan em 12 filmes.
Não pensem que Tarzan sempre foi o mesmo: Johnny inovou na interpretação do personagem, introduzindo as frases monossilábicas. Quem também não existia nos livros era Chita, um dos maiores símbolos da história. E Johnny também adicionou outro marco: o famoso grito de Tarzan.
Em 1934, quando foi feito “Tarzan e sua companheira / Tarzan and his mate” ainda havia um resquício de liberdade que logo foi cortada pelo Código Hays. Por isso este filme ainda apresenta a “selvageria amorosa” de Tarzan e Jane, que pela última vez usa suas roupinhas curtas. Em uma cena, eles nadam nus numa lagoa e Tarzan acaba enfrentando uma fera aquática ao final da atividade. Não foi a atriz Maureen O’Sullivan que fez a cena, mas sim uma dublê, uma nadadora que também competiu nas Olimpíadas de 1924 e 1928.
“O Filho de Tarzan / Tarzan finds a Son!” surgiu em 1939 e, como mandava a censura, não era fruto do amor do casal que não havia se casado formalmente. Pode parecer inimaginável para o espectador que eles não tenham tido filhos, dada a provável pobreza dos anticoncepcionais da selva J. Bem, o menino que eles adotam é o único sobevivente de um acidente de avião no qual morreram seus ricos pais. Para o filme, o próprio Weissmuller ensinou o ator Johnny Sheffield, que interpreta Boy, a nadar.
Nos dois filmes há uma crítica à ganância, único motivo que leva os homens brancos à floresta. Em 1934 o antigo noivo de Jane vai com uma expedição em busca de marfim, e seu objetivo é assaltar o sagrado cemitério dos elefantes. Em 1939 são os parentes de Boy que pretendem ficar com a herança que deveria ser do garoto. 
Outro ponto em comum é a ação que surge quando Tarzan enfrenta as feras selvagens. No filme de 1934, por exemplo, há um rinoceronte verdadeiro que luta com o herói, numa cena executada pelo próprio Weissmuller, sem dublês.
Weissmuller fez seu último filme como Tarzan em 1948, sendo que Maureen O’Sullivan já havia saído da franquia em 1942. Sheffield interpretaria Boy em oito filmes da série e continuaria depois a carreira como Bomba, um menino das selvas. Johnny Weissmuller fez a partir de 1948 uma série de 16 filmes e 26 episódios de TV como Jungle Jim, um homem de terno que vivia na Ásia em meio aos safáris.
Para terminar, uma pequena anedota mostra como a representação de Tarzan por Johnny é icônica: em 1958, durante um torneio de golfe, o carrinho de Weissmuller foi sequestrado por rebeldes. Ele deu seu famoso grito e, sob as saudações “Tarzan, bem-vindo a Cuba!”, ele e seus amigos foram escoltados pelos rebeldes até o campo de golfe, são e salvos.

This post is part of the Summer Under the Stars blogathon, hosted by Sittin’ on a Backyard Fence and ScribeHard on Film.


15 comments:

Игорь said...

Muito interessante!

Assisti muito na sessão da tarde.

Iza said...

Não sabia que Tarzan era tão antigo e era um livro, quer dizer livros. Mas sabia que o ator era atleta. Me lembro de assistir a versão da Disney kkkkk. Beijos <3

Regi said...

Realmente o Johnny ficou marcado na interpretação do Tarzan. Até meu pai que não conhece muito de cinema clássico, reconhece o nome quando o vê. Sempre gostei muito de aventuras na floresta, mas até agora só tive a oportunidade de ler o livro do Mogli. Espero poder conferir Tarzan em breve.

Citizen Screen said...

Hi Le!
Really enjoyed this. I enjoy watching the Tarzan films but can't do an all-day Tarzan marathon. Just too much. But these movies and character were always mentioned in my house while I was growing up, for some reason. Very odd. I think the films were very popular in Cuba where my family is from. When my grandmother got to this country, my uncle even called her Cheeta because she ate bananas so often.

Anyway, great post. I love the translation feature. I could understand much of this in Portugese but did translate to be sure I didnt miss anything. I'd love to be able to translate posts on my blog into Spanish!

Aurora

Suzane Weck said...

Ola querida Le,Que maravilha recordar Tarzan,e aqueles bons tempos em que ele abria seu caminho nas selva saltando de cipó em cipó e andava de mãos dada com a inesquecível Chita.Adorei tua postagem. Meu grande abraço.

Cliff Aliperti said...

I caught most of the Tarzan documentary TCM aired this afternoon as part of Weissmuller day. Following up by reading this tonight will help a lot of the facts stick in my mind! A very nice, concise summary of Weissmuller's career and the entire Tarzan franchise. Great job!

Jefferson C. Vendrame said...

Como vai Lê? Tudo certo?
Mais uma vez um ótimo Post, excelente texto. Sou falho no que diz respeito ao Tarzan, NUNCA assisti um filme sequer da série acredita?
Já deixei de comprar a preços acessíveis e coleções até interessantes por pura falta de interesse mesmo... como cinéfilo preciso me rever e providenciar logo alguns...

Grande abraço.

Dilberto L. Rosa said...

Adorável postagem (como sempre): quando menino, eu imitava o grito do Weissmuller, geralmente depois de uma exibição no SBT: o melhor Tazan 'ever'!

Os Morcegos voltaram, minha cara! Mas, por enquanto, tentando desencanar com a coisa dos comentários, estes estão ausentes... Convido-a, então, a trocar uma ideia no Facebook e conhecer nossa 'fan page', lincada por lá! Abração!

Unknown said...

Adoro Tarzan e todos os filmes dele. òtimo post!

http://monteolimpoblog.blogspot.com.br/

Tsu said...

Oi Lê!
Adorei a resenha1
Especialmente ao mencionar a escassez de anticoncepcionais na selva ahshshashashas
Ah sim..cosplays da Disney andam ganhando muito espaço ultimamente até porque são cosplays que exigem uma apresentação boa, que garante pontos em concursos. Eu vejo mais nos desenhos de divulgação o vestido rosa da Aurora e a maioria das cosplayers optaram por ele.
bjs

Jill said...

Le--

Thank you for a wonderful piece on the Tarzan films.

I have only seen the first two and enjoy them very much.

Thanks again!!

Gilberto Carlos said...

Realmente Tarzan é um personagem muito querido pelo público. Já vi vários filmes com ele de diversas épocas e intérpretes. Gosto até do Christopher Lambert em Greystoke - A lenda de Tarzan.

ANTONIO NAHUD said...

Não gosto muito das histórias de Tarzan, mas vi quase todos eles na infância.

O Falcão Maltês

RedApple Pin-ups said...

Nossa, não sabia que era tão antigo!
Adorei o post.

Bjos
Amanda Fernandes
www.redapplepinups.com

Iza said...

É né? Rainha ditando estilo.
Beijão e boa semana <3

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