} Crítica Retrô: April 2022

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Friday, April 29, 2022

Lost in Translation: Odd classic film titles in Portuguese - musical edition

 

Mamma mia, here we go again! No, “Mamma Mia” is not among the titles showcased this time at yet another installment of “lost in translation”. This month, it’s all about singing and dancing flicks - it’s all about musicals! So let’s go:

“Dames” (1934) received the title “Women and Music” (“Mulheres e Música”)

“Top Hat” (1935) became “O Picolino” (“The Picolino”, after one of the songs)

“Swing Time” (1936) received the title “Crazy Rhythm” (“Ritmo Louco”)

“The Gang’s All Here” (1943) received the title “Between the Blonde and the Brunette” (“Entre a Loura e a Morena”)

The underrated “Blue Skies” (1946) became “Unfinished Romance” (“Romance Inacabado”) 

“Take Me Out to the Ball Game” (1949) is here “The Beautiful Dictator” (“A Bela Ditadora”)

“An American in Paris” (1951) became “Symphony from Paris” (“Sinfonia de Paris”)

“Million Dollar Mermaid” (1952) received the title “The Queen of the Sea” (“A Rainha do Mar”)

“Funny Face” (1957) is called “Cinderella in Paris” (“Cinderela em Paris”)

“West Side Story” (1961) became “Love, Sublime Love” (“Amor, Sublime Amor”)

“What a Way to Go!” (1962), one of my favorite movies, is here “The Lady and Her Husbands” (“A Senhora e seus Maridos”)

“The Sound of Music” (1965) is known as “The Rebellious Novice” (“A Noviça Rebelde”)

“All That Jazz” (1979) received the title “The Show Must Go On” (“O Show Deve Continuar”)

Sunday, April 17, 2022

Tributo de Sangue (1952) / The Turning Point (1952)

Quando eu estava me preparando para assistir a “Tributo de Sangue” (1952) no Internet Archive, percebi que ele estava categorizado como “filme noir tardio”. É uma categoria estranha, e mais estranha ainda se considerarmos que muitos filmes noir foram feitos em meados e até finais da década de 1950. Seja ele um “filme noir tardio” ou não, o que importa é que “Tributo de Sangue” tem o ingrediente principal do filme noir: crime.

As I was getting ready to watch “The Turning Point” (1952) at the Internet Archive, I noticed that it was labeled “late film noir”. It was an odd label, even odder considering that there were several films noir made way into the 1950s. Whether it’s a “late film noir” or not, what is important is that “The Turning Point” exudes the stuff film noir is made of: crime.

Johnny Conroy (Edmond O’Brien) é um promotor de sucesso que está investigando um novo caso. Ele pede ajuda a seu pai, um policial, mas recebe um não como resposta. Surpreso pela recusa, o amigo de Johnny, Jerry (William Holden), que é repórter, decide seguir o pai de Johnny, Matt (Tom Tully), pela cidade.

Johnny Conroy (Edmond O’Brien) is a successful special prosecutor investigating a new case. He asks his father, a cop, for help, and his father refuses. Startled by the father’s refusal, Johnny’s friend Jerry (William Holden), a reporter, decides to follow Johnny’s father, Matt (Tom Tully), through the city.

Acontece que Matt está colaborando com os caras malvados, entregando para eles informações secretas da polícia. Também envolvida com o caso, mas do lado dos bonzinhos, está a namorada e assistente de Johnny, Amanda (Alexis Smith). Conforme vai escrevendo sobre a investigação, Jerry se envolve cada vez mais com o caso – e também se envolve com Amanda.

It turns out that Matt is collaborating with the bad guys, sending them classified information from the police. Also involved in the case, but at the good guy’s side, is Johnny’s girlfriend and work assistant Amanda (Alexis Smith). As he writes about the ongoing investigation, Jerry becomes more and more involved with the case – and he also becomes involved with Amanda.

Em vez do detetive durão que costumamos encontrar no filme noir, em “Tributo de Sangue” temos um repórter durão, Jerry, que é constantemente mais inteligente que Johnny, o promotor e protagonista do filme. Quando Johnny fica inseguro frente a uma decisão de autossacrifício – que é denunciar seu pai – pelo bem do caso, é Jerry que o convence a seguir em frente. Um ano antes de sua performance ganhadora do Oscar em “Inferno Nº 17” (1953), William Holden é o protagonista de fato em “Tributo de Sangue”.

Instead of the hard-boiled detective we often find in film noir, in “The Turning Point” we have a hard-boiled reporter, Jerry, who is usually more intelligent than Johnny, the prosecutor and lead of the movie. When Johnny feels unsure about sacrificing himself – that is, denouncing his father – for the sake of the case, it’s Jerry who convinces him to do so. One year before his Oscar-winning performance in “Stalag 17” (1953), William Holden is the de facto lead of “The Turning Point”.

Não era raro ter repórteres nos filmes noir ou com toques de noir. Podemos mencionar “A Montanha dos 7 Abutres” (1951), um filme com toques de noir no qual um repórter faz de tudo para explorar uma boa história após encontrá-la. O noir argentino “Los Tallos Amargos” (1957) é sobre um esquema mortal envolvendo um curso de jornalismo por correspondência. Não devemos nos esquecer de que o cinema noir por vezes encontrou inspiração em jornais, fosse em casos reais – como aconteceu em “Tributo de Sangue” – ou no estilo cru das fotos tiradas por grandes fotojornalistas dos anos 1930 e 1940, a exemplo de Weegee.

It wasn’t so rare to have reporters in film noir or in “noirish” films. We can mention “Ace in the Hole” (1951), a noirish film in which a reporter does anything for a good story once he finds it. The Argentinian noir “Los Tallos Amargos” (“Bitter Stems”, 1957) is about a deadly scheme involving a journalism correspondence course. We must not forget that film noir often found inspiration in newspapers, be it in real-life cases – which happened in “The Turning Point” – or in the raw looks of the photos taken by lead photojournalists of the 1930s and 1940s, such as Weegee.

Os figurinos de “Tributo de Sangue” foram feitos por Edith Head. Não há roupas extravagantes, pois a maioria dos personagens são homens de terno. Os vestidos usados por Alexis Smith são bonitos, mas não figuram entre as melhores criações de Edith Head. Na história do cinema noir, Edith fez figurinos de filmes notáveis como “Pacto de Sangue” (1944), “Crepúsculo dos Deuses” (1950) e o subestimado “O Relógio Verde” (1948).

The costumes for “The Turning Point” were made by Edith Head. There are no flashy costumes, as most characters are men in suits. The dresses worn by Alexis Smith are pretty, but are not among Edith Head’s best creations. In film noir history, Head also created costumes for the very famous “Double Indemnity” (1944), “Sunset Boulevard” (1950) and the underrated “The Big Clock” (1948).

Tributo de Sangue” foi dirigido por William Dieterle. O diretor de origem alemã teve uma carreira bem longa, começando como ator em 1913 – seu papel mais famoso é como o coadjuvante Valentin em “Fausto”, de 1926. Ele começou a dirigir filmes na Alemanha em 1923 e em 1931 foi para Hollywood. Com 91 créditos como diretor, de acordo com o IMDb, Dieterle foi prolífico em sua carreira atrás das câmeras, dirigindo vários gêneros durante mais de 40 anos.

The Turning Point” was directed by William Dieterle. The German-born director had a very long career, starting as an actor in 1913 – his most famous role being the supporting role of Valentin in 1926’s “Faust”. He started directing in Germany in 1923 and in 1931 went to Hollywood. With 91 directing credits to his name, according to IMDb, Dieterle was a prolific director, working in several genres for over four decades.

Com um clímax tenso num ringue de boxe – mas não tão tenso quanto o clímax no carrossel em “Pacto de Sangue” (1951) – “Tributo de Sangue” termina de um jeito amargo, como tantos filmes noir. É um filme pouco visto, considerando a carreira de William Holden, apesar de sua ótima performance, e é outro noir subestimado que eu tive a sorte de encontrar no Internet Archive.

With a tense climax in a boxing arena – but not as tense as the climax in the merry-go-round in “Strangers on a Train” (1951) – “The Turning Point” ends on a bitter note, like so many noirs. It’s an underseen movie in William Holden’s career, despite his very good performance, and it’s another underrated noir I was lucky to find at the Internet Archive.

This is my contribution to the 5th Golden Boy blogathon: A William Holden Celebration, hosted by Virginie at The Wonderful World of Cinema, Michaela at Love Letters to Old Hollywood and Emily at The Flapper Dame.

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