} Crítica Retrô: A Família do Gênio (1952) / Belles on Their Toes (1952)

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Saturday, September 23, 2023

A Família do Gênio (1952) / Belles on Their Toes (1952)

 

Um dos meus filmes favoritos que pode ser chamado de “tesouro escondido” é “Papai Batuta”, comédia de 1950. Apesar de ser divertido e adorável, tem momentos dramáticos e é um deles que torna o filme tão bom. Perto do final, ao receber más notícias por telefone, Lillian Moller Gilbreth (interpretada por Myrna Loy) diz tudo o que está sentindo somente com o olhar. Isto é, obviamente, prova do talento incrível e normalmente subestimado de Myrna Loy. Já que “Papai Batuta” é um dos meus filmes favoritos, eu me pergunto por que demorei tanto para ver a sequência, “A Família do Gênio”, de 1952.

 

One of my favorite films that can be called a “hidden gem” is the 1950 comedy “Cheaper by the Dozen”. Besides being funny and adorable, it has dramatic moments and it’s one of them that makes the film so good. Near the end, while receiving bad news on the telephone, Lillian Moller Gilbreth (played by Myrna Loy) says everything she’s feeling only with her eyes. This is, of course, proof of Myrna Loy’s incredible and often overlooked talent. Being “Cheaper by the Dozen” one of my favorite films, I wonder why it took me so long to watch the sequel, “Belles on Their Toes”, from 1952.

A história começa no tempo presente: é o dia da formatura de Jane, a mais nova dos Gilbreth. Sua família toda está lá para assistir à cerimônia, incluindo a mãe Lillian (Myrna Loy), que começa a relembrar o passado. Num flashback, somos transportados para os anos 1920, quando uma recém-viúva Lillian tem de tomar conta de doze filhos e ainda apresentar as palestras que seu marido havia sido convidado a apresentar antes de sua morte repentina.


The story begins in the present day: it’s graduation day for Jane, the youngest Gilbreth. Her whole family is there to watch the ceremony, including her mother Lillian (Myrna Loy), who starts remember the past. In flashback, we’re transported to the 1920s, when a recently widowed Lillian has to take care of twelve children and also give the speeches her husband had been asked to give before dying suddenly.


Quando Lillian está fora de casa e também quando está cuidando de assuntos administrativos – ela é uma engenheira à procura de trabalho, afinal – as crianças devem obedecer à irmã mais velha dos Gilbreth, Anne (Jeanne Crain). Estes são tempos difíceis para Anne, que teve de desistir da faculdade para cuidar de seus irmãos, porém há romance e muita diversão no horizonte para ela e os demais Gilbreths.

 

While Lillian is away and also when she’s taking care of administrative issues – she’s an engineer looking for a job, after all – the children must obey the older Gilbreth, Anne (Jeanne Crain). These are hard times for Anne, who had to drop out of college to take care of her siblings, but there is romance and lots of fun in the horizon for her and the other Gilbreths.

A subtrama que mais chamou minha atenção consiste em Lillian ser chamada para fazer um discurso no clube de engenheiros. Entretanto, quando eles descobrem que L.M. Gilbreth é uma mulher, eles cancelam o convite, porque mulheres não são permitidas no clube de engenheiros. Por causa disso, o senhor Harper (Edward Arnold), cujos empregados foram treinados por Lillian para se tornarem mais eficientes, promete torná-la conhecida no país inteiro. O resultado do esforço do senhor Harper é um newsreel – curta informativo que era exibido antes dos filmes – que mostra a família jantando, algo que o público do cinema acha muito engraçado, provocando o riso generalizado.  


The subplot that called my attention has Lillian asked to give a speech at the engineer’s club. However, when they find out that L.M. Gilbreth is a woman, they cancel the speech, because women aren’t allowed at the engineer’s club. Because of this, Mr Harper (Edward Arnold), whose employees were trained by Lillian for efficiency, vows to make her well-known in the whole country. The result of Mr Harper’s effort is a newsreel that shows the family at dinner, something the people in the theater find amusing, causing lots of laughter.

“A Família do Gênio” é baseado em um livro de 1950 escrito por dois dos filhos de Gilbreth, mas a história foi adaptada para as telas por Phoebe e Henry Ephron. Se você está se perguntando, a resposta é SIM: há uma conexão com a famosa roteirista e diretora Nora Ephron. Phoebe e Henry eram os pais de Nora. Eles conseguiram escrever um filme bem divertido. Uma das minhas partes favoritas é quando um rapaz é desclassificado de um concurso de dança pelo senhor Harper, que estava fingindo ser um dos juízes, e reclama sobre o fato, ao que o senhor Harper responde: “Você estava fazendo a versão sulista dos passos de dança. Isso não é permitido em Nova Jersey!”   


“Belles on Their Toes” was based on a 1950 book written by two of the Gilbreth kids, but the story was adapted to the screen by Phoebe and Henry Ephron. If you’re wondering, the answer is YES: there is a connection to famous screenwriter and director Nora Ephron. Phoebe and Henry were Nora’s parents. They manage to write a very funny movie. One of my favorite parts was when a young man is taken out of a dance contest by Mr Harper, who was posing as a judge, and complains about it, Mr Harper answers: “You we’re doing the Southern version of the steps. This is not allowed in New Jersey!”.

Enquanto “Papai Batuta” foi dirigido por Walter Lang, a sequência foi dirigida pelo menos famoso Henry Levin. Começando como ator de teatro no começo dos anos 1940, Levin foi contratado como diretor de diálogos pelos estúdios Columbia em meados da década. Ele dirigiu mais de 50 filmes em diversos estúdios. “A Família do Gênio” foi seu primeiro filme para a 20th Century Fox.


While “Cheaper by the Dozen” was directed by Walter Lang, the sequel was directed by the less famous Henry Levin. Starting as a stage actor in the early 1940s, Levin was hired as a dialogue director for Columbia Pictures by the middle of the decade. He went on to direct over 50 films in several studios. “Belles on Their Toes” was his first film for 20th Century Fox.

Jeanne Crain é uma das minhas atrizes subestimadas favoritas. Ela é competente tanto no drama quanto na comédia, e está muito charmosa neste filme, que pede dela somente isso: ser charmosa. Ela foi indicada ao Oscar por sua performance em “O que a Carne Herda” (1949) e teve como hobby a pintura, algo que eu explorei AQUI.

 

Jeanne Crain is one of my favorite underrated actresses. She’s competent in both drama and comedy, and is very charming in this movie, a movie that required only that from her: to be charming. She was nominated for an Oscar for her performance in “Pinky” (1949) and had painting as a hobby, something I explored HERE.

Nem tão bom quanto seu predecessor, mas bom entretenimento mesmo assim. “A Família do Gênio” não foi feito para ser uma obra-prima do cinema, mas diverte, é charmoso e nos faz rir. Pedir o que mais?

 

Not as good as its predecessor, but nice entertainment nonetheless. “Belles on Their Toes” wasn’t made to be a masterpiece of cinema, but it amuses, charms and makes us laugh. Who could ask of anything more?

 

This is my contribution to the Everything is Copy blogathon, honoring the Ephron family at the movies, hosted by Rebecca at Taking Up Room.


2 comments:

Rebecca Deniston said...

I like Jeanne Crain, too--she's definitely underrated. It's cool that she got to play opposite Myrna Loy. Unfortunately, though, like you said, "Belles" isn't as good as its predecessor. Oh well. Thanks again for joining the blogathon, Le--it was a pleasure as always! Cheers. :-)

Karen said...

Great post, Le! I love Cheaper by the Dozen, and although I own a copy of the book Belles on their Toes, I've never really been moved to see this sequel. Until now. Thanks for giving me a reason to check it out!

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