} Crítica Retrô: Seis Destinos / Tales of Manhattan (1942)

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Wednesday, July 27, 2011

Seis Destinos / Tales of Manhattan (1942)

Vários filmes em um. Vários destinos ligados por um fraque. Quando essa elegante peça do vestuário masculino entra na vida dos mais diferentes moradores de Nova York, seus rumos mudam – para o bem e para o mal... 
O alfaiate responsável pelo fraque colocou uma maldição na peça após desentender-se com o chefe da confecção. Será seu primeiro proprietário (Charles Boyer) o único a pagar o pato: ele é um ator de teatro que vive um caso com uma bela mulher (Rita Hayworth) casada com um magnata (Thomas Mitchell). Um triângulo amoroso cheio de suspense e surpresas em meio a uma sala decorada com cabeças de animais empalhados.
Em seguida, o fraque vai parar num apartamento em que o noivo (Cesar Romero) se recupera após sua despedida de solteiro. Sua futura esposa (Ginger Rogers) chega para visitá-lo e encontra uma carta de amor no bolso do terno dele. É aí que entra em cena o melhor amigo do noivo (Henry Fonda), disposto a assumir-se como o destinatário da correspondência.  Uma reviravolta acontece durante as explicações.
O próximo a vestir o traje de gala é um músico promovido a maestro (Charles Laughton), naquela que é, em minha humilde opinião, a melhor e mais surpreendente sequência. Em sua noite de estreia como regente ele precisa se adaptar à elegância dos colegas e do público, tendo como única opção o apertado fraque. 
Em um albergue, o fraque é emprestado para um miserável Edward G. Robinson vestir na reunião de 25 anos de formatura. Mas será preciso bem mais do que boa aparência para o morador de rua enfrentar os ex-colegas bem-sucedidos. 
Finalmente, depois de um roubo mal-sucedido, o fraque, cheio de dinheiro, cai em uma empobrecida região rural. O religioso e ético casal (Paul Robeson e Ethel Waters) que encontra a veste e o montante terá a árdua, porém nobre, tarefa de dividir a grana entre as pessoas do local. O próprio Paul Robeson, que também era cantor, foi responsável pela trilha sonora deste episódio. Mas nem tudo foi feliz para ele: esse foi o último filme de sua carreira, pois ele se sentiu muito mal com relação ao estereótipo do negro mostrado na película, que de certa forma era compartilhado por Hollywood como um todo. 
Para quem não acompanhou a matemática dos tradutores: há uma sexta história, excluída da versão conhecida e comercializada no Brasil (a qual eu assisti). Neste outro esquete, um vigarista (W. C. Fields) compra o fraque por achar que há dinheiro escondido nele. Vestindo-o, ele vai dar uma palestra sobre abstinência alcoólica na casa de uma rica senhora (Margaret Dumont). O que ninguém esperava era que o leite de coco servido estivesse batizado... E isso torna a festa muito divertida!


Controvérsias e cortes à parte, “Seis Destinos” é um delicioso filme que oscila entre drama e comédia, celebrando o talento de cada um de seus protagonistas. Um “all-star movie” recheado de boas surpresas. Você nunca mais vai olhar para as roupas usadas da mesma maneira!

5 comments:

Calma said...

Semana passada, quando este filme foi exibido no TCM, eu estava trabalhando e não pude assisti-lo. Mas de qualquer forma, vim aqui para agradecer a você pelo simpático e profundo comentário em meu blog, no post sobre o filme "Desencanto". E acho que concordo com a sua opinião sobre a traição feminina. Muito obrigada pela visita! E parabéns pelo seu blog.

ANTONIO NAHUD said...

Gostei muito. Que elenco!

O Falcão Maltês

As Tertulías said...

Queria tanto rever esse filme... Nossa, o assisti nos anos 70! Será que já tem em DVD??????

said...

Ricardo e demais interessados,
Não há DVD de "Seis Destinos", apenas VHS (quem tem um vídeo em casa?) disponível na Amazon, incluindo o filme todo, com a sexta história recolocada em seu lugar.
Obrigada por terem lido!

Anonymous said...

Adoro Nova York e cada vez que posso compro uma passagem e viajo pra lá.
O único é que sinto saudade do meu delivery em itaim preferido, porque não gosto da comida dos Estados Unidos.

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