Viena,
anos 30. Começamos o filme com alguns close-ups de joias – lindas
joias, em ouro e diamantes, e muitos cofres. Estamos dentro de uma
joalheria e algo incrível está prestes a acontecer. Meu bisavô
costumava dizer que a fotografia em preto e branco nos filmes é mais
bonita que a colorida, e eu devo concordar com ele: aquelas joias
realmente brilham na tela bicromática!
Vienna,
1930s. We open the movie with some close-ups of jewels – beautiful
jewels, diamonds and gold, and many safes. We're inside a jewelry
shop and we're in for a treat. My great-grandfather use to say that
black and white photography in film is more beautiful and I must
agree with him: those jewels really shine in the bicromatic screen!
Enquanto
um inventor demonstra um sistema de alarme revolucionário com raios
invisíveis, a joalheria de Hollander é assaltada. Alguns
dias depois,
um dos melhores clientes do local, a baronesa Teri (Kay Francis) se
apronta para ir à joalheria comprar um anel de diamantes. Teri
é assistida por muitas empregadas: massagistas, cabeleireiras,
manicures e muito mais. Quando fica pronta, ela sai de casa com a
amiga Marianne (Helen Vinson).
As
an inventor is demonstrating a revolutionary alarm system with
invisible rays, Hollander's jewel store is being robbed. A
few days later,
one of their favorite clients, baroness Teri (Kay Francis) is getting
ready to visit the jewelry store and buy a diamond ring. Teri is
pampered by a lot of maids: she has masseurs, hairdressers,
manicurists and more. When she is ready, she leaves the house with
her friend Marianne (Helen Vinson).
O
marido de Teri, o barão Franz (Henry Kolker) também vai até a
joalheria para negociar o preço do anel. Ele leva consigo um membro
do gabinete, Paul (Hardie Albright). Há apenas um problema: Paul
está apaixonado por Teri, e ela não corresponde o sentimento.
Teri's
husband, baron Franz (Henry Kolker) also goes to the jewelry store to
negotiate the price for the diamond ring. He brings with him a member
of the cabinet, Paul (Hardie Albright). There is only one problem:
Paul is in love with Teri, but
she does not care about him.
Quando
o barão e o senhor Hollander finalmente chegam a um acordo em
relação ao preço, a joalheria é assaltada novamente. O ladrão?
William Powell. Powell é o ladrão mais elegante, educado, charmoso
e distinto do mundo. Ele fala com calma e até toca música – o
Danúbio Azul – enquanto seus capangas estão pegando as joias. Ele
é basicamente o Moriarty do roubo de joias.
When
the baron and Mr Hollander finally agree on a price, the shop is
robbed again. The robber? William Powell. Powell is the fanciest,
politest,
coolest, most distinguished robber of all time. He talks
smoothly and even plays music – the Blue Danube – while his
minions are catching all the jewels.
He's basically a Moriarty of jewel robbery.
Quando
falamos sobre Moriarty, precisamos falar sobre o brilhante Sherlock
Holmes. E quando falamos sobre William Powell, precisamos falar sobre
o detetive charmoso Nick Charles. Em dois anos Powel interpretaria
Nick Charles pela primeira vez, e é realmente muito interessante que
ele já tenha interpretado o exato oposto de Nick em “Ladrão
Romântico”.
When
we talk about Moriarty, we need to talk about mastermind Sherlock
Holmes. And when we talk about William Powell, we need to talk about
cool detective Nick Charles. In two years Powell would play Nick
Charles for the first time, and it's really interesting that he had
already got to play Charles's perfect counterpart in “Jewel
Robbery”.
O
ladrão de Powell diz que estudou em escola francesa para aprender
'finesse' – ao contrário dos ladrões americanos que são loucos
por balas, armas e sempre fazem sujeira. Powell inclusive consegue
enganar um inspetor de polícia! Moriarty é um gênio como Sherlock,
mas um usa a inteligência para fazer o bem, e o outro para o mal. A
mesma coisa acontece com Nick Charles e o ladrão: a diferença é
com que intuito cada um usa seu charme.
As
the robber, Powell says he studied in the French school in order to
learn 'finesse'
–
contrary to the American thieves, who are crazy for bullets, guns and
always make a mess. Powell even manages to make a fool out of a
police inspector! Moriarty is a genius just like Holmes, but one uses
the brains to do good, and the other to do bad. The same happens with
Nick Charles and the robber: the difference is the goal their charm
is used to achieve.
Teri
e Marianne são construídas como mulheres fúteis. Elas só pensam
em duas coisas: sexo e joias – e frequentemente usam o primeiro
para conseguir o segundo. Elas são mulheres amorais, no sentido de
que elas não se importam com ética ou princípios. Elas não são
personagens bem desenvolvidas, e em um filme de apenas 68 minutos de
duração isso é um problema previsível
Teri
and Marianne are constructed as frivoulous women. They only think
about two things: sex and jewels – often using the first in
exchange for the second. They are amoral women, in the sense that
they do not care for ethics or principles. They are not
well-developed characters, and in a film that lasts only 68 minutes
this is a
predictable problem.
Quando
Teri é vista pela primeira vez, ela está tomando um banho de
espuma. A sequência é 100% pre-Code: é óbvio que Kay Francis está
nua, e ela muda de uma toalha para outra, até colocar um vestido.
Nada além de seus ombros, pernas e pés são mostrados, mas isso já
é suficiente para açimentar a imaginação do espectador.
When
Teri first appears, she is taking a bubble bath. That sequence is
100% pre-Code: it's obvious that Kay Francis is naked, and she
changes from one towel to another, until she puts
on a dress. Nothing besides her shoulders, legs and feet is shown,
but there is enough in the scene to feed the viewer's imagination.
Há
também muitas frases de duplo sentido, de teor sexual e um momento
hilário com policiais chapados fumando maconha. Todos estes momentos
são exclusivos da era pre-Code em Hollywood, e são eles que fazem
de “Ladrão Romântico” um filme tão divertido.
There
is also a lot of sexual
innuendo
and a hilarious moment with high policemen smoking joint. All these
moments are pre-Code Hollywood in a nutshell, and they are what makes
“Jewel Robbery” such a funny movie.
O
esquema do ladrão pode parecer perfeito, mas eu acho que você não
deve tentar fazer isso em casa. Muitas de suas técnicas geniais para
produzir álibis e coordenar o roubo não funcionam mais por causa do
que temos hoje em termos de redes sociais, GPS e outras tecnologias.
The
robber's scheme may sound perfect, but I think you shouldn't try to
reproduce it at home. A lot of his genius techniques to produce
alibis and coordinate the robbery work no more because of social
media, GPS and other new technologies.
Um
filme como “Ladrão Romântico” jamais poderia ser feito hoje –
e não apenas por causa da tecnologia que destrói os esquemas. É um
filme que definitivamente não passa no teste de Beachdel. É um
filme que chama um personagem de 'romântico', quando na verdade ele
é doente e problemático. Eu entendo que se trata de uma comédia, e
eu ri muito em vários momentos. Mas como é arriscada!
A
film like “Jewel Robbery” could never be made today – and not
only because of the technology that ruins schemes. It's a film that
fails hard the Bechdel test. It's a film that portrays as 'romantic'
a character that is in reality really sick and problematic. I
understand it's a comedy, and I laughed out loud in many moments.
But,
wow, it is risky!
“Jewel
Robbery”, so exaggerated and funny, could only have been made in
the pre-Code era. 1932 was the worst year of recession since the 1929
Crash. People needed something to laugh at something
–
even if it was at a crime.
This
is my contribution to the It Takes a Thief blogathon, hosted by
Debbie at Moon in Gemini.
5 comments:
Isn't this a swell film? Kay Francis and William Powell have such wonderful chemistry. And I defy anyone to figure out how Kay Francis does not fall out of that dressing gown she wears! Your post brightened my day!
I was eagerly waiting to read your review ever since I Saw you claim Jewel Robbery for this blogathon. You did not disappoint. This is such a fun movie and I like how you contrasted Powell’s role here with his later role of Nick Charles.
Such silly women! I wish they only existed in movies.
I think jewellery is pretty to look at, but if I'm window shopping I prefer a bakery.
Whoa! This film definitely sounds Pre-Code!
I was a bit disappointed to hear "Jewel Robbery" fails the Bechdel test, especially since so many Pre-Code movies had such strong roles for women. However, it does sound like it has a lot of funny lines/situations, so I will be tracking it down. Thanks! :)
This sounds like a wonderful film. Kay Francis is an actress whose work I have only recently discovered and enjoy watching, so this one's going on my watch list for sure.
Thanks so much for bringing it to the blogathon!
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