} Crítica Retrô: Ladrão Romântico / Jewel Robbery (1932)

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Sunday, November 19, 2017

Ladrão Romântico / Jewel Robbery (1932)

Viena, anos 30. Começamos o filme com alguns close-ups de joias – lindas joias, em ouro e diamantes, e muitos cofres. Estamos dentro de uma joalheria e algo incrível está prestes a acontecer. Meu bisavô costumava dizer que a fotografia em preto e branco nos filmes é mais bonita que a colorida, e eu devo concordar com ele: aquelas joias realmente brilham na tela bicromática!
Vienna, 1930s. We open the movie with some close-ups of jewels – beautiful jewels, diamonds and gold, and many safes. We're inside a jewelry shop and we're in for a treat. My great-grandfather use to say that black and white photography in film is more beautiful and I must agree with him: those jewels really shine in the bicromatic screen!
Enquanto um inventor demonstra um sistema de alarme revolucionário com raios invisíveis, a joalheria de Hollander é assaltada. Alguns dias depois, um dos melhores clientes do local, a baronesa Teri (Kay Francis) se apronta para ir à joalheria comprar um anel de diamantes. Teri é assistida por muitas empregadas: massagistas, cabeleireiras, manicures e muito mais. Quando fica pronta, ela sai de casa com a amiga Marianne (Helen Vinson).
As an inventor is demonstrating a revolutionary alarm system with invisible rays, Hollander's jewel store is being robbed. A few days later, one of their favorite clients, baroness Teri (Kay Francis) is getting ready to visit the jewelry store and buy a diamond ring. Teri is pampered by a lot of maids: she has masseurs, hairdressers, manicurists and more. When she is ready, she leaves the house with her friend Marianne (Helen Vinson).
O marido de Teri, o barão Franz (Henry Kolker) também vai até a joalheria para negociar o preço do anel. Ele leva consigo um membro do gabinete, Paul (Hardie Albright). Há apenas um problema: Paul está apaixonado por Teri, e ela não corresponde o sentimento.
Teri's husband, baron Franz (Henry Kolker) also goes to the jewelry store to negotiate the price for the diamond ring. He brings with him a member of the cabinet, Paul (Hardie Albright). There is only one problem: Paul is in love with Teri, but she does not care about him.
Quando o barão e o senhor Hollander finalmente chegam a um acordo em relação ao preço, a joalheria é assaltada novamente. O ladrão? William Powell. Powell é o ladrão mais elegante, educado, charmoso e distinto do mundo. Ele fala com calma e até toca música – o Danúbio Azul – enquanto seus capangas estão pegando as joias. Ele é basicamente o Moriarty do roubo de joias.
When the baron and Mr Hollander finally agree on a price, the shop is robbed again. The robber? William Powell. Powell is the fanciest, politest, coolest, most distinguished robber of all time. He talks smoothly and even plays music – the Blue Danube – while his minions are catching all the jewels. He's basically a Moriarty of jewel robbery.
Quando falamos sobre Moriarty, precisamos falar sobre o brilhante Sherlock Holmes. E quando falamos sobre William Powell, precisamos falar sobre o detetive charmoso Nick Charles. Em dois anos Powel interpretaria Nick Charles pela primeira vez, e é realmente muito interessante que ele já tenha interpretado o exato oposto de Nick em “Ladrão Romântico”.
When we talk about Moriarty, we need to talk about mastermind Sherlock Holmes. And when we talk about William Powell, we need to talk about cool detective Nick Charles. In two years Powell would play Nick Charles for the first time, and it's really interesting that he had already got to play Charles's perfect counterpart in “Jewel Robbery”.
O ladrão de Powell diz que estudou em escola francesa para aprender 'finesse' – ao contrário dos ladrões americanos que são loucos por balas, armas e sempre fazem sujeira. Powell inclusive consegue enganar um inspetor de polícia! Moriarty é um gênio como Sherlock, mas um usa a inteligência para fazer o bem, e o outro para o mal. A mesma coisa acontece com Nick Charles e o ladrão: a diferença é com que intuito cada um usa seu charme.
As the robber, Powell says he studied in the French school in order to learn 'finesse' – contrary to the American thieves, who are crazy for bullets, guns and always make a mess. Powell even manages to make a fool out of a police inspector! Moriarty is a genius just like Holmes, but one uses the brains to do good, and the other to do bad. The same happens with Nick Charles and the robber: the difference is the goal their charm is used to achieve.  
Teri e Marianne são construídas como mulheres fúteis. Elas só pensam em duas coisas: sexo e joias – e frequentemente usam o primeiro para conseguir o segundo. Elas são mulheres amorais, no sentido de que elas não se importam com ética ou princípios. Elas não são personagens bem desenvolvidas, e em um filme de apenas 68 minutos de duração isso é um problema previsível
Teri and Marianne are constructed as frivoulous women. They only think about two things: sex and jewels – often using the first in exchange for the second. They are amoral women, in the sense that they do not care for ethics or principles. They are not well-developed characters, and in a film that lasts only 68 minutes this is a predictable problem.
Quando Teri é vista pela primeira vez, ela está tomando um banho de espuma. A sequência é 100% pre-Code: é óbvio que Kay Francis está nua, e ela muda de uma toalha para outra, até colocar um vestido. Nada além de seus ombros, pernas e pés são mostrados, mas isso já é suficiente para açimentar a imaginação do espectador.
When Teri first appears, she is taking a bubble bath. That sequence is 100% pre-Code: it's obvious that Kay Francis is naked, and she changes from one towel to another, until she puts on a dress. Nothing besides her shoulders, legs and feet is shown, but there is enough in the scene to feed the viewer's imagination.
Há também muitas frases de duplo sentido, de teor sexual e um momento hilário com policiais chapados fumando maconha. Todos estes momentos são exclusivos da era pre-Code em Hollywood, e são eles que fazem de “Ladrão Romântico” um filme tão divertido.
There is also a lot of sexual innuendo and a hilarious moment with high policemen smoking joint. All these moments are pre-Code Hollywood in a nutshell, and they are what makes “Jewel Robbery” such a funny movie.
O esquema do ladrão pode parecer perfeito, mas eu acho que você não deve tentar fazer isso em casa. Muitas de suas técnicas geniais para produzir álibis e coordenar o roubo não funcionam mais por causa do que temos hoje em termos de redes sociais, GPS e outras tecnologias.
The robber's scheme may sound perfect, but I think you shouldn't try to reproduce it at home. A lot of his genius techniques to produce alibis and coordinate the robbery work no more because of social media, GPS and other new technologies.
Um filme como “Ladrão Romântico” jamais poderia ser feito hoje – e não apenas por causa da tecnologia que destrói os esquemas. É um filme que definitivamente não passa no teste de Beachdel. É um filme que chama um personagem de 'romântico', quando na verdade ele é doente e problemático. Eu entendo que se trata de uma comédia, e eu ri muito em vários momentos. Mas como é arriscada!
A film like “Jewel Robbery” could never be made today – and not only because of the technology that ruins schemes. It's a film that fails hard the Bechdel test. It's a film that portrays as 'romantic' a character that is in reality really sick and problematic. I understand it's a comedy, and I laughed out loud in many moments. But, wow, it is risky!
Ladrão Romântico”, tão exagerado e divertido, só poderia ter sido feito na era pre-Code. 1932 foi o pior ano da recessão pós quebra da bolsa de 1929. As pessoas precisavam rir de alguma coisa – nem que fosse de um crime.
Jewel Robbery”, so exaggerated and funny, could only have been made in the pre-Code era. 1932 was the worst year of recession since the 1929 Crash. People needed something to laugh at something – even if it was at a crime.
This is my contribution to the It Takes a Thief blogathon, hosted by Debbie at Moon in Gemini.

5 comments:

FlickChick said...

Isn't this a swell film? Kay Francis and William Powell have such wonderful chemistry. And I defy anyone to figure out how Kay Francis does not fall out of that dressing gown she wears! Your post brightened my day!

Brittaney said...

I was eagerly waiting to read your review ever since I Saw you claim Jewel Robbery for this blogathon. You did not disappoint. This is such a fun movie and I like how you contrasted Powell’s role here with his later role of Nick Charles.

Caftan Woman said...

Such silly women! I wish they only existed in movies.

I think jewellery is pretty to look at, but if I'm window shopping I prefer a bakery.

Silver Screenings said...

Whoa! This film definitely sounds Pre-Code!

I was a bit disappointed to hear "Jewel Robbery" fails the Bechdel test, especially since so many Pre-Code movies had such strong roles for women. However, it does sound like it has a lot of funny lines/situations, so I will be tracking it down. Thanks! :)

Debbie Vega said...

This sounds like a wonderful film. Kay Francis is an actress whose work I have only recently discovered and enjoy watching, so this one's going on my watch list for sure.

Thanks so much for bringing it to the blogathon!

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