} Crítica Retrô: A Floresta Petrificada (1936) / The Petrified Forest (1936)

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Saturday, April 7, 2018

A Floresta Petrificada (1936) / The Petrified Forest (1936)

Quantos filmes interessantes começam em um posto de gasoline / restaurante? Vejamos: “Beija-me, Idiota” (1964) é o primeiro que me vem à mente. Também há “Fuga do Passado” (1947) e muitos outros filmes noir. Mas em quantos ótimos filmes a ação acontece quase totalmente em um posto de gasolina que está literalmente no meio do nada? “A Floresta Petrificada”, que se passa em um posto na desértica Black Mesa, Arizona, é o único filme que me vem à mente.

How many interesting movies start in a gas station / restaurant? Let’s see: “Kiss Me, Stupid” (1964) is the first I think about. Also “Out of the Past” (1947) and some other noir films. But how many great films are basically fully set in a gas station literally out of nowhere? “The Petrified Forest”, set in a gas station in the desert place of Black Mesa, Arizona, is the only one that comes to my mind. 
Tudo começa com a chegada de um estranho: Alan Squier (Leslie Howard, tão magro e pálido que se parece com Stan Laurel). Squier é um escritor charmoso que está cruzando os EUA após se divorciar, e ele logo conquista a garçonete do restaurante, a ingênua e sonhadora Gabrielle (Bette Davis).

Everything starts with the arrival of an odd man: Alan Squier (Leslie Howard, so slim and pale that he looks like Stan Laurel). Squier is a charming writer crossing the country after a divorce, and he instantly conquers the restaurant’s waitress, naïve dreamer Gabrielle Maple (Bette Davis).
Mas chega a hora de dizer adeus. Alan pega uma carona com o casal Chisholm (Genevieve Tobin e Paul Harvey) e o motorista deles. Quando eles estão na estrada, escutam no rádio a descrição da aparência do gângster fugitivo Duke Mantee (Humphrey Bogart) e qual carro ele e seus comparsas estão usando para a fuga. Na curva seguinte o casal Chisholm tem uma surpresa: é o próprio Duke Mantee que os para e rouba o carro.

But time has come to say goodbye. Alan gets a lift from the Chisholms (Genevieve Tobin and Paul Harvey) and their driver. When they are on the road the radio describes how runaway gangster Duke Mantee (Humphrey Bogart) looks like and which car he and his mates are using. On the next curve the Chisholms have a surprise: it’s Duke Mantee himself, who stops them and steals their car.
Enquanto o casal tenta consertar o carro de Duke para continuarem com a viagem, Alan, muito nervosa, volta para o restaurant, sabendo que Duke está prestes a encontrar Gabrielle. Duke chega lá. E Alan também. Agora, temos Gabrielle, Alan, o funcionário do posto Boze (Dick Foran) e o avô de Gabrielle (o divertido Charley Grapewin) são reféns de Duke e seus capangas. Com todos no restaurante, eles só podem ter conversas profundas sobre a vida, amor, dinheiro e dúvidas existenciais. E, sim, o casal Chisholm e o motorista também acabam sendo feitos reféns.

While the Chisholms try to fix Duke’s broken car to go on with their trip, a very nervous Alan walks back to the restaurant, knowing that Duke is about to hit the place. Duke does that. And so does Alan. Now, we have Gabrielle, Alan, the gas station employee Boze (Dick Foran) and Gabrielle’s grandfather (a very funny Charley Grapewin) held hostage by Duke and his evil crew. With all in the restaurant, they can only have deep conversations about life, love, money and existential doubts. And, yes, the Chisholms and the driver eventually arrive there, too.
A principal tarefa de Bette Davis em “A Floresta Petrificada” é ser adorável. Gabrielle é uma garota sensível que deseja visitar sua cidade natal na França e adora ler poesia. Alan é um par perfeito para ela. Como Alan, Leslie Howard tem de dizer coisas bonitas e intelectuais que também sejam provocativas para nós, espectadores. E Genevieve Tobin tem um monólogo FANTÁSTICO.

Bette Davis’s main job in ‘The Petrified Forest” is to be adorable. Gabrielle is a sensitive girl who wants to visit her birthplace in France and loves to read poetry. Alan is a perfect match for her – even though Boze is insistent about seducing her. As Alan, Leslie Howard has to say beautiful, intellectual things that are provocative for us, viewers. Oh, and Genevieve Tobin has a FANTASTIC monologue.
Humphrey Bogart interpreta um gângster barra-pesada com um minúsculo coração de manteiga. Na primeira fase de sua carreira, que vai de 1930 a 1941, ele foi mal aproveitado pela Warner Bros, que lhe dava só pequenos papéis – seu nome é só o quarto nos créditos deste filme – e papéis de vilão – no ano seguinte ele interpretaria um membro da Ku Klux Klan. É interessante notar, em Duke Mantee, este momento em particular, quando a câmera – por causa de uma tomada precisa planejada pelo diretor Archie Mayo – captura a alma do personagem:

Humphrey Bogart plays a heavy gangster with a tiny soft spot in his heart. In the first phase of his career, that goes from 1930 to 1941, he was mostly “undercast” by Warner Bros, who gave him small roles – he’s the fourth billed here – and roles of villains – he would play a Ku Klux Klan member in a 1937 movie. It’s interesting to notice, about Duke Mantee, this moment in particular, when the camera –because of a precisely planned shot by director Archie Mayo – captures the character’s soul:
“A Floresta Petrificada” foi primeiro apresentada como peça, com Howard, Davis e Bogart nos três papéis principais. Quando o estúdio Warner adquiriu os direitos da peça, os executivos planejaram dar o papel de Duke para Edward G. Robinson, mas Leslie insistiu em contracenar com Bogart. Por causa deste apoio, Bogart foi para sempre grato para com Howard, e inclusive deu o nome de Leslie à sua filha. E Bogart teve a chance de interpretar Duke Mantee mais uma vez em 1955, em uma adaptação para a TV, com Lauren Bacall como Gabrielle e Henry Fonda como Alan.

“The Petrified Forest” was first presented as a play, with Howard, Davis and Bogart in the three main roles. When it acquired the play rights, Warner planned to cast Edward G. Robinson for the role of Duke, but Leslie Howard insisted on working with Bogart. Because of this support, Bogart was forever grateful to Howard, and even named his daughter Leslie after him. And Bogart had the chance to play Duke Mantee once more in 1955, in a TV adaptation, with Lauren Bacall as Gabrielle and Henry Fonda as Alan.       
Sem dar spoilers, posso dizer que o filme pega um caminho muito incomum por causa do amor de Alan por Gabrielle. E, se você imaginou que um filme de 1936 traria uma lição moral machista e antiquada sobre as razões para a vida de um homem ou uma mulher, eu digo: você está muito enganado! Agora basta apenas conferir este excelente filme.

Without spoiling it, I can say that the film goes through a very unusual path thanks to Alan’s love for Gabrielle. And, if you presumed that a 1936 movie would bring a sexist, old-fashioned moral lesson about the reason behind a man’s or a woman’s existence, I must say: boy, you are wrong! Now go on and watch this wonderful movie.

This is my contribution to the Third Annual Bette Davis blogathon, hosted by Crystal at In the Good Old Days of Classic Hollywood.

2 comments:

Caftan Woman said...

The Petrified Forest truly is, as you say, a wonderful movie. It's odd and compelling, with the actors giving excellent performances. I really enjoyed reading your review and look forward to rewatching a film I haven't watched in many years.

Quiggy said...

Maximum Overdrive takes place in a gas station... OK OK, so it's not really on par with Bette Davis in Petrified Forest, but what did you expect from me, anyway.... Shakespeare? :-D

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