O tenente Charles Madison (James
Garner) tem um hábito estranho: ele cumprimenta todas as mulheres que encontra
com um tapinha no traseiro – e todas elas o reconhecem por este estranho gesto.
Mas as coisas são diferentes com Emily Barham (Julie Andrews), uma motorista
que, após receber seu primeiro tapa no traseiro, responde com um sonoro tapa no
rosto de Charlie.
Lt. Commander Charles Madison (James Garner) has a strange habit: he greets
every female he meets with a pat in the butt – and they all recognize him by
this weird gesture. But things are different with Emily Barham (Julie Andrews),
a driver who, upon receiving her first tap in the butt, answers with a vigorous
slap in Charlie’s face.
Charlie é um soldado Americano fazendo
o possível para evitar ir para o campo de batalha. Emily é uma inglesa séria
que perdeu o pai, o irmão e o marido na guerra. Ela se apaixona com muita
facilidade e se magoa também com facilidade. Ele acredita que a Segunda Guerra
Mundial, assim como todas as guerras, é resultado da ganância dos europeus, e
ele diz isso a Emily. Eles foram feitos um para o outro, nós sabemos, e eles
começaram o relacionamento com o pé esquerdo.
Charlie is an American soldier doing everything he can to avoid going to
the battlefield. Emily is a serious English woman who has lost her father,
brother and husband in the war already. She falls in love too easily and
shatters too easily. He believes the second World War, as all wars, is the
result of European greed, and he tells that to Emily. They are made for each
other, we know that, and they’re off to a rough start.
Estranhamente, Emily decide se
envolver com Charlie depois que ele a chama de “puritana”. Nós podemos ver por
que Emily se apaixona por Charlie: primeiro, porque ele é James Garner. Mas a
segunda razão é mais importante: ela valoriza a covardia dele, porque todas as
vezes em que um homem que ela amava decidiu fazer um ato heroico, este homem
morreu e ela foi deixada com o coração partido. A covardia de Charlie é o que o
torna uma escolha estável para ela.
Oddly, Emily decides to have a romance with Charlie after he calls her a
“prissy”. We can see why Emily falls for Charlie: first, he’s James Garner, for
God’s sake. But the second reason is more important: she values his cowardice,
because every time a man she loved decided to do a heroic deed, he died and she
was left heartbroken. Charlie being a coward is what makes him a stable choice
for her.
É 1944 e os amigos de Charlie no exército
estão planejando o Dia D. O papel de Charlie nele é distinto: ele é um “dog
robber”, um oficial que fica encarregado de se certificar que os oficiais mais
graduados estejam bem alimentados, bem vestidos e bem amados – estas são as
palavras exatas usadas no filme. Mesmo assim, Charlie recebe a missão de filmar
a invasão da praia de Omaha no Dia D.
It’s 1944 and Charlie’s army friends are planning the D-Day. Charlie’s
role in this is distinct: he’s a “dog-robber”, an officer who is in charge of
certifying that the high officers are well-fed, well-dressed and well-loved –
these are the exact words used in the film. Nevertheless, Charlie receives the
mission to film the invasion of the Omaha Beach on D-Day.
O planejamento do Dia D é tão tenso
que o almirante William Jessup (Melvyn Douglas) acaba ficando em estado
catatônico. Eu gostei muito da camaradagem na cena em que Charlie massageia as
costas do almirante enquanto ele se recupera. Falando em camaradagem, outro
camarada de Charlie é o tenente Paul Cummings (James Coburn), ou “Bus”, como
ele é chamado por todos. Bus é outro
covarde que terá de filmar a invasão da praia de Omaha.
The planning of the D-Day is tense enough to leave Admiral William
Jessup (Melvyn Douglas) in a catatonic state. I loved the camaraderie in the
scene where Charlie massages the admiral’s back while he recovers. Speaking of
camaraderie, another comrade of Charlie’s is Lt. Commander Paul Cummings (James
Coburn), or “Bus”, as everybody calls him. Bus is another fun-loving coward who
will have to record the Omaha Beach invasion.
O filme tem muitos momentos sérios de
reflexão sobre a guerra. Charlie diz à mãe de Emily que ele perdeu um irmão na
guerra, e a mãe dele só sobrevive porque honra as instituições e finge ter
orgulho de seu falecido filho – quando na verdade a saudade dela é maior que
seu orgulho patriótico. Neste sentido, o roteiro de Paddy Chayefsky é
completamente antiguerra... mas mais sobre isso mais tarde.
The film has many serious moments of reflections about war. Charlie
tells Emily’s mother that he lost a brother in the war, and his mother only
survives through honoring the institutions and pretending to be proud of her
dead son – when her longing for him is bigger than her patriotic pride. In this
sense, Paddy Chayefsky’s screenplay is blatantly anti-war… but more on that
later.
É curioso que o título original seja “The Americanization of Emily” quando Charlie
é o foco do filme. Claro, James Garner era mais conhecido que Julie Andrews no
começo de 1964, quando o filme foi feito. Julie havia acabado de filmar “Mary
Poppins”, um filme que estrearia um mês antes de “Não Podes Comprar Meu Amor” e
daria a Julie um Oscar. Como Emily, ela evitou ser estereotipada como uma bela
cantora, e também apareceu em um filme em preto e branco – o único de sua
carreira. Tanto Julie quanto James disseram que “Não Podes Comprar Meu Amor” é
o filme favorito de suas respectivas carreiras.
It’s curious that the title is “The Americanization of Emily” when
Charlie is the focus of the movie. Sure, James Garner was a bigger star than
Julie Andrews in the beginning of 1964, when the film was shot. Julie had just
wrapped “Mary Poppins”, a film that would premiere a month before “The
Americanization of Emily” and give her an Oscar. As Emily, she avoided being
typecast as a singing marvel, and also appeared in a black and white film – the
only one in her career. Both Andrews and Garner have said that “The
Americanization of Emily” is their favorite of their respective careers.
O tema principal do filme é o
orgulho. Orgulho é a razão pela qual Jessup decide que o primeiro norte-americano
a morrer na praia de Omaha deve ser um marinheiro – uma decisão bastante
estúpida e orgulhosa, porque ele está sacrificando a vida de outra pessoa para
chamar a atenção para a Marinha. Orgulho é característica de um herói, e a
linha que separa um herói de um covarde é bem tênue, como o filme mostra. E,
obviamente, a “história oficial” pode ser bem diferente dos acontecimentos
reais.
The overall theme of the movie is pride. Pride is the reason why Jessup
decides that the first American to die at Omaha Beach on D-Day must be a sailor
– a very stupid and proud decision, because he’s sacrificing someone else’s
life to shine a light on the Navy. Pride is what makes a hero, and the line
that separates a hero from a coward is a very thin one, as the film shows. And,
of course, the “official history” may be very different from the real
happenings.
Mais uma vez, esta é uma narrativa envolvendo
a Segunda Guerra Mundial que mostra que pode valer a pena lutar uma guerra, e
sacrifícios podem ser necessários – mesmo se esse sacrifício envolver mentir
sobre ser um herói.
Once again, this is a narrative involving World War II that shows that a
war can be worth fighting, and sacrifices can be worth making – even if this
sacrifice involves lying about being a hero.
This is my contribution to the James Garner: He Thrilled Them All blogathon, hosted by Gill at Realweegiemidget Reviews.
2 comments:
Thanks for joining my blogathon with this fabulous post Le! Really interested in seeing this film so really happy you've brought it to the blogathon.
Your article highlights the wonderful combination of romance and pointed commentary that Paddy Chayefsky brought to his excellent, and I imagine very personal screenplay.
When Julie Andrews and James Garner work together, the audience always gets their money's worth in talent.
PS: I'm surprised Melvyn Douglas wasn't nominated for a supporting Oscar for this role and Paddy Chayefsky as well. The Academy is a mysterious group!
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