} Crítica Retrô: Carole Lombard: Bathing Beauty

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Thursday, January 16, 2020

Carole Lombard: Bathing Beauty


Não há nada mais raro em Hollywood do que um sucesso da noite para o dia. Ou melhor: todo mundo que faz sucesso da noite para o dia já estava trabalhando muito, há anos, em pequenos papéis antes da grande chance. Isso aconteceu com Carole Lombard que, antes de se tornar a charmosa comediante que nós amamos, trabalhou sem descanso como uma das Bathing Beauties de Mack Sennett.

There is nothing rarer in Hollywood than an overnight sensation. Or let’s put it this way: all overnight sensations had already been working a lot, for years, in small roles before they got their big break. This happened to Carole Lombard who, before becoming the charming comedienne we all love, worked steadily as one of Mack Sennett’s Bathing Beauties.
 
Carole de chapéu branco / Lombard with a white hat
Mack Sennett deu o nome de Bathing Girls (ou Bathing Beauties) para seu grupo de jovens estrelas, que existiu entre 1915 e 1928, com novas garotas bonitas todos os anos. Muitas dessas garotas tiveram successo longe de Sennett – como Marie Prevost e a própria Carole – e o grupo inspirou imitações de outros estúdios, como as Sunshine Girls da Fox.

Mack Sennett named his group of starlets Bathing Girls (or Bathing Beauties) and this group existed from 1915 until 1928, with new pretty girls every year. Many Bathing Beauties went on to have big careers far from Sennett – like Marie Prevost and Carole herself – and the group inspired imitations from other studios, like the Sunshine Girls from Fox.


As garotas Bathing Beauties não precisavam ser boas atrizes – elas apenas precisavam ser bonitas. A participação delas nos filmes não tinha necessariamente de ajudar a trama, e era preferível que muitas garotas aparecessem de uma vez só – por isso Sennett fez alguns curtas sobre universidades só para mulheres. As Bathing Beauties eram um grupo de garotas travessas e atléticas – elas podem até ser chamadas de pin-ups da Primeira Guerra Mundial.

The Bathing Beauties didn’t have to be good actresses – they just had to be good-looking. Their participation in the films not necessarily had to do with advancing the plot, and it was preferred that many beauties could be shown at once – that’s why Sennett made a few shorts about girls’ colleges. The Bathing Beauties were a group of naughty and athletic girls – they could even be called the pin-ups of World War I.


Jane Alice Peters tinha 12 anos quando foi descoberta pelo diretor Allan Dwan e fez o filme “A Perfect Crime”, de 1921 – curiosamente, este filme foi produzido por Mack Sennett. Sennett só voltaria a encontrar a garota em 1927 – e nesse meio tempo ela havia sido figurante em alguns filmes, incluindo “Ben-Hur” (1925), sofrido um acidente de carro, aguentado a cirurgia de reconstrução facial sem anestesia (porque se acreditava que a anestesia piorava a cicatriz) e mudado seu nome para Carol Lombard, ainda sem o E.

Jane Alice Peters was 12 when she was discovered by director Allan Dwan and appeared in the film “A Perfect Crime”, from 1921 – curiously, this film was produced by Mack Sennett. Sennett would only meet the girl again in 1927 – and by then she had appeared as an extra in a few films, including “Ben-Hur” (1925), suffered a car accident, undergone a facial reconstruction surgery without anesthetics (because it was believed that anesthetics caused worse scars) and changed her name to Carol Lombard, without an E.
 
Carole at 12
Carole Lombard apareceu em 18 curtas-metragens de Mack Sennett entre 1927 e 1929. O primeiro deles foi “Smith's Pony”, no qual Carole interpreta Lillian Saunders, uma professora de equitação e jóquei. O filme é parte da série sobre a família Smith, e nele a família está de férias em San Francisco. O pai, Jimmy (Raymond McKee), decide comprar um pônei de Lillian e dar de presente para sua filha Bubbles (Mary Ann Jackson). Entretanto, a esposa Mabel (Ruth Hiatt) acredita que ele está flertando com Lillian, não comprando um cavalinho. Carole tem o cabelo mais escuro aqui, e as partes mais engraçadas envolvem a atriz mirim Mary Ann Jackson.

Carole Lombard appeared in 18 of Mack Sennett’s short comedies between 1927 and 1929. The first of them is “Smith’s Pony”, in which Carole plays Lillian Saunders, a riding teacher and jockey. This film is part of the Smith family series, and in this entry they’re vacationing in San Francisco. The father, Jimmy (Raymond McKee), decides to buy a pony from Lillian and give it as a surprise gift to his little daughter Bubbles (Mary Ann Jackson). However, his wife Mabel (Ruth Hiatt) believes he’s flirting with Lillian, not buying a small horse. Carole has darker hair here, and the funniest bits involve child actress Mary Ann Jackson.




Podemos pensar que, como ela teve um papel importante no primeiro curta-metragem que fez com Sennett, Carole teria destaque em todos os outros curtas. Isso não aconteceu: em alguns deles ela é apenas mais uma garota na multidão, ou convidada de um casamento, ou vendedora. Mas ela conseguiu brilhar em alguns destes curtas.

We may think that, because she played an important part in her first Sennett short, Carole would be featured proeminently in all the other shorts. This didn't happen: in some of them she's only another girl in the crowd, or a guest in a wedding, or a salesgirl. But she managed to shine in a few of these shorts.


Em “The Campus Carmen” (1928), o nome de Carole é o terceiro nos créditos. A estrela é Daphne Pollard interpretando Tille Toober, uma garota que quer o papel principal na peça “Carmen”, que a universidade vai montar. E por papel principal eu quero dizer o papel de toureiro – porque todos os papéis precisam ser interpretados por mulheres, até mesmo o papel do touro. Carole interpreta uma garota que participa de guerras de travesseiro no dormitório da universidade e que toma conta da vaca nos bastidores. Embora Carole apareça pouco, o curta-metragem é bem divertido.

In “The Campus Carmen” (1928), Carole is third billed. The star is Daphne Pollard playing Tillie Toober, a girl who wants the lead role in the play “Carmen” that will be put up by the girls' College. And by the lead I mean the bullfighter – because all roles must be played by females, even the role of the bull. Carole plays a girl who has pillow fights in the college dormitory and takes care of the cow backstage. Although the short has little of Carole in it, it’s very enjoyable.


Também em 1928, Carole Lombard viu seu nome em primeiro lugar nos créditos de “Run, Girl, Run”, um curta também ambientado em uma universidade só de garotas. Aqui ela é Norma Nurmi, a estrela do time de atletismo, e Daphne Pollard é Minnie, a treinadora. Norma está mais interessada em namorar do que em treinar para competições. Por isso, para mantê-la em forma, Minnie inclusive coloca Norma para dormir com ela na noite anterior à competição, para que ela possa ficar de olho. Daphne é usada em mais gags do que Carole. E há um bode sem razão alguma. Havia sequências em Technicolor neste filme, mas elas se perderam.

Also in 1928, Carole Lombard was first billed in “Run, Girl, Run”, a short also set in a girls’ college. Here she is Norma Nurmi, the star athlete of the track and filled team, and Daphne Pollard is Minnie, the coach. Norma is more interested in going on dates than in training for competitions. So, in order to keep her star in shape, Minnie even puts Norma to sleep with her on her bed the night before a competition, so she can keep one eye on Norma. Daphne is used for more gags than Carole. Also, there is a goat apropos of nothing. There were Technicolor sequences in this film, but they’re now lost.


Outro curta sobre a universidade é “The Campus Vamp”, também de 1928. Nele, Sally (Sally Eilers) perde seu namorado Matty (Matty Kemp) para a vamp do campus, Carole (Carole Lombard). Os empregados da universidade Dora (Daphne Pollard) e Barney (Johnny Burke) tentarão ajudar Sally a reconquistar seu amado. Na praia há uma sequência em Technicolor... e com slow-motion! Nós também vemos Carole dançando o charleston – o que é provavelmente o mais perto que chegaremos de vê-la como uma flapper.

Another college-themed short is “The Campus Vamp”, also from 1928. In it, Sally (Sally Eilers) loses her sweetheart Matty (Matty Kemp) to the campus vamp, Carole (Carole Lombard). College employees Dora (Daphne Pollard) and Barney (Johnny Burke) will try to help Sally to get her beau back. At the beach there is a two-strip Technicolor sequence... and with slow-motion! We also get to see Carole dancing the charleston – which is probably the closest we'll get from seeing her as a flapper.


Em “Matchmaking Mamma”, de 1929, Daphne e Carole interpretam mãe e filha: elas são a Sra. McNitt e Phyllis. A Sra. McNitt quer que Phyllis se case com Larry Lodge (Matty Kemp), que está ensaiando uma peça com ela. Entretanto, Larry conhece a enteada da Sra. McNitt, Sally (Sally Eilers) e se apaixona. Há uma sequência supimpa em Technicolor no ensaio geral, e embora não haja close-ups de Carole podemos apreciar sua beleza de longe. Os focos do filme são as trapalhadas de Daphne e o casal principal.

In “Matchmaking Mamma”, from 1929, Daphne and Carole play mother and daughter: they’re Mrs. McNitt and Phyllis. Mrs. McNitt wants Phyllis to marry Larry Lodge (Matty Kemp), who is rehearsing a play with her. However, Larry meets Mrs. McNitt’s stepdaughter Sally (Sally Eilers) and falls in love with her. There is a cool sequence in Technicolor showing the dress rehearsal, and although there are no close-ups of Carole we can appreciate her beauty from afar. The focuses of the film are Daphne’s antics and the main couple.


Carole pode não ter sido a estrela dos curtas de Sennett, mas este não era o objetivo das Bathing Beauties – elas só funcionavam como um grupo. Mesmo assim, Carole adquiriu experiência com comédia quando trabalhava nestes curtas – mesmo sendo um tipo diferente de comédia – e neles ela conheceu sua grande amiga e secretária Madalynne Field – que interpretava a “garota gorda” nos filmes. Bem, todos nós temos de começar em algum lugar – e de preferência aprender algo com nossas primeiras experiências.

Carole may not have been the star of Sennett’s shorts, but this wasn't the goal of the Bathing Beauties – they only worked as a group. Nevertheless, Carole acquired experience in comedy while working in those shorts – although a different kind of comedy – and in them she got to know her lifelong friend  and secretary Madalynne Field – who played the “fat girl” in the shorts. Well, we all have to start somewhere – and preferrably learn something from our first experiences.


* Many of the images come from the website Carole & Co.


This is my contribution to the Carole Lombard Memorial blogathon, hosted by Crystal at In the Good Old Days of Classic Hollywood and Vincent at Carole & Co.


1 comment:

Caftan Woman said...

I appreciate your research for this article. Carole and her fans are lucky that Sennett ran his organization in such a way that many young actresses had the opportunity to learn by doing. We're lucky as well that Carole and the brains, talent and work ethic to take her opportunities and run with them.

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