} Crítica Retrô: Nita Naldi: a vamp / Nita Naldi: the vamp

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Wednesday, May 13, 2020

Nita Naldi: a vamp / Nita Naldi: the vamp

Nita Naldi. Que nome perfeito para uma estrela de cinema. Se a década de 1910 teve Theda Bara, os anos 20 tiveram Nita Naldi como a vamp perfeita. Com um rosto belo e expressivo e cabelo escuro, Nita costumava interpretar mulheres exóticas. Para ela, e para muitas outras atrizes da época, tudo começou no Ziegfeld Follies.

Nita Naldi. What a perfect name for a movie star. If the 1910s had Theda Bara, the 1920s has Nita Naldi as the perfect vamp. With a beautiful, expressive face and dark hair, Nita often played exotic women. For her, and for many other actresses of her time, it all started at the Ziegfeld Follies.

Nascida em Nova York em 1894, a garota foi batizada de Mary Nonna Dooley em homenagem à sua tia-avó, que era freira. Seus pais eram irlandeses. Em 1910 o pai deixou a família e em 1915 a mãe faleceu, deixando Mary Nonna e um irmão mais novo. Ela logo se juntou ao vaudeville, e depois de fazer parte do coro no espetáculo The Passing Show of 1918, com Fred e Adele Astaire, ela se juntou ao elenco do Ziegfeld Follies em 1918. Foi nesta época que ela mudou o nome para Nita Naldi, inspirada por Maria Naldi, antiga empregada da família que Nita considerava como irmã.

Born in New York in 1894, the little girl received the name Mary Nonna Dooley as a homage to her great-aunt, who was a nun. Her parents were Irish. In 1910 her father left the family and in 1915 her mother died, leaving Mary Nonna was and a younger brother. She soon entered the vaudeville circuit, and after being a chorus girl at The Passing Show of 1918, with Fred and Adele Astaire, she became part of the Ziegfeld Follies cast in 1918. It was during this time that she changed her name to Nita Naldi, after Maria Naldi, the former maid of the family who Nita considered as a sister.

Nita Naldi não é creditada em nenhuma edição do Ziegfeld Follies do final da década de 1910 e início da década de 1920, o que nos faz acreditar que ela fazia parte do coro numeroso cuja composição sempre mudava. Ela foi apenas anunciada numa produção de Ziegfeld em 1921, quando substituiu uma atriz no espetáculo “Sally”, interpretando a Sra Ten Broek.

Nita Naldi is not credited in any of the Ziegfeld Follies revues of the late 1910s and early 1920s, which makes us believe she was part of the numerous and ever-rotating chorus. She was only advertised in a Ziegfeld production in 1921, when she appeared as a replacement in the show “Sally”, where she played Mrs Ten Broek.

Em 1919, Florenz Ziegfeld contratou o pintor Alberto Vargas para pintar retratos das Ziegfeld Girls. Nita Naldi estava entre as primeiras garotas a terem seus retratos pintados. O peruano Vargas é considerado o pai da moda pin-up, e já é possível ver a firmeza e sofisticação de seus desenhos em 1920, quanto ele tinha apenas 24 anos de idade. Ele pintou Nita nua, abraçada à estátua de um fauno.

In 1919, Florenz Ziegfeld hired painter Alberto Vargas to paint the portraits of the Ziegfeld Girls. Nita Naldi was among the first girls to be painted. Peruvian Vargas is considered the father of the pin-up fad, and you can already see how firm and sophisticated his drawings were in 1920, when he was just 24 years old. He painted Nita naked, hugging the statue of a faun.

Embora “A Divorce of Convenience” tenha sido gravado primeiro, o filme estreou apenas em 1921, por isso a estreia oficial de Nita foi em “ O Médico e o Monstro” (1920). Neste filme, ela interpreta a dançarina italiana Miss Ginna, que é vista pelo Dr Jekyll (John Barrymore) num cabaré. Mais tarde, como Hyde, ele vai atrás dela em busca de prazer carnal, e encontra algo mais no curioso anel que ela usa. Barrymore ficou amigo de Nita, e a atriz mais tarde foi como uma segunda mãe para a filha de John, Diana. Diana deixou cinco mil dólares para Nita em seu testamento.

Although “A Divorce of Convenience” was the first film she shot, it only premiered in 1921, that’s why Nita’s oficial debut was “Dr Jekyll and Mr Hyde” (1920). In this film, she plays the Italian dancer Miss Ginna, who Dr Jekyll (John Barrymore) sees in a nightclub once. Later, as Mr Hyde, he goes after her looking for carnal pleasure, and finds a little more as she carries a curious little ring. Barrymore became friends with Nita, and the actress later served as a second mother to John’s daughter Diana. Indeed, Diana left 5,000 dollars to Nita in her will.

Não há dúvidas de que o filme mais famoso de Nita é “Sangue e Areia”, de 1922, para o qual ela foi escolhida pessoalmente pelo autor Vicente Blasco Ibañez quando ela fez ele perder a dentadura durante uma festa. Neste filme ela interpreta Doña Sol, uma mulher mais velha que seduz o toureiro Juan Gallardo, interpretado por Rodolfo Valentino, que era 11 anos mais novo que ela. Para mim, Nita é o grande destaque de “Sangue e Areia”. Este foi o primeiro de três filmes que ela faria com o amigo Valentino.

There is no doubt that Naldi’s most famous film is 1922’s “Blood and Sand”, for which she was personally chosen by author Vicente Blasco Ibañez when she caused him to drop his false teeth during a party. In this film she plays Doña Sol, an older woman who seduces the young bullfighter Juan Gallardo, played by Rudolf Valentino, who was 11 years her junior. To me, Naldi is the best in scene in “Blood and Sand”. This was the first of three films she would make with her friend Valentino.

Em 1923 Nita conseguiu um papel no épico “Os Dez Mandamentos”, de Cecil B. DeMille. O filme consiste, curiosamente, de duas partes: a primeira mostra Moisés libertando seu povo do cativeiro egípcio, enquanto a segunda mostra a importância de seguir os mandamentos no mundo moderno. Nita aparece na segunda parte como Sally, uma vamp asiática que é amante do corrupto magnata da construção Dan McTavish (Rod LaRocque). Um pequeno SPOILER aqui: a cena da morte de Sally, na qual ela segura uma cortina e as argolas se soltam uma por uma, inspirou Hitchcock na composição da cena do chuveiro em “Psicose” (1926).

In 1923 Nita got a role in Cecil B. DeMille’s epic “The Ten Commandments”. The film curiously consists of two parts: the first shows Moses freeing his people from the Egyptian captivity, while the second shows the importance of following the commandments in the modern world. Nita appears in the second part as Sally, an Asian vamp who is the lover of corrupted construction mogul Dan McTavish (Rod La Rocque). A little SPOILER here: her death scene, in which she holds a curtain and it breaks little by little, inspired Hitchcock while shooting the shower scene in “Psycho” (1960).

E é aí que a vida de Nita se encontra com a de Hitchcock. Em 1926 ela foi escalada no segundo filme do diretor, “The Mountain Eagle”, como a professora Beatrice. Nita estava saindo do estereótipo da vamp pela primeira vez na vida ao interpretar esta mulher indefesa. Infelizmente, “The Mountain Eagle” foi perdido, o que não incomodou Hitchcock, que considerava o filme horrível. Nita, Hitchcock e Alma Reville se tornaram bons amigos, e o casal inclusive passou um tempo com a atriz em Paris durante a lua de mel deles.

And this is where Nita’s life intersects with Hitchcock. In 1926 she was cast in the director’s second film, “The Mountain Eagle”, as the school teacher Beatrice. Nita was playing against type for the first time in her life, as a helpless woman. Unfortunately, “The Mountain Eagle” was lost, which didn’t disappoint Hitchcock, who thought the film was awful. Nita, Hitchcock and Alma Reville became good friends, and the couple even spent time with the actress in Paris during their honeymoon.

Nita Naldi nunca fez um filme falado. Em 1929 ela se casou com J. Searle Barclay, com quem já vivia desde o começo da década. Nita então voltou ao teatro, nos anos 40 encontrou emprego principalmente em casas de show e por vezes apareceu na televisão. Sua filmografia consiste de 30 títulos, alguns deles perdidos. Ela se foi em 1961, mas não foi esquecida: os filmes e as fotos de Nita estão aí para mostrar esta mulher poderosa, sedutora e deslumbrante. Você já viu um rosto tão belo quanto o de Nita?

Nita Naldi never made a talkie. In 1929 she married J. Searle Barclay, with whom she had already been living since the beginning of the decade. Nita then went back to theater, in the 1940s found work mainly in nightclubs and sometimes appeared on TV. Her filmography consists of 30 titles, some of them lost. Gone in 1961, but never forgotten: Nita’s films and photos are there to show this powerful, seductive and breathtaking woman. Have you ever seen a face like Nita’s?

This is my contribution to The Great Ziegfeld Blogathon, hosted by Zoe at Hollywood Genes.

5 comments:

Caftan Woman said...

I was very impressed with Nita Naldi in Dr. Jekyll and Mr. Hyde. You painted the portrait of a very interesting woman and I look forward to seeing whatever there is of her film career left for me to enjoy.

Zoe K said...

You're right, she's gorgeous! Excellent post! Also, that Vargas paining is amazing; I may have to seek out the ones he did of the other Ziegfeld girls...

J-Dub said...

Now I need see that version of Dr. Jekyll and Mr. Hyde!

Silver Screenings said...

Thanks for sharing the highlights of her career. I didn't know much about Nita Naldi before coming here, but I think I'm already a fan! (I just bookmarked a version of the 1923 The Ten Commandments on YouTube. Your description of Nita's death scene sold me!)

Rebecca Deniston said...

I'm with J-Dub--Nita's Jekyll and Hyde looks awfully intriguing.

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