} Crítica Retrô: 1928: ao redor do mundo em 80 filmes / 1928: around the world in 80 films

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Saturday, June 27, 2015

1928: ao redor do mundo em 80 filmes / 1928: around the world in 80 films

O ano de 1928 foi de transição para o mundo do cinema. Todos se perguntavam o que aconteceria após a primeira experiência que integrava imagem e diálogo na tela. Seriam os filmes falados apenas uma moda passageira ou viriam para ficar? Para analisar melhor este ano de metamorfose, vamos olhar um pouco para 80 filmes, feitos em diferentes países e diversas técnicas.

Dica: clique nas imagens para vê-las em tamanho muito maior

The year 1928 was one of transition for the film world. Everybody was asking what would happen after the first experience integrating image and dialogue on screen. Would talkies be only a fad or would they come to stay? To better analyze this year of metamorphosis, let's take a look at 80 films, made in different countries and using several techniques.

Tip: click in the images to enlarge them!


América do Sul

Há apenas dois filmes sul-americanos dignos de menção no ano: o brasileiro “Braza Dormida”, com belos cenários e trama fraca, e o argentino “Alma en Pena”, baseado em um tango de mesmo nome.                                                 

South America

There are only two South American films worth mentioning that year: the Brazilian “Braza Dormida”, with beautiful sets and a weak plot, and the Argentinian “Alma en Pena”, based on a homonymous tango.


França

Da França vieram muitos excelentes filmes, com direito a obras dos diretores Jean Epstein (“A Queda da Casa de Usher”), René Clair (“Um chapéu de palha italiano”), Buñuel (um pequeno filme chamado “Um Cão Andaluz”) e Carl Theodor Dreyer (“A Paixão de Joana D'Arc”, rústico e demasiado humano). Teve também reconstrução de batalha da Primeira Guerra Mundial com “Verdun, visions d'histoire”, adaptação de conto de fadas com “A Pequena Vendedora de Fósforos”, outro curta surrealista chamado “A Estrela do Mar” e o longo drama “L’Argent”.

France

Many excellent films came from France, including works from director Jean Epstein (“The Fall of the House of Usher”), René Clair (“An Italian Straw Hat”), Buñuel (a little film called “Un Chien Andalou”) and Carl Theodor Dreyer (“The Passion of Joan of Arc”, raw and extremely human). There was also the reconstruction of a battle of World War I with “Verdun, visions d'histoire”, a fairy tale adapted as “The Little Match Girl”, another surrealist short called “The Starfish” and the long drama “L'Argent”. 


União Soviética

O bom e velho Eisenstein deu ao mundo o impressionante filme-propaganda “Outubro”, Vsevolod Pudovkin fez o quase épico “Tempestade sobre a Ásia” e Aleksandr Dovzhenko flertou com a fantasia em “Zvenigora”. Mas os soviéticos também se divertiam, e a “Salamandra” é uma sátira aos filmes de propaganda pró-Stalin.

Soviet Union

Good old Eisenstein gave to the world the impressive propaganda film “October”, Vsevolod Pudovkin made the nearly epic “Storm Over Asia” and Aleksandr Dovzhenko flirted with fantasy in “Zvenigora”. But Soviets also had fun, and “Salamander” is a satire of those pro-Stalin propaganda movies.



Inglaterra

Três dos quatro filmes mais importantes da Inglaterra em 1928 saíram das mãos de um homenzinho gordo chamado Alfred Hitchcock: “Easy Virtue”, “Champagne” e “The Farmer's Wife”, todos filmes mudos. Merece menção também “The Constant Nymph”, estrelado por Ivor Novello e recentemente recuperado em sua totalidade.

England

Three of the four most important English movies from 1928 came from the hands of a little fat man called Alfred Hitchcock: “Easy Virtue”, “Champagne” and “The Farmer's Wife”, all of them silent movies. Another film worth mentioning is “The Constant Nymph”, starring Ivor Novello and recently completely restored.




Alemanha

Quatro palavras: Fritz Lang, “Espiões”, épico. Além do mestre Lang, a Alemanha viu também o estranho “Sex in Chains”, dirigido e estrelado por William Dieterle, e a animação dadaísta “Ghosts for Breakfast”. Foi um ano muito louco para os alemães.

Germany

Four words: Fritz Lang, “Spionen”, epic. Besides the master Lang, Germany also watched the strange “Sex in Chains”, directed and starred by William Dieterle, and the Dadaist animation “Ghosts for Breakfast”. It was a very crazy year for the German people.



Ásia

Foi um ano produtivo para o cinema chinês: em 1928 estreou “Kick”, primeiro filme de esportes da China, “Patriotic Souls”, historicamente importante por se posicionar contra a dominação japonesa, e “Burning of the Red Lotus Temple”, um épico em 19 partes, três das quais estrearam em 1928. Infelizmente, é um filme perdido.

Enquanto isso, na Índia estreava “Khoon-E-Nahak / Murder Must Foul”, a primeira adaptação de Hamlet feita em Bollywood.

Asia

It was a productive year for Chinese cinema: the releases of 1928 include “Kick”, the first Chinese sports movie, “Patriotic Souls”, historically important as it took a stand against the Japanese domination, and “Burning of the Red Lotus Temple”, an epic in 19 parts – three of them were released in 1928. Unfortunately, it is a lost film.

Meanwhile, in India it was released “Khoon-E-Nahak / Murder Must Foul”, the first adaptation of Hamlet made in Bollywood.

 


África

Destacamos “Simba: The King of Beasts”, documentário gravado por um casal americano entre 1924 e 1927 no Quênia.

Africa

We highlighht “Simba: The King of Beasts”, a documentary shot by an American couple between 1924 and 1927 in Kenya.



Perdidos

Hora de chorar: estes filmes estão perdidos! Procurem em suas casas, nos sótãos e porões, nas cinematecas e arquivos: você pode encontrar uma fatia preciosa da história do cinema. Entre os filmes perdidos temos dois muito elogiados, “4 Devils” e “The Patriot”, o filme com as únicas imagens de Clara Bow em cores, “Red Hair”, e um pouquinho de Mary Astor, Norma Shearer, Greta Garbo e Gary Cooper. E nem Tarzan escapou.

Lost

Time to cry: these films are lost! Search for them in your houses, in attics and basements, in cinematheques and archives: you can find precious slices of film history. Among the lost films we have two that were highly praised at the time, “4 Devils” and “The Patriot”, the only film that brought Clara Bow in color, “Red Hair”, and a little bit of Mary Astor, Norma Shearer, Greta Garbo and Gary Cooper. And not even Tarzan escaped.



HOLLYWOOD!

Filmes falados

Nasce o cinema 100% falado com “Lights of New York”. William Powell fala em “Interference”. Al Jolson tem com “The Singing Fool” o segundo maior sucesso de bilheteria do ano. O primeiro western falado, “In Old Arizona”, é indicado ao Oscar. E a MGM dá voz a seus filmes com “White Shadows in the South Seas”, meio mudo, meio falado.

Talkies

The 100% talking cinema is born with “Lights of New York”. William Powell speaks in “Interference”. Al Jolson has with “The Singing Fool” the second biggest box-office hit of the year. The first talking western, “In Old Arizona”, is nominated for the Oscars. And MGM brings dialogue to its films with the part-talkie “White Shadows in the South Seas”.



Curtas-metragens

Porque a diversão pode vir em pequenas doses. Tivemos muito Laurel & Hardy, Ben Turpin, Oswald, o coelho sortudo, e uma jovem Carole Lombard.

Shorts

Because fun can come in a small dosis. We had a ot of Laurel & Hardy, Ben Turpin, Oswald the Lucky Rabbit and a young Carole Lombard.



Estreias

Eles chegaram timidamente em 1928, e se tornariam favoritos das plateias nos anos seguintes. 1928 foi o ano de estreia de: Humphrey Bogart (no curta sonoro “The Dancing Town”), Jean Harlow (“Moran of the Marines”), Randolph Scott (“Sharp Shooters”) e um camundongo chamado Mickey Mouse (“Steamboat Willie”).

Debuts

They had timid debuts in 1928, and would become fan fsvorites in the following years. 1928 saw the film debut of: Humphrey Bogart (in the talkie short “The Dancing Town”), Jean Harlow (“Moran of the Marines”), Randolph Scott (“Sharp Shooters”) and a cartoon character called Mickey Mouse (“Steamboat Willie”).



Mestres da Comédia

Charles Chaplin, Harold Llloyd e DOIS filmes de Buster Keaton! Aliás, foi um filme de Keaton, “O Homem das Novidades / The Cameraman” o grande vencedor da enquete do blog: nossos leitores de bom gosto acham que esta amável comédia é o melhor filme de 1928!

Comedy Masters

Charles Chaplin, Harold Lloyd and TWO Buster Keaton films! By the way, a Keaton film, “The Cameraman”, was the winner in our poll: the readers of this blog have a good taste and they think this lovely comedy was the best film of 1928! 



E muitos outros filmes foram feitos em Hollywood. Todos os listados a seguir são mudos, com exceção de “Solidão / Lonesome”, fantástico e singelo trabalho de Pál Fejös, e “Arca de Noé”. Ambos têm pequenas sequências faladas.

An many more films were made in Hollywood. All films listed below are silent, with two exceptions: “Lonesome”, a fantastic and sweet movie by Pál Fejös, and “Noah's Ark”. Both have small sequences with dialogue.

Hollywood em 1928 tinha Garbo, Gish, John Gilbert, D.W. Griffith, Gloria Swanson, Janet Gaynor, Conrad Veidt, John Ford (que pela primeira vez dirigiu John Wayne em “Mother Machree”), Lon Chaney (cujo filme “West of Zanzibar” foi o maior sucesso de bilheteria do ano) e muito, muito mais. Qual seu favorito?

In 1928, Hollywood had Garbo, Gish, John Gilbert, D.W. Griffith, Gloria Swanson, Janet Gaynor, Conrad Veidt, John Ford (who directed John Wayne for the first time in “Mother Machree”), Lon Chaney (whose film “West of Zanzibar” was the biggest box-office success of the year) and a lot more. Which is your favorite?



This is my mammoth contribution to the Classic Movie History Project Blogathon, hosted by the trio Fritzi, Aurora and Ruth at Movies, Silently, Once Upon a Screen and Silver Screenings

12 comments:

Pedrita said...

excelente levantamento. beijos, pedrita

FlickChick said...

What a great post! Very imaginative and fun (and sad when looking at all that has been lost). You are an international hit!

Silver Screenings said...

I loved this look at global cinema from 1928. (I laughed out loud when you said it was a crazy year for German cinema. Indeed!) Film had truly taken hold as an artistic expression all over the world.

Império Retrô said...

Derramei lágrimas quando li o título de "Brasa Dormida". O grande Humberto Mauro merece toda forma de glorificação! A interpretação da Renée Falconetti em "A Paixão de Joana D'Arc" é, sem dúvidas, a maior já vista em película. E, puxa, este post me trouxe tantos nomes desconhecidos! Vinha pensando em conhecer o cinema clássico chinês e estava um tanto "perdida" sobre por onde começar, agora tenho referências. E ainda não conheço o período mudo da Argentina. Muito obrigada por compartilhar conhecimento, Lê!

Beijos,
Rafa.

http://imperioretro.blogspot.com

Fritzi Kramer said...

Thanks so much for the whirlwind tour of 1928. So many silent movies to see, so little time!

Caftan Woman said...

Wonderfully put together. You reminded me of many films I have seen and led me to many titles I will see soon.

Joe Thompson said...

Hi Lê. That was a wonderful voyage to show what was happening all over the world. I particularly liked the maps and the clusters of posters. Excellent post.

Carol Caniato said...

Ai, Lê, seus posts são sempre maravilhosos! Adorei as dicas!
Estudei bastante esse período de transição no cinema, mas acho que os professores citavam sempre os mesmos filmes, então acabei não conhecendo muita coisa.
Beijos! <3

Anonymous said...

1926-1928 are my favorite years for movies! 1928 had so many great silent films that you mentioned here. My favorite three are probably The Cameraman, Lonesome, and West of Zanzibar. Wonderful post!

Anonymous said...

Excellent insight into the films around the globe during roaring 20's, just a year before the great depression.
It's really sad to hear about the lost films. There are so many of them stuck in vaults somewhere (for which we have some hope of recovery at least) or lost completely.
I loved how your pointed out 'silent' Hitchcock films!!!
And the 1st Indian adaptation of Hamlet, I wasn't aware of it. I actually watched Haider (2014), a some months ago, the latest Bollywood adaptation of Hamlet.
And the Screen debuts, especially of a young Bogie (I've never imagined him looking 'that' young Ha!!).
Thoroughly enjoyed your post. It's a keeper

Anonymous said...

Wonderful roundup and a great insight into a slice of film history. Reminded me that I still have so many films to see and that there will always be something inspiring to watch!

Jefferson C. Vendrame said...

Que publicação rica! Parabéns Lê! Mais uma vez, você surpreendendo!
Não conhecia a existência desse filme mudo nacional, quero vê-lo agora! E que belo título não? Braza Dormida! Vou procurá-lo!
Mais uma vez parabéns pelo post e pela riqueza de detalhes!
Grande Abraço!

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