} Crítica Retrô: John Huston & dois casais improváveis

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Friday, March 2, 2012

John Huston & dois casais improváveis

Dono de uma carreira invejável e com muitos sucessos no currículo, que inclui clássicos noir, dramas e uma sólida parceria com Humphrey Bogart. Em mais de 40 anos de tabalho como diretor, foi responsável por grandes obras. É claro que em quatro décadas muitas coisas interessantes podem ocorrer, como por exemplo filmar duas películas diferentes que guardam interessantes semelhanças entre si.
Foi com Bogart que Huston realizou, em 1951, “Uma Aventura na África / The African Queen”, tendo como co-protagonista Katharine Hepburn. Durante a Primeira Guerra Mundial, a missionária Rose (Hepburn) se vê totalmente sozinha na África dominada pelos alemães. Sua saída é escapar à bordo do barco de Charlie (Bogart), com quem ela não simpatiza. Entre testes de sobrevivência na selva e um plano para fugir da rota de um barco do inimigo, os dois brigam muito e inevitavelmente se apaixonam.
Não beba isso, Kate
Não é novidade que as filmagens foram uma epopeia à parte. Apenas Bogart e Huston, de toda a equipe, se mativeram sãos, pois comeram apenas comida enlatada e beberam uísque. Quem bebeu a água do local acabou com uma forte disenteria, caso da própria Hepburn. Mais tarde, Humphrey faria piada com o caso, dizendo que nenhum mosquito se atreveria a atacar ele e John porque, se um inseto os picasse, cairia morto com todo o álcool ingerido com o sangue.
Em 1957, a história voltaria a ser filmada pelo mesmo diretor, com algumas modificações que a deixaram mais interessante. Um soldado (Robert Michum) vai boiando em um bote salva-vidas até uma ilha onde há uma Igreja. Com a morte do padre local, resta apenas a noviça Angela (Deborah Kerr). O problema é que se trata de uma ilha do Pacífico ocupada pelos japoneses durante a Segnda Guerra Mundial. O estranho casal protagonista de “O Céu por Testemunha / Heaven Knows, Mr Alison” tem de se unir para sobreviver, ao mesmo tempo em que tentam não cair em tentação, missão complicada para o soldado.
John Huston aprendeu a lição e decidiu filmar esta história em um local menos insalubre, optando pelas ilhas Trinidad e Tobago. Um pequeno problema que ele enfrentou foi encontrar homens que falassem japonês. Para isso, ele contratou alguns imigrantes japoneses no Brasil e também donos de lavanderias e restaurantes no local. Como consequência, boa parte da população da ilha ficou sem roupas lavadas ou refeições prontas, pois os serviços foram fechados enquanto seus empregados estavam gravando.
Depois que o filme foi terminado, Huston não ficou muito feliz porque não pôde realizá-lo da forma que queria devido ao Código Hays. Por outro lado, Deborah e Robert tornaram-se grandes amigos, trabalhando juntos em mais três ocasiões. Mais tarde, Deborah diria que Mitchum foi o melhor ator com quem ela contracenou. E Mitchum afirmaria que este fora seu melhor papel. Além disso, o ator ficou apaixonado pela música local, gravando um disco de calypso.
Embora o filme de 1957 seja mais emocionante com cenas de roubo de comida em meio ao acampamento inimigo e também uma tensão religiosa que gera certa dúvida quanto à viabilidade de uma relação, a produção de 1951 tem destaque pelo carisma de seus protagonistas, dois amigos e veteranos do cinema. Cada uma tem seus méritos e ambas fazem da experiência cinematográfica uma deliciosa aventura.

13 comments:

Rubi said...

Uma Aventura na África é sem dúvida um filme ... (me faltam até palavras) indispensável tanto pra quem gosta de Bogart, quanto K. Hepburn ou Huston. É ótimo!

Anonymous said...

Eu não conhecia o filme , “Uma Aventura na África", mas sou fascinada por filmes antigos e já add esse longa no meu Filmow pra não esquecer.

Fiquei mais entusiasmada com a primeira versão. Principalmente, pelo elenco.

Bjs ;)

ANTONIO NAHUD said...

Amo esses filmes... principalmente Mitchum e Kerr no drama de guerra...

O Falcão Maltês

Unknown said...

Não conhecia o filme, mas depois deste seu post fiquei morrendo de vontade de assisti-lo.

http://monteolimpoblog.blogspot.com/

Maria selma said...

Lê,meu amiguinho Tigre(Beagle) está participando do concurso Esconde esconde no blog da Kika,preciso de seu votinho a fotinha dele é a do NÚMERO 47 e este é o link :
http://kikaeassuasideias.blogspot.com/
Muito grata!Beijos de luz

Iza said...

Ainda não assisti Uma Aventura na África, mas gostei da dica. Adoro a Katherine Hepburn, ela era uma baita atriz. Querida, muito obrigada pelo elogio no meu blog. Também adoro ler seu blog, seus posts são muito originais e autênticos. Super beijo pra você!!

Juliana Colet said...

adorei o post, o blog!
estou seguindo.. beijinhoss

http://jucolet.blogspot.com

lacinho rosa said...

olá, obrigada pela sua visita:) Também gostei muito do seu blog. Já estou a seguir, se quiseres segue-me também:)
bjinhos

Rubi said...

Lê, respondendo a sua pergunta. Lembra-se da garota que Buster tenta conquistar? Nas três eras Joe Roberts interpreta seu pai.

A propósito, aproveito também para agradecer pelo selo!

Beijos, até breve.

Maria selma said...

Lê o votinho do tigre para ser valido é preciso seguir o blog você seguiu?você poderia me confirmar?beijos de luz muito grata amiga

Unknown said...

Filme ótimo... acho que a combinação Bogart, Huston e Hepburn perfeita!
Não conhecia certos detalhes e adorei saber... Situação inusitada!

Ah.. obrigada pelo selos... irei add!

;D

RedApple Pin-ups said...

Como não tinha conhecido antes o seu blog? Adorreeeeiiii e já estou seguindo!

Bjos
Amanda Fernandes
www.redapplepinups.blogspot.com

Jefferson C. Vendrame said...

Gosto muito desse filme mas não o considero tãããããããõ grandioso. Bogart na minha opinião recebeu o Oscar de melhor ator meio que sendo um Honorário pois naquele ano Monty Clift e Marlon Brando mereceram sem dúvidas o premio empatados ainda. Ótimo Texto.

Abração

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