} Crítica Retrô: Howard Hawks: o rei do riso

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Thursday, May 16, 2013

Howard Hawks: o rei do riso

Alguns diretores ficaram conhecidos por se especializar em um gênero de filme. Assim, Hitchcock é o mestre do suspense, mesmo tendo feito a incomum comédia “Um casal do barulho / Mr and Mrs. Smith” (1941); John Ford é o rei dos westerns, mas não ganhou nenhum de seus quatro Oscar de Melhor Diretor dirigindo caubóis; e Frank Capra sempre esteve pronto para nos fazer rir e refletir. Howard Hawks, como muitos outros, se aventurou em mais de um gênero, mas não importa se eram comédias ou westerns, ele sempre usou muito humor em suas produções.


Sim, Hawks estava por trás de “Levada da Breca / Bringing Up Baby” (1938) e “Jejum de amor / His girl Friday” (1940), mas também foi o responsável por levar às telas “A girl in every port” (1928), “Scarface” (1932), “Sargento York” (1941) e “À beira do abismo / The big sleep” (1946). Com Cary Grant trabalhou em quatro comédias: além das duas já citadas, Hawks e Cary fizeram “A noiva era ele / I was a male war bride” (1949) e “O inventor da mocidade / Monkey Businness” (1952). Seu grande amigo e colaborador, entretanto, foi John Wayne, com quem trabalhou em cinco ocasiões. John foi o responsável pelo discurso no funeral de Hawks, no final de 1977.    
Se “Rio Vermelho” (1948) tem seu momento de subtexto homossexual, “Onde começa o inferno / Rio Bravo” (1959) é o western mais divertido de Hawks. John Wayne e um xerife de pequena cidade que prende o irmão de um homem poderoso e deve mantê-lo na cadeia até a chegada de um juiz. Para essa perigosa tarefa, ele conta com qyatro companheiros muito divertidos: um amigo bêbado e abandonado por uma mulher (Dean Martin), um velho manco (Walter Brennan), um jovem cantor (Ricky Nelson) e uma cantora de saloon (Angie Dickinson). Este filme divertido foi uma resposta venenosa a “Matar ou morrer / High Noon” (1952), pois ambos, Wayne e Hawks, não apreciaram a história do xerife que roda a cidade em busca de ajuda para liquidar três bandidos, sendo que o resultado final em nada agradou Gary Cooper. 
Outra parceria com Walter Brennan que rendeu momentos memoráveis foi em “Uma aventura na Martinica / To have and have not” (1944), em que o personagem de Brennan rouba a cena sempre que aparece, em especial quando pergunta: “você já foi picado por uma abelha morta?” (Was you ever bit by a dead bee?).
“O rio da aventura / The big sky” (1952) também tem seus momentos divertidos, em especial com o inesquecível índio Pobre Coitado (“Poordevil” em inglês, interpretado por Hank Worden) que se junta a Kirk Douglas para transportar uma carga rio acima. A cena da amputação, que é mais engraçada do que se pode imaginar, foi idealizada por Hawks para o filme “Rio Vermelho”, mas John Wayne não aceitou fazê-la. Ao ver como a cena saiu, aqui executada por Kirk Douglas, Wayne se arrependeu de não tê-la feito.

“Hatari” (1962) é uma das poucas produções de Hollywood que se passa na África e, novamente, John Wayne é a estrela. Aqui fica claro desde o começo que havá humor, embora aconteça um grave acidente de caça logo nos primeiros minutos. A chegada da fotógrafa belga Dallas (Elsa Martinelli) causa alvoroço em um grupo de homens que capturam animais para zoológicos. Dallas acaba se tornando a mãe postiça de três adoráveis elefantinhos.  
Algumas das melhores interpretações de Cary Grant vieram em filme de Hawks. Por duas vezes sob a câmera do diretor, Grant se travestiu: com um roupão feminino em “Levada da Breca / Bringing Up Baby” e com todo o uniforme militar feminino e uma peruca em “A noiva era ele / I was a male war bride”.  Charmoso, Grant teve a valiosa ajuda dos excelentes diálogos, marca registrada de vários filmes de Hawks, para criar alguns personagens inesquecíveis.
Um criador de estrelas que deixava atores e atrizes participarem do processo criativo, um galanteador, cunhado de Norma Shearer nos anos 1930. O homem que deixou "Casablanca" (1942) nas mãos de Michael Curtiz para dirigir "Sargento York", Hawks foi ousado, inteligente e alguém a quem os cinéfilos devem vários bons momentos.
This is my contribution to the Howard Hawks blogathon, hosted by Ratnakar at Seetimaar-Diary of a Movie Lover. 

10 comments:

Marcia Moreira said...

E o Gary Cooper ganhou o Oscar por sua atuação. Brincadeira!

Pedrita said...

ótimo post. eu me diverti com o inventor da mocidade. rio vermelho tem passado no telecine cult mas ainda não consegui ver. hatari é clássico realmente. beijos, pedrita

ANTONIO NAHUD said...

amo hawks. ele sempre acerta...cumprimentos cinéfilos.

O Falcão Maltês

Iza said...

Hawks é um baita diretor, gosto dele.Quero muito assistir Scarface. Beijos e boa semana pra você, Lê <3

P.S: Enviei para você o prêmio na sexta-feira, ok? Desculpa pela demora, minha semana tava uma bagunça.

renatocinema said...

Grande diretor que merecia uma homenagem maior do cinema.

abs

Rubi said...

Gosto bastante do estilo do Hawks. Tive a oportunidade de ver quase todos os seus filmes e não posso negar a preferência pelas produções com Cary Grant e Monroe. Um excelente diretor, sem dúvidas.

Beijos!

Suzane Weck said...

Ola,um excelente diretor como Hawks com certeza deve ser lembrado.Vi muito de seus filmes e sempre gostei demais.Que excelente post sobre ele fizestes querida amiga.Beijus.SU

Tsu said...

Olá Lê!
Com certeza a Cultura foi o melhor canal de tv abnerta, principalmente na década de 90, com esses clássicos que marcaram a infância e ensibaram tantas coisas...as crianças de hoje jamais terão as vantagens da nossa geração. Nossa, filosofei agora, rs. Os capítulos de Contos de Fadas tem no Youtube é só procurar! ^^
bjs

Paula said...

Great survey of Hawks' work...though Cary Grant was one of the directors' best leading men, the only film of his that isn't really to my taste is I WAS A MALE WAR BRIDE.

CONDE said...

O diretor dispensa comentários. Difícil falar em poucas linhas de alguém com uma carreira tão produtiva e brilhante. Meu predileto dele é uma comédia "Bola de Fogo" (1941). Parabéns pelo escrito.

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