} Crítica Retrô: Um Golpe à Italiana (1969) / The Italian Job (1969)

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Wednesday, March 14, 2018

Um Golpe à Italiana (1969) / The Italian Job (1969)


Charlie Croker (Michael Caine) acaba de sair da cadeia e já está envolvido em um novo plano de roubo. Cabe a Charlie encontrar um novo “patrocinador” para o golpe, e isto não é muito difícil: Mr. Bridger (Noel Coward), companheiro de prisão de Charlie, mostra-se interessado.

Charlie Croker (Michael Caine) just got out of jail and is already involved in a new heist plan. His mission is to find someone to “sponsor” the heist, and it is not something difficult to do: Mr. Bridger (Noel Coward), Charlie's mate from the prison, is interested in the business.
O plano é arriscado: para roubar 4 milhões de euros em ouro de um carro-forte em Turim, na Itália, é necessário parar completamente o trânsito da cidade. Para isso uma gangue é reunida, e um dos momentos mais divertidos é a “captura” do estranho cientista Simon Peach (Benny Hill), que está internado em uma espécie de hospício. 

The heist is risky: in order to steal 4 million Euros from an armored car in Turin, Italy, they have to completely stop the traffic in town. So, lots of bandits are hired for the dirty job including the strange scientist Simon Peach (Benny Hill), who was an intern in a mental asylum.
Mais perigosa que a polícia é a máfia italiana, que já havia apagado o mentor inicial do plano milionário logo nos primeiros minutos do filme e agora promete dar trabalho para a equipe de Charlie. Um confronto na fronteira, onde o caminho é estreito e as rochas, escarpadas, promete muitos momentos de suspense e alguns carros destruídos. Aliás, o que não falta é uma boa aniquilação de vários carros bonitos, todos oferecidos pela Fiat, que em troca teve seu nome veiculado junto ao roteiro do filme. Talvez tenha sido “marketing de destruição”?

But the Italian mob is more dangerous than the thieves: they had already killed the first mentor of the heist in the beginning of the movie, and won't make things easy for Charlie's team. A confront in the borders, where the highways are tiny and the mountains have sharp edges, will give us a lot of suspense and many destroyed cars. By the way, what “The Italian Job” has the most is destroyed cars – beautiful Fiat cars, because the brand allowed their Mini Coopers to be destroyed in order to be mentioned in the screenplay. “Destruction marketing”, maybe?
Dos 95 minutos do filme, cerca de 30 se concentram na louca fuga pelas ruas e galerias de Turim. São três Mini Coopers, carros bem britânicos, e uma van colorida. Três pilotos / dublês muito habilidosos passam com os carros por túneis, cachoeiras, escadarias, restaurantes e inclusive saltam de um telhado para o outro! É adrenalina pura, pois de uma maneira ou de outra simpatizamos com aquela gangue. Ah, e preste atenção: como Michael Caine não sabia dirigir, ele nunca é visto atrás do volante e sua dublê nestas cenas é uma mulher (mas Michael finalmente aprendeu a dirigir... em 1983).

The film is 95 minutes long, and about 30 minutes are spent in the crazy runaway in the middle of the streets and galleries in Turin. Three Mini Coopers and a colorful van are  involved. Three very skilled actors / doubles drive the cars through tunnels, waterfalls, staircases, restaurants and even cross the air from one roof to the other! Its pure adrenaline, because they may be thieves, but they made us root for them. And pay attention: because Michael Caine couldn't drive, he is never seen directly behind the wheels, and his double in this scenes is a woman (but Michael finally learned how to drive... in 1983).
Quem gosta de algo menos violento se satisfaz com a excelente trilha sonora, que ficou por conta de Quincy Jones que, aliás, nasceu no mesmo dia, mês e ano que Michael Caine. Embora o filme comece com a charmosa canção “On days like these”, cantada por Matt Monro, a que fica na cabeça do espectador é “The self-preservation society”, entoada durante a fuga. E fique de ouvidos atentos: Caine é um dos cantores!

If you're not into stealing, running away and doing violent things, don't worry: the soundtrack may appeal to you. The man responsible for the music was Quincy Jones, who, in a nice coincidence, was born in the same day, month and year as Michael Caine. Althouh the film starts with the charming song “On days like these”, sung by Matt Monro, the song that is the real earworm is “The self-preservation society”, sung during the escape. And keep your ears wide open: Michael Caine is one of the singers!
Uma produção quase familiar: Noel Coward era padrinho do diretor, e este sempre dava à esposa um pequeno papel porque a presença dela trazia sorte. Mas sorte foi o que faltou a “Um Golpe à Italiana” nos Estados Unidos: a ideia era usar Robert Redford como protagonista, o que tornaria a película mais fácil de ser vendida para o resto do mundo. Mas não é a ausência de Redford que fez o filme afundar em terras ianques, mas sim a péssima publicidade, que sugeria um filme sobre crimes e sedução, e não uma comédia com poucas personagens femininas e muita ação. Foi esse fracasso na terra de Hollywood que impediu que fosse feita uma continuação de “Um Golpe à Italiana”.

Almost a family production: Noel Coward was the director's godfather, and always gave his wife a small role believing her presence was a lucky charm. But “The Italian Job” lacked luck in the US: the initial idea was to have Robert Redford as the lead, because he would attract more public than Michael Caine. However, it was not Redford's absence that made the film a failure in the US: the advertising campaing was misleading, because it promised a thriller about crimes an seduction, and not what the film really was – a British comedy with few female characters and a lot of action. It was because of the Hollywood failure that “The Italian Job” didn't get a sequel.
E Michael Caine não parou completamente com os golpes. Um de seus filmes mais recentes, “Despedida em Grande Estilo” (2017), é uma comédia deliciosa sobre três idosos (Caine, Morgan Freeman e Alan Arkin) que decidem roubar um banco para pegar as indenizações que deveriam ter sido pagas a eles. O filme, um remake de uma produção de 1979 com Lee Strasberg, Art Carney e George Burns, é um exemplo de puro entretenimento perfeito para uma tarde chuvosa e preguiçosa. Em uma referência adorável, um dos veículos de fuga considerados pelo trio é um Mini Cooper – igualzinho aos usados em “Um Golpe à Italiana”. Não há prova melhor que essa de que Michael Caine nunca perdeu suas habilidades de fora da lei.

And Michael Caine didn't stop completely with his heists. One of his more recent films, “Going in Style” (2017), is a delightful comedy about three elder citizens (Caine, Morgan Freeman and Alan Arkin) who decide to rob a bank in order to take back the pension funds they had the right to receive. This film, a remake of a 1979 heist movie with Lee Strasberg, Art Carney and George Burns, is an example of light entertainment, and an attraction perfect for a lazy rainy afternoon. In a nice nod, one of the escape vehicles considered by the old trio is a Mini Cooper – just like the ones in “The Italian Job”. There is no better proof than this that Michael Caine never lost his outlaw skills.
With time, Michael Caine improved his driving skills and experimented with other vehicles

This is my contribution to The Marvelous Michael Caine blogathon, hosted by Gill at RealWeegieMidget Reviews.

2 comments:

Realweegiemidget Reviews said...

Love this wonderful tribute to Michael Caine and this movie - so many interesting stories. Thanks so much for adding this to the blogathon!

Silver Screenings said...

What?! Michael Caine sang on the film's soundtrack? Is there anything he can't do?

The original "Italian Job" is a fun movie. Like you said, it's a real adrenaline rush. It's too bad it was mis-marketed in the U.S. It could have had greater success, I think.

We just saw the 2017 film "Going in Style", which was enjoyable. A terrific cast, and it was good to see Michael Caine in that film. Nice to know he's still going strong.

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