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Saturday, September 4, 2021

Resenha: O Pensamento Vivo de Orson Welles, de Rogério Sganzerla


Orson Welles é meu diretor de cinema favorito, mas eu não sou a maior fã de Orson Welles que já existiu no Brasil. Este título, se é que ele existe, deve pertencer ao cineasta Rogério Sganzerla, um homem tão fascinado por Welles e pela pequena odisseia do diretor no Brasil em 1942 que ele fez quatro filmes sobre o assunto, e ainda escreveu um livro sobre Welles para uma coleção.

Orson Welles is my favorite male director, but I’m not the biggest Orson Welles fan that ever lived in Brazil. This title, if it exists, must belong to filmmaker Rogério Sganzerla, a man so fascinated with Welles and the director’s small odyssey in Brazil in 1942 that he made four films about this subject and also wrote a book about Welles as part of a book collection.

Sganzerla foi chamado para organizar este livro como parte de uma coleção que pretendia servir de introdução completa aos pensamentos de pessoas famosas. Sganzerla então compilou textos e frases sobre Welles, organizou uma linha do tempo e escolheu várias boas imagens, a maioria fotos dos bastidores, e também fotos da infância e juventude de Welles e até mesmo uma caricatura feita como autorretrato.

Sganzerla was asked to organize this book as part of a collection that wanted to serve as a complete introduction to the thoughts of famous people. Sganzerla then compiled texts and quotes about Welles, organized a timeline and chose several great images, most of them backstage photos, but also photos from Welles’ childhood and youth and even a caricature that is a self-portrait.

Numa entrevista que abre o livro, Welles fala sobre o imbróglio envolvendo seu filme “O Outro Lado do Vento” - que estreou apenas em 2018 - e também cita outros projetos, como sua ideia de filmar a vida de Cristo como um faroeste, uma adaptação de “The Dreamers” de Dinesen e uma versão de Rei Lear, e também um roteiro original que ele escreveu e queria filmar intitulado “The Big Brass Ring”.

In an interview that opens the book, Welles talks about the imbroglio involving his movie “The Other Side of the Wind” - the movie was released only in 2018 - and also cites other projects, like his idea to film the life of the Christ as a western, an adaptation of Dinesen’s “The Dreamers” and a version of King Lear, and also an original screenplay he wrote and wanted to film titled “The Big Brass Ring”.

O livro traz muitas informações, e mesmo uma super fã de Welles como eu pode aprender muito com a leitura. Por exemplo: “Cidadão Kane” foi só a terceira opção de Welles para começar sua parceria com a RKO. A primeira opção era uma adaptação de “Heart of Darkness” de Joseph Conrad, que não pôde ser feita porque a atriz que Welles queria escalar, Dita Parlo, estava doente. A segunda opção se chamava “The Smiler with a Knife”, abandonada quando tanto Carole Lombard quanto Rosalind Russell recusaram o papel principal.

The book is very informative, and even a die-hard Welles admirer like me learned a lot from it. For example: “Citizen Kane” was only the third option Welles had to start his partnership with RKO. The first was an adaptation of Joseph Conrad’s “Heart of Darkness” that couldn’t be made because the actress Welles wanted, Dita Parlo, was sick. The second option was called “The Smiler with a Knife”, abandoned when both Carole Lombard and Rosalind Russell turned down the lead role.

Eu também aprendi que em 1946 Welles produziu uma adaptação de “ A Volta ao Mundo em 80 Dias”, misturando teatro, cinema, balé e circo. Este foi o trabalho favorito de Welles no teatro, e podemos apenas imaginar como a adaptação da história para o cinema teria sido feita se Welles tivesse sido contratado para dirigi-la - eu certamente amaria esta versão!

I also learned that in 1946 Welles staged a production of “Around the World in 80 Days”, mixing theater, cinema, ballet and circus. This was Welles’ favorite work in the theater, and we can only imagine how the film adaptation of the story would have been if Welles was asked to direct it - I certainly would love this version!

Através da linha do tempo, podemos ver que Welles se manteve ocupado mesmo quando não estava em Hollywood. Ele teve diversos papéis em filmes europeus nas décadas de 40 e 50, e também trabalhou sem parar na televisão a partir dos anos 50.

Through the timeline we can see that Welles kept busy even when he wasn’t in Hollywood. He had several roles in European movies in the 40s and 50s, and also worked steadily for television starting in the 1950s.

Há também muitas frases sobre Welles, de biógrafos, cineastas, críticos de cinema, e também frases de Welles, sobre a vida em geral e sobre o cinema em particular. Sem análises profundas dos filmes, o livro é um bom primeiro passo para quem quer entrar na maravilhosa mente de Orson Welles.

There are also may quotes about Welles, from biographers, filmmakers, film critics, and also quotes by Welles, about life in general and filmmaking in particular. Without deep analysis of any of his films, the book is a fine first step for anyone who wants to enter Orson Welles’ wonderful mind.

This review is part of the 2021 Summer Reading Classic Film Book Challenge, hosted by Raquel at Out of the Past.

1 comment:

Raquel Stecher said...

Obrigada for your wonderful review! Just watched Citizen Kane again last night and it reminded me how I really need to read more on Orson Welles!

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