} Crítica Retrô: April 2023

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Friday, April 28, 2023

Aelita – A Rainha de Marte (1924) / Aelita, Queen of Mars (1924)

 ESTA CRÍTICA TEM SPOILERS / THIS REVIEW HAS SPOILERS


Marte! O sonho de muitos aventureiros, astronautas e lunáticos. Um local que já foi visitado, através do cinema: eu já escrevi sobre viagens cinematográficas para Marte antes, mas há uma lista infindável de filmes com passagem por Marte. Um destes filmes, feito na União Soviética na era muda, é o estranho filme de propaganda “Aelita – A Rainha de Marte”, de 1924.

Mars! The dream of many adventurers, astronauts and lunatics. A place that was already visited, through cinema: I’ve talked about movie trips to Mars before, but there is a never-ending list of films with a passage to Mars. One of these films, made in the Soviet Union in the silent era, is the strange propaganda flick “Aelita, Queen of Mars”, from 1924.

Em Marte, a rainha Aelita (Yuliya SoIntseva) vê num telescópio os habitantes do planeta vizinho, a Terra, com genuína curiosidade. Ela se apaixona por um dos terráqueos. Enquanto isso, na Terra, muitas pessoas em laboratórios recebem uma estranha mensagem: “Anta Odeli Uta”. Acreditando ser uma mensagem de Marte, o engenheiro Loss (Nikolai Tsereteli) decide construir uma nave espacial para visitar o planeta vermelho.

On Mars, Queen Aelita (Yuliya SoIntseva) sees throw a telescope the inhabitants of the neighboring planet, Earth, with genuine curiosity. She falls in love with one of them. Meanwhile, on Earth, several people in laboratories receive a strange message: “Anta Odeli Uta”. Believing it’s a message from Mars, the engineer Loss (Nikolai Tsereteli) decides to build a spaceship to visit the red planet.


Depois de seis meses trabalhando numa usina, Loss volta para casa e encontra a esposa Natasha (Valentina Kuindhzi) numa pose comprometedora com um canalha. Loss atira em Natasha e decide que é hora de ir para Marte. No planeta vermelho, ele encontra Aelita e causa profundo impacto com mudanças para os menos afortunados.

After six months working on a power plant, Loss returns home to find his wife Natasha (Valentina Kuindhzi) in a compromising pose with a scoundrel. Loss shoots Natasha and decides it’s the ideal time to go to Mars. On the red planet, he meets Aelita and has a deep impact on changing how things happen there for the less powerful.


Marte em “Aelita” é futurístico, mas não muito. As roupas usadas pelos marcianos são brilhantes e curiosas – mais curiosas que belas. Não há equipamentos futurísticos mostrados além do estranho telescópio do começo do filme. É futurístico em Marte, mas a norma social vigente é construída em cima da escravidão.

Mars in “Aelita” is futuristic, but not so much. The clothes worn by the Martians are shiny and curious – more curious than charming. There is no futuristic gadget shown other than the weird-looking telescope from the beginning. It’s futuristic on Mars, but the societal norm is built on slavery.


Loss acredita que pode ajudar a “reconstruir a Rússida” com sua missão para Marte. A mensagem “Anta Odeli Uta” é recebida em quatro de dezembro de 1921: apenas quatro anos após a Revolução Russa. Neste sentido, “Aelita” é um tipo estranhíssimo de propaganda, pois os russos vão para Marte para ajudar a estabelecer uma União de Repúblicas Socialistas Soviéticas por lá.

Loss believes he can help “reconstruct Russia” with his mission to Mars. The message “Anta Odeli Uta” is received on December 4th, 1921: only four years after the Russian Revolution. In this sense, “Aelita” is the oddest kind of propaganda, as the Russians who go to Mars help establish a Union of Socialist Soviet Republics there.

Yuliya SoIntseva é mais lembrada hoje como a primeira mulher a ganhar o prêmio de Melhor Direção no Festival de Cinema de Cannes, com o filme “A Epopeia dos Anos de Fogo” (1961). Yuliya foi casada com o diretor Aleksandr Dovzhenko e estreou como assistente de direção no seu filme “Terra” (1930), hoje um clássico cult. “Aelita” foi o primeiro trabalho de Yuliya como atriz, e ela apareceu em outros sete filmes até 1930, quando fez a mudança para trás das câmeras. Yuliya dirigiu 14 filmes entre 1939 e 1980.

Yuliya SoIntseva is best remembered today as the first female filmmaker to win the Best Director Award at the Cannes Film Festival, with the film “The Story of the Flaming Years” (1961). Yuliya was married to the director Aleksandr Dovzhenko and debuted as assistant director in his film “Earth” (1930), now a cult classic. “Aelita” was Yuliya’s first role as an actress, and she appeared in seven more films until 1930, when she went behind the cameras for good. Yuliya directed 14 films between 1939 and 1980.

O director Yakov Protazanov estava voltando do exílio. Ele havia deixado o país durante a Revolução Russa, e fez filmes na França e na Alemanha enquanto estava exilado. Protazanov fazia filmes desde 1909, quando dirigiu seu primeiro curta, e escreveu boa parte dos filmes que dirigiu.

Director Yakov Protazanov was coming back from exile. He had fled the country during the Russian Revolution, and made films in France and Germany while on exile. Protazanov had been making films since 1909, when he directed his first short, and he had written a good amount of the movies he directed.

Algo que ninguém esperava: o filme é baseado num romance de Tolstoy. Mas não é Lev Tolstoy: o autor é Alexei Tolstoy, um homem provavelmente assombrado por ter o mesmo nome de um autor conhecidíssimo. Mais lembrado hoje exatamente por escrever o material que deu origem a “Aelita”, Alexei Tolstoy é também o autor de “The Golden Key, or Buratino’s Adventure”, algo que surgiu como um fanfic de Pinóquio.

Something nobody expected: the movie is based on a novel by Tolstoy. But it’s not Leo Tolstoy: the author is Alexei Tolstoy, a man probably plagued by having the same last name of a remarkable writer. Best remembered today exactly for writing the material that gave birth to “Aelita”, Alexei Tolstoy is also the writer of “The Golden Key, or Buratino’s Adventure”, something that was originally a Pinocchio fanfic.

Eu ouvi falar tanto de “Aelita” nos últimos anos e estava animada por finalmente poder conferir o filme. Infelizmente, minhas expectativas eram altas demais, e acabei a sessão frustrada. Eu esperava mais cenas em Marte e, o pior de tudo, o filme tem meu tipo mais odiado de Deus ex machina: a resolução “foi tudo um sonho” – neste caso, foi tudo um sonho acordado. Eu reconheço a importância de “Aelita” para a história da ficção científica e como o filme influenciou o retrato de Marte e dos marcianos em filmes subsequentes. Há muito para se gostar em “Aelita” – isto é, se você não estiver esperando um filme só sobre Marte. É possível fazer uma viagem melhor para Marte em outros filmes.

I’ve heard about “Aelita” so much over the years and was excited to finally see it. Unfortunately, my high expectations weren’t met and I left the session underwhelmed. I expected more scenes in Mars, and, the worst of all, the movie had my least favorite kind of Deus ex machina: the “it was all a dream” resolution – in this case, it was all a daydream.  I recognize the importance “Aelita” has in sci-fi history and in shaping the overall look of Mars and Martians in future films. There is plenty to like in “Aelita” – that is, if you don’t come expecting a huge Mars festival. You can take a better trip to Mars elsewhere..

 

This is my contribution to the Futurethon, hosted by Gill and Barry at Realweegiemidget Reviews and Cinematic Catharsis

Saturday, April 22, 2023

Nana (1926)

 

Eu sou apaixonada por muitas coisas, e o cinema francês é uma delas. Eu tento ver o máximo de filmes franceses que consigo, cubro estréias francesas para a Revista Eletrônica Ambrosia e aprendi mais que algumas palavrinhas em francês só assistindo a tantos filmes made in France. Eu aprendi muito sobre os mestres do cinema francês, e Jean Renoir é um deles. Por isso, não podia deixar passar a oportunidade de ver um dos primeiros filmes de Renoir e procurar o gênio em formação em “Nana” (1926).

I’m passionate about many things, and French cinema is one of them. I try to watch as many French films as I can, I cover French film premieres at the electronic magazine Ambrosia and I’ve learned more than a few French words by watching so many French films. I’ve learned a lot about the masters of French cinema, and Jean Renoir is one of them. So, I couldn’t say “no” to the opportunity of seeing one of Renoir’s early work, and finding the genius blossoming in “Nana” (1926).

Nana (Catherine Hessling) é descrita como “uma garota bonita, sem voz ou talento” mas ainda assim “a ídola do boulevard”. Ela enfeitiça todos os homens da plateia, do mais pobre ao mais rico, incluindo condes e jornalistas. Uma noite, depois do espetáculo, ela recebe no camarim o Conde Muffat (Werner Krauss), que se apaixona por ela. A Condessa Muffat (Jacqueline Forzane), por sua vez, está aproveitando a presença de Fauchery (Claude Autant-Lara), jornalista e dramaturgo.

 Nana (Catherine Hessling) is described as “a pretty girl, without a voice or talent”, but still “the idol of the boulevard”. She bewitches all men in the audience, from the poorest to the richest, and including counts and journalists. One night, after the show, she receives backstage the Count Muffat (Werner Krauss), who falls in love with her. Countess Muffat (Jacqueline Forzane), on the other hand, is enjoying the presence of Fauchery (Claude Autant-Lara), journalist and playwright.

De início, Nana recusa os avanços do Conde, mas ela muda de ideia quando perde o cobiçado papel da Pequena Duquesa numa peça para outra atriz, Rose Mignon (Jacqueline Ford). Nana pede que o Conde intervenha, e ele decide investir na peça contanto que Nana tenha o papel principal. Fauchery, que escreveu a peça, não fica feliz com a mudança, mas tem de concordar com o que o dono do teatro, Bordenave (Pierre Lestringuez), decidiu na negociação com o Conde. A peça é um fracasso e Nana abandona o teatro para se tornar cortesã. Em vez de aplausos, agora ela vai colecionar amantes.  

 At first, Nana refuses the Count’s approach, but she changes her mind when she loses the coveted role of The Little Duchess in a play to another actress, Rose Mignon (Jacqueline Ford). Nana asks the Count for intervention, and he decides to invest in the play as long as Nana plays the lead. Fauchery, who wrote the play, is not happy with the change, but has to agree with what the theater owner, Bordenave (Pierre Lestringuez), has decided in a negotiation with the Count. The play is a failure and Nana abandons the theater to become a courtesan. Instead of applauses, now she will collect lovers.

Catherine Hessling era esposa e musa de Jean Renoir. Não é um simples caso de nepotismo: Hessling é muito boa, seja seduzindo um homem, sofrendo ou dançando can-can. Sempre com olhos muito maquiados e boca pintada em formato de coração, Hessling podia interpretar personagens trágicas - como em “A Dama da Água” (1925) - e fez 14 filmes em uma carreira que durou de 1925 a 1925, quando, já separada de Renoir, ela se aposentou.

Catherine Hessling was Jean Renoir’s wife and muse. It’s not simply a case of nepotism: Hessling is really good, no matter if she’s seducing a man, suffering or dancing the can-can. Always with heavy eye makeup and heart-shaped lips, Hessling could play well tragic characters - like in “Whirlpool of Fate” (1925) - and appeared in 14 movies in a career that lasted 10 years, from 1925 to 1935, when, already divorced from Renoir, she retired.

Nos créditos é dito que o filme foi inspirado no romance de Emile Zola. O IMDb lista 13 adaptações da “Nana” de Zola, da era muda aos dias de hoje, incluindo longas-metragens, curtas e séries de TV. O roteiro do filme de Renoir foi escrito por Pierre Lestringuez, que também interpreta Bordenave. Tendo começado suas carreira como roteirista com a estreia de Renoir na direção, “A filha da Água”, Lestringuez escreveu 25 roteiros até sua morte em 1950. Sua carreira como ator foi bem mais curta, sendo ele creditado em apenas seis performances em frente às câmeras.

In the credits it’s said that the film was inspired by the novel by Emile Zola. IMDb lists 13 adaptations of Zola’s “Nana”, from the silent era to nowadays, including features, shorts and TV series. The scenario for Renoir’s film was written by Pierre Lestringuez, who also plays Bordenave. Starting his career as a screenwriter with Renoir’s debut “Whirlpool of Fate”, Lestringuez went on to write 25 scenarios until his death in 1950. His career as an actor was much shorter, as he’s credited with only six performances in front of the camera.

“Nana” se passa no final da década de 1860, o que pode ser percebido pelas roupas usadas pelas mulheres. O figurino é decente, mas os cenários luxuosos são o verdadeiro destaque. Pode se tratar de um passado recente - pelo menos o era na década de 1920 -, mas algumas coisas não mudaram, como por exemplo o medo da varíola.

 “Nana” is set in the late 1860s, which can be told by the clothes the women are wearing. The clothes are nice, but the lavish sets are truly outstanding. It may be a near past - near to 1920s, that is - but some things remained the same, like the fear of smallpox.

A parte com Nana no teatro é mais interessante que seu tempo como cortesã. Há também uma subtrama sobre apostas em corridas de cavalos que deveria ser emocionante, mas não é. Infelizmente, a parte no teatro é a mais curta, o que faz o filme parecer muito longo - e é realmente longo, com quase três horas de duração. Pode ser descrito como um Renoir ousado, mas ainda não o Renoir genal que conhecemos mais tarde em sua carreira.

The bit with Nana in the theater is more interesting than her times as a courtesan. There is also a whole subplot about bets in horse races that is supposed to be exciting, but isn’t really. Unfortunately, the theater bit is the shortest, which makes the film feel too long - and it’s long indeed, as it’s nearly three hours long. It can be described as a bold Renoir, but not yet the genius Renoir we all knew later in his career.

Saturday, April 15, 2023

Você Já Foi à Bahia? (1944) / The Three Caballeros (1944)

Se você me perguntasse qual o meu lugar favorito do mundo inteiro, eu responderia sem pestanejar: o estado da Bahia. É um lugar para o qual eu estou sempre voltando, e onde um dia ainda hei de morar. Na Bahia tudo é fantástico: as praias, a comida – o acarajé – e, claro, as pessoas. A bela Bahia foi mostrada em diversos filmes, incluindo aí uma adorável animação: a bem intitulada “Você Já Foi à Bahia?” (1944), de Walt Disney.

If you asked me which is my favorite place in the entire world I’d answer without a doubt: the state of Bahia in Brazil. It’s a place I keep coming back, and one I desire to live in someday. In Bahia everything is outstanding: the beaches, the food – the acarajé! - and, of course, the people. The beautiful Bahia was showcased in several films, including a lovely animation: Walt Disney’s “The Three Caballeros” (1944). Aptly, this film was titled “Have You Been to Bahia?” here in Brazil.

É aniversário do Pato Donald – uma sexta-feira 13! – e ele recebe um presente de seus amigos sul-americanos: alguns rolos de filmes caseiros sobre pássaros. Com estes rolos de filme, somos apresentados, entre outros, a Pablo, um pinguim que não gosta do frio e quer se mudar para Galápagos, e a um burrinho voador.

It’d Donald Duck’s birthday – Friday the 13th! - and  he receives a gift from his South American friends: some reels of home movies about his fellow birds. We are introduced this way, among others, to Pablo, a penguin that dislikes the cold and dreams about living in Galapagos, and to a flying donkey.

Do seu amigo Zé Carioca Donald recebe um livro pop-up que o transporta diretamente para a Bahia. O primeiríssimo frame que vemos de lá é do Elevador Lacerda, construído entre 1869 e 1873, um famoso cartão-postal da cidade de Salvador, capital da Bahia.

From his friend Joe Carioca Donald receives a pop-up book that transports him directly to Bahia. The very first frame we see is from the Elevador Lacerda, built between 1869 and 1873, a famous postcard from the city of Salvador, capital of Bahia.


Somos então apresentados para a vista da Igreja do Nosso Senhor do Bonfim em Salvador, e também aos casarões do Pelourinho. Vemos as jangadas cruzando os oceanos e a bela natureza da Bahia.

We’re then presented with the views of the Nosso Senhor do Bonfim Church in Salvador, as well as the old houses in the Pelourinho. We see the jangadas (boats) crossing the ocean and also the beautiful nature of Bahia.


Então Donald e Zé Carioca entram no livro e vão para a Bahia, onde encontram uma baiana típica chamada Yayá (interpretada por Aurora Miranda, irmã de Carmen Miranda) que está vendendo quindins. A sequência quase termina num jogo de capoeira, mas em vez disso termina com música e dança conforme uma banda e mais baianas se juntam a Donald, Zé e Yayá.

Then Donald and Joe Carioca enter the book and go to Bahia, where they meet a typical baiana named Yayá (played by Aurora Miranda, Carmen Miranda’s sister) who is selling quindins – a kind of pudding made of egg yolks. The sequence almost ends in a game of capoeira but instead it ends with song and dance as a band and more baianas join the Donald, Joe and Yayá.

Depois desta aventura na Bahia, Donald e Zé se reúnem com o terceiro cavaleiro, Panchito Pistoles, que dá a Donald uma piñata e ensina coisas sobre a história e a cultura mexicanas. No México, Donald dança, canta e persegue garotas na praia.

After this adventure in Bahia, Donald and Joe are reunited with the third caballero, Panchito Pistoles, who gives Donald a piñata and teaches him about Mexican history and culture. In Mexico, Donald dances, sings and runs after girls at the beach.

“Você Já Foi à Bahia?” foi mais um produto da Política da Boa Vizinhança levada a cabo durante a Segunda Guerra Mundial para manter os países latino-americanos perto de – e, o mais importante, fiéis aos – Estados Unidos. Devido ao seu tamanho e posição estratégica, o Brasil foi o principal alvo desta política e foi literalmente bombardeado por propaganda norte-americana, inclusive no cinema. Zé Carioca foi criado como parte desta política.

“The Three Caballeros” was another product from the Good Neighbor Policy that existed during World War II to keep Latin American countries close to – and more important, faithful to – the United States. Due to its size and strategical position, Brazil was the main target of this policy and was literally bombarded with US propaganda, including on film. Joe Carioca was created as part of this policy.

Em “Você Já Foi à Bahia?”, Zé Carioca é dublado por José do Patrocínio Oliveira, que foi também um músico que tocou em shows de Carmen Miranda. Ele foi para os EUA com Carmen, onde tocou em alguns filmes, até o dia em que conheceu Walt Disney e inspirou a criação de Zé Carioca: diz-se que a aparência e os gestos de José foram traduzidos para o papagaio animado.

In “The Three Caballeros”, Joe Carioca is voiced by José do Patrocínio Oliveira, who was also a musician who played for Carmen Miranda in shows. He went to Hollywood with Carmen, where he played in some movies, until he met Walt Disney and inspired the creation of character Joe Carioca: it’s said that José’s appearance and mannerisms were copied in the famous Brazilian parrot.

É interessante que os animadores de “Você Já Foi à Bahia?” tenham escolhido usar filmagens reais de cidades mexicanas no filme, mas animaram os cenários de Salvador. Não sei por que essa escolha foi feita – talvez eles já tivessem as filmagens do México, ou era mais barato filmar lá do que filmar no Brasil – mas os desenhos da Bahia são muito fidedignos.

It’s interesting that the animators in “The Three Caballeros” chose to show real footage from Mexican cities in the movie, but they animated the scenarios from Salvador. I don’t know why this choice was made – maybe they already had footage of Mexico, or it was cheaper to go to the neighboring country to shoot than to go down to Brazil – but the drawings of Bahia were spot on.


No seu aniversário, Donald ganhou o presente do conhecimento sobre países e tradições da América do Sul. Nós, como espectadores, também aprendemos muito com “Você Já Foi à Bahia?”. O cinema é outra maneira de viajar sem sair do lugar, e os exemplos desta verdade são infinitos.

For his birthday, Donald got the gift of knowledge about South American countries and traditions. We, as viewers, also learned a lot from “The Three Caballeros”. Cinema is another way to travel without leaving your seat, and the examples of such truth are endless.

 

This is my contribution to the Seen on Screen blogathon, hosted by Rebecca at Taking Up Room. 



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