} Crítica Retrô: Romance of the Underworld (1928)

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Thursday, May 2, 2013

Romance of the Underworld (1928)

Quem se lembra de Mary Astor? Normalmente ligada a seu papel mais famoso, Brigid O’Shaugnessy (um dos melhores nomes de personagem) em “O Falcão Maltês” (1941), Mary foi muito além, ou melhor, muito aquém: esta coadjuvante de luxo foi uma importante protagonista nos anos finais do cinema mudo, contracenando com nomes da importância de John Barrymore. Popular e talentosa, embora com alguns problemas familiares, Mary é a força motriz de “Romance of the Underworld”.


Judith “Judy” Andrews (Mary Astor) trabalha em um speakeasy, um bar que vendia bebidas e armas na época da Lei Seca e era frequentado por pessoas de reputação duvidosa (Judy é uma espécie de Sweet Charity de 1928). Logo após perder a mãe, ela decide abandonar o emprego e o namorado que lhe tira todo o dinheiro, Derby Dan Manning (Ben Bard). Embora ele próprio esteja mais interessado na garota do chefe, Champagne Joe (Oscar Apfel), ele não aceita ser abandonado. Joe é preso e Judy tenta ganhar a vida honestamente, estudando e trabalhando como passadeira e depois garçonete, mas seu passado volta sempre para atormentá-la, até mesmo quando ela conhece um homem rico e bondoso, Stephen Ransome (John Boles).
Um filme centrado no então presente momento, com a Lei Seca em vigor, era bastante oportuno. Antes da invenção oficial dos filmes de gângster, três anos depois, em 1931, com Edward G. Robinson em “Alma no Lodo / Little Ceasar” e James Cagney em “Inimigo Público / The Public Enemy”, este filme já apresenta um fora-da-lei memorável, que bem lemra o Tom Powers de Cagney, embora este não tenha uma moça boazinha como contraponto.
Em 1928 já havia filmes falados, poucos, é verdade, mas este sequer tem trilha sonora em sua versão online. Originalmente, havia alguns efeitos sonoros. Mary, estrela popular na época, ganhava 3750 dólares por semana durante as filmagens, uma pequena fortuna.

Mary Astor nasceu Lucile Vasconcellos Langhanke, filha de pai alemão e mãe de ascendência portuguesa e irlandesa. Assim como tantos pais de reality shows atuais, os pais de Mary começaram a inscrevê-la em diversos concursos de beleza, até que um deles teve como prêmio levar a linda menina de 14 anos para Hollywood. O ano era 1920 e os sonhos dos pais aproveitadores dela estavam para se tornar realidade.
O filme foi baseado em uma peça homônima de Paul Armstrong e é um remake. A primeira versão foi rodada dez anos antes. O próprio título, e aqui me refiro ao original e não à tradução para o português, talvez seja um pouco errôneo por o romance de maneira alguma se desenvolver no submundo, ou entre dois personagens do submundo. Algumas vezes, o filme também é chamado de "Romance and bright lights".

Seus colegas de cena não são muito conhecidos. Ben Bard, interpretando normalmente personagens obscuros, tem como trabalhos notáveis "Sétimo céu" (1927) e duas contribuições com o diretor Val Lewton na década de 1940. John Bowles contracenou com Shirley Temple e seu papel mais famoso é o do curioso Victor em "Frankenstein" (1931). Oscar Apfel, o gângster-mor da película, é o mais famoso, tendo sido um prolífico diretor no cinema mudo, cuja maioria de atuações não foi creditada. O próprio diretor, Irving Cummings, também havia sido ator anos antes.
A estrela do cinema mudo que não podia ser protagonista de sua própria história sobreviveu à chegada do som, mas passou a fazer papéis coadjuvantes, e entre eles destaco o de mãe de Judy Garland em “Agora seremos felizes / Meet me in St. Louis” (1944). Graças a sua amiga Bette Davis, foi escalada para o filme “The Great Lie” em 1943, pelo qual ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Mary trabalharia até 1964. Em sua aposentadoria, escreveu uma autobiografia apenas sobre sua vida pessoal, um livro sobre seus filmes e cinco romances.

Esta pérola do último suspiro do cinema silencioso, além de mostrar a beleza e capacidade de Mary Astor, relativamente novas pra mim, fez também um grande favor, e espero que o faça a vocês também: lembrou-me de todas as maravilhas escondidas nos filmes mudos.

“Romance of the Underworld” (1928) está disponível no YouTube.


This is my contribution to the Mary Asthor blogathon, hosted by Dorian at Tales of the Easily Distracted and Ruth at Silver Screenings. Awesome job, gals!

23 comments:

Pedrita said...

essa não consegui lembrar. beijos, pedrita

Judy said...

I recently saw this on Youtube and liked it a lot - as you say, Le, it shows the way forward to better-known gangster films later. Must also agree that the title is a bit misleading because the romance involves getting away from the underworld! I love the still of Mary with the baby. Enjoyed your posting!

Marcia Moreira said...

Vou assistir.

Silver Screenings said...

Looks like a terrific film! There were some fascinating movies made during the Prohibition Era, weren't there? I must try to see this.

Thank you for participating in our blogathon! :)

Caftan Woman said...

The film sounds very intriguing. You made a wonderful discovery for the blogathon.

Aubyn said...

Glad to hear that this film is available on Youtube. I haven't seen nearly enough of young Mary Astor. And maybe watching it will help me get over my dislike of John Boles. Thanks for the review.

Unknown said...

I will have to look for it on youtube... Thank you for the awesome review..

Unknown said...

Conheço mas infelizmente nunca vi! Estou a ver que tenho de o fazer, gostei :D

DorianTB said...

Le, thank you for finding ROMANCE OF THE UNDERWORLD. This Pre-Code drama is a wonderful find! And what a cute baby! Perhaps the title ROMANCE OF THE UNDERWORLD was supposed to be ironic? :-) But seriously, thank you for including this hidden gem, and thanks for joining our Mary Astor Blogathon!

FlickChick said...

Lovely post, Le. Mary Astor made a great transition to sound. She was such a versatile actress and a real professional.

Anonymous said...

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Regi said...

Quando você falou da Mary Astor, automaticamente lembrei do Falcão Maltês e do Agora Seremos Felizes. Não sabia desse filme dela. Mas gosto muito das histórias da Lei Seca. Já estou conferindo. Depois eu conto como foi.

Anonymous said...

This was a very interesting post. Thanks for bringing yet another great Mary Astor film to my attention. I love the photos you used. I plan on watching this film now as it sounds like it has a lot of layers to it... Cheers-Joey

Anonymous said...

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Iza said...

O filme parece ser bem legal.
Adorei o visual da moça, típico da década de 20/30. Assistirei, com certeza.
Beijos <3

Tsu said...

Oi Lê!
Se me lembro bem esse filme está na lista do livro 1001 Filmes para ver Antes de Morrer =D
Opa valeu ^^ Eu não acho minhas postagens excelentes, mas sempre estou fazendo o máximo possível para colocar artigos legais e agradáveis. O Tom Hidlleston é fenomenal...*.* é meu colírio do momento junto com o Michael Fassbender e o Norman Reedus.
bjs

Gilberto Carlos said...

Grande lembrança de Mary Astor, essa grande estrela do cinema. Também lembro-me dela em O falcão maltês. Abraços.

Rubi said...

Esse eu ainda não conhecia, quero dizer, já cheguei a ler sobre mas nunca consegui assistir. Me atrevo a dizer que Mary Astor foi uma das atrizes mais bonitas e elegantes de sua época.

Beijos!

Danielle Crepaldi Carvalho said...

Que ótimo, Lê! Pra mim, como pra você, esse filme é total surpresa. Você pelo jeito gostou dele, o que me faz ter vontade de procurá-lo. Conheço Mary Astor apenas esparsamente. Não lembrava dela no "Agora seremos felizes"; ela já havia atuado como a mãe de Judy anos antes, em 38, suponho, num daqueles musicais bonitinhos da Judy pré-dorothy cujo nome eu não me lembro.
Interessante é o fato de o filme retomar uma história tão antiga (como durou a lei seca!). O underground deve mais ser referência ao lugar escondido onde trabalhavam que a categoria social do grupo. Vou procurá-lo. O diretor fez Sétimo Céu? Acho um filme tão lindo.

Bjinhos. Você está escrevendo cada vez melhor! Félicitations ma cher!

Citizen Screen said...

Great review, Le! I have to add this film to my "must-sees" - Love that era and the films are intriguing me more and more.

Aurora

Page said...

Hiya, Dollface! : )

How lucky was Mary to have worked with Barrymore and that handsome, John Boles in one film?

This is an early favorite of mine so I'm glad that you chose it to write about. Mary was never more beautiful and the script was fun and translated well to the screen. I'm glad they didn't skimp on it.

I really enjoyed your review, Le. And I must say, you have so much great content here at your place. I am making it a priority to get over here more often.

Have a wonderful weekend in fabulous Brazil!
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Lasso The Movies said...

I am sorry to say that this is a film I have missed. Thanks for recommending it. I will be sure to find it soon. Mary Astor was so talented, but for some reason or another I have missed quite a few of her early films. At least I have something to work on.

Jefferson C. Vendrame said...

Raridade de altíssimo nível. Eu nunca tinha ouvido falar desse filme que me parece ser interessantíssimo. Parabéns pelo ótimo post e por nos trazer essas resenhas tão ricas e informativas como você sempre faz, e com tanta excelência.
Mary Astor apesar de ser uma ótima atriz e dona de um rosto expressivo, infelizmente não teve uma carreira tão esplêndida... Seu vício pelo álcool com certeza também atrapalhou muito, enfim...

Grande Abraço!

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