Tenho certeza de que você, leitor, não conhece o filme de 1934
“Musical Mob”. E o motivo é louco e simples: este filme não existe e nunca
existiu. Antes que algum desavisado vá procurar enlouquecidamente por uma cópia
desta obra-prima, já digo que este é um filme totalmente inventado por mim para
a blogagem coletiva The Great Imaginary Film Blogathon.
Leslie James (James Cagney) é um bem-sucedido produtor de peças de
teatro, muito orgulhoso de sua famosa companhia e casado há pouco mais de um
ano com Ruth (Katharine Hepburn), uma moça jovem e decidida que quer se
envolver com o trabalho do marido. Em uma de suas visitas à companhia, o jovem
Fred Sinclair (Henry Fonda em seu primeiro papel no cinema) chama-lhe a
atenção. Ele é um ambicioso artista que faz parte do coro da companhia, mas que
deseja ser uma estrela dos palcos. Conforme Ruth vai se envolvendo com Fred,
ela fica cada vez mais distante do marido, e quem vem consolar Leslie é sua ex-namorada.
Lulu Barrett (Barbara Stanwyck) é o símbolo de um passado que Leslie
prefere esquecer: aos 20 anos ele tornou-se um gangster e, sob o nome Leo “Big
Combo”Bullet, fez negócios ilegais, colecionou inimigos e mandou matar muita
gente, até ser preso e, depois de sair da cadeia, se apaixonar por Ruth.
Casou-se com a moça sem que ela soubesse de seu passado. Mas Lulu chega fazendo
para Leslie uma oferta que ele não poderia recusar: voltar à vida de gangster,
agora como chefe dos negócios de Chicago, e ainda com Lulu como prêmio.
Como todo bom filme de gangster dos anos 1930, este também teria uma
bela fotografia em preto e branco e cenários cheios de fumaça, em especial os
ambientes onde ocorrem os encontros secretos entre Leslie e Lulu. O diretor
responsável por este filme seria um dos poucos que têm experiência em gêneros
tão diferentes quanto filmes de gangster e musicais: Mervin LeRoy, diretor de
“Alma no Lodo / Little Caesar” (1931) e “Caçadoras de Ouro / Goddiggers of
1933” (1933). O estúdio responsável por essa grande produção tem também
experiência nos dois gêneros: a Warner Brothers. Ainda não muito famosas, Kate
seria “emprestada” pela RKO e Barbara pela Columbia. Filmado em 1933 e com estreia no início de
1934, este seria um dos principais responsáveis pelo aumento da censura do
Código Hays, que teve como consequência uma série de proibições. Barbara
Stanwyck e sua cinta-liga em “Musical Mob” não ajudaram.
Mas o que acontece, afinal, com Leslie, Ruth, Fred e Lulu? Bem, Leslie
volta a ficar cada vez mais próximo de Lulu e isso desencadeia uma crise
existencial, mostrada em uma sequência musical de sonho com direito a
sapateado. Ruth e Fred formam um lindo casal, com cenas quentes e também alguns
números de dança, com Hepburn e Fonda devidamente dublados por cantores
profissionais. Em algumas oportunidades Leslie está a ponto de descobrir a traição
da esposa, mas na última hora é impedido. Observando Ruth dormindo em cima de
uma pilha de partituras, emocionado com a suposta dedicação da esposa, Leslie
decide que ele deve expulsar Lulu de sua vida e esquecer seu passado como
gangster. Quando ele vai comunicar a decisão a Lulu, uma denúncia já foi feita
e ele é recebido com uma chuva de tiros. Quem fez a denúncia foi, surpresa,
Fred! Para obter mais sucesso na carreira, Fred percebe que não poderá mais
explorar Ruth e torna-se o novo amante de Lulu. Desolada e viúva, Ruth decide
levar adiante o trabalho do marido com a companhia. FIM
FICHA TÉCNICA
Título: Musical Mob (“Máfia Musical” no Brasil)
Estúdio: Warner Brothers
Diretor: Mervin LeRoy
Roteiro: Letícia Magalhães
Músicas: Cole Porter
Figurino: Orry-Kelly
Elenco: James Cagney, Katharine Hepburn,
Barbara Stanwyck, Henry Fonda
Preto e branco, 93 minutos.
Indicações ao Oscar: Melhor Atriz: Barbara Stanwyck
Oscar: Melhor História Original: Letícia Magalhães : )
P.S.: Eu não posso voltar no tempo e ganhar o Oscar, mas VOCÊ pode me ajudar a ganhar o prêmio Top Blog 2013. Em 2012 já fiquei entre os cem finalistas, e conto com seu voto para repetir o bom resultado. Vá neste link e vote na parte superior, é bem simples. Afinal, Crítica Retrô é um blog de qualidade graças aos leitores que me motivam a continuar escrevendo sempre melhor!
13 comments:
What an amazing cast and concept! Your moody musical sounds like something I would really like to see.
Yes, I imagine Barbara and her garter belt would create problems for the censors.
What fun! I can imagine that cast together very easily. And I love the inclusion of a young Barbara Stanwyck -- she's in my blogothon entry too :-)
This movie sounds great--I wish it was real!
Ideia genial.
http://ofalcaomaltes.com/
Seria um belo filme.
Abraço
E não é que daria um excelente filme? O elenco, sem dúvida alguma é de primeira. Hepburn é uma atriz e tanto, gosto da versatilidade dela em seus filmes. Uma coisa é fato, eu assistiria!
It's funny, I was watching 'Bringing Up Baby' this morning, in which Kate keeps singing 'I Can't Give You Anything But Love' to tame Baby. It's not like she was any great singer, but at least we can kinda imagine what she might sound like in a musical. Un-dubbed, anyway.
Hiya, Doll!
Very clever! The title is as catchy as most during that era to be sure.
You out did yourself with the cast as well.
Thanks for giving me some giggles today with your originality and humor.
Page
Great post, Le! Oh, how much fun if only it was real! Adorable, my dear.
Le - As I expected, you concocted a most creative and enjoyable contribution for the "Imaginary Film" blogathon - with a cast to die for. Very entertaining!
Barbara Stanwyck, Katharine Hepburn, James Cagney, and Henry Fonda in a gangster musical? It sounds like one for the ages to me!
Nossa, querida amiga,meus sinceros cumprimentos pelo excelente roteiro que acabei de ler.Escolha de atores,escolha de musica,tudo perfeito.Imagina o sucesso que irias fazer na "Meca do Cinema"com esta mente previlegiada.Beijo.SU
I'm sorry I am so late in visiting your blogathon entry. I haven't been online much these past 2 weeks, so I am just now making the rounds.
I love your film! I adore James Cagney, and I also love Barbara Stanwyck. They made only one film together---These Wilder Years---and I think they ought to have made many more together. Thanks to you, they share the screen at least 1 more time.
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