Aqui no blog eu já falei muitas
vezes sobre meu ator favorito (James Cagney), meu diretor favorito (OrsonWelles) e meu filme favorito (Nasce uma Estrela, de 1937). Mas nunca havia
dedicado um post sequer à minha atriz favorita. Nunca, mas isso muda agora. E
por que eu não havia me atrevido a escrever sobre Katharine Hepburn? Simples: porque, mesmo para uma pessoa que
tem afinidade com as palavras, eu não sabia como expressar corretamente e com a
real intensidade o que eu sinto quando vejo Kate na tela. A vitalidade, o
talento inigualável, a independência, a irreverência, o exemplo maior de mulher
que um dia eu sonho ser. Vou tentar, mas não sei se conseguirei demonstrar toda
minha admiração por Kate nesse filme em que ela, oportunamente, interpreta uma
grande mulher: Clara Schumann.
O ano é 1839. A pianista Clara
Wieck está se apresentando para o rei e, ousadamente, desobedece ao pai e toca
a nova composição do homem por quem está apaixonada, Robert Schumann (Paul
Henreid). O pai dela não fica nem um pouco satisfeito, e a raiva aumenta quando
Clara diz que quer se casar com Robert. Mr. Wieck protesta, dizendo que ela
precisa de um marido rico e não um pianista que está tentando fazer sucesso.
Mas, se o sucesso era necessário, ele veio na figura do homem que defendeu a
união de Clara e Robert: o já famoso pianista e compositor Franz Liszt (Henry
Daniell).
Dez anos mais tarde, o jovem
Johanness Brahms (Robert Walker) chega à casa de Schumann, professor de piano,
onde encontra uma empregada mal-humorada, oito crianças e uma galinha. Ele é
recebido pelo casal Schumann, e ambos ficam encantados com a composição de
Brahms que, além de ser convidado a morar e estudar com eles, ainda ajuda a
cozinhar durante a festa de Ano Novo.
Uma crise conjugal começa a se
delinear quando Clara faz um concerto para pagar as contas, de modo que Robert
possa compor suas melodias. Como ela mesma diz, “o que eu faço está aqui hoje e
amanhã sumiu. Sua música é para o futuro!”. Enquanto isso, Robert passa a
sentir fortes dores de cabeça e Brahms precisa esconder seus sentimentos por
Clara.
Clara Schumann (1819-1896)
também foi compositora, embora a obra de eu marido seja mais famosa que a dela.
O caso dos Schumann foi um exemplo clássico em que a mulher fez o homem: foi
apresentando as canções de Robert em seus concertos que Clara tornou-o
conhecido e admirado.
No início do filme, Clara
deveria ter 20 anos, o que não parece verdade, pois Katharine Hepburn tinha 40
na época da filmagem. É interessante como o pai de Clara reclama por Robert ser
dez anos mais velho e sem perspectiva, pois Paul Henreid, além de ser um ator
respeitado, era um ano mais novo que Hepburn. Apesar de não ter filhos, Kate
brilha nas cenas emocionantes com as crianças, embora o mais à vontade com os
pequenos seja mesmo Robert Walker, já que Brahms se transforma em um “tio
querido”. E, por falar em homens importantes, Paul Henreid conta em sua
autobiografia que todas as manhãs Spencer Tracy visitava o set de filmagem e
perguntava a Henreid se Kate estava se comportando bem.
Quando eu me sentei para ver
este filme, fazia já alguns meses que eu não via uma película com Hepburn. E
como eu senti falta dela! Daquela voz inconfundível, dos olhos que se enchem de
lágrimas nos momentos tristes, do rosto firme e enérgico, das bochechas
inigualáveis, da vulnerabilidade em cena, do porte ao andar, do talento! Como eu sentia saudade da mulher que disse “If you obey
all the rules, you’ll miss all the fun”!
Como a maioria dos filmes de
época, este também tem figurinos lindos e uma trilha sonora clássica ainda mais
linda. Com “Sonata de Amor”, eu aprendi a admirar Clara Schumann, não apenas
porque ela foi uma mulher extraordinária, mas porque Katharine Hepburn foi ela.
Ou será que Clara é que foi
Katharine Hepburn?
This is my contribution to the Great Katharine Hepburn blogathon, hosted by Margaret Perry, the most knowledgeable
Kate Hepburn expert on the internet.
9 comments:
I always miss KH if I spend too much time away from her - I totally understand! Thank you so much for your contribution to the blogathon!
Oh gosh, it's been many years since we've seen Song of Love but your post here makes us want to view it again. Katharine Hepburn certainly was a powerful presence on film ( and in real life ). Love the pictures you posted with this!
Olá Lê!
Tudo bom por ai?
Como sempre, fazendo excelentes resenhas de filmes clássicos de alta qualidade que merecem ser conhecidos!
Então eu já ouvi falar de escritores que começaram com fanfics...á tempos tento engajar um projeto original mas está dificil. Tenho o problema de complexar demais as histórias rs. Eu escrevia fanfics na minha época de adolescência depois parei..voltei parcialmente, parei de novo...a fanfic do Cruello surgiu com uma força tal que resolvi arriscar hehe.
Que bom que está gostando da história, espero que acompanhe pois várias coisas vão acontecer na trama!
bjs
Thank you for a great review. I want to see this one! What lovely pictures, and what an interesting woman. Of course, Katharine Hepburn would want to play her. Leah
tb gosto desse ator. linda as fotos q colocou. beijos, pedrita
Anotadíssimo seu filme favorito aqui e agora mais esse!
Adoro seu blog porque é uma infinidade de dicas boas de filme!
Beijos, Lê!
Nice one Le!
I haven't seen it but you make it sound so interesting that I definitely check it out.
So now I know your favorite actress! Too bad she did not make a film with Cagney that was directed by Welles. Lovely post, my dear.
Muito linda a Katherine Hepburn! Grande atriz! Bela postagem Lê!
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