} Crítica Retrô: Fred e Ginger, Ginger & Fred

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Thursday, April 26, 2012

Fred e Ginger, Ginger & Fred

Fred Astaire e Ginger Rogers formaram uma das duplas mais famosas do cinema. Suas figuras são tão indissociáveis quanto as de O Gordo e o Magro, Romeu e Julieta ou Tom e Jerry. Dançaram juntos em dez musicais que renderam milhões nas bilheterias. Era de se esperar que tamanho sucesso da dupla criasse um imenso legado e rendesse diversas homenagens. Foi isso que o cineasta italiano Federico Fellini fez em 1985, quando reuniu em uma sátira à televisão dois de seus colaboradores favoritos: os atores Marcello Mastroianni e Giulietta Masina.
Frederic Austerlitz nasceu em 1899. Doze anos depois nasceu sua futura parceira, Virginia Katherine MacMath.  Ele começou a dançar aos cinco anos ao lado da irmã Adele. Ginger só iria para os palcos aos 14, depois de ganhar um concurso de Charleston. Eles se conheceram na Broadway, nos ensaios de “Gun Crazy”, mas seria apenas em 1933, nas filmagens de “Voando para o Rio / Flying Down to Rio” que eles dançariam juntos. Apesar de coadjuvantes, fizeram sucesso e a RKO logo os escalou para mais musicais. Eram filmes de roteiro simples, que serviam apenas como veículos para elaborados números. 
Surgiram muitos boatos de que a dupla não se dava bem longe das câmeras, algo que nunca foi confirmado ou negado. Depois do fracasso de “A história de Vernon e Irene Castle”, em 1939, eles seguiram caminhos diferentes. Ginger revezou papéis dramáticos e cômicos, ganhando um Oscar em 1941. Fred continuou dançando com outras mulheres belas e talentosas, a exemplo de Rita Hayworth, Cyd Charisse, Judy Garland, Audrey Hepburn e Leslie Caron. Depois que envelheceu, fez papés dramáticos, participou de séries e foi indicado a um Oscar como Ator Coadjuvante por “Inferno na Torre / Towering Inferno”, em 1974. 

Em 1985, quando a televisão já predominava sobre o cinema, o cineasta Federico Fellini atacou o jovem meio de comunicação mostrando os bastidores grotescos de um programa de variedades. Em meio ao show de horrores um ex-casal de dançarinos tenta voltar à cena, depois de trinta anos sem se apresentar. Amelia e Pippo bailavam como Fred e Ginger e depois da aposentadoria dos palcos seguiram suas vidas. Ou melhor, ela seguiu, enquanto ele cultivou a saudade. Novamente Federico trata do tema do saudosismo, atacando a nova forma de diversão popular. As demais atrações são pitorescas, mas Amelia e Pippo também têm sua dose de comédia. 
Aqui, ao contrário do filme “Monstros / Freaks”, de 1932, estamos frente a um show de horrores ao qual os participantes vão por livre e espontânea vontade. E talvez isso os torne ainda mais repugnantes. Nem se tivesse uma bola de cristal Fellini poderia imaginar que estava criando um filme que continuaria tão atual. Ainda hoje, com a mania de correr atrás dos 15 minutos de fama, as mais variadas pessoas se submetem a reality shows e outros programas de televisão (ou vídeos na Internet) mostrando seus duvidosos talentos. E, como o diretor italiano, nós também olhamos incrédulos, suspirando pelo esquecimento de talentos verdadeiros de Ginger & Fred.  
Assim como os dançarinos de Fellini, Fred e Ginger se reencontraram: fizeram mais um musical, “Ciúme, sinal de amor / The Barkleys of Broadway” (1949) e, em 1950, quando Fred ganhou seu Oscar honorário, foi Ginger quem lhe entregou o prêmio.

11 comments:

Sandra Gonçalves said...

Amei... Aliás amo tudo que vejo por aqui...Estou de volta ao mundo dos blogs, espero sua visita lá no Meu Aconchego. Muitos beijos achocolatados.

Gilberto Carlos said...

Realmente a dupla mais famosa de dançarinos dos musicais americanos. Incomparável.

Cherry Cris said...

super ta lindo
amo tudo aki
beijos
tenha uma linda sexta-feira

Cherry Cris said...

super ta lindo
amo tudo aki
beijos
tenha uma linda sexta-feira

ANTONIO NAHUD said...

Amo a dupla, já o filme de Fellini não me empolga nada, beira o grotesco.

O Falcão Maltês

Rubi said...

Tem como não gostar dessa dupla? Faço das palavras de Gilberto, minhas palavras "a dupla mais famosa de dançarinos dos musicais americanos". E será mesmo que eles não se davam bem? Fica difícil acreditar em tal boato, não? Mas enfim...

Dayane Pereira said...

Gosto do Fellini. O filme citado sobre a dupla eu não vi. Bonita história.

Paloma Viricio said...

Olha que show o post! Eu não conhecia e adorei...bastante informativo!
Beijos!
http://palomaviricio.blogspot.com.br

Iza said...

Adoro eles :) Que belo casal de dançarinos formavam nos musicais... Beijos e bom feriado :))

Unknown said...

tinha ouvido falar superficilmente deles, mas agora, com o seu post, já os conheci muito bem, e adorei! Belo post!

http://monteolimpoblog.blogspot.com/

Aline Gasparini said...

Ah, que post bacana. Sinceramente não conhecia essa dupla de dançarinos, sou super mal informada quando o assunto em questão não é livros 'Haha. Enfim, ótimo post.

Beijos&beijos
Book is life

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