} Crítica Retrô: March 2018

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Saturday, March 31, 2018

Daqui a Cem Anos (1936) / Things to Come (1936)


ESTA CRÍTICA CONTÉM SPOILERS
THIS REVIEW HAS SPOILERS

Pergunte a todas as pessoas que você conhece sobre o quê elas se preocupam.  A maioria responderá “sobre o futuro”. Nós, como seres humanos, temos medo do que é incerto, e depois do que acontece após a morte, nada é mais incerto do que o futuro. É por isso que nos interessamos tanto pelas pessoas ou obras de arte que tentam prever o futuro. Seja isso curiosidade ou medo, nós amamos ouvir previsões. E quando elas se mostram corretas, como acontece em alguns momentos do filme inglês de 1936 “Daqui a Cem Anos”, nós ficamos completamente chocados.

Ask all people you know what they worry about. Most of them will say “the future”. We, as human beings, are afraid of what is uncertain, and second to what happens after death, nothing is more uncertain than the future. That is why we are so interested by people or works of art that try to predict the future. Be it curiosity or fear, we love to hear predictions. And when they get the future right, like the 1936 English movie “Things to Come” did in a few moments, we are nothing short of shocked.
Natal de 1940. Os cânticos da época se misturam com conversas e cartazes sobre uma guerra iminente. John Cabal (Raymond Massey) está preocupado. O bisavô, homem mais velho da família Cabal, vê as crianças abrindo os presentes de Natal e se pergunta como a tecnologia evoluirá com o tempo. John diz que a tecnologia não verá evolução se houver uma guerra. Seu amigo Passworthy (Edward Chapman) acredita no contrário: ele acha que a guerra estimula a ciência. E ele não terá de esperar muito para ver se está certo.

Christmas 1940. The seasons’ carols are mixed up with talks and posters about an imminent war. John Cabal (Raymond Massey) is worried. The Cabal great grandfather sees the children opening the Christmas gifts and wonders how technology will evolve with time. John says technology won’t evolve if there is a war. His friend Passworthy (Edward Chapman) believes the opposite: he thinks war stimulates science. And he won’t have to wait long to see if he is right.
A guerra começa naquela noite, e dura 26 anos. Cabal e Passworthy vão para o front, e Cabal se alista na Aeronáutica – preste atenção em um piloto malfadado e você reconhecerá George Sanders. A cidade deles, chamada Everytown, é destruída por tanques, e fica parecendo com o que seria a Berlim do pós-Segunda Guerra. Com a guerra, vem uma nova tragédia: uma epidemia mortal. Se a doença que seguiu à Primeira Guerra foi a gripe espanhola, a  nova doença fictícia mortal é a doença ambulante. Todas as pessoas que são infectadas e começam a vagar são mortas – incluindo a irmã de Richard Gordon (Derrick de Marney).

The war starts that same night, and lasts for 26 years. Cabal and Passworthy go to the front, where Cabal joins the Air Force – take a close look at an ill-fated pilot and you’ll recognize George Sanders. Their hometown, wisely named Everytown, is destroyed by tanks, and then bears a horrifying resemblance to the post-WWII Berlin. With the war, a new tragedy strikes: a mortal epidemic. If the post-WWI disease was the Spanish flu, the new fictional mortal disease is the wandering sickness. All people who are infected and start wandering are shot – including Richard Gordon’s (Derrick de Marney) sister.
Quando a epidemia termina e o número de pessoas na Terra cai pela metade, estamos de volta à Idade Média – e, ah, sim, novamente em estado de alerta para guerra. Não há mais petróleo. Voar se tornou algo impossível... até que um avião aterrisa. Quem está pilotando é o nosso velho amigo John cabal, que é agora um membro do grupo Asas Sobre o Mundo – algo como as Nações Unidas, só que funcionando para valer. John não é bem recebido pelo novo Chefe (Ralph Richardson), que é uma figura despótica. A Asas Sobre o Mundo quer derrubar o Chefe e construir um novo mundo com base na ciência e no conhecimento.

When the epidemic ends and the number of humans on Earth is cut by half, we are back at the Middle Ages – and, oh, yes, there is a new state of war. There is no petrol anymore. Flying became impossible... until a plane lands. Who is flying it is our old friend John Cabal, who is now a member of the institution Wings Over the World – like an United Nations that really works. John is not welcomed by the new Boss (Ralph Richardson), who is a despotic figure. Wings Over the World wants to dethrone the Boss and build a new world with science and knowledge.
O ano é agora 2016. O novo mundo está aí, e o bisneto de John, Oswald (novamente Raymond Massey) é o responsável pelo programa espacial de Everytown. Ele quer mandar o homem para a lua, e os dois voluntários para a missão são sua filha, Catherine (Pearl Argyle) e o jovem filho dos Passworthy, Maurice (Kenneth Villiers). Mas um homem chamado Theotocopoulos (Cedric Hardwicke) não está satisfeito com a era tecnológica e conclama os homens para destruir as máquinas.

The year is now 2036. The new world is here, and John’s great grandson, Oswald (also Raymond Massey) is the head of Everytown’s space program. He wants to send the man to the moon, and the two volunteers are his daughter, Catherine (Pearl Argyle) and the young Passworthy son, Maurice (Kenneth Villiers). But a man named Theotocopoulos (Cedric Hardwicke) is not very happy with the technological era and gathers the people to destroy the machines.
“Daqui a Cem Anos” é baseado em um livro de HG Wells, publicado em 1933. O próprio Wells escreveu o roteiro e, de acordo com algumas fontes, começou a dirigir o filme, mas devido à sua falta de experiência atrás das câmeras, ele foi substituído por William Cameron Menzies. Wells é uma destas pessoas – assim como Nostradamus – cujas previsões ainda nos surpreendem.

“Things to Come” is based on a HG Wells novel published three years earlier. Wells himself wrote the screenplay and, according to some sources, started directing the movie, but because of his lack of experience behind the cameras he was replaced by William Cameron Menzies. Wells is one of those people – together with Nostradamus – whose predictions still amaze us.
A trama é muito complexa, com novos personagens e conflitos sendo apresentados a todo momento – você não ficou confuso só de ler os parágrafos acima? Os personagens não são aprofundados, sendo mais arquétipos do que seres ficcionais com os quais nos importamos. Há muitas sequências impressionantes, tanto da guerra quanto da reconstrução tecnológica. Por isso “Daqui a Cem Anos” custou aproximadamente 300 mil libras – o equivalente a quase 20 mil libras hoje, ou mais de 27 milhões de dólares.

The plot is very thick, always introducing new characters and new conflicts – I mean, weren’t you confused just by reading the previous paragraphs? The characters are not deepened, being more like archetypes than fictional beings we'd care about. There are many jaw-dropping sequences, both from the war and from the technological reconstruction. No wonder “Things to Come” cost approximately 300 thousand pounds – the equivalent of almost 20 million pounds nowadays, or more than 27 million dollars.
Eu gosto muito de assistir a filmes de ficção científica e ver quais previsões deram certo e quais foram um tiro n’água.Obviamente, a previsão da guerra vindoura é a primeira que nos impressiona em “Daqui a Cem Anos”. Os paralelos com a última guerra, ainda muito fresca na mente de todos, são óbvios. Entretanto, não há duas guerras iguais.

I really like watching science fiction and seeing what the film predicted right and what it got wrong. Obviously, predicting the upcoming war is the first thing that impresses us in “Things to Come”. The parallels between the last war, still very fresh in everybody’s mind, are obvious. But no two wars are the same.
A man with "wandering sickness"
E quanto à tecnologia? Bem, o filme nos surpreende ao prever a existência de televisões gigantes de tela plana em todas as casas. A maneira como os foguetes são lançados no futuro do filme lembram um pouco da realidade, embora o processo de lançamento não se pareça com o de atirar. O maior erro é que foi previsto que a corrida espacial começaria em 2036, quando na verdade a lua foi visitada pela primeira vez em 1969. Bem, precisamos perdoá-los, pois se a guerra tivesse, de fato, durado 26 anos, a lua ainda seria um sonho distante. Mas não vamos perdoar as roupas. As pessoas de 2016 se vestem como romanos sensuais, e eu fico feliz por esta previsão não ter se tornado realidade... ainda.

What about technology? Well, the film surprises us by predicting flat-screen TV sets, with huge screens, in every house. The way rockets are launched in the future seen in the film resemble a bit the real thing, although the process is not like firing a gun. The biggest let down is that they predicted the space exploration would start in 2036, when in reality the moon was visited by the first time in 1969. Well, let’s forgive them, if the war had, indeed, lasted 26 years, the moon would still be a far away dream. But we won’t forgive the clothes. The people of 2036 dress like sexy Romans, and I’m happy this prediction didn’t become true… yet.
O ódio de Theotocopoulos pela tecnologia é o mais perto que chegamos de uma luta de classes – e ela se parece muito com o movimento Luddista da Revolução Industrial. Hoje, a maioria das pessoas aceitou que a tecnologia é parte da vida, e o movimento atual é contra o progresso social. Nós exploramos outros planetas, mas não conseguimos respeitar as escolhas dos outros. Não podemos ignorar a onda conservadora que está se tornando maior e mais forte, infelizmente. Nós também temos de enfrentar coisas que não foram previstas pela ficção científica.

Theotocopoulos’ dislike of technology is the closest we get from the class struggle subject – and it’s a lot like the Luddite movement from the Industrial Revolution. Today, most people accepted that technology is a part of life, and the current movement is against social progress. We explore planets, but can’t respect each other’s choices. We can’t ignore the conservative wave that is becoming bigger and stronger, unfortunately. We have to face things that were not predicted by science fiction, too.
O que podemos aprender com “Daqui a Cem Anos”? Que o mundo pode acabar, mas ele será reconstruído. Aconteceu na era Paleozoica (descansem em paz, trilobitas), aconteceu quando os dinossauros foram extintos, aconteceu a cada guerra. Talvez haja algo ainda pior que a Segunda Guerra Mundial vindo por aí. Muitos vão perecer. Mas o mundo vai permanecer.

What can we learn from “Things to Come”? That the world may end, but it will be rebuilt. It happened in the Paleozoic era (RIP trilobites), it happened when the dinosaurs were extinct, it happened with each and every war. Maybe there is something worse than World War II coming in the horizon. Maybe we will perish. But the world will go on.

This is my contribution to the End of the World blogathon, hosted by Quiggy and Steve at The Midnite Drive-In and Movie Movie Blog Blog.

Saturday, March 24, 2018

Série Retrô: Combat! - Self-Inflicted Wound (S.I.W.)


Eu fiz faculdade à distância – e mais ou menos ao mesmo tempo, comecei a escrever este blog. Depois de uma época difícil no ensino médio, de repente me vi com liberdade e tempo livre na faculdade. Eu não tinha mais que acrodar às cinco da manhã, não tinha apenas uma hora para ir para casa, almoçar e voltar para a escola, eu tinha finalmente tempo para descansar e respirar. E eu tinha as manhãs livres!

I got a college degree online – at about the same time, I started writing on this blog. After a hard time in high school, I suddenly found myself with freedom and free time in college. I didn't have to wake up at 5 a.m., I didn't have one hour to go home, eat lunch and go back to school, I actually had time to rest and to breathe. And I had free mornings!
Eu usava estas manhãs para assistir à TV. Havia diversas sitcoms no canal Sony – Seinfeld, The Nanny, Married… With Children, Mad About You, Will & Grace e outras – e o TCM brasileiro também exibia algumas séries antigas.  Eu me lembro de que o horário das 10 era ocupado por uma rara série em preto e branco, Combate!, que eu via de vez em quando.

I spent those mornings watching TV. There were several sitcoms at the Sony channel – Seinfeld, The Nanny, Married… with Children, Mad About You, Will & Grace and others – and Brazilian TCM  also had a few TV series. I remember the 10 a.m. time slot on TCM had a rare black and white TV series, Combat!, that I would watch every now and then.
Obviamente, a primeira coisa que chama a atenção quando você vê Combate! é o nome de Vic Morrow. Na época, eu já havia lido sobre o terrível e fatal acidente envolvendo Vic, um helicóptero e duas crianças nas filmagens de “No Limite da Realidade” em 1982. A morte de Vic ganhou mais destaque que sua vida e seu legado – e por falar em legado, você sabia que uma das filhas de Vic Morrow é a atriz Jennifer Jason Leigh? Eu só descobri isso enquanto escrevia este artigo. Mesmo assim, ele foi um ator popular e também diretor, e Combate! é seu trabalho mais famoso.

Of course, the first thing that calls your attention when you watch Combat! is Vic Morrow's name. At the time, I had already read about his terrible fatal accident involving a helicopter and two children while filming “Twilight Zone: The Movie” in 1982. Morrow's death overshadowed his life and legacy – talking about legacy, did you know that one of Vic Morrow's daughters is the actress Jennifer Jason Leigh? I only got to know that when writing this article. Nevertheless, he was a successful and popular actor and director, and Combat! is his best remembered work.
Dos poucos episódios que eu vi, me lembro de dois claramente: um deles tinha uma enfermeira interpretada por uma atriz que se parecia muito com Greta Garbo – eu fiquei longo tempo pensando se ela ERA Garbo, mesmo sabendo que isso era impossível porque Garbo se aposentou em 1941, e Combate! estreou em 1962. O outro episódio de que me lembro bem é “S.I.W.” – que significa “Self-Inflicted Wound”, ou ferida autoprovocada.

From the few episodes I watched, I remember two clearly: one of them had a nurse played by an actress who looked a lot like Greta Garbo – I kept wondering if she was Garbo, even knowing that it was impossible because Garbo retired in 1941, and Combat! started airing in 1962. The other episode I remember well is “S.I.W.” – or Self-Inflicted Wound.
“S.I.W.” é o terceiro episódio da quarta temporada, e foi ao ar originalmente em 28 de setembro de 1965. Nele, o soldado Kalb (John Cassavetes) tem uma má reputação: ele foi acusado de se acovardar e fugir, deixando todos os seus companheiros de batalhão morrer em duas missões diferentes. Agora ele é um substituto no esquadrão do sargento Saunders (Vic Morrow). Um dia, ele é ferido em uma vila abandonada, e todos acreditam que ele mesmo se feriu para poder ser liberado do combate. O tenente Hanley (Rick Jason) é aquele que mais firmemente acredita que Kalb está mentindo.

“S.I.W.” is the third episode of season four, and it first aired on September 28th, 1965. In it, Soldier Kalb (John Cassavetes) has already been accused of cowardice and of letting all his comrades die in two different missions. Now he is a replacement at Sgt Saunders’ (Vic Morrow) squad. One day, he is wounded in an abandoned village, and everybody believes he wounded himself so he could leave the front. Lt. Hanley (Rick Jason) is the one who believes the most in the lie hypothesis.
Kalb insiste que foi um soldado alemão de óculos que o feriu durante uma luta, o que parece improvável – quem vai para a guerra usando óculos pouco práticos? Se sua ferida foi autoprovocada, Kalb será punido.

Kalb insists that a German soldier wearing glasses wounded him during a physical fight, which seems improbable – who goes to war wearing impractical glasses? If his wound in self-inflicted, he'll be punished.
Quando eu assisti a “S.I.W.” pela primeira vez, eu não usava óculos. Agora eu uso. Óculos são estes maravilhosos pedacinhos de vidro que ajudam você a enxergar melhor. E se eles já ficam embaçados com neblina ou um pouquinho de chuva, você pode imaginar como é ir para a guerra, com lama e poeira e gás, e ter de usar óculos para lutar pela sua vida?

When I watched “S.I.W.” for the first time, I didn't wear glasses. Now I do. Glasses are those wonderful, literal pieces of glass that help you see better. And if they get blurry with the fog or a little bit of rain can you imagine going to war, full of mud and powder and gas, and have to wear glasses to fight for your life?
Felizmente, eu não sou a única que pensou em quão absurdo é ir para a guerra usando óculos. Esta questão (em inglês) do Quora traz alguns veteranos do Vietnã contando como eles lidaram com seus problemas de visão durante a guerra. Mas nós estamos considerando, assim como é mostrado na série, o que um soldado de óculos experimentaria na Segunda Guerra Mundial, e para este caso temos um esclarecedor artigo (também em inglês) sobre o assunto, provando que podemos encontrar quase tudo na internet.

Fortunately, I'm not the only one who thought about the absurdity of going to war wearing glasses. In this Quora thread, some Vietnam veterans talk about how they coped with their bad eyesight during combat. But we are considering, as the series did, what a soldier with glasses would go through in the Second World War, and for this we have this enlightening blog post about the issue, proving that you can find almost anything in the Internet.
Actual footage of me imagining how it is
to go to war wearing glasses
“S.I.W.” é um episódio tenso sobre julgamento e tomada de decisões sob pressão – um dos muitos desafios que o sargento Saunders teve de enfrentar durante a guerra. O episódio também mostra que John Cassavetes era um ótimo ator, embora hoje ele seja mais lembrado por seu trabalho como diretor.

“S.I.W.” is a tense episode about judgment and making decisions under pressure – one of the many challenges Saunders had to face during the war. It also shows how good John Cassavetes was as an actor, although he is best remembered by his work as a director.
Combate! foi uma série muito popular. Ela era muito elogiada pelo realismo das cenas de batalha. Combate! inclusive deu origem a um livro de colorir e a um jogo de tabuleiro. “S.I.W.” está apenas na trigésima quarta posição no ranking de episódios da série no IMDb. Mesmo assim, foi o episódio que nunca saiu da minha cabeça.

Combat! was a very popular series. It was often praised by the realism of the battle scenes. Combat! even generated a coloring book and a board game. “S.I.W.” was just in number 34 in the IMDb episodes ranking for the series. Yet, it was the one that never left my mind.

This is my contribution to the 4th Annual Favourite TV Show Episode Blogathon, hosted by Terence at A Shroud of Thoughts.

Wednesday, March 14, 2018

Um Golpe à Italiana (1969) / The Italian Job (1969)


Charlie Croker (Michael Caine) acaba de sair da cadeia e já está envolvido em um novo plano de roubo. Cabe a Charlie encontrar um novo “patrocinador” para o golpe, e isto não é muito difícil: Mr. Bridger (Noel Coward), companheiro de prisão de Charlie, mostra-se interessado.

Charlie Croker (Michael Caine) just got out of jail and is already involved in a new heist plan. His mission is to find someone to “sponsor” the heist, and it is not something difficult to do: Mr. Bridger (Noel Coward), Charlie's mate from the prison, is interested in the business.
O plano é arriscado: para roubar 4 milhões de euros em ouro de um carro-forte em Turim, na Itália, é necessário parar completamente o trânsito da cidade. Para isso uma gangue é reunida, e um dos momentos mais divertidos é a “captura” do estranho cientista Simon Peach (Benny Hill), que está internado em uma espécie de hospício. 

The heist is risky: in order to steal 4 million Euros from an armored car in Turin, Italy, they have to completely stop the traffic in town. So, lots of bandits are hired for the dirty job including the strange scientist Simon Peach (Benny Hill), who was an intern in a mental asylum.
Mais perigosa que a polícia é a máfia italiana, que já havia apagado o mentor inicial do plano milionário logo nos primeiros minutos do filme e agora promete dar trabalho para a equipe de Charlie. Um confronto na fronteira, onde o caminho é estreito e as rochas, escarpadas, promete muitos momentos de suspense e alguns carros destruídos. Aliás, o que não falta é uma boa aniquilação de vários carros bonitos, todos oferecidos pela Fiat, que em troca teve seu nome veiculado junto ao roteiro do filme. Talvez tenha sido “marketing de destruição”?

But the Italian mob is more dangerous than the thieves: they had already killed the first mentor of the heist in the beginning of the movie, and won't make things easy for Charlie's team. A confront in the borders, where the highways are tiny and the mountains have sharp edges, will give us a lot of suspense and many destroyed cars. By the way, what “The Italian Job” has the most is destroyed cars – beautiful Fiat cars, because the brand allowed their Mini Coopers to be destroyed in order to be mentioned in the screenplay. “Destruction marketing”, maybe?
Dos 95 minutos do filme, cerca de 30 se concentram na louca fuga pelas ruas e galerias de Turim. São três Mini Coopers, carros bem britânicos, e uma van colorida. Três pilotos / dublês muito habilidosos passam com os carros por túneis, cachoeiras, escadarias, restaurantes e inclusive saltam de um telhado para o outro! É adrenalina pura, pois de uma maneira ou de outra simpatizamos com aquela gangue. Ah, e preste atenção: como Michael Caine não sabia dirigir, ele nunca é visto atrás do volante e sua dublê nestas cenas é uma mulher (mas Michael finalmente aprendeu a dirigir... em 1983).

The film is 95 minutes long, and about 30 minutes are spent in the crazy runaway in the middle of the streets and galleries in Turin. Three Mini Coopers and a colorful van are  involved. Three very skilled actors / doubles drive the cars through tunnels, waterfalls, staircases, restaurants and even cross the air from one roof to the other! Its pure adrenaline, because they may be thieves, but they made us root for them. And pay attention: because Michael Caine couldn't drive, he is never seen directly behind the wheels, and his double in this scenes is a woman (but Michael finally learned how to drive... in 1983).
Quem gosta de algo menos violento se satisfaz com a excelente trilha sonora, que ficou por conta de Quincy Jones que, aliás, nasceu no mesmo dia, mês e ano que Michael Caine. Embora o filme comece com a charmosa canção “On days like these”, cantada por Matt Monro, a que fica na cabeça do espectador é “The self-preservation society”, entoada durante a fuga. E fique de ouvidos atentos: Caine é um dos cantores!

If you're not into stealing, running away and doing violent things, don't worry: the soundtrack may appeal to you. The man responsible for the music was Quincy Jones, who, in a nice coincidence, was born in the same day, month and year as Michael Caine. Althouh the film starts with the charming song “On days like these”, sung by Matt Monro, the song that is the real earworm is “The self-preservation society”, sung during the escape. And keep your ears wide open: Michael Caine is one of the singers!
Uma produção quase familiar: Noel Coward era padrinho do diretor, e este sempre dava à esposa um pequeno papel porque a presença dela trazia sorte. Mas sorte foi o que faltou a “Um Golpe à Italiana” nos Estados Unidos: a ideia era usar Robert Redford como protagonista, o que tornaria a película mais fácil de ser vendida para o resto do mundo. Mas não é a ausência de Redford que fez o filme afundar em terras ianques, mas sim a péssima publicidade, que sugeria um filme sobre crimes e sedução, e não uma comédia com poucas personagens femininas e muita ação. Foi esse fracasso na terra de Hollywood que impediu que fosse feita uma continuação de “Um Golpe à Italiana”.

Almost a family production: Noel Coward was the director's godfather, and always gave his wife a small role believing her presence was a lucky charm. But “The Italian Job” lacked luck in the US: the initial idea was to have Robert Redford as the lead, because he would attract more public than Michael Caine. However, it was not Redford's absence that made the film a failure in the US: the advertising campaing was misleading, because it promised a thriller about crimes an seduction, and not what the film really was – a British comedy with few female characters and a lot of action. It was because of the Hollywood failure that “The Italian Job” didn't get a sequel.
E Michael Caine não parou completamente com os golpes. Um de seus filmes mais recentes, “Despedida em Grande Estilo” (2017), é uma comédia deliciosa sobre três idosos (Caine, Morgan Freeman e Alan Arkin) que decidem roubar um banco para pegar as indenizações que deveriam ter sido pagas a eles. O filme, um remake de uma produção de 1979 com Lee Strasberg, Art Carney e George Burns, é um exemplo de puro entretenimento perfeito para uma tarde chuvosa e preguiçosa. Em uma referência adorável, um dos veículos de fuga considerados pelo trio é um Mini Cooper – igualzinho aos usados em “Um Golpe à Italiana”. Não há prova melhor que essa de que Michael Caine nunca perdeu suas habilidades de fora da lei.

And Michael Caine didn't stop completely with his heists. One of his more recent films, “Going in Style” (2017), is a delightful comedy about three elder citizens (Caine, Morgan Freeman and Alan Arkin) who decide to rob a bank in order to take back the pension funds they had the right to receive. This film, a remake of a 1979 heist movie with Lee Strasberg, Art Carney and George Burns, is an example of light entertainment, and an attraction perfect for a lazy rainy afternoon. In a nice nod, one of the escape vehicles considered by the old trio is a Mini Cooper – just like the ones in “The Italian Job”. There is no better proof than this that Michael Caine never lost his outlaw skills.
With time, Michael Caine improved his driving skills and experimented with other vehicles

This is my contribution to The Marvelous Michael Caine blogathon, hosted by Gill at RealWeegieMidget Reviews.

Sunday, March 11, 2018

Amor Eterno (1925) / The Road to Yesterday (1925)

Dois casais com problemas. O que eles podem fazer para solucioná-los? Bem, se você pensou em analisar vidas passadas, está correto – e também de acordo com o diretor e produtor Cecil B. DeMille e a roteirista Jeanie Macpherson, porque é exatamente isso que eles fazem para resolver os problemas conjugais dos personagens em “Amor Eterno”.

Two couples in trouble. How can you solve these troubles? Well, if you thought about analyzing past lives, you are correct – and agree with director and producer Cecil B. DeMille and screenwriter Jeanie Macpherson, because that's exactly what they do to solve some marital problems in “The Road to Yesterday”.
1925, no Grand Canyon. Kenneth – ou Ken – (Joseph Schildkraut) acabou de se casar com Malena (Jetta Goudal), mas ela tem um mau pressentimento sobre a relação, e diz que teve uma visão do passado mostrando que eles já foram casados em uma vida passada, e ele a machucou. O melhor amigo de Ken é o pastor Jack (William Boyd), que se apaixona por Elizabeth – ou Bess – (Vera Reynolds), mas ela insiste que ele deixe de pregar para se casar com ela – afinal, uma flapper não pode ser esposa de um pastor! Bess também teve uma sensação estranha ao conhecer John, pois sentiu que já o havia encontrado antes e inclusive reconheceu uma velha faca que Jack carrega consigo. Bess está momentaneamente noiva de Rady (Casson Ferguson).

1925, Grand Canyon. Kenneth – or Ken – (Joseph Schildkraut) just married Malena (Jetta Goudal), but she had a bad feeling about their relationship, saying she had a vision from the past showing that they were already married in a past life, and he hurt her. Ken's best friend is the Reverend Jack (William Boyd), who falls in love with Elizabeth – or Bess – (Vera Reynolds), but she wants him to give up his position in a minister to get married to her – after all, a flapper can’t marry a minister! Bess also had a strange feeling when she met John, believing she had met him already and even recognizing an old knife he carries with him. Bess is momentarily engaged to Rady (Casson Ferguson).
Todos os cinco tomam um trem para San Francisco depois de uma festa na casa de Ken – cada um por uma razão. Ken precisa fazer urgentemente uma cirurgia no braço, Malena está fugindo do marido, Bess e Rady vão se casar e Jack está indo reconquistar Bess. No meio da noite, o trem colide com outro trem, e Bess tem uma experiência curiosa envolvendo uma viagem no tempo.

All five people take a train to San Francisco after a party in Ken's house – every person for a reason. Ken needs to do an urgent arm surgery, Malena is running away from her husband, Bess and Rady are going to get married and Jack is going after Bess. In the middle of the night, the train collides with another train, and Bess has a weird experience with time travel.
Agora é 1625, na Inglaterra. Elizabeth – ou Bess – Tyrel é uma herdeira que não quer se casar com o Lorde Strangevon – ou Ken. Ela foge e conhece um corajoso plebeu chamado Jack. Mas Lorde Strangevon está atrás dela – e atrás dele está a cigana Malena, que curou o braço dele e se apaixonou por ele. Na verdade, eles se casaram em uma cerimônia – e por isso o Lorde Strangevon não pode se casar com Bess! E onde está Rady? Bem, ele é o idiota local e trabalha em uma taverna – e não pensa duas vezes para trair seus amigos.

It's now 1625, in England. Elizabeth – or Bess – Tyrel is an heiress who doesn't want to get married to Lord Strangevon – aka Ken. She runs away and meets a brave commoner named Jack. But Lord Strangevon is after her – and after him is the gypsy Malena, who once cured an arm wound he had and fell in love with him. Actually, they married in a ceremony – and therefore Lord Strangevon can't marry Bess! And what about Rady? Well, he is the town's fool and works in a tavern – and he won't think twice to betrayal his friends. 
Misturar o presente e o passado num mesmo filme não era novidade para DeMille. Ele fez isso antes em “Os Dez Mandamentos” (1923) – e eu fiquei muito surpresa quando assisti ao filme e percebi que ele era sobre Moisés abrindo o mar Vermelho E também sobre como algumas pessoas ignoram e desobedecem aos mandamentos nos tempos modernos. A versão silenciosa de “Os Dez Mandamentos” é um filme grandioso por causa desta linha do tempo dupla – mas “Amor Eterno” não chega a ser tão bom quanto o épico.

Mixing the past and the present in the same film wasn't something new to DeMille. He did it before in “The Ten Commandments” (1923) – and I was quite surprised when I watched the film and realized it was about Moses opening the Red Sea AND also about how some people ignore and disobey the commandments in modern times. The silent “The Ten Commandments” is a grand film because of this double timeline – but “The Road to Yesterday” is not as good as the epic.
Não foi uma surpresa ver um tema religioso em um filme de DeMille. Em “Amor Eterno”, além de ter em Ken – tanto no passado quanto no presente – um exemplo de ateu que desdenha de Deus, há os temas de reencarnação e espiritualismo, que estavam na moda no começo do século XX. Não nos esqueçamos de que “Amor Eterno” foi adaptado de uma peça escrita por Beulah Marie Dix e Evelyn Greenleaf Sutherland que fez sucesso na Broadway entre 1906 e 1907.

It wasn't a surprise to see a religious theme in a DeMille movie. In “Road to Yesterday”, besides having in Ken – both in the past and in the present – an atheist who disdains of God, there is the themes of reincarnation and spiritualism, which were in vogue in the early 20th century. Let's not forget that “The Road to Yesterday” was adapted from a play written by Beulah Marie Dix and Evelyn Greenleaf Sutherland that was a Broadway hit between 1906 and 1907.
O espiritualismo estava na moda nos anos 290, logo depois do fim da Primeira Guerra Mundial. De certa maneira, foi assim que muitas pessoas lidaram com a perda de entes queridos na guerra: se voltando para a religião e esperando para se comunicar com os mortos, ou viver outra vida após a morte. DeMille e Jeanie Macpherson sabiam disso e foram sábios ao escolherem adaptar “Amor Eterno” para as telas – com a ajuda de um jovem chamado Howard Hawks, que ficou responsável pelos intertítulos. Depois da Segunda Guerra Mundial, os métodos para processar o luto mudaram um pouco, e incluíram a criação da cientologia e o aumento do interesse por ficção científica e por discos voadores.

Spiritualism was in vogue in the 1920s, following the end of World War I. In a way, it was how many people grieved the loss of loved ones in the war: turning to religion and the hope to communicate with the dead, or to go on to live another life. DeMille and Jeanie Macpherson knew that, and made the wise choice to adapt “The Road to Yesterday” to the screen – with a young man called Howard Hawks writing the intertitles for them. After World War II, the grieving methods were a little different, and included the creation of scientology and the rise of science fiction and interest in UFOs.
O assunto das vidas passadas é fascinantes. E fica mais interessante ainda da maneira como é tratada no filme. Em 1925, Bess encontra sua tia Harriet (Trixie Friganza) e se diverte ao lembrar que a tia sempre disse que, numa vida passada, ela era a rainha Mary da Escócia – mas na verdade ela era apenas uma bruta dona de uma taverna. Isto é algo comum: nós todos gostamos de pensar que, em uma vida passada, se é que já vivemos antes, fomos tão importantes quanto César e Cleópatra, mas nós provavelmente fomos – como somos agora mesmo – pessoas normais vivendo vidas comuns.

The subject of past lives is fascinating. And it’s even more so in the way it is treated in the film. In 1625, Bess also meets her aunt Harriet (Trixie Friganza) and laughs because the aunt always said that, in a past life, she was Mary Queen of Scots – but in reality she was just a brute tavern owner. This is something common: we all like to think that, in a past life, if we had one, we were as important as Caesar and Cleopatra, but we much probably were – as we are right now – regular people living uneventful lives.
Eu gosto particularmente de algumas noções deste filme, como a de que nossos problemas ou características têm origem em uma vida passada. Há alguns anos eu me interesso pelo Espiritismo, uma religião com um número razoável de seguidores no Brasil. Não sou nenhuma especialista no assunto, mas vejo que algumas coisas em “Amor Eterno” vão de encontro com a doutrina de Allan Kardec.

I particularly like some notions in this film, like the one that our current problems and even strengths may have its origin in a past life. For a few years I’ve been interested in Spiritism, a religion that has a good amount of followers in Brazil. I’m by no means an expert, but I see some things in “The Road to Yesterday” that corroborate with Allan Kardec’s doctrine.
Além de vidas passadas, o que mais “Amor Eterno” tem a oferecer? Oh, prepare-se, porque tem muita coisa neste filme: discurso religioso, arco e flecha, figurino de Adrian, noivados relâmpago, estupro conjugal, esgrima, mulheres vestidas de homens e uma verdadeira caça às bruxas da era medieval. E tudo isso por causa de uma viagem no tempo causada por uma experiência de quase morte!

Besides past lives, what “The Road to Yesterday” has to offer? Oh, brace yourself, because this film has a lot going on: religious blabbing, archery, gowns by Adrian, quick engagements, marital rape, fencing, cross-dressing and a true medieval witch hunt. And all this because of a time travel triggered by a near-death experience!
Amor Eterno” é um pouco cafona? Claro que é! É tão insistentemente cristão quanto uma aula de catequese e uma tortura deliciosa para alguém como eu, que estudou em colégio de freiras e adora filmes religiosos. É um filme com muitos problemas e furos no enredo – como a Fritzi mostra aqui – mas é feito com capricho, e o resultado entretém. E você nunca mais verá seus déjà vus da mesma maneira após este filme.

Is “The Road to Yesterday” a little bit tacky? Of course it is! It’s as preachy as Sunday school and a delightful torture for someone like me, who went to a Catholic school and is a sucker for religious movies. It’s a film with a lot of problems and plot holes – as Fritzi points out here – but it is beautifully made, and a very entertaining movie. And you’ll never see the déjà vus the same way after watching it.

This is my contribution to the Time Travel Blogathon, hosted by Rich and Ruth and Wide Screen World and Silver Screenings.

Friday, March 2, 2018

Figurinos do cinema clássico que eu usaria / Classic film outfits I’d wear


Em muitos filmes, temos um personagem silencioso, em contato constante com atores e atrizes, com destaque em diversas cenas e que pode dizer mais que mil palavras: o figurino. Há aqueles filmes, muitos deles da Era de Ouro de Hollywood, que nos impressionam pela beleza dos figurinos. Mas beleza não é suficiente para que uma pessoa como eu compre uma roupa: comodidade e estilo também contam.

In many movies, there is a silent character, constantly touching the actors and actresses, being a key piece in several scenes and worth more than a thousand words: the outfit. There are those films, many of them made during Hollywood’s Golden Age, that surprise us by how beautiful the outfits are. But beauty is not enough to make me buy clothes: they should also be comfortable and respect my style.
Por isso, são relativamente poucos os figurinos do cinema clássico que entraram na minha lista de desejos. Não apenas por seus preços exorbitantes, mas também porque não fazem meu estilo. Aqui está minha lista de figurinos do cinema que eu não pensaria duas vezes antes de vestir:

That’s why relatively few classic film outfits enter my wishlist. It’s not only because they’re probably very expensive, but because they don’t fit my personal style. Here is my list of film outfits I’d wear without thinking twice:

Qualquer coisa que Louise Brooks e Clara Bow usaram:
Não há dúvidas do porquê de essas moças serem ainda hoje consideradas ícones de estilo. Eu adoro quando elas usam vestidos e saias mais curtos, tanto em filmes – como Clara Bow em “Asas” (1927) – e no dia a dia – olhe para este lindo conjunto de marinheira!

Anything worn by Louise Brooks and Clara Bow:
No wonder these girls are still style icons. I love when they wear shorter dresses and skirts, both in movies – like Clara Bow in “Wings” (1927) and in daily life – look at that sailing suit!
Roupas de Greta Garbo em “Mulher Singular” (1929):
Estas roupas são andróginas – e também ótimas para praticar esportes. Eu não faço o estilo atleta, mas as roupas com certeza parecem confortáveis e práticas. Bônus: o responsável por elas foi o lendário designer Adrian!

Greta Garbo’s outfits from “The Single Standard” (1929):
These clothes are androgynous – and also great for sports. I’m not very athletic, but they certainly look comfy and practical. Bonus points: designed by Adrian!
Vestido de Paulette Goddard em “Tempos Modernos” (1936):
O cabelo de Paulette em “Tempos Modernos” está praticamente do comprimento do meu agora, mas isso não é minha coisa favorita sobre a personagem. Para mim, a melhor roupa que ela usa é este vestido brilhante no show do restaurante. Eu o usaria para ir até a padaria? Provavelmente não. Para uma festa? Aí sim.

Paulette Goddard’s dress from “Modern Times” (1936):
Paulette’s hair in “Modern Times” is the same length as mine right now, but this is not what I love the most about her gamine character. For me, the greatest outfit she wears is this flamboyant dress in the restaurant show. Would I wear it to go the bakery? Probably not. To a party? Oh yes.
Mini-smoking de Judy Garland em “Casa, comida e carinho” (1950): 
Olhe este terninho adorável. Eu amo usar shorts. Eu aprecio um bom blazer. Judy e eu temos quase a mesma altura. O figurino foi usado em uma cena deletada de “Desfile de Páscoa” (1948), e reutilizado para o número musical “Get Happy”, filmado muitos meses após o fim das gravações.

Judy Garland’s short suit from “Summer Stock” (1950):
Look at that lovely suit. I love shorts. I enjoy blazers. Judy and I are about the same height. The outfit was previously used in a deleted scene from “Easter Parade” (1948), and re-used for the musical number “Get Happy”, shot many months after production wrapped.
Traje de banho em “Cantando na Chuva” (1952):
No número “Beautiful Girl” há um desfile de modas. Algumas roupas são exageradas, mas outras são realmente bonitas – como o vestido de casamento, a roupa de luto, os vestidos vermelho e roxo e, em especial, o traje de banho.

Swimming suit from “Singin’ in the Rain” (1952):
In the “Beautiful Girl” number there is a fashion show. Some of the clothes are exaggerated, but some are truly nice – like the wedding gown, the widow gown, the red dress, the purple dress and, in special, the swimming suit.
Short e blusa de Betty Grable em “Como agarrar um milionário” (1953):
Mais um desfile de moda, mais uma roupa maravilhosa: os shorts de Betty Grable, com um cinto cor de salmão e aquela blusa linda que completa o conjunto – esta é provavelmente meu figurino favorito da lista.

Betty Grable’s short and blouse from “How to Marry a Millionaire” (1953):
Another fashion show, another must have: Betty Grable’s amazing shorts, with a salmon belt and that wonderful blouse – this is probably my favorite outfit from the whole list.
A maioria das roupas usadas por Audrey Hepburn:
Audrey também é um ícone de estilo que me inspira – embora eu não queira usar nada de Givenchy. Eu adoro a saia e blusa que ela usa durante sua aventura em “A Princesa e o Plebeu” (1953), mas eu gostaria mais se a saia fosse mais curta. Suas roupas em “Cinderela em Paris” (1957) e “Um Caminho para Dois” (1967) são lindas. E seu estilo do dia a dia também é inspirador: dê-me calças cigarrete, sapatilhas, blusas de gola alta ou camisas xadrez e eu serei uma menina estilosa e feliz!

Most of Audrey Hepburn’s clothes:
Audrey is also a style icon that inspires me – although I don’t want to dress any Givenchy. I love the skirt and blouse she wears during her adventure in “Roman Holiday” (1953), but I’d prefer a shorter skirt. Her clothes in “Funny Face” (1957) and “Two for the Road” (1967) are gorgeous. And her everyday style is also a must: give me cropped trousers, ballet flats, turtlenecks or plaid shirts and I’ll be a happy – and well-dressed – girl!
This is my contribution to the Free For All blogathon, hosted by Theresa at CineMaven’s Essays from the Couch.
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